sexta-feira, 27 de maio de 2011

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LITERATURA

Angústias de uma juventude dourada

O francês Sacha Sperling lança, no Brasil, Ilusões pesadas, livro que narra vida de jovem rico e autodestrutivo Fonte: correioweb.com.br 26/05

É bom desconfiar de livros como Ilusões pesadas. Um comentário rápido poderia definir a narrativa como mais um produto da juventude dourada entediada de uma Paris que não inclui imigração e periferia, ou um golpe acertado de marketing para a temporada de lançamentos literários, o momento em que acontecem os lançamentos na França. Sacha Sperling, afinal, é filho de um casal de cineastas relativamente conhecidos (cujos nomes a orelha do livro não esconde), mora na região nobre de Saint Germain, passa férias nos resorts mais caros dos países mais exóticos, só anda de táxi e frequenta os círculos de endinheirados da escola chique na qual estuda. Vem de uma linhagem que andou investindo no gênero autoficção, consumido avidamente pelos franceses, e que produziu bobagens como Hell, de Lolita Pille.

Mas Sacha sabe escrever e fez disso um instrumento para se descolar da vida levada por seu personagem, ao qual deu o próprio nome e do qual admite ser o duplo na vida real em versão menos exagerada. Ilusões pesadas agradou muito aos jovens franceses quando publicado em 2009 e não foi porque se identificaram com o mundinho de pobre-menino-rico do garoto. A adolescência de Sacha Winter, ainda que em berço de ouro, carrega as mesmas angústias, inseguranças e frustrações de qualquer garoto.

Sperling tem 20 anos, escreveu o livro aos 18, mas seu personagem tem 14 e está, basicamente, bastante empenhado em viver a vida toda em apenas um ano. O Sacha da ficção é filho de fotógrafa famosa e empresário de sucesso pouco preocupados com as atitudes autodestrutivas do menino. Afinal, não falta dinheiro, então por que haveria de faltar felicidade? Mas Sacha não faz o jogo. Sexo, drogas, muito álcool, fracasso escolar e superficialidade afetiva formam o cardápio de autodestruição. A escrita ainda vacila numa imaturidade literária que pode ser aperfeiçoada. O autor tem algumas referências consistentes — Easton Ellis e Salinger —, mas perde um pouco o fôlego ao tentar inserir num único livro o séquito do qual se sente devedor.

Autoficção

Também é preciso lembrar que Sperling se encaixa em gênero nem sempre levado muito a sério na cena literária francesa. Não, pelo menos, pela crítica literária acadêmica. Nas editoras, o papo é outro. Autoficção vende como vinho. “É verdade que isso é bem popular. As pessoas gostam de associar um personagem com o que ele escreveu, imaginar o cara, pensar que foi o cara que fez isso, disse aquilo, será que é a vida dele, será que não é? Há muitos autores mais tendenciosos que eu e mais ilustres também, que reivindicaram ser personagens e que hoje julgamos serem grandes autores.

Chamaríamos isso de autoficção? Flaubert disse “Madame Bovary sou eu”. Será que era? Era certamente menos ele do que eu no meu livro, mas tudo isso em certo momento é mais uma linguagem de editora e jornalistas que precisam classificar tudo”, diz Sperling.

Jogar com o verdadeiro e o falso virou um prazer na mão do escritor e Ilusões pesadas revela algo sobre como os próprios adolescentes encaram suas experiências. “Não posso dizer que tive uma adolescência assim, mas escrevi um livro inspirado em certos momentos de minha vida. É exagerado, romanesco, extremo e esse era o objetivo”, garante.

“Os adolescentes são mais ou menos os mesmos de ontem, e talvez um pouquinho diferente dos de amanhã, mas os temas são os mesmos, as angústias são as mesmas. Acho que há um pouco de mitos e fantasmas em torno das novas gerações, essa história de que seriam talvez mais cruas, mais violentas, radicais e diretas, que querem tudo e agora, mas acho que a adolescência é isso, um momento pelo qual todo mundo passa mais rápido ou mais devagar, mais ou menos bem, mais ou menos intacto.”

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CONGRESSO

Câmara muda limite da ética

Novas diretrizes para avaliar a conduta dos deputados deixam de lado boa parte dos projetos que pretendiam impor regras rígidas aos políticos Fonte: correioweb.com.br 26/05

A Câmara dos Deputados aprovou ontem novas regras para o funcionamento do Conselho de Ética da Casa. Sem resistências e com o quase absoluto dos parlamentares presentes ao plenário, o novo texto ignorou mais da metade dos projetos de resolução que tramitavam conjuntamente e pretendiam impor regras mais rígidas à conduta dos políticos.

Foi excluída do projeto, por exemplo, a proposta que considerava quebra de decoro a não comprovação de evolução patrimonial compatível com o cargo público ocupado e a que estabelecia limites entre a atuação de um parlamentar e o interesse dos financiadores de sua campanha.

