Engenharia Civil é o curso mais concorrido do vestibular UFG
Fonte: opopular.com.br 12/05
A Universidade Federal de Goiás realiza, no próximo dia 15 de maio (domingo), a Primeira Etapa do Processo Seletivo 2011/2. Mais de dez mil candidatos se inscreveram para concorrer a uma das 637 vagas oferecidas nos 17 cursos da UFG que contam com processo seletivo semestral - um aumento de 10% em relação ao número de inscritos no ano passado. Novamente, o curso mais concorrido é o de Engenharia Civil, com 37 candidatos disputando uma vaga. Administração, Nutrição e Medicina Veterinária também estão bem cotados, com 24.2, 23.6 e 22.7 candidatos por vaga, respectivamente.
Dos 10.358 candidatos inscritos, mais de 80% (8.333 candidatos) concorrem pelo sistema universal. Os outros 2.025 optaram por concorrer às vagas disponíveis pelo programa UFGInclui, que reserva vagas para estudantes oriundos de escolas públicas, negros oriundos de escolas públicas, indígenas e quilombolas. Dentro do total de inscritos, 1.420 são "treineiros", classificação utilizada pelo Centro de Seleção desde o ano passado, como forma de facilitar a classificação final dos aprovados.
As provas serão aplicadas a partir das 13 horas, com a abertura dos portões ao meio-dia. Os locais de prova podem ser checados no endereçowww.vestibular.ufg.br, a partir de amanhã (12/05). O Centro de Seleção da UFG sempre enfatiza a importância do candidato chegar com antecedência, já que nenhum candidato entrará nos locais de prova após o fechamento dos portões.
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CARLOS ORLANDO RODRIGUES DE LIMA
(1920-2011)
Estudou a história e a cultura do Maranhão Fonte: folha.uol.com.br 12/05
Todas as manhãs, após caminhar por cerca de uma hora, Carlos Orlando Rodrigues de Lima, ocupante desde 2008 da cadeira de número sete da Academia Maranhense de Letras, punha-se em seu escritório a escrever.
Natural de São Luís (MA), foi autor de 18 livros sobre a história e a cultura popular de seu Estado. Os estudos e pesquisas que fez ao longo da vida ele conciliou com o trabalho no Banco do Brasil. Há cerca de 30 anos, quando se aposentou, foi finalmente dedicar-se apenas a escrever.
Não era historiador por formação, mas autodidata. Apaixonado pelo Maranhão, investigou, por exemplo, o folclore local na coletânea de toadas "Bumba-meu-boi do Maranhão" (1969) e em "Lendas do Maranhão" (2006).
Também escreveu sobre a festa do Divino Espírito Santo, cordel e ruas de São Luís.
Filho do dono de uma usina de arroz (e depois comerciante) e de uma dona de casa, Carlos foi um aluno muito curioso e que se destacava pelas redações que escrevia, como lembra a família.
Na década de 40, casou-se com Zelinda Lima, hoje funcionária pública estadual aposentada e, assim como o marido, pesquisadora da cultura maranhense e escritora.
Carlos chegou também a ser ator de teatro e até fez participações em alguns filmes.
Ele deixou cinco livros prontos, sendo que um deles, que chamou de "Arquivo Morto", contém suas memórias. Pediu, porém, que a família não o publicasse.
Carlos teve leucemia. Na segunda-feira, morreu aos 91 anos, de falência de órgãos, como informou a família. Teve cinco filhos e dez netos.
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PASQUALE CIPRO NETO
O mundo do futebol e suas (des)lições
Beleza e talento à parte, o futebol é também território úbere de hipocrisia e de pouca inteligência
Fonte: folha.uol.com.br 12/05
NELSON RODRIGUES dizia que o futebol é a coisa mais importante entre as menos importantes. Concordo, mas, parodiando o grande L. Babo, eu teria um desgosto profundo se faltasse o futebol no mundo.
Para mim, o futebol é beleza, estratégia, magia. Como torço para o Juventus, ou seja, para ninguém, fico livre para ver o que me interessa nos jogos: o talento e a capacidade dos atletas de articular as jogadas e de seguir a estratégia estabelecida.
