quinta-feira, 19 de maio de 2011

PASQUALE CIPRO NETO

"Como voltou, se não saiu?"

Nestes tristes tempos do megachato politicamente correto, ser irônico ou hiperbólico é um perigo Fonte: folha.uol.com.br 19/05


"PROFESSOR, A FRASE É do Arrigo Sacchi, não do Nélson Rodrigues. abs. jk" Foi exatamente essa a mensagem que o querido Juca Kfouri me enviou nos primeiros minutos da manhã da quinta-feira passada.
Juca se referia à frase com que abri a minha última coluna ("Nélson Rodrigues dizia que o futebol é a coisa mais importante entre as menos importantes"). Respondi isto a Juca: "Meu Caro, jura? E de onde eu tirei que é do Nélson? A velhice...". Resposta de Juca: "Tirou da ideia de que tudo de bom em matéria de frases sobre futebol vem dele. E da fadiga de materiais, é claro".
Não sei qual das duas afirmações de Juca é mais certa, ou seja, não há dúvida da existência da "fadiga de materiais" (a velhice é inexorável), mas também não é menos verdade que Nélson cunhou ótimas frases sobre o futebol, muitas das quais hiperbolicamente hiperbólicas.
E é por aí que quero entrar na conversa de hoje: a hipérbole, a metáfora, a ironia. É desesperador ver que as pessoas captam cada vez menos essas figuras -levam tudo ao pé da letra. Antes que me esqueça, a hipérbole é a figura do exagero. Quando dizia, por exemplo, que "os europeus têm saúde de vaca premiada", Nélson exagerava para falar do porte físico dos jogadores europeus, que, para ele, eram fortes, mas não tinham o talento dos nossos.
A hipérbole talvez não seja o melhor exemplo de figura que muitos não entendem, já que, bem ou mal, estamos habituados a ouvi-la, lê-la e usá-la. Quem é que nunca exagerou no tempo que passou à espera de algo ou de alguém? "Fiquei duas horas lá!", dizemos muitas vezes depois de uma espera de 10 ou 15 minutos. A hipérbole é tão comum que, quando de fato passamos duas horas à espera de algo ou alguém, precisamos desfazer a ideia de exagero, com algo como "mas duas horas mesmo, de relógio, marcadinhas". E ainda assim muitas vezes as pessoas nos olham com descrença.
Recentemente, numa coluna em que falei de uma construção presente em "Detalhes", de Roberto Carlos e Erasmo Carlos ("Mas na moldura não sou eu quem lhe sorri"), escrevi o seguinte: "De uns tempos para cá, com o "resgate" promovido por algumas bandas (Titãs e outras), o Rei "voltou" ao lugar de onde nunca saíra". Pois não é que muita gente me escreveu para perguntar como é possível alguém voltar a um lugar de onde nunca saiu? Será que o contexto e as aspas que envolviam a palavra "voltou" não foram suficientes para que ficasse claro que eu queria dizer que o Rei nunca saiu do lugar em que estava, ou seja, o trono?
Parece que virou pecado ser irônico... A velha e fina ironia machadiana, então, deve ser grego para quem leva tudo ao pé da letra. Em "Memórias Póstumas de Brás Cubas", encontra-se esta clássica passagem: "Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis". Certa vez, a Unicamp pediu aos candidatos que explicassem como Machado construiu a ironia que há no trecho. Como se vê, o Bruxo do Cosme Velho empregou a expressão "onze contos de réis" para integrar o adjunto adverbial "durante quinze meses e onze contos de réis", ou seja, empregou um valor monetário para designar a "duração" do amor. Marcela não amou coisíssima nenhuma.
Mais uma vez digo que, nestes tristíssimos tempos do ultramegachato politicamente correto, a coisa é feia, é braba. Ser irônico ou hiperbólico é um perigo. Corre-se o risco do não entendimento, ou -pior- o do entendimento literal, que, no caso, é o entendimento às avessas.
Em tempo: Arrigo Sacchi foi o treinador da seleção da Itália na Copa de 94, aquela dos pênaltis. É isso.