Também não foi aprovado o projeto que incluía como ato incompatível com o decoro parlamentar aceitar vantagens como viajar em avião privado pago por amigo ou empresa, ou aceitar presentes e festas financiados por empresários interessados em contratos com o serviço público.

Mesmo sem incluir propostas polêmicas no texto, as mudanças desagradaram alguns parlamentares, já que os casos de denúncias contra eles ganharam novas possibilidades de desfecho. Antes restritas à cassação ou à impunidade, as penas impostas a deputados podem agora ser de censura ou suspensão do mandato por seis meses.

As mudanças foram aprovadas às pressas ontem, a pedido do presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PDT-BA). A ideia era implementar o novo texto a tempo do julgamento do caso da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF). O colegiado não está disposto a votar pela perda do mandato da parlamentar tampouco pretende encarar o desgaste com a opinião pública, fazendo de conta que o vídeo em que a filha de Joaquim Roriz aparece recebendo dinheiro de Durval Barbosa não existiu.

Na prática, a manobra de aprovar as novas regras pretendeu evitar a absolvição da deputada, já que os integrantes do conselho tinham dado sinais de que não pretendiam cassar Jaqueline. Com o novo código, ela pode ter o mandato suspenso por seis meses, o que inclui a proibição de falar em plenário, de apresentar projetos e de participar de comissões. O salário e as nomeações, no entanto, seguiriam valendo.

Preconceito

De acordo com o presidente do conselho, as mudanças vão interferir também no caso de Jair Bolsonaro (PP-RJ), alvo de representações por ter feito declarações consideradas preconceituosas. Para dar uma resposta aos segmentos que se sentiram ofendidos pelo parlamentar, os integrantes do colegiado devem divulgar um ato de censura contra Bolsonaro. “Ninguém vai dizer que esse é caso para cassação de mandato. Mas podemos entender que é caso para uma censura pública”, disse.

O texto aprovado em forma de substitutivo do corregedor Eduardo da Fonte (PP-PE) também aumenta o número de integrantes do conselho de 15 para 21, permite que os recursos contra decisões sejam apresentados em 10 dias úteis e não mais em cinco sessões, além de permitir que as punições impostas incluam censuras públicas ou escritas.

As novas regras também aumentam as possibilidades de enquadramento na quebra de decoro, acrescentando entre os atos incompatíveis com a conduta parlamentar “a prática de irregularidades graves no desempenho do mandato ou de encargos decorrentes, que afetem a dignidade da representação popular”. Apesar da redação genérica do artigo, é com base nele que diferentes casos não listados expressamente no código serão levados ao conselho.

Entrevista Raul Franco

'O humor nasce do cinismo' Fonte: opopular.com.br 27/05

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Você incluiu alguma novidade no texto do espetáculo que apresentará em Goiânia?

Levantei hoje e já escrevi algo em torno da proximidade de Goiânia com Brasília. Goiânia será a primeira cidade do País na qual mostrarei o Saída de Emergência . Depois será a vez de Recife. Neste show eu tentei simplificar para deslocar com um produção com vários dos meus personagens. No quadro em que imito e me baseio no raciocínio do Caetano Veloso, eu ainda improviso um pouco, brinco com um Caetano Veloso nervoso, inspirado no episódio em que ele se aborreceu durante uma passagem de som na MTV. Já no quadro em que criei em cima do processo criativo do Paulo Ricardo, que se passa no banheiro, eu não mudo nada e faço rir ao enfocar, por exemplo, os gemidos do artista ao cantar.

A formação em Ciências Sociais contribuiu na carreira como ator?Sim. Eu sempre fiz humor com meus amigos do colégio e, mesmo assim, também era considerado o cabeça, o intelectual por mergulhar em questões densas. Minha mãe até brincava que eu gostava de algo sofrido presente nas letras de Renato Russo, de Caetano Veloso. Com os autores que li na faculdade pude me aprofundar mais na percepção de questões à minha volta, mas por outro lado também percebi formas de brincar com essa realidade. O humor nasce do cinismo e também é uma resposta às dificuldades da vida. Com alegria e cinismo a pessoa também enfrenta crises da vida, pois esses estados funcionam como forma de sobrevivência.

Porque considera 2005 como o início da carreira no campo de humor?Aos 9 anos eu comecei a fazer teatro na escola e aos 11 já escrevia. Me encantei aos 10 anos pelo trabalho do Grupo Existência, companhia teatral do Pará, que também integrei em produções como a peça A Menina e o Vento , de Maria Clara Machado, em 1995. Comecei a me profissionalizar mesmo quando cheguei no Rio de Janeiro, com 22 anos. Posso comemorar que da reprovação no primeiro teste, logo que cheguei no Rio, à aprovação a outro para uma peça infantil, nunca mais parei. Em 2005 surgiu o espetáculo Tubo de Ensaio e foi quando comecei a criar personagens para interpretação solo como Paulo Ricardo. Com a companhia Os Fanfarrões, intensifiquei as pesquisas em teatro com expressão corporal, traço presente na evangelização, comedia del arte e o cinema eternizado com Charles Chaplin.