Beleza e talento à parte, o futebol é também território de hipocrisia e de pouca inteligência. Quer coisa mais burra que a suspensão automática, imposta a um jogador que é expulso? Só no futebol alguém é culpado até que se prove o contrário... O árbitro acha que um atleta simulou uma falta (que houve), não marca a tal falta e dá ao jogador cartão amarelo -ou vermelho, se ele já tiver levado o amarelo. Depois do jogo, as imagens mostram à exaustão que o árbitro errou, mas a burra "regra" se mantém: o jogador está fora do jogo seguinte. O futebol é mesmo "burro, muito burro demais".
O pior é ter de ler/ouvir a defesa da suspensão automática, sob o argumento de que, "se ela não existir, vira bagunça". Tão ruim quanto essa "tese" é a de que condenar a suspensão automática é defender a impunidade. Condenar a suspensão automática é simplesmente condenar a impossibilidade de defesa, é condenar a condenação prévia, é condenar a pressuposição de culpa do atleta e a infalibilidade do árbitro. Só isso, nada mais do que isso.
O exemplo da suspensão automática é pretexto para um assunto "mais alto": a capacidade de leitura, de interpretação (dos fatos, dos textos, do mundo). Quem entende, por exemplo, que a condenação da suspensão automática equivale à defesa da impunidade demonstra incapacidade de ler um texto e/ou fértil capacidade de tirar conclusões absurdas do que se diz/escreve. Paulo Freire dizia que a leitura do mundo precede a leitura da palavra. O futebol e suas belezas e mazelas estão no mundo, portanto...
Outro raciocínio genial que ouvimos no futebol é este: "Se o juiz dá aquele pênalti, era um a zero pra nós". Diz-se isso onde quer que haja uma partida de futebol e, muitas vezes, também no rádio ou na TV.
Santo Deus! Será que ninguém é capaz de pensar que a consecutividade dos fatos gera entre eles uma relação tal que impede que se afirme que, "se o juiz dá aquele pênalti..."? É simples: o árbitro não marcou o tal pênalti; se o tivesse marcado, nada do que aconteceu depois do lance teria acontecido, porque a sequência seria outra, de modo que é simplesmente impossível afirmar qual teria sido o placar do jogo. Há outra aberração na tal afirmação ("Se o juiz dá aquele pênalti..."): por acaso pênalti é sinônimo de gol?
Na semana passada, houve mais "lições". Terminado o jogo em que o Once Caldas eliminou o Cruzeiro da Libertadores, foi um tal de ouvir esta ladainha: "O time de pior campanha da primeira fase eliminou o de melhor campanha". Elaiá! Como se pode dizer que a campanha do Cruzeiro, que na fase anterior estava no grupo X e, por isso, só enfrentou os times do grupo X, é melhor do que a do Once Caldas, que estava no grupo Y e, por isso, só enfrentou os times do grupo Y? A campanha do Cruzeiro só foi melhor que a dos integrantes do seu grupo, caro leitor.
Não se pode absolutizar o que é relativo, do contrário tudo pode dar errado: projetam-se pontes e prédios que caem, matam-se pacientes porque não se levam em conta os efeitos colaterais que determinados medicamentos podem provocar, tomam-se decisões que não seriam tomadas, arruínam-se relações que poderiam ter outro rumo. É isso.
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Ana de Hollanda diz que "nada de alarmante está acontecendo" Fonte: folha.uol.com.br 12/05
Na saída de uma reunião ontem à noite, a ministra Ana de Hollanda (Cultura) falou à Folha sobre o encontro que tivera mais cedo com o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência). Para ela, "nada de alarmante está acontecendo". (NÁDIA GUERLENDA CABRAL)
Folha - Como foi a reunião com o ministro Gilberto Carvalho?
Ana de Hollanda - Foi mais uma conversa sobre a tranquilidade em que estão as coisas, apesar de todos os "escândalos" que estão noticiando. Nada de alarmante está acontecendo. Também serviu para desmentir acusações de que tinha gente [do PT] tramando contra mim.
A senhora saiu mais tranquila da reunião?
Não, já estava tranquila.
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PSOL quer CPI no Senado para investigar arrecadação do Ecad Fonte: folha.uol.com.br 12/05
O PSOL pediu ontem a abertura de uma CPI no Senado para investigar a arrecadação de recursos do Ecad (Escritório Central de Arrecadação de Direitos), entidade responsável pelos direitos autorais no Brasil.