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Governo propõe aposentadoria com idade mínima de 65

Exigência valeria apenas para os trabalhadores que entrassem no mercado após aprovação das mudanças

Pessoas que já estão no mercado de trabalho poderiam optar por modelo atual ou nova proposta, diz ministro
Fonte: folha.uol.com.br 19/05



O ministro Garibaldi Alves Filho (Previdência) sugeriu ontem a fixação da idade mínima de 65 anos para aposentadoria. A faixa etária seria válida apenas para quem entrasse no mercado de trabalho a partir da mudança.
A proposta foi apresentada durante uma audiência na CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado.
Além disso, o ministro defendeu uso de uma fórmula para quem já trabalha.
Segundo o modelo, seria permitida a aposentadoria integral quando a soma da idade com o tempo da contribuição previdenciária atingisse 85 anos para as mulheres e 95 para os homens.
As duas mudanças, antecipadas pela Folha, devem substituir o fator previdenciário -fórmula de cálculo do valor do benefício para desencorajar aposentadorias precoces, adotada em 1999.
Hoje, o trabalhador pode se aposentar em qualquer idade, desde que tenha contribuído 30 anos para a Previdência, se for mulher, ou 35, se for homem. Mas, por causa do fator, quanto mais cedo, menor o benefício.
O fim do fator é uma demanda de centrais sindicais e tem apoio de petistas. No entanto, o Executivo alega não poder abrir mão de um instrumento que evite ampliação do deficit previdenciário.
Outra possibilidade para os trabalhadores na ativa, segundo o ministro, é fixar uma idade mínima um pouco acima da média atual de idade de aposentadoria.
A cada biênio, esse piso subiria um ano, até chegar aos 65. Trabalhadores em atividade poderiam, por um determinado período, optar pelo modelo atual (com fator) ou pela nova proposta.

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"Os livro" Fonte: folha.uol.com.br 19/05 (EDITORIAL)



Há notório exagero na polêmica deflagrada pela revelação de que um livro didático adotado pelo Ministério da Educação (MEC) admite o emprego de expressões erradas, do ponto de vista gramatical, dependendo do contexto em que são utilizadas.
"Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado." Segundo a obra "Por Uma Vida Melhor", distribuída a alunos jovens e adultos de 4.236 escolas do país, uma frase como essa pode ser empregada, embora o estudante seja ali advertido de que, ao fazê-lo, "corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico".
Há muito que a norma culta -o padrão estabelecido por gramáticos e lexicógrafos, que nem sempre, aliás, se põem de acordo- deixou de ter valor absoluto. O substrato real de toda língua está na fala popular, que evolui ao longo do tempo e impõe, cedo ou tarde, mudanças na norma que se convencionou ser a correta.
Em contexto oral, coloquial ou literário, admitem-se variações definidas como erradas pelo padrão gramatical. Esse padrão configura apenas um conjunto de convenções que assegura lógica ao funcionamento do idioma, ainda que suas regras sejam eivadas de exceções e anomalias.
Daí não decorre, porém, que a norma culta seja um parâmetro inútil ou preconceituoso. Trata-se de um lastro, que também evolui no tempo, cujo sentido é tornar a língua estável e previsível; sem tal garantia, as variações cresceriam de forma desordenada até inviabilizar a própria comunicação.
Além disso, o aprendizado da norma culta faz parte da disciplina intelectual que deveria ser estimulada em qualquer estabelecimento de ensino. Aprender custa tempo e esforço.
O episódio, que faz lembrar as ferozes controvérsias gramaticais da República Velha (1889-1930), é menos relevante em si do que pelo que reitera em termos de mentalidade pedagógica.
De algumas décadas para cá, a pretexto de promover uma educação "popular" ou "democrática", muitos educadores dedicam-se a solapar toda forma de saber implicada no repertório de conteúdos que a humanidade vem acumulando ao longo das gerações.
Em vez da revolução pedagógica que apregoam, o resultado tem sido a implantação despercebida da lei do menor esforço nas escolas. Estuda-se pouco e ensina-se mal. Isso -e não suscetibilidades gramaticais- é o que deveria preocupar.



