DIREITO AUTORAL
Termina hoje prazo para envio de sugestões para mudança na lei Fonte: folha.uol.com.br 30/05
Encerra-se hoje a consulta pública sobre o anteprojeto que modifica a Lei de Direitos Autorais brasileira.
Apesar de, no ano passado, o Ministério da Cultura (MinC) já ter submetido a reforma à sociedade, a responsável pela pasta no governo Dilma Rousseff, a ministra Ana de Hollanda, abriu uma nova consulta no dia 25 de abril.
O MinC, por meio de sua assessoria de comunicação, havia argumentado, na época, que gostaria de receber outras sugestões para aperfeiçoar o texto e, enfim, dar início à "última etapa de elaboração da proposta final a ser apresentada pelo governo ao Congresso Nacional".
Sugestões e comentários podem ser enviados para o e-mailrevisao.leiautoral@cultura.gov.br.
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Literatura
Além da fofura
Fenômeno pop, Um Dia, terceiro livro de David Nicholls, chega ao Brasil pela Intrínseca Fonte: opopular.com.br 30/05
Pesquise no Google e fique assustado com as diversas ocorrências que associam Um Dia , terceiro romance do inglês David Nicholls, à frase "melhor livro do ano". No caso, 2010. Para os leitores brasileiros, corre sério risco de ser o melhor de 2011. Também roteirista de TV, o autor acertou no mote. Jovem casal se conhece no dia da formatura da faculdade, em 15 de julho de 1988. Eles transam e se despedem. Como tantos, provavelmente para nunca mais se encontrarem. Mas Emma Morley e Dexter Mayhew terão uma história juntos, e o livro vai mostrá-la contando como estão cada um nos dias 15 de julho dos 19 anos seguintes. Às vezes juntos, às vezes não.
Nicholls escreve sobre o que conhece. Nascido em 1966, ele tinha 22 anos na data do primeiro encontro entre Emma e Dexter. Estava mais para a classe média da garota do que para a riqueza do rapaz -mas, com certeza, compartilhava suas referências. Entre as pessoas que gostam do romance, chamá-lo de fofo é recorrente. Vai se tornar ainda mais popular em agosto, quando One Day estreia nos cinemas dos EUA, com Anne Hathaway, a fofa da vez.
Mas talvez a melhor qualidade da obra é não ser tão fofa quanto parece. Nicholls atirou no público jovem, mas acabou acertando também na moçada mais velha. Porque Dexter e Emma realmente "vivem" 20 anos nas páginas do romance.
Por viver, leia-se ter sonhos, tentar realizá-los, não dar certo, mudar de rota, achar que está amando, perceber que não é tanto amor assim, valorizar o que se tem, duvidar que a paixão dure, duvidar que a paixão exista...
A delicada carpintaria de texto de Nicholls consegue variar o tom da narrativa a cada capítulo. Como se o narrador fosse envelhecendo com os personagens. Nos primeiros anos, as observações dos protagonistas são incisivas, até jocosas, implacáveis como a juventude. Emma, intelectual que leva anos para perceber que é atraente, tenta mudar o mundo fazendo teatro, acaba professora de garotos. O bem-nascido Dexter viaja pelo mundo, conquista as garotas que deseja e se torna apresentador de TV.
Suas vidas tomam rumos muito diferentes do que imaginavam. Dar a cara para bater vai transformando parte da impetuosidade deles em conformismo. Em outras palavras, eles envelhecem. O texto fluido do autor cativa quem ainda tem essas duas décadas pela frente. E também quem acabou de passar por elas.