Ao menos 28 senadores, um a mais que o mínimo necessário, apoiaram a proposta de apurar denúncias de irregularidades no órgão.
O pedido tem que ser lido no plenário e, depois, os partidos têm que indicar membros para a comissão.
Autor do pedido, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) afirma que não há fiscalização dos recursos arrecadados pelo Ecad. Segundo ele, o próprio Ministério da Cultura admitiu a possibilidade de falhas na gestão coletiva e a necessidade de supervisão do órgão pelo governo.
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Nelson Rodrigues se perde na tradução, afirma pesquisador
Estudo de americano identifica dificuldade incomum de transposição das obras do autor para a língua inglesa
Ausência do estilo do autor nos textos traduzidos é um dos motivos do insucesso, segundo Alex Watson Fonte: folha.uol.com.br 12/05
O pesquisador e tradutor americano Alex Watson mora no Brasil desde 2007 e só teve contato com a obra do escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues (1912-1980) depois que aprendeu a língua portuguesa.
Ao lê-lo, ficou intrigado por encontrar, na sua opinião, um dos autores mais geniais da literatura e da dramaturgia brasileira, mas que por algum motivo permanecia ignorado pelo público dos Estados Unidos.
"Sua única tradução comercial teve um impacto mínimo na cultura americana. Apareceu e logo foi esquecida", diz o pesquisador.
A dificuldade de penetração de Nelson Rodrigues nos EUA virou tema de um estudo que Watson desenvolve no departamento de letras da PUC do Rio.
Mesmo antes da conclusão do trabalho, ele já identificou uma dificuldade incomum em traduzir Nelson Rodrigues para a língua inglesa.
Em 2009, pela primeira vez uma editora dos EUA, a Host Publications, teve interesse em fazer uma edição comercial da obra de Nelson Rodrigues, e lançou "A Vida Como Ela É" ("Life Like It Is", em inglês). O resultado das vendas foi pífio.
Watson recolheu artigos produzidos nos EUA, conversou com editores e destrinchou a tradução da obra, feita por Alex Ladd.
Para ele, o que afasta o público americano é a ausência do estilo do autor e de suas expressões características, que se perdem na tradução, e com eles parte do humor e do tempero da obra.
FALSA ANALOGIA
"O problema é que a linguagem do Nelson está muito ligada a um espaço e um tempo específicos, o subúrbio do Rio nos anos de 1950, e transmitir isso para o inglês é complicado", diz Watson.
Um dos contos do livro, "Feia Demais", evidencia a barreira. A expressão "dar com os burros n'água", por exemplo, foi traduzida por "regret it", que literalmente significa arrepender-se. Já a descrição de uma dama com poucos predicados estéticos, que para Nelson é "um bucho", na versão inglesa ficou insossa: "an ugly woman".
Citado no estudo, o tradutor justifica que não bastaria empregar expressões americanas da época, o que poderia criar uma falsa analogia.
"Se eu fosse usar gírias dos EUA associadas aos anos de 1950, como "daddy-o" ou "square", estaria introduzindo um conjunto de imagens e expectativas para o leitor que são radicalmente diferentes da realidade no Brasil na década de 1950", explicou.
Segundo ele, foi melhor usar uma linguagem mais pitoresca sem associá-la a uma época nem a um lugar.
À Folha o tradutor Alex Ladd, que classifica Rodrigues como um grande estilista, disse que tentou manter essa característica, mas que não adiantaria "forçar a barra e querer encontrar a palavra idêntica".
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Socuerro! Tucanos em extinção!
PSDB quer dizer Partido Sem Deputados o Bastante! Ou então Partido Sempre Derrotado pelo Barbudo! Fonte: folha.uol.com.br 12/05
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! E mais uma predestinada: sex-personal trainer Rita ROSTIROLLA! E tá lançando livro: "Na Cama com a Rita RostiRolla".
E um amigo meu foi ao banco e adivinha o nome da gerente do banco? Famil GANÂNCIA! Rarará! E esse anúncio de sexo: "A Princesinha da Tarde. Passei no vestibular, preciso de ajuda financeira. Me ligue. Se minha mãe atender, desligue!". Rarará! E um amigo meu apelidou o pingolim dele de juros: sobe à toa!