Formado em Ciências Sociais, o ator paraense Raul Franco chegou ao Rio de Janeiro em 1996, aos 22 anos, com um diploma debaixo do braço e Cicatrizes , um livro de poemas que tinha acabado de lançar. Hoje o ator contabiliza a autoria de várias peças encenadas na capital carioca, como O Mundo Mágico dos Livros, Todo Mundo Amplia a Paranóia que Cria, Casal Consumo e Quando o Amor é Um Pastel de Carne para Corações Vegetarianos .

Raul Franco também foi um dos escritores dos espetáculos Tubo de Ensaio e Pout-PourRir . Em 2005 fez sucesso com a peça Fama Zero , que escreveu ao lado de Maria Valentim. Diário de Um Mágico , espetáculo infantil da famosa trupe circense Irmãos Brothers, também teve sua direção. A peça Fanfarrões foi o espetáculo que marcou a estreia da sua companhia, chamada Os Fanfarrões. Sua companhia assina ainda produções como Trem do Riso (solo do ator Mineirinho, de Maceió).

O comediante integra ainda o coletivo de artistas Clube da Cena (RJ) e está em cartaz com Fanfarrões e com seu solo Saída de Emergência no Teatro Rute Escobar, em São Paulo. Além dessa peça, com a qual viaja pelo Brasil, Raul Franco tem apresentado produções ao lado de comediantes como Paulinho Serra ( Deznecessários ), Léo Lins e Cláudio Torres Gonzaga ( Comédia em Pé ), Rodrigo Fagundes, Márcio Ribeiro, Eduardo Jericó, Berta Loran, Nelson Freitas e Katiúscia Canoro ( Zorra Total ), entre outros.

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Político não devia mentir

Hélio Rocha

Fonte: opopular.com.br 27/05

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Mentira não é novidade na cena política brasileira, mas nos últimos anos o verbo mentir tem sido conjugado com intensidade nunca vista. Mente-se como nunca. Político não deveria mentir, pois um dos pressupostos da carreira é o exercício da sinceridade. Quem tem função política precisa de confiabilidade junto ao cidadão. E como confiar em quem mente?

Políticos norte-americanos podem não ser tão santos comparados aos brasileiros, mas, na grande maioria, não são mentirosos, até pela própria razão de que, se apanhados na mentira, caem irremediavelmente em desgraça. Há dois grandes exemplos de mentir ou não mentir envolvendo presidentes dos Estados Unidos: Harry Truman e Richard Nixon.

Harry Truman, 33º presidente norte-americano, teve ajuda da influência de um homem de má reputação, chamado Tom Pendergast, para se iniciar na política e conseguir sua indicação para candidato por Missouri ao Senado, pelo Partido Democrata.

Pendergast posteriormente seria julgado e condenado por crime de sonegação fiscal, sentenciado a 15 meses de prisão, pena reduzida a 12 meses por boa conduta no presídio. Político aparentemente simplório, era um simples fazendeiro no Missouri, Truman surpreendeu, destacando-se no Senado e sendo escolhido candidato à vice-presidência pelos democratas na eleição presidencial de 1944, que deu o quarto mandato de presidente a Franklin Delano Rooselvet.

Dois meses depois da eleição, em janeiro de 1945, Pendergast morreu. Truman teve a coragem de revelar de público que Pendergast lhe dera ajuda quando ele entrou para a política e, surpreendentemente, ainda esteve no velório.

Ter ficado ao lado da verdade não desgastou Truman, pois, pelo contrário, com a sinceridade demonstrada, ganhou ainda mais confiança da opinião pública, o que foi fundamental para o desafio de ter de assumir a presidência, em abril de 1945, quando Roosevelt morreu de maciço derrame cerebral. Arcou com o peso de suceder Roosevelt e ter de tomar decisões cruciais, como a de ordenar os ataques atômicos a Hiroshima e Nakasaki, para forçar o Japão a se render e assim encerrar a Segunda Guerra Mundial. Se não mentir foi tão bom para Truman, mentir foi a ruína de Richard Nixon, o 37º presidente dos Estados Unidos. O caso da sabotagem de um escritório do Partido Democrata, seu adversário na campanha presidencial de 1972, localizado no Edifício Watergate, em Washington, e que ficaria com o nome de Escândalo Watergate, certamente não daria danos a Nixon se, no curso das investigações, ele tivesse falado a verdade.

Nixon foi reeleito vencendo um adversário de ótima reputação, o democrata George McGovern, tomando nova posse em janeiro de 1973. Sua política externa durante o primeiro mandato havia sido um sucesso, graças ao fato de ter sido conduzida por um estrategista competente, Henry Kissinger. Mas, desde o começo do novo mandato Nixon não teve mais sossego, por conta do Escândalo Watergate. E, quando se percebeu que ele mentia (saiu uma charge na imprensa mostrando-o com o nariz de Pinóquio) foi a desgraça fatal. No dia 8 de agosto de 1974 Richard Nixon fez o que nunca nenhum outro presidente norte-americano até então tinha feito: renunciar ao mais poderoso cargo do Planeta.