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ELIO GASPARI

Dois consultores, Palocci e Kissinger

O ex-secretário de Estado americano não diz quanto fatura, mas sabe-se quem são seus grandes clientes Fonte: folha.uol.com.br 18/05



O MINISTRO ANTONIO Palocci gosta de viver perigosamente. Em 2002, ele apareceu na política nacional como ex-prefeito de Ribeirão Preto. Quatro anos depois, perdeu o Ministério da Fazenda numa encrenca em que havia grampos, lixo, pacotes de dinheiro e amigos de fé.
Seu ex-secretário de governo abriu uma empresa de consultoria na casa de uma copeira. Em 1993, esse amigo tinha um patrimônio de R$ 13 mil. Em 2004, aos 41 anos, amealhara R$ 1,4 milhão. Outro alugou uma casa em Brasília adiantando R$ 60 mil (em dinheiro vivo, com cinta de banco) por seis meses de contrato. O moço declarara à Receita Federal uma renda anual de R$ 20 mil. Nessa casa funcionou a "República de Ribeirão Preto".
Palocci enfrentou invicto todos os inquéritos e processos. Ele caiu em 2006 porque, tendo repetido à saciedade que jamais pisara na casa do amigo, foi desmentido pelo caseiro Francenildo dos Santos Costa. Quando o comissariado da Caixa Econômica violou o sigilo bancário da testemunha indesejada, a blindagem vazou.
Palocci submergiu, elegeu-se deputado federal em 2006, terminou o mandato e voltou ao Planalto como chefe da Casa Civil. Doutora Dilma mal completou seis meses de palácio e, uma semana depois do retorno do companheiro Delúbio Soares ao PT, há uma nova encrenca no varal de Palocci.
Os repórteres Andreza Matais e José Ernesto Credendio revelaram que, em 2006, o ministro tinha um patrimônio declarado de R$ 375 mil. Quatro anos depois, tendo recebido da Viúva R$ 974 mil (brutos), amealhara R$ 7,5 milhões.
O ministro informa que esse patrimônio resultou do trabalho de sua empresa de consultoria. A sabedoria de Palocci rendeu um ervanário de US$ 1,1 milhão anual.
Dando-se por irrelevante uma funcionária que não sabe dizer o que se faz por lá, na consultoria só trabalha o doutor.
A Kissinger Associates, uma das mais poderosas firmas do ramo, tem dez sócios, cinco dos quais são diretores. Noves fora o ex-secretário de Estado Henry Kissinger, lá estão um ex-vice-rei do Iraque e um ex-governador.
O professor não faz lobby no governo americano e, por isso, não abre suas contas. Entre seus clientes estão a Coca-Cola, a American Express e a Fiat. Em 1987, com menos de quatro anos de existência, faturou US$ 5 milhões. (Hoje fatura o dobro.)
Um de seus diretores, o general Brent Scowcroft, chefe da assessoria para assuntos de segurança nacional dos presidentes Gerald Ford e Bush 1º, e presidente do conselho consultivo para questões de inteligência de Bush 2º, recebe perto de US$ 300 mil anuais na firma.
Por mais que o real esteja sobrevalorizado, cotar a jovem consultoria de Palocci a 22% da firma de Kissinger nos seus primeiros anos faz pouco sentido.
Em 2003, quando começaram os penares de Palocci, ele poderia ter se dissociado da turma de Ribeirão Preto. Não tendo esterilizado seus tratos, tropeçou em Francenildo.
Palocci argumenta que suas relações com os clientes estão protegidas por cláusulas de confidencialidade. Isso não impede que, num gesto heroico, seus fregueses diferenciados saiam do armário, dizendo em que ramos atuam. Não precisam descrever o serviço recebido. Basta mostrar o rosto.