E essa divisão dos Estados agora? Eu gostei do Maranhão do Norte e Maranhão do Sul. Contanto que o Sarney continue mandando nos dois! Rarará! E o Pará que vai ser dividido em três? Eu sugiro um nome, em homenagem à paraense mais ilustre, Fafá de Belém: Parapeito! Rarará!
E a declaração do Marcos do Palmeiras: "Até guarda de trânsito faz zoação com o 6 a 0". Nem a Volkswagen consegue fazer seis gols em 90 minutos. E o Palmeiras tomou seis porque era só o Coxa. Se fosse a perna inteira, seriam 12! Rarará!
E essa crise no PSDB? Tucanos em extinção! PSDB quer dizer Partido Sem Deputados o Bastante! Rarará! Ou então Partido Sempre Derrotado pelo Barbudo! Aliás, o barbudo vai receber um prêmio hoje no Sindicato dos Metalúrgicos. Qual o nome do prêmio? João FERRADOR! E vocês já viram tucano brigando? "Bobo." "Pobre." "Cara de mamão!" "Bolha." "Você não entende de vinho." "Você não come vol-au-vent."
E eu já disse que o PSDB e o DEMolido morreram. Então joga os dois no mar! E Iemanjá devolve: "Já não basta aquele monte de sidra Cereser, depois jogam o Bin Laden e agora o Serra e o ACM Neto?". Rarará! E sabe o que o Alckmin Picolé de Chuchu falou? "Que crise? Daqui de cima do muro não tô vendo nada." Rarará!
E a ministra Ana de Hollanda, que recebe diárias indevidas? O Eramos6 revela que ela virou diarista! De ministra a diarista. Rarará!
O Brasileiro é Cordial! A penúltima placa que o Gervásio pendurou na empresa em São Bernardo: "Aqui não é festa de rodeio pra usar botina e calça justa socada no rego, se eu ver alguém aqui vestindo essas joças, vou fazer esse caubói fora da lei virar uma eguinha pocotó na festa de Barretos. Conto com todos. Assinado: Gervásio". Seguuuuuuura peão! Rarará! Nóis sofre mas nóis goza. Hoje só amanhã!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Miséria atinge mais crianças, indígenas e nordestinos
Pesquisa tem por base dados do Censo 2010 Fonte: folha.uol.com.br 11/05
Aplicando a linha de miséria oficial do país, divulgada na semana passada pelo governo federal, os dados do Censo 2010 do IBGE mostram que os grupos mais vulneráveis são as crianças, os indígenas e os moradores de Estados do Nordeste.
De acordo com critérios do governo, quem vive abaixo da linha de miséria tem renda média domiciliar per capita de até R$ 70. Com base nesse recorte, o IBGE divulgou ontem tabelas que dividem a população por cor ou raça, sexo, idade e condições de domicílio.
Na análise por cor ou raça, a maior proporção de miseráveis está entre a população que se autodeclara indígena: 40%. A taxa é bastante superior à verificada nos demais grupos: 12% (pardos), 10% (pretos), 9% (amarelos) e 5% (brancos).
Outro dado significativo é a maior incidência de miséria entre crianças. Como as famílias mais pobres têm em média mais filhos -os dados de fecundidade por renda, porém, ainda não foram divulgados-, a taxa de pobreza no grupo de 0 a 14 anos é o dobro (14%) da verificada no restante da população (7%).
Na análise por Estado, Maranhão (26%), Piauí (21%) e Alagoas (20%) apresentam as maiores taxas. As menores estão em São Paulo (3%), Distrito Federal (2%) e Santa Catarina (2%).
Dados do Censo 2010 também mostram que 32% dos domicílios considerados pobres não tinham banheiro de uso exclusivo -percentual muito superior ao do total de domicílios: 6,2%.
Somente 34% dos lares incluídos na linha da pobreza possuíam esgoto sanitário adequado (ligados à rede geral ou com fossa séptica). No total, o percentual era 67%.
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CONGRESSO
Senadores votarão reforma política de forma "fatiada" Fonte: folha.uol.com.br 11/05
DE BRASÍLIA - Sem consenso sobre os principais temas da reforma política, o Senado vai ter que analisar 11 matérias com mudanças no sistema eleitoral do país para tirar a reforma do papel.
As propostas reúnem os pontos aprovados pela comissão que discutiu o tema nos últimos dois meses.