Devia existir uma lei na política: é proibido mentir.

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OS NEGÓCIOS DO MINISTRO

Procuradoria abre investigação sobre os bens de Palocci

Ministério Público Federal quer saber como o ministro conseguiu multiplicar patrimônio por 20 em quatro anos

Cópias das declarações de Imposto de Renda de Palocci foram pedidas à Receita; petista terá que dar nomes de clientes Fonte: folha.uol.com.br 27/05

O Ministério Público Federal abriu investigação para apurar se o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) enriqueceu ilicitamente.

A Folha revelou que o ministro multiplicou seu patrimônio por 20 em quatro anos (2006-2010), período em que ele acumulou as funções de deputado e consultor.

Palocci comprou um apartamento de R$ 6,6 milhões e um escritório de R$ 882 mil.

No ano passado, a empresa do ministro, a Projeto, teve um faturamento bruto de R$ 20 milhões, mais da metade obtido após a eleição da presidente Dilma Rousseff, quando Palocci coordenava a transição do governo.

O foco da ação é apurar se a evolução patrimonial do ministro é compatível com os ganhos de sua empresa.

Caso contrário, Palocci pode responder por improbidade administrativa, o que significa "auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo" ocupado.

O Ministério Público do Distrito Federal pediu ontem à Receita Federal cópia da declaração do Imposto de Renda da empresa.

A Projeto terá que informar a relação de seus clientes e serviços prestados, como cópia de pareceres e registros de reuniões.

A Receita e a empresa têm 15 dias para se manifestar.

Palocci tem se recusado a informar qual foi o faturamento da Projeto e quem são seus clientes. O ministro alega que os contratos têm cláusula de confidencialidade.

O procurador da República José Rocha Júnior justifica a abertura da investigação dizendo que "não foram apresentados publicamente justificativas que permitam aferir a compatibilidade dos serviços prestados com os vultosos valores recebidos".

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, também pediu informações a Palocci para decidir se abre investigação contra o ministro na área criminal.

O procurador avalia, por exemplo, se houve tráfico de influência. Até ontem, Palocci não havia enviado explicações à Procuradoria-Geral.

Por ser ministro, Palocci tem foro privilegiado para responder ao Supremo Tribunal Federal na área criminal. Mas, pela lei, os procuradores de primeira instância (caso da Procuradoria do Distrito Federal) têm competência para investigar denúncias de improbidade, que se referem à área cível, mesmo que envolvam autoridades com foro privilegiado.

A Lei de Improbidade Administrativa prevê sanções como a demissão e a suspensão de direitos políticos e a perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente.

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Vamos Sorrir !!!!

JOSÉ SIMÃO

Socuerro! Timão ficou banguela!

O patrimônio do Palocci sofre de hipertireoidismo e o José Sarney de sofre hipernepotismo. Rarará! Fonte: folha.uol.com.br 27/05

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!

Manchete do Twiteiro: "Palocci explica fenômeno do crescimento: meu patrimônio sofre de hipertireoidismo". Efeito Ronaldo! Taí uma boa resposta pra CPI. "Como o seu patrimônio engordou 20 vezes?" "É hipertireoidismo". Rarará!

E a oposição quer sair do hiperostracismo! E atenção! Estas são as quatro operações matemáticas: somar, diminuir, dividir e Palocci. Rarará!

E socuerro! O Timão ficou banguela! Manchete do Sensacionalista: "Corintianos desolados com a perda de Dentinho: era o último que a gente tinha". Rarará! Agora corintiano só vai de sopa e truta!

E o Adriano? Vai ter que mudar de nome pra Adiando! E o Neymar? Neymar porque joga em Santos. Se fosse no Corinthians seria Neymano. E se fosse no São Paulo, Ney Matogrosso!

E vocês viram a velocidade com que ele tirou a camiseta de baixo sem tirar a camiseta de cima? Não tem osso! Parece uma minhoca! E aquele cabelo moicano já virou crina de unicórnio.

E o Datena? Levou uma voadora do comandante Hamilton! Que foi pra Record. Voar mais perto de Jesus. E agora tão dizendo que o Datena vai chamar o Marrone. Pro lugar do comandante Hamilton. Datena chama o Marrone pra pilotar o Águia!

E o Silvio Santos agora vai vender carnê do Baú da Pobricidade!

E ontem no "Jornal Hoje" (ontem no jornal hoje é meio piada, né?) apareceu mais um predestinado: gerente do Ibama de Goiás, Evandro Carlos Selva! E avisa pro povo do Código Florestal que eu tenho duas sugestões pra salvar a Amazônia: cimenta tudo e vira estacionamento. Ou então faz 18 buracos e vira campo de golfe!