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Carência afetiva 2.0

Redes sociais exacerbam fenômeno conhecido como medo de estar perdendo algo; carentes profissionais confessam síndrome
Fonte: folha.uol.com.br 18/05



Sabe aquela situação em que você acaba de se separar, pensa que foi melhor assim, que vocês não se entendiam mesmo?... Aí, você se prepara para passar um fim de semana introspectivo, quieto. Para por as ideias no lugar, ver como levará a vida adiante sem aquele pedaço de você que foi embora. Tudo sem dramas, bem racional.
Então, o iPhone acende e solta aquele assobio que anuncia novidades. Mensagem fresquinha.
É quando você toma consciência de que os amigos com quem vocês dois passaram os melhores momentos juntos, bem, esses amigos foram para o outro lado.
Para piorar, enquanto você está sozinho, estão todos se divertindo juntos na sua casa de praia. A sua ex-cara metade festeja entre os mais alegres e nem faz questão de disfarçar aquele sorriso de idiota feliz. E eles postam centenas de fotos da festa, na maior sem-cerimônia. "Meu mundo caiu."

MENOS VOCÊ
Sempre se sofreu de solidão, de carência afetiva. Mas para uma turma cada vez maior, parece que o Facebook, com suas relações fechadas de amigos (só se entra mediante aceitação de alguém de dentro), aumentou a percepção de exclusão do pessoal "de fora".
Com o Twitter, o Flickr e o Instagram (de troca de imagens) somam-se bilhões de atualizações por dia.
Se, por um lado, isso produziu uma imensa montanha de textos, fotos, registros de áudio e informações acessíveis on-line a milhões de curiosos, voyeurs, inimigos e até amigos; por outro, serviu para jogar na sua cara as festas, os programas legais e as reuniões em que todo mundo está se divertindo demais. Menos você.
Ninguém precisa mais de fofoca para saber que não foi convidado para uma comemoração. Está tudo nas redes sociais. É só querer achar.
Os americanos, que são bons nisso, já deram nome para o fenômeno. Chama-se "Fear of Missing Out".
Eles já falam apenas Fomo, e todo mundo entende, de tão íntimos que ficaram do conceito (o Google tem 1.030.000 entradas para a expressão). Aqui, pode-se traduzir como "medo de ficar de fora, de estar perdendo algo." Quem já entrou numa rede social sabe bem o que é essa sensação.

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CENTRO DO PODER

Esplanada de todos os protestos

Quatro manifestações simultâneas mudam o cenário do coração de Brasília e paralisam o trânsito Fonte: correioweb.com.br 19/05

Brasileiros vindos dos quatro cantos do país tomaram a Esplanada dos Ministérios ontem. No lugar dos típicos engravatados e mulheres bem vestidas que circulam pelo centro do poder, quem ocupou os 3,6km do Eixo Monumental, no quadrilátero entre a Catedral e o Palácio do Planalto, foram os movimentos sociais organizados. Do agricultor com chinelo de dedo à drag queen em cima de tamancos altos, todos gritavam por direitos, mirando especialmente o Executivo e o Legislativo. O Judiciário, por sua vez, recebeu um “abraço” simbólico dos manifestantes em favor dos direitos dos homossexuais. Não houve incidentes nem agressões. Mas os quatro protestos simultâneos — a 2ª Marcha contra a Homofobia, o 17º Grito da Terra Brasil, a Caravana Siga Bem Criança e o ato público promovido pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) para apoiar as reivindicações de agentes de saúde — prejudicaram o trânsito na capital.