Os próprios integrantes dizem, porém, que muitos vão sofrer "mudanças radicais" ao longo da tramitação, com risco de não serem aprovados.
O ponto mais polêmico é a PEC (proposta de emenda constitucional) que institui as chamadas "listas fechadas". Pelo modelo, os eleitores votam nos partidos, e não mais nos candidatos.
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Em defesa da pequena empresa
ARMANDO MONTEIRO NETO
A valorização do pequeno empreendedor ajuda no combate à pobreza e também na redução de desigualdades: é preciso avançar nesse tema Fonte: folha.uol.com.br 11/05
Precisamos abraçar a causa da micro e pequena empresa. No Congresso e na sociedade, poucos temas são tão consensuais quanto esse. Não é para menos.
Dados do Sebrae e do Dieese mostram a força desse segmento, que representa cerca de 99% do total de empresas do Brasil, responde por 57% dos empregos e contribui com 20% do PIB do país.
Para tratar do tema, em boa hora o Congresso reinstalou a Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, com 22 senadores e 308 deputados federais. Nosso compromisso, a partir de agora, é agir para aperfeiçoar a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa.
A própria presidente Dilma Rousseff sinalizou a necessidade de ampliar e reforçar os mecanismos que estimulem a capacidade empreendedora dos empresários ao acenar com um futuro ministério dedicado ao setor.
Valorizar o pequeno empreendedor é ajudar no combate à pobreza e na redução de desigualdades. Nas comunidades menores, as MPEs são o alicerce da economia local.
A Frente Parlamentar Mista tem pressa em aprovar novos ajustes na Lei Geral, objeto do projeto de lei complementar nº 591, de 2010, que atualmente tramita na Câmara dos Deputados. O foco principal é o aumento do teto da receita bruta anual das microempresas, que deve sair do patamar atual de R$ 240 mil para R$ 360 mil.
No caso da pequena empresa, a referência passará de R$ 2,4 milhões para R$ 3,6 milhões, enquanto para microempreeendedores individuais os contribuintes poderão faturar até R$ 48 mil/ano, comparados aos R$ 36 mil vigentes.
A elevação do teto pode evitar a imediata exclusão de aproximadamente 600 mil micro e pequenas empresas hoje enquadradas no regime especial de tributação, segundo cálculo da Federação Nacional das Empresas de Serviço Contábeis.
Esses limites estão congelados há seis anos. O movimento é necessário porque a inflação acumulada entre dezembro de 2005 e abril deste ano já alcança 30,1%.
Essa medida -junto com o parcelamento dos tributos devidos ao Simples Nacional- é a principal reivindicação do setor.
Um dos efeitos indesejáveis desse congelamento é que as micro e pequenas deixam de ampliar os negócios para não sair do enquadramento. Além disso, como as receitas de exportação também fazem parte da base tributável, isso acaba por inibir o movimento de inserção no mercado externo.
Pretendemos também incluir mais categorias profissionais no Simples Nacional e criar o Simples Rural. A ideia é equiparar o produtor rural de pequena propriedade aos pequenos negócios urbanos.
Na qualidade de vice-presidente da Frente Parlamentar Mista, pretendo trazer imediatamente para o Senado o debate. Um dos aspectos que julgo importante é o que veda a exigência de substituição tributária para a micro e pequena empresa, tema de projeto que relato na Comissão de Assuntos Econômicos.
Estudo recente da Fundação Getulio Vargas calculou que o segmento perdeu R$ 1,7 bilhão, em 2008, por causa da substituição tributária do ICMS.
Esse é um problema de conflito federativo, que tem no Senado o fórum ideal para a discussão.
Um dos objetivos de qualquer reforma tributária é o de oferecer um melhor ambiente de operação aos pequenos negócios. O PL 591 é parte desse entendimento e devemos aprová-lo. Essa questão é um dos eixos da proposta de reforma em discussão pelo governo.
Hoje, há mais consenso sobre as diretrizes que devem pautar o processo. Nosso papel é promover negociações amplas no campo político e fazer avançar marcos importantes para o Brasil. Não podemos perder essa oportunidade.
ARMANDO MONTEIRO NETO é senador pelo PTB-PE e membro da Frente Parlamentar da Micro e Pequena Empresa.
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