E então é isto: o patrimônio do Palocci sofre de hipertireoidismo, o Ronaldo sofre de hipopotismo e o Sarney de hipernepotismo!

O brasileiro é cordial! Olha a última placa do Gervásio na empresa em São Bernardo: "Aqui não é clube de swing pra trabalhar com óculos de sol e gorro escondendo a orelha. Se eu pegar algum canastrão daqui usando esses acessórios pagãos vou cravar no toba desse mascarado um longo consolo sextavado. Conto com todos. Assinado: Gervásio".

E a placa em cima dum carro estropiado: alugo pra levar sogra pro Iraque. E placa num açougue em São Joaquim da Barra: "Temos Língua Limpa". Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza.

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

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Épico americano

Autor de "Liberdade", saga familiar lançada no Brasil, Jonathan Franzen confirma presença na Flip em 2012 Fonte: folha.uol.com.br 27/05

Jonathan Franzen, 51, tem quatro livros de ficção, o suficiente para ganhar a capa da revista "Time" em 2010 e ser chamado de o grande romancista americano.

O mais recente, o premiado "Liberdade", que chega agora ao Brasil, é um épico sobre uma família do Meio-Oeste dos anos 80 até a era George W. Bush (2001-2009).

Na entrevista, Franzen fala de suas inspirações e do convívio com novas tecnologias.

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Amor aos pássaros convence escritor a vir ao Brasil em 2012

Fonte: folha.uol.com.br 27/05

O interesse pelas aves é um dos motivos que fizeram Jonathan Franzen confirmar a sua participação na Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) do ano que vem.

"O Brasil é um ótimo lugar para ver pássaros e também para a conservação de aves. Será uma visita multitarefa", afirmou o escritor.

Ele disse que não pôde aceitar o convite para o evento deste ano, que ocorre em julho, porque já tinha outros compromissos, apesar de Luiz Schwarcz (dono da Companhia das Letras) ser "muito persuasivo".

REALIDADE E FICÇÃO

O entusiasmo pelos pássaros não fica restrito à realidade. Um dos personagens principais de "Liberdade", Walter, é, como o escritor americano, defensor do ambiente e "birdwatcher" -boa parte da trama envolve a sua defesa da mariquita-azul.

Para a revista "Time", tanto Franzen como a ave do seu livro são espécies ameaçadas de extinção. No caso do escritor, o seu grupo seria o dos romancistas americanos.

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Lygia Pape ganha mostra na Espanha

Exposição com 250 trabalhos no museu Reina Sofía, em Madri, é a maior retrospectiva da artista na Europa

"Livro do Tempo", que ocupa uma sala inteira do local e mostra uma obra para cada dia do ano, é um dos destaques Fonte: folha.uol.com.br 27/05

Lygia Pape (1927-2004) pensava arte como uma questão de pele. Se a ideia não coubesse na superfície da tela, era preciso avançar para o espaço.

Uma das pioneiras na arte que se desmaterializa, ao lado de Hélio Oiticica (1937-1980) e Lygia Clark (1920-1988), Pape partiu de investigações obsessivas da forma geométrica para injetar uma dimensão carnal às obras.

Isso fica claro nos cerca de 250 trabalhos da artista que o museu Reina Sofía, em Madri, expõe agora na maior retrospectiva já dedicada a ela na Europa.

Esse recorte depois deve percorrer o mundo em versão reduzida, indo para a Serpentine Gallery, em Londres, o New Museum, em Nova York, e encerrando a turnê na Pinacoteca do Estado, em São Paulo.

Num paralelo com a evolução da obra de Oiticica, que abandona seus "Metaesquemas" bidimensionais para criar seus "Relevos Espaciais", placas que flutuavam no espaço, Pape também vai além da forma abstrata.

No Reina Sofía, a mostra começa com quatro telas a óleo feitas pela artista em 1953, mas logo avança para um "Poema Luz", chapas translúcidas de cor que fazem versos flutuar no ar.

Outros trabalhos, numa escalada rumo a 1959, quando foi lançado o manifesto neoconcreto, viram uma espécie de esboço para o movimento, que se livra da execução maquinal das formas e descamba para o desbunde estético da performance.

Não sem antes realizar uma enorme série de xilogravuras em que explora, além do geometrismo que pautou os concretistas, também os veios da madeira.

São trabalhos que exacerbam a pele do material, exaltando a matéria-prima que permite forjar seu encaixe de formas.

PELE

Quase uma década depois, a experiência se radicaliza e a pele da obra se estica em ações como "Divisor", em que Pape estendeu um enorme pano branco sobre uma multidão, deixando pequenos buracos para as cabeças.

"Não há obra, somente o desdobrar-se em mil rotas, insuflar de ar juntos a nossa pele imensa", escreveu Pape sobre o trabalho. "É o corpo seguindo uma arquitetura."