As manifestações levaram cerca de 5 mil pessoas ao asfalto e ao gramado central da Esplanada. Além dos bloqueios provocados naturalmente pelos militantes, três retornos entre a Catedral e o Congresso Nacional foram fechados por volta do meio-dia. Antes disso, porém, o congestionamento já atormentava os motoristas. A lentidão começou às 9h, quando a Marcha contra a Homofobia começou a caminhada, tomando duas faixas. O trânsito ficou ainda pior quando um acidente ao lado do Museu da República fechou metade da pista de acesso à L2 Sul. O engarrafamento, que chegou à Rodoviária do Plano Piloto, estendeu-se por cerca uma hora. A via de ligação entre as pistas S1 e N1 leste também foi prejudicada, ainda de manhã, em virtude dos ônibus com agricultores do Grito da Terra que paravam na rua para o desembarque.

O mau humor dos motoristas, entretanto, não alterou a disposição dos manifestantes, que marcharam, repetiram gritos de guerra, empunharam bandeiras e acompanharam carros de som debaixo de um sol forte. Era o caso de Antonela Albuquerque, drag queen que veio do Acre para a marcha em favor do projeto que criminaliza a homofobia, atualmente em negociação no Senado. “Estou montada desde ontem, com toda essa maquiagem, esse figurino. Mas o esforço vale a pena”, conta Antonela, de 29 anos. Casais gays, como as moradoras de Curitiba Fernanda Amorim, 20 anos, e Larissa Schip, 18, aproveitaram para comemorar a decisão do Supremo Tribunal Federal, que reconheceu a união civil entre pessoas do mesmo sexo há duas semanas. “Nossa família já sabe, agora, com o Estado reconhecendo essa relação, só melhora”, afirma Fernanda.

Redução dos juros
Enquanto o protesto em favor dos gays fazia o trajeto Catedral-Congresso Nacional, agricultores e pecuaristas de 26 unidades da Federação e do DF, segundo os organizadores do 17º Grito da Terra Brasil, tomaram a Esplanada no sentido contrário. O objetivo era pressionar o governo a atender as reivindicações do setor. “Viemos lutar para que o governo valorize aqueles que produzem no país. Precisamos de terra, de dinheiro e de apoio”, afirmou o agricultor Alceu Fleck, 52 anos, que pegou um ônibus de São José das Palmeiras (PR) para Brasília. Do encontro entre a presidente Dilma Rousseff com representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), saiu uma boa notícia. A principal delas é a redução dos juros para empréstimos destinados aos agricultores.

Designados por Dilma para fazerem o anúncio aos agricultores, Gilberto Carvalho, titular da Secretaria-Geral da Presidência, e Afonso Florence, ministro do Desenvolvimento Agrário, subiram ao carro de som, estacionado no gramado central da Esplanada. Em um discurso inflamado, Florence anunciou o que chamou de “momento especial” para o governo Dilma. Entre as novidades estão a garantia de R$ 16 bilhões para o Plano Safra e para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), no período 2011/2012, e a redução dos juros para empréstimos, que agora irão variar de 0,5% a 2% por ano, ao contrário do percentual que ia de 1% a 4%. Gilberto Carvalho anunciou a criação de uma superintendência específica da Caixa Econômica Federal voltada para a habitação rural. “Vocês não podem dar sossego para a gente, senão a gente se acomoda, porque temos muitas coisas para cuidar. Vocês têm que ficar no nosso pé mesmo”, disse Carvalho.

Representação contra Bolsonaro
O Partido Socialismo e Liberdade (PSol) protocolou ontem representação contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) no Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro parlamentar. A legenda entende que a senadora da legenda Marinor Brito (PA) foi desrepeitada moralmente ao final de reunião da Comissão de Direitos Humanos do Senado, quando se votava o Projeto de Lei nº 122/2006, que criminaliza a homofobia. Naquele momento, Bolsonaro teria quebrado o decoro ao ofendê-la dizendo que ela era “heterofóbica”. Para o líder do PSol, deputado Chico Alencar (RJ), Bolsonaro ofende a sociedade ao propagar o preconceito e a violência contra a comunidade gay. Bolsonaro desdenhou da representação. Disse que não se importa com um eventual processo. “Eu estou me lixando para a senadora. Eu vou responder à senadora num papel higiênico”, disse.

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