sábado, 14 de maio de 2011

JOSÉ SIMÃO

Socuerro! Neymar vai ser papai!

Vou no churrascão da gente diferenciada com a camisa do Timão do tempo em que Sarney era vereador! Fonte: correioweb.com.br 14/05


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta: "Lula dá palestra na Ambev". Na Ambev? Então não foi palestra, foi degustação. Rarará! Recebeu em permuta. Lula faz permuta com a Ambev. Diz que ele ganhou R$ 200 mil. Líquido! Ops, em líquido! Rarará!
E adorei a charge do Pelicano: "Ando meio desanimado, não sei o que fazer da vida". "Vai pro partido do Kassab." Rarará! E o Neymar vai ser pai. E o cara do estacionamento: "Pai de quem?". Rarará!
E sabe por que o Neymar engravidou a menina? Porque ele não deu aquela paradinha! E um leitor disse que o Neymar engravidou a menina porque não sabe usar o ganso.
Jogador de futebol tem que fazer vasectomia. Ou cortar o pau! Rarará! E um amigo meu queria ser mulher só pra ter um filho com o Ronaldo! E sabe como se chama mulher que tem filho de jogador? Raspadinha Premiada. Rarará!
E adoro a faixa etária do Neymar: bezerro desmamado. Escolaridade: maternal incompleto! Penteado: vassoura de churrasqueira!
E o Neymar é tão mascarado que, quando estoura um relâmpago, ele arruma o topete pensando que é flash de fotógrafo! E o Pelé disse que o Neymar devia se concentrar mais no futebol e esquecer a televisão. Impossível. O sonho de todo jogador brasileiro é a TV. Aliás, o sonho de todo brasileiro é a TV!
E como vai chamar o filho do Neymar? Gansinho ou Menino da Vila!
República dos Brioches Urgente! Reviravoltas no caso do metrô de Higienópolis. Moradores se arrependem e mudam o nome do bairro pra HIGIEPÓBRIS!
Manchete do Twiteiro: "Moradores de Higienópolis aprovam estação de metrô com quatro suítes, sauna, espaço fitness e seis vagas na garagem".
Sensacionalista: "Moradores de Higienópolis só aceitam metrô se houver ligação com a estação Broadway/5th Avenue". Piauí Herald: "Moradores rejeitam diretório do PSDB em Higienópolis". Isso que é reviravolta! Rarará!
E uma amiga minha mora em Higienópolis e é a favor do metrô. Vai pedir asilo político em Brasilândia! Capital da gente diferenciada!
É hoje o churrascão da gente diferenciada em Higienópolis? Eu vou de camisa do Timão, aquela escrito Kalunga, do tempo em que o Sarney era vereador! Rarará!
Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

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Editoras portuguesas miram Brasil

Recém-estabelecidos no país, grupo Leya vai ampliar catálogo literário e Babel anuncia divisão infantil

Mercado de Portugal representa cerca de 5% do brasileiro e está estagnado há ao menos dez anos
Fonte: folha.uol.com.br 14/05



Se Portugal já estava pequeno para as editoras de lá, a crise no país de Camões tornou ainda mais atraente o mercado brasileiro de livros.
Maior grupo editorial português, com 25% do mercado, o Leya se prepara para ampliar seu catálogo literário no Brasil, segundo a Folha apurou.
Instalado em São Paulo há dois anos, o grupo tem investido principalmente nos selos comerciais para emplacar títulos nas listas dos mais vendidos.
Agora, porém, quer evitar que se torne conhecido apenas como editora de best-sellers. Seria um equívoco, dado que o grupo possui selos da melhor tradição literária portuguesa, como o Caminho e o Dom Quixote.
A mudança de sede, de Portugal para o Brasil, é assunto aventado nos bastidores. Oficialmente, porém, o grupo não quis se pronunciar.
Na última semana, o grupo se tornou sócio majoritário da carioca Casa da Palavra, de pequeno porte.
O Babel, que aportou em São Paulo há cerca de dois meses, anuncia a criação do seu selo infantil no Brasil.
Em Portugal, a participação do grupo no mercado é de quase 2%, mas esse percentual chega a até 20% quando se considera o segmento infantojuvenil, em que possui parceiros como Disney, Marvel e Warner.
"O Brasil não é uma mera alternativa a Portugal e muito menos uma operação subsidiária. É a primeira opção de desenvolvimento estratégico", afirma Paulo Teixeira Pinto, seu presidente. "Estando as coisas como estão, o que pode vir a suceder é que a Babel Brasil se torne maior do que a Babel Portugal mais cedo do que se esperava."