Da mesma forma, "Roda dos Prazeres", performance também de 1968, mostrou Pape no meio de bacias de pigmento. Ela prova cada uma das cores, como se deglutisse a pintura, tingindo a língua com um conta-gotas.

Pape queria estar na obra, dilatar seu tempo. Mesmo antes das performances, a artista criou uma espécie de arsenal de ideias, que chamou de livros, para explicar seus objetivos.

No "Livro do Tempo", que ocupa uma sala inteira do museu, Pape mostra uma obra para cada dia do ano, dispostas numa enorme constelação plástica.

Mas o sol parece ter ficado para a última sala da exposição, em que os raios dourados de sua "Tteia"", uma instalação monumental de fios metálicos, têm o impacto de uma tempestade solar, raios que aparecem e desaparecem numa vibração tátil contra a escuridão.

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CARLOS HEITOR CONY

Política é o diabo

Milhares de vítimas da luta ideológica foram mortas, física e moralmente, pelos próprios companheiros Fonte: folha.uol.com.br 27/05

FRANCO ZEFFIRELLI passou temporadas no Rio e numa delas montou uma ópera no Municipal. Convivi com ele, naquela ocasião. A ideia original era uma apresentação de "Tosca", mas ele preferiu "A Traviata", que é uma adaptação da "Dama das Camélias". Insisti pela ópera de Puccini, embora nada tivesse contra a obra de Verdi.

Ele não apreciava o drama de Victorien Sardou, no qual Puccini buscou a história de "Tosca", um quadro bastante amplo das lutas políticas do "ottocento", quando Napoleão invadiu a Itália, libertando-a do absolutismo e da tirania.

O amor entre a cantora Floria Tosca e o pintor Mario Cavaradossi foi um pretexto para Sardou colocar em cena a luta contra a tirania -quando, por mais que pareça absurdo, Napoleão, o invasor, era também o libertador.

Puccini havia assistido ao drama de Sardou em Paris e ficara impressionado não com o "background" histórico da peça, mas com a interpretação de Sarah Bernhardt. Até hoje, todas as Toscas do mundo copiam a sua atuação. Foi assistindo Sarah Bernhardt que Puccini decidiu-se pela obra de Sardou, dando-lhe a eternidade de uma das óperas mais populares.

Bem, o diretor Franco Zeffirelli que aprecia o Puccini de "Turandot" (é famosa a sua versão no Scala) e adora "La Bohème", simplesmente não se entusiasmava com uma ópera em que um preso político é torturado em cena aberta e morre fuzilado, porque se recusou a delatar um subversivo (em tempo: aqui no Brasil, já vimos esse filme, ou melhor, essa ópera). Zeffirelli acabou explicando a razão do seu repúdio: "A política é o Diabo!" Ele falou assim mesmo, como se a palavra "Diabo" começasse com letra maiúscula.

E não precisou falar mais: entendi o que ele quis dizer. Se o Diabo deixasse de existir, ou se nunca existiu realmente, tanto faz. Existe a política e todas as funções do Diabo podem ser exemplarmente cumpridas pela política.

Associar Zeffirelli, Puccini, Tosca e o Diabo pode parecer gratuidade, mas nem tanto. No dia a dia da luta ideológica, no fogo cruzado e nem sempre leal das posições e contestações, o homem transformado em animal político coloca a ideologia acima de qualquer outro valor. Daí ser justo e meritório, em nome da Causa (e não importa que causa seja), mentir, matar, roubar, difamar, torturar, aniquilar o adversário. Que muitas vezes nem chega a ser adversário, mas um amigo e aliado que, em algum momento, pensa com a própria cabeça e discorda da tese adotada pelo partido, pelo grupo, pela maioria eventual que domina a ala que detém o poder.

A luta ideológica do nosso tempo -como a de qualquer outro tempo- custou milhares de vítimas que foram assassinadas pela repressão. Mas milhares de vítimas também foram mortas, física e moralmente, pelos próprios companheiros, fanatizados pela verdade ocasional, pela estratégia ou pela tática da situação. Daí a constatação de que a revolução devora os seus filhos.

Exemplo: os comunistas condenavam à ignomínia os companheiros que acidentalmente discordavam da linha do partido. O chão ideológico está coberto de cadáveres mutilados pela Causa. Jorge Amado, que felizmente naquela época não chegou à condição de cadáver, sofreu discriminação e até mesmo boicote, porque, sem nunca abandonar o socialismo, não dizia amém aos donos da verdade gerada pelo Comintern.

Lembro também Agildo Barata, que foi acusado de roubar a caixa do partido (o velho PCB não tinha imaginação, e qualquer desvio ideológico terminava com a acusação de roubo da caixa).

Agildo foi um herói de 1930, podia ter sido um dos poderosos de sua época desde que acompanhasse os colegas militares que se bandearam para o grupo que colocou Getúlio Vargas à frente do movimento que derrubou a República Velha.