Livro: Um Dia
Autor: David Nicholls
Tradução: Claudio Carina
Editora: Intrínseca
Páginas: 416
Quanto: R$ 39,90
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GASTOS PÚBLICOS
Diretor da Antaq faz curso de R$ 63 mil
Fialho deixa a agência em oito meses, mas antes disso fica 24 dias afastado para estudar Fonte: correioweb.com.br 30/05
A ordem do governo federal de economizar e o corte orçamentário de cerca de 3% nos recursos previstos para a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) em 2011 não atrapalharam os planos do diretor-geral do órgão, Fernando Fialho. Depois de orientar seus funcionários a procurarem cursos e treinamentos gratuitos e anunciar a redução nas despesas de passagens aéreas, a administração do órgão autorizou seu comandante a fazer um curso de gestão que vai custar R$ 63 mil aos cofres públicos. Ele vai se ausentar do trabalho por 24 dias, já que o treinamento inclui imersão em duas cidades brasileiras e 14 dias na França. O valor do curso inclui alimentação e hospedagem. Mesmo assim, durante o tempo em que permanecer longe da agência, Fialho vai receber diárias como se estivesse a serviço do órgão, uma conta que deve chegar a R$ 10 mil. O diretor é o único na turma de 42 pessoas que vai com as contas pagas pelo erário. Todos os outros matriculados são presidentes e vice-presidentes de grandes empresas privadas. Imersão O curso que o diretor fará é dividido em três módulos que vão de julho a fim de outubro. O primeiro inclui sete dias de imersão em Minas Gerais, o segundo módulo prevê 14 dias na França e o terceiro, três dias em São Paulo. O treinamento que Fialho vai ganhar dos cofres públicos é objeto de desejo de empresários de diversos setores e faz com que qualquer currículo ganhe peso. Obrigado a deixar a agência a partir de fevereiro do próximo ano, depois de seis anos no cargo, ele ganha prestígio para seus próximos empregos. A autorização para que Fialho frequente o treinamento a gestores vai na contramão da redução de gastos e dos discursos adotados pelo comando do órgão para os servidores. Com o orçamento inicial previsto em torno de R$ 78 milhões, a Antaq deve perder cerca de 3% dos recursos. Desde que isso foi determinado, houve medidas radicais. Reduziram-se, por exemplo, as equipes que fiscalizam os portos. As ações fiscais contavam com quatro pessoas para cada missão. Desde fevereiro, passaram a ter apenas dois funcionários numa estratégia para reduzir despesas com diárias e passagens. A administração do órgão também passou a exigir antecedência para solicitação de bilhetes aéreos, cujo prazo minimo exigido passou de 10 para 21 dias. As viagens feitas por servidores para reuniões foram substituídas por videoconferências. Apesar disso, a assessoria da Antaq afirma que o curso do diretor do órgão não é uma contradição diante da realidade da agência. De acordo com o órgão, as despesas referentes ao Plano Anual de Capacitação não sofreram cortes em relação ao que estava previsto para 2011. A Antaq afirma ainda que procurou preservar o plano de capacitação de servidores com o objetivo de manter o foco na qualidade das decisões que regulam o setor. Políticas para portos A Antaq foi criada em junho de 2001 com a função de melhorar e implementar políticas para os portos. O órgão é vinculado ao Ministério dos Transportes e à Secretaria de Portos da Presidência da República, mas possui independência administrativa, autonomia financeira e funcional e mandato fixo de seus dirigentes de quatro anos. Fernando Antônio Brito Fialho é engenheiro civil e está no comando da Antaq desde 2006, pelas mãos do PMDB. Antes de ocupar o posto, ele presidiu a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap). |
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Araras e papagaios
A artista plástica Graça Estrela passou horas em parques brasileiros, observando o movimento e o voo das araras. Fonte: correioweb.com.br 30/05
O resultado está nas 45 telas da exposição A graça das araras , de hoje a sexta, no Gilberto Salomão (QI 5, Lago Sul), das 9h às 19h. Para dar vida às aves, ela utiliza técnica mista, com tintas acrílicas e a óleo, palhas, folhagens, pedras de Pirenópolis e cordas. Goiana de Ipameri, Graça inspirou-se nos parques de Foz do Iguaçu (PR), da Serra de Carajás (PA), de Goiânia e Parque das Primaveras, em Caldas Novas (GO). Na cronologia da exposição, revela também sua paixão pelos papagaios. “Em 1985, quando visitei o Pantanal pela primeira vez, eu percebi que as cores fortes, a autenticidade e a determinação são qualidades da ave com que me identifico.” Suas telas estiveram em países como Inglaterra, Canadá, México, Equador, Japão e Espanha. Em 2007, na França, recebeu a medalha de prata da Academia de Artes, Ciências e Letras de Paris. Ela promete presença constante durante o período da mostra para bate-papos: “Quero falar sobre as minhas outras atividades: além da pintura, eu desenvolvo o projeto Arara Canindé, na Fazenda Cachoeira das Moitas, em minha cidade natal”. Entrada franca e classificação indicativa livre.
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LITERATURA
Modernismo entre as montanhas
Por meio da obra de Drummond e mais três escritores de Minas, livro confere identidade ao movimento cultural que marcou o início do século passado. Fonte: correioweb.com.br 30/05
Falar do temperamento dos mineiros é sempre relacionar comportamento e jeito de ser a expressões de teor provinciano: “come quieto” ou “come pelas beiradas”, por exemplo. Na literatura, escritores importantes dos anos 1920 e 1930, época do movimento modernista que fervilhava em São Paulo, exibiam ao mesmo tempo timidez, fidelidade às tradições e atração pela novidade: intelectuais inquietos e retraídos. Sem precisar levar adiante os clichês, Ivan Marques, nascido em Montes Claros, fornece identidade aos autores modernistas mineiros em pesquisa que acaba de ser vertida no livro Cenas de um modernismo de província: Drummond e outros rapazes de Belo Horizonte (Editora 34). “É um lugar destacado do modernismo de São Paulo, da Semana de Arte Moderna, com Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Mário de Andrade. A gente tem a sensação de que ele se resumiu a essas figuras e ao diálogo com as vanguardas europeias. Meu objetivo é mostrar a diversidade de olhares modernistas ou de tentativas de fazer modernismos, claro que seguindo a influência de São Paulo, mas ao mesmo tempo dialogando com problemas específicos de cada lugar”, explica o pesquisador.
Os quatro “rapazes” de BH, Emílio Moura, Cyro dos Anjos, João Alphonsus e o mais conhecido deles, Carlos Drummond de Andrade, levaram a sensibilidade de Mário e Oswald para o estado, mas com ranços interioranos de conservadorismo e apego às coisas da terra. Uma postura que, aliás, Marques vê como traço da arte brasileira em geral. O momento era de ebulição política, um prelúdio da Revolução de 1930, que marca uma ruptura com as estruturas arcaicas e ruralistas da Primeira República. “À medida que fui fazendo, percebi um lado negativo e positivo, de eles estarem numa capital provinciana, pequena, e num estado atrasado economicamente, que tinha passado glorioso da mineração, mas que vinha sofrendo estagnação. As formas de convívio, o nosso modo de fazer política ainda estão muito carregados da influência rural. Acho que os mineiros tinham uma percepção aguda pelo fato de viverem num meio provinciano”, define o escritor.
Enquanto em São Paulo Mário e Oswald ecoavam o cosmopolitismo europeu — principalmente Paris —, em Minas, o quarteto produzia uma literatura que não ignorava as questões locais. “Houve um interesse de Mário e Oswald mais ligado aos mitos do que a uma investigação mais concreta da nossa realidade. O que percebo em Drummond e nos outros é que eles estavam tão impregnados da realidade que viviam que acabaram trazendo o enraizamento para o primeiro plano”, analisa o professor da Universidade de São Paulo (USP).
Província em verso
Drummond, líder do grupo, era de versos angustiados (“Não sou alegre, sou até muito triste/ A culpa é das bananeiras de meu país, esta sombra mole, preguiçosa”). Emílio Moura via o passado com melancolia (“O céu lindo da vila pobre!), João Alphonsus flagrava a imprecisão e estranheza diante das mudanças (“Sou o homem vazio do meu tempo vazio”) e Cyro dos Anjos mediava o embate entre passado e presente por meio da fantasia e de descrições cheias de crueldade (“Eram quatro ou cinco brotos. Desci lentamente a guilhotina da vidraça e decepei-os lentamente… Tão devagar que pude escutar um som humilde mas característico, como de carne queimada”).
Todos, segundo constata Marques, fiéis ao espírito que animava o país. “São coisas paralelas, modernismo mineiro e paulista, que mostram como foi difícil fazer modernismo no Brasil. Mais fácil na Europa ou nos Estados Unidos. Aqui não, é cheio de problemas, mas é isso que dá ao nosso país uma característica pessoal, um dilema que é próprio. Apesar dos atrasos, tentamos renovar a nossa arte, a nossa literatura. Minas representa bem esse dilema”, acredita.
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Em busca das canções perdidas
O português Edgar Raposo pesquisa e relança em vinil raridades do rock brasileiro dos anos 1960 pelo selo Groovie Records Fonte: correioweb.com.br 30/05
O designer e produtor português Edgar Raposo, 37 anos, sabe que só encontra discos raros quem suja as mãos de poeira. “O meu trabalho é na rua. Em Lisboa, onde moro, faço quase diariamente uma ronda pelas lojas de antiguidades, feiras do rolo, onde compro coisas para mim e outras para vender ou trocar.” Em uma visita rápida ao Musical Center, o mais tradicional sebo de discos de Brasília, o português levou o LP Batalhão de estranhos, da banda baiana Camisa de Vênus, um 78 rotações de Carmem Miranda e outro de Amália Rodrigues, expoente máxima do fado. O primeiro disco (que não chega a ser uma raridade) irá para a própria coleção, o segundo será trocado com um amigo — “Ele tem um compacto dos Shadow of Knight esperando por mim” — e o terceiro será vendido para um colecionador fanático pelos discos da cantora portuguesa.
Antes de sair do estabelecimento, Edgar pergunta para a atendente se a loja não costuma receber compactos de bandas de Brasília dos anos 1960. A resposta, como ele já imaginava, é negativa. Sua esperança era conhecer grupos obscuros, que possam ter existido na cidade décadas atrás. Afinal, uma das vertentes que o português mais se interessa e tem pesquisado nos últimos tempos é a história secreta do rock brasileiro. Não à toa, seu selo, Groovie Records, lançou discos (de vinil!) de bandas esquecidas (opa! quase esquecidas), como Baobás, Beat Boys, The Bubbles e A Bolha. Em breve, chegam da fábrica os LPs de Brazilian Bitles, The Out Casts e Serguei (ele mesmo).
Antes de investir nos nuggets (termo usado para se referir aos desconhecidos grupos de rock de garagem e psicodelia dos anos 1960 e começos dos 1970), a Groovie editou compactos e/ou LPs de bandas atuais brasileiras, como Autoramas, MQN, Black Needles, Uncle Butcher e Os Haxixins (esta última, um dos carros-chefes da editora musical, com dois LPs já esgotados). O lançamento mais recente do selo (o 31º) é um LP da banda mexicana Los Explosivos.
Trampolim
A relação de Edgar com o Brasil ficou mais próxima a partir de 2005 (ano de criação da Groovie), quando ele conheceu a hoje esposa, Flávia Diab. Brasiliense, ela foi apresentada ao futuro marido numa viagem de férias em Portugal pelo fotógrafo Patrick Grosner (bastante conhecido por seus cliques de bandas de Brasília nos anos 1990), com quem Edgar chegou a dividir um apartamento em Lisboa.
Com o namoro, o português aproximou-se ainda mais do Brasil e de sua música — em especial, do rock feito no país. “Minha relação com o rock brasileiro começou aos 14 anos, da mesma forma que com muitos outros portugueses: ouvindo Ratos de Porão e lendo a revista Animal, que também era distribuída em Portugal. A publicação tinha um suplemento que falava muito da cena underground brasileira. O lema da revista era ‘feio, forte e formal’. Foi daí que surgiu meu codinome, Mau Amor”, conta.
Em suas diversas vindas ao Brasil, Edgar Raposo foi tendo contato com músicos, produtores, pesquisadores e colecionadores de discos. “Fiquei amigo do Gabriel Thomaz, dos Autoramas, do Fabrício Nobre, do MQN, e que era da Monstro Discos, muita gente de São Paulo”, lista. Mas o trampolim para se aprofundar nas pesquisas a respeito do esquecido rock brasileiro foi a amizade com o jornalista e agitador cultural Fernando Rosa, o Senhor F. “Tivemos empatia logo de cara. Acho que ele sabia que eu iria fazer alguma coisa com os cerca de 300 discos raros que ele me deu”, comenta Edgar.
E, de fato, ele encontrou uma finalidade nobre para o acervo que ganhou de presente. A Groovie acabou de lançar o primeiro volume da série Brazilian nuggets. O LP, com 18 faixas, tem desde Wanderlea e Eduardo Araújo (com músicas de pegada garageira e muita guitarra fuzz) até os obscuros The Blobs, Os Nativos, Lup e Loy e Os Espiões. A negociação para a liberação de uso das gravações é feita diretamente com as bandas. “A maioria não é mais músico nem se importa. Dão autorização tranquilamente. Se eu não tenho autorização, eu não lanço. Sempre tento chegar ou à gravadora ou à banda”, ele explica.
Apesar de ter público garantido para esse tipo de lançamento (a maioria deles, na Europa), Edgar diz que a vendagem não é lucrativa. “Para fazer os LPs, eu gasto um dinheiro que não sei se vou ter de volta, mas faço isso porque gosto”, garante.
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