ESTAGNAÇÃO
Estagnado há pelo menos uma década, o mercado português representa cerca de 5% do brasileiro, segundo cálculos da Apel, que reúne as editoras portuguesas. Nos anos em que cresceu, o avanço não ultrapassou os 2%.
Desde que o país quebrou, as vendas de livros já caíram 15%, segundo as estimativas mais pessimistas.
A consolidação recente do setor fez surgir três grandes grupos, ao menos em quantidade de selos. Além de Leya e Babel, há o Porto, que atua principalmente no setor de educação e que, além de Portugal, já se instalou em Angola e Moçambique.
Não há planos da Porto para o Brasil, por enquanto. "É um país imenso, com crescimento e dinamismo ímpares. Seria um enorme desafio darmos outra expressão à nossa presença no Brasil, mas esse cenário não se coloca", diz Paulo Gonçalves, diretor de marketing.
Desde a década de 1950, os dicionários da Porto são vendidos no Brasil. O grupo diz que as versões para iPhone e iPad, lançadas recentemente, fazem sucesso com o público brasileiro.
Nesse novo mercado editorial português, estabelecido há uma década, a briga para emplacar best-sellers passou a fazer parte do dia a dia das editoras, que funcionavam em outro ritmo.
Editores da velha guarda lamentam a extinção de suplementos literários e livrarias tradicionais. "Vendem-se mais livros, mas desapareceram as melhores livrarias e os melhores livreiros, algumas boas editoras, importantes páginas da crítica", diz André Jorge, fundador da Cotovia, uma das mais bem-sucedidas das independentes.
"O mercado está absolutamente irreconhecível. Agora está muito mais profissionalizado, agressivo", diz Luis Corte Real, dono da Saída de Emergência, especializada em literatura fantástica. "Quem não se adaptou às mudanças ou fechou ou está prestes a fechar".
André Jorge argumenta que, como é escasso o número de portugueses que leem, ou o Estado define uma política para divulgar a literatura, ou corre-se o risco de ficar "cada vez mais incultos".

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EDUCAÇÃO

Brinde europeu para os jovens

Grandes nomes da música clássica vêm à cidade na comemoração da Semana da Europa. Estudantes de Samambaia e do Recanto das Emas foram os primeiros a desfrutar da série de concertos no Teatro Poupex Fonte: correioweb.com.br 14/05

A melodia de piano chegava aos ouvidos da plateia inquieta como um prazer inédito. O público estava interessado em conhecer os sons que sairiam de dentro daquela estrutura de madeira — um legítimo piano Steinway, uma das melhores marcas que produzem o instrumento. Para comemorar a Semana da Europa, a Associação dos institutos culturais oficiais e embaixadas de países da União Europeia (Eunic) convidou grandes nomes da música erudita desse continente para se apresentarem em Brasília.

Estudantes de escolas públicas do Distrito Federal, em regiões como Samambaia e Recanto das Emas, foram os primeiros a participar, ontem, no Teatro Poupex, de uma série de concertos previstos para este fim de semana (confira a programação). O homem de terno sentado à frente do teclado se mostrava disposto a impressionar. Explicou um pouco de teoria musical, apresentou-lhes Chopin e também trilhas clássicas de cinema. Se comunicava com ajuda de um tradutor, para ganhar a simpatia da audiência.

Pouca gente sentada naquelas cadeiras sabia, mas o pianista era um dos maiores nomes da música clássica europeia, Pascal Gallet. O artista erudito francês costuma se apresentar para plateias exigentes. Na lista de admiradores de Gallet há, por exemplo, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e de Carla Bruni, a primeira-dama. Na segunda parte do evento, Gallet ganhou companhia ilustre. Passou a compartilhar o palco com o violinista alemão, que vive no Brasil há 30 anos, Erich Lehninger.

Os dois mostraram a mais de 300 crianças e adolescentes música clássica um pouco mais desmistificada. “Quero tirar de vocês aquele medo, a ideia de que isso tudo é um bicho de sete cabeças. A própria arte transmite tudo o que vocês precisam saber: é intuitiva, ou seja, você pode apreciar mesmo sem saber a teoria”, explicou Lehninger aos estudantes.

Sertanejo
Em seguida, o violinista pediu ao público que, para entender melhor aquela parceria, imaginassem que o violino e o piano seriam como a primeira e a segunda voz, em uma música sertaneja. No lugar das vozes entraram os solos de piano e violino, indefectíveis. “Eu nunca tinha visto nada parecido. Vim sem saber o que ia assistir, mas gostei muito”, disse Felipe Assis, 11 anos, morador de Samambaia. “Acho que eles conseguem tocar qualquer música. Parece difícil. Eu queria saber fazer tudo isso”, afirmou Alfef Oliveira, 11 anos, colega de Felipe.