Ele preferiu continuar a revolução na qual acreditava, liderando a revolta de 1935. Preso, caluniado, odiado e perseguido pelo governo, manteve-se fiel ao partido até que, depois do primeiro terremoto na versão soviética do comunismo, passou a ser odiado, perseguido e caluniado pelos companheiros da véspera.

A política, como "la donna" da ópera de Verdi, é "mobile". Por meio dela, o Diabo não se dá por vencido, aliás, nunca se deu, desde que foi expulso do céu, na primeira rebelião que para sempre infernizaria, literalmente, demônios e homens.

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Escândalo expõe fragilidade da base de apoio da presidente

Fonte: folha.uol.com.br 27/05

É difícil antecipar como a crise em torno das finanças do ministro Antonio Palocci evoluirá. Em contraste com escândalos em que integrantes do governo são acusados de corrupção, ainda não há uma acusação específica de que Palocci tenha feito tráfico de influência ao trabalhar como consultor de empresas durante o exercício do mandato como deputado federal.

Mesmo assim, o escândalo serviu para expor com muita clareza a vulnerabilidade política do atual governo. Com a oposição quase aniquilada no Congresso e a presidente Dilma Rousseff gozando de índices de aprovação elevados, não há como negar que ela iniciou seu governo com um estoque de capital político significativo.

Em vez de usar esse capital para defender uma agenda de reformas, ela optou por usá-lo para conter nomeações políticas, preenchendo os cargos no governo com pessoas de sua confiança com perfil mais tecnocrático.

O PMDB, que entrou na campanha eleitoral do ano passado com a expectativa de exercer grande influência no governo Dilma, viu ser reduzido seu peso na Esplanada dos Ministérios e no segundo escalão do governo.

O mesmo ocorreu com a ala do PT ligada ao sindicalismo, uma corrente política com a qual a presidente Dilma não tem ligação histórica.

O articulador dessa estratégia foi Palocci e a crise expôs os custos que ela carrega.

O grau de descontentamento dentro da base aliada é alto dentro e fora do PT, o que aumenta a dificuldade do governo para controlar votações difíceis no Congresso, como mostrou a votação do novo Código Florestal no início desta semana.

Não é por acaso que o ex-presidente Lula tenha entrado em campo nesses últimos dias para unir a base governista na defesa de Palocci.

Mas os riscos maiores para o governo se encontram entre o segundo semestre deste ano e o início de 2012.

A despeito da insatisfação na base, Dilma mantém uma posição muito forte no Congresso. Mas é provável que a combinação de um cenário de inflação mais alta e crescimento econômico menos vigoroso leve a uma lenta, mas contínua, queda nos índices de aprovação do governo.

Se esse cenário se confirmar, é provável que as dificuldades do governo de contornar uma agenda negativa no Congresso aumentem.

CHRISTOPHER GARMAN é diretor para América Latina da consultoria Eurasia Group.

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ANJ aprova autorregulamentação de jornais

Associação reúne sugestões de como tornar mais transparente a relação com leitores Fonte: folha.uol.com.br 27/05

RANIER BRAGONDE BRASÍLIA 

A ANJ (Associação Nacional de Jornais) aprovou ontem, em assembleia, a instituição de um Programa Permanente de Autorregulamentação com o objetivo de estimular sua implantação nos 150 jornais associados.O estatuto da ANJ foi alterado e agora prevê que, em prazo ainda a ser estipulado, os jornais filiados deverão instituir programas próprios de autorregulamentação e informá-los à associação.Como exemplos de medidas já praticadas por alguns veículos, foi distribuída cartilha que sugere ações como a criação da figura do ombudsman -que representa interesses do leitor-, instituída no Brasil de forma pioneira pela Folha, em 1989.De acordo com a ANJ, somente a Folha e "O Povo", jornal do Ceará, possuem ombudsman.A presidente da entidade, Judith Brito, disse que o modelo foi elaborado com um conceito "flexível, amplo e descentralizado de tal forma que cada jornal possa elaborar seu próprio programa"."Essa também é uma demonstração de que não aceitamos nenhum tipo de censura", acrescentou Judith, que também é superintendente do Grupo Folha.Em 2004, o governo apresentou, mas acabou recuando na proposta de tentar aprovar no Congresso a criação de um conselho para, entre outros pontos, "orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de jornalista". Propostas nesse sentido continuam a ser defendidas por alguns congressistas.O programa teve dois votos contrários, dos jornais "Hoje em Dia" (MG) e "Correio do Povo" (RS), ligados à Igreja Universal do Reino de Deus. Os representantes desses jornais presentes à reunião disseram à Folha apenas que a posição deles seria registrada na ata."Eles entenderam que o programa pode indispor os leitores com os jornais ou tornar mais frágil a relação dos jornais com os leitores, o que é exatamente o contrário do que pretendemos", disse o diretor-executivo da ANJ, Ricardo Pedreira.

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Desmatamento na mata atlântica diminuiu 55%

Área devastada entre 2008 e 2010 equivale a um quinto da cidade de SP

Estados de MG, PR e SC continuam sendo pontos críticos, graças a produção de carvão e perda de araucárias Fonte: folha.uol.com.br 27/05

O desmatamento na mata atlântica -bioma mais ameaçado do Brasil"" desacelerou. Entre 2008 e 2010, a média anual caiu 55% em comparação a 2005-2008. Na década, a redução foi de 67% em relação à anterior.

Os dados são de um trabalho conjunto do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que forneceu imagens de satélite, e da ONG SOS Mata Atlântica, que fez o trabalho de campo.

"Foi uma redução significativa, e nós estamos comemorando, mas é preciso manter o alerta, porque ainda existem muitas áreas críticas", disse Marcia Hirota, da SOS Mata Atlântica e coordenadora do atlas que reúne o resultado da pesquisa.

Na avaliação dela, as principais razões para o encolhimento do desmate foram a legislação (a mata atlântica é o único bioma que tem uma lei específica), além do aumento da fiscalização e das cobranças do poder público.

Entre 2008 e 2010, foram desmatados 31,195 mil hectares, o equivalente a um quinto da cidade de São Paulo.

Pela segunda vez consecutiva, Minas Gerais lidera a lista, com 12,467 mil hectares.

De acordo com Mario Mantovani, diretor de Políticas Públicas da ONG, uma das principais causas da perda de cobertura florestal no Estado foi o "aumento da demanda por carvão vegetal para a siderurgia, especialmente de ferro gusa que é destinado ao mercado chinês".

Em São Paulo, o desmatamento foi mais acentuado no município de Bertioga, na Baixada Santista. Segundo os autores, ele foi provocado principalmente pela expansão imobiliária da Riviera de São Lourenço.

"Nas regiões mais valorizadas, especialmente as costeiras, a questão imobiliária é o maior fator de desflorestamento da mata atlântica", avaliou Mantovani.

ÁREAS CRÍTICAS

Paraná e Santa Catarina são apontados como um dos pontos críticos. Juntos, os dois Estados responderam por 42% de toda a floresta destruída desde que o levantamento começou, em 1985. As matas de araucária são as mais atingidas.

Para os autores, a aprovação do novo Código Florestal pode ser uma ameaça aos recentes resultados positivos. A situação mais delicada estaria na proteção das áreas de várzea, que seriam encolhidas com a nova legislação.

"Nós vamos ficar em cima. Nós temos imagens de satélite com alta precisão e podemos dizer onde, exatamente, está acontecendo o desmatamento. Queremos evitar a alegação de que derrubadas recentes são ocupações consolidadas", disse Mantovani.

O levantamento analisou 98% da área do bioma no país. Dos 17 Estados em que ocorre, apenas o Piauí ficou de fora, devido a problemas com indefinição de critérios.

Atualmente, restam no Brasil apenas 7,9% da cobertura original mais preservada, em áreas acima de 100 ha.

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Senadores planejam lei florestal mais rígida

Possíveis relatores querem alterar anistia a desmate; Aldo Rebelo critica cientistas

Fonte: folha.uol.com.br 27/05

Cotados para as relatorias do Código Florestal no Senado, Luiz Henrique (PMDB-SC) e Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) já trabalham para mudar pontos polêmicos no texto aprovado pela Câmara.

Luiz Henrique quer alterar a anistia aos desmatadores, enquanto Rollemberg tem na mira as regras para que os Estados participem de regularização ambiental. Luiz Henrique deve fechar o texto na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça do Senado). O peemedebista adotou um discurso alinhado com os ambientalistas. "Não quero deixar margem para anistiar quem degradou as áreas para enriquecimento ilícito."

O governo rejeita a anistia. O texto da Câmara legaliza todas as atividades agrícolas em APPs (Áreas de Preservação Permanente), como várzeas e topos de morros, mantidas até julho de 2008.

Ligado aos ambientalistas, Rollemberg quer reduzir o poder dos Estados na regularização ambiental. A ideia é que o governo federal estabeleça as regras e que os Estados só tenham autonomia para ampliar áreas protegidas.

Pelo texto da Câmara, os Estados terão a prerrogativa de criar seus programas de regularização, o que faz o governo temer mais desmate.

LOBBY

O deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP) acusou ontem parte dos pesquisadores da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) de serem financiados pelo "lobby ambientalista" formado por organizações como Greenpeace e WWF.

"A SBPC, quando foi convocada pela comissão especial da Câmara, negou-se a comparecer", disse.

"Quando procurada pelo lobby ambientalista, que paga a alguns dos pesquisadores -paga, porque eu sei-, a SPBC resolveu se manifestar", completou o deputado.

"O lobby ambientalista internacional instalado no Brasil se habituou durante 20 anos a usurpar o direito da Câmara de legislar." O deputado classificou também a imprensa estrangeira como desinformada.

"Países que fazem guerra e não preservam nada da sua vegetação nativa vêm criticar o país que mais preserva no mundo?", questionou.

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