Entre os convidados, um grupo de meninas parecia concentrado. “Essa música traz leveza, conforto. É gostosa de ouvir. Essa é minha primeira vez, mas valeu muito”, disse, empolgada, Ingrid Seixas, 12 anos, que vive no Recanto das Emas. “Quando começou eu achei estranho, mas fui me acostumando”, completou Letícia de Jesus, 11 anos.

Uma das alunas teve um momento especial, durante a apresentação de ontem. A estudante do Colégio Militar Ana Carolina Rios Chen, 15 anos, subiu ao palco quando Gallet perguntou se alguém sabia tocar piano. Ela, que estuda o instrumento desde os 5 anos, teve a oportunidade de se apresentar ao lado de Gallet, que a aplaudiu. “A ideia do concerto didático é formar novas plateias. Tirar o peso da palavra erudito. Por isso escolhemos abrir assim nosso minifestival. Este ano, teremos duas estrelas em comunhão no palco, em três noites”, explicou a organizadora do evento, Ana Lúcia Andrade.

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CULTURA

O reino encantado da poesia

Caracterizada como a poetisa goiana Cora Coralina e acompanhada por uma carroça de leitura, professora goiana protagonizou uma das performances mais curiosas e criativas da Festa Literária de Pirenópolis Fonte: correioweb.com.br 14/05

Pirenópolis (GO) — “O raio, o sol suspendem a lua. Olha, na rua, a carroça de leitura!” Os gritos são de Nilva Belo, uma contadora de histórias inusitada e bastante conhecida no Centro-Oeste. Nascida em Olhos d’Água, localidade próxima a Alexânia, em Goiás, ela vai de carroça até escolas municipais, levando livros gigantes, aventais artesanais, violão e pandeiro. E leva o sabor da leitura para crianças curiosas, de olhos arregalados com a variedade de cores e texturas que adornam a Leiturégua — é isso mesmo, resultado da soma aparentemente irracional das palavras “leitura” e “égua”.

A égua Baleia, guiada pelo simpático José Lobo da Silva, morador de Pirenópolis, passeou pelas ruas de Pirenópolis acompanhando a professora, caracterizada especialmente para a Festa Literária: peruca de cabelos brancos, um xale sobre os ombros, maquiagem para parecer mais velha e uma bengala numa das mãos. Cora Coralina morreu há mais de duas décadas, mas reencarnou durante algumas horas na pele de Nilva, 34 anos. O calor severo não atrapalhou a procissão multicolorida. Quem olhou Baleia de frente percebeu o anúncio de vigilância escrito na parte da frente da charrete: “De olho na leitura”.

A caminhada foi recebida com festa pelas crianças. As mais saltitantes arriscaram um “bênção, vovó”. Outras, cochichando com os colegas, já de imediato reconheceram que a caracterização não podia ser outra a não ser a famosa poetisa goiana. “A carroça em si já é um atrativo. Quando junto algumas crianças, começo a contar histórias. A minha aparência impressiona, porque estou sempre vestida a caráter”, conta. Numa cidade marcada pelo charmoso ar de antiguidade e pela sensação de um passado intocado, a Cora de mentirinha ficou à vontade. E pareceu aceitar as honras de bom grado. “Tenho que andar devagarzinho, porque estou com 120 anos”, avisou para alguns passantes.

Contos regionais
Todos os meses, Nilva decora a Leiturégua de maneira diferente. “Eu confecciono tudo: as histórias, a carroça. É tudo muito lúdico.” Na Flipiri, ela se intrometeu na revoada de pipas durante alguns minutos, com as bochechas tingidas de vermelho e roupa de palhaço. Dava vida a Maria da Catira. Ontem de manhã, no Theatro Pyrenópolis Sebastião Pompeu de Pina, apresentou-se para crianças de escolas locais dentro de uma boneca de dois metros de altura: a Maria Preta dos Olhos d’Água. “Ela já foi uma árvore e agora é uma boneca”, explicou. “Maria Preta representa um pouco da história de Olhos d’Água.”

Nilva contou duas histórias. A primeira falava sobre sobre a fada amarela, aprisionada numa garrafa enfeitiçada por uma bruxa repugnante. Na outra, O preguiçoso e o peixinho, a contadora levou aos espectadores a lição de um menino preguiçoso, que só gostava de fazer duas coisas na vida: matar o tempo no conforto de uma rede ou na tranquilidade das águas do rio.

Genivaldo Cunha, aluno da Escola Senhor do Bonfim, em Pirerópolis, aprovou a maneira com que Maria Preta narrou as fábulas. “Estou achando bastante bacana. Aqui, a atuação dela não ficou presa ao livro ou às histórias”, comentou o estudante de 17 anos, que cursa o 3º ano do ensino médio. Com a namorada, Suzy Morais, que, tímida, preferiu não opinar, assistiu pela primeira vez a um evento da Flipiri. “A festa está trazendo muita gente diferente, movimentando a cidade. É uma diversidade bacana”, completou.

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Livro conta a história da educação nos primeiros anos de Brasília

Obra reúne resultados de 10 anos de pesquisas, com fotos, vídeos, depoimentos e documentos que mostram como Anísio Teixeira pensou a educação da capital Fonte: UnB.br 14/05

"Pela primeira vez no país, se poderia planejar o nascimento de uma cidade simultaneamente a seu projeto pedagógico. Foi a oportunidade de concretização de vários dos ideais do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova de 1932, cuja natureza só permitiria o desenvolvimento pleno se semeados em um solo virgem, livre de passado e de práticas sociais cristalizadas pelo tempo".

Trecho do livro "Nas Asas de Brasília"

Quando construiu Brasília, Juscelino Kubitschek não queria uma cidade que fosse moderna só nas curvas dos prédios desenhados por Oscar Niemeyer. Queria que seus habitantes tivessem uma educação diferente, baseada em princípios como escola integral e integração entre ciências e artes. Encomendou um plano a Anísio Teixeira, que pensou em escolas-classes para cada grupo de quatro superquadras, escolas-parque e um ensino voltado para a emancipação e a cidadania.

Cinquenta anos depois, uma pesquisa da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) documenta com fotos, arquivos e depoimentos a construção de um sonho ousado, que começou a ser implementado na nova capital e refletia a vontade de um país libertar-se da sua condição de subsedenvolvido – um sonho interrompido pela golpe militar que tomou o poder em 1964. O resultado dessa imensa pesquisa, que começou há mais de 10 anos, está no livro "Nas Asas de Brasília" (Editora UnB, 375 páginas, R$ 40), que será lançado nesta segunda-feira às 10h, no Beijódromo.

O livro conta como o projeto original de Anísio Texeira chegou às crianças e jovens de Brasília entre os anos de 1956 e 1964. Desde a primeira escola, batizada Júlia Kubitschek (mãe de JK), na Candangolândia, passando pelas aulas de artes e ofícios nas escolas-parque, até o experimentalismo no ensino médio feito no Caseb e no Elefante Branco, tudo está registrado em fotos, depoimentos e documentos da época.

O projeto educacional da nova capital foi baseado na experiência do Centro Educacional Carneiro Ribeiro, popularmente conhecido como Escola-Parque, implantado em Salvador. A ideia era uma educação integral, onde as escolas-classe ofereciam as disciplinas do currículo regular para alunos de 7 a 14 anos e as escolas-parque tinham espaço e estrutura adequados para atividades voltadas para o desenvolvimento artístico, físico e recreativo da criança e sua iniciação no trabalho. Os alunos iam para a escola-classe de manhã e para a escola-parque à tarde, ou vice-versa. E almoçavam em casa, já que todos teriam os colégios perto de onde moravam.

O ensino era obrigatório, público e gratuito para todos, o que trazia também um ambiente igualitário, sem distinções de classe. "Quando eu era criança, na minha sala, lá na escola de aplicação, no primeiro ano, tinha o filho do ministro, tinha o filho da faxineira, tinha o filho do motorista. Então, para mim, a pessoa ser ministro ou padeiro dava no mesmo", relembra a ex-aluna Lúcia Braga.

SENTIDOS E SENTIMENTOS – Mais de 100 depoimentos de alunos, professores e servidores da época resgatam o espírito criativo e libertário que reinava nas escolas da cidade. "A escola cria hábitos e atitudes nas pessoas. Você não aprende a ser bom se não experimenta a bondade no seu convívio social", afirma a professora Eva Waisros, uma das coordenadoras do projeto. "A ideia era essa, um lugar onde não se tratasse apenas de ciências, mas de sentidos e sentimentos". Eva diz que quem viveu esse período pôde ter acesso a uma educação realmente cidadã, diferente do que é praticado hoje em dia.

"A escola-parque e a escola-classe são coisas que eu desejei para as minhas filhas e que nunca consegui dar completamente. Para fazer isso, eu tive que pagar muito caro e imagina que eu tinha tudo isso gratuitamente. Eram excelentes professores!", relembra a ex-aluna Claudia Maria Pereira.

O modelo empolgava também os professores. Um deles, não identificado no livro, dá o seguinte testemunho: "A escola-parque funcionava como um negócio deslumbrante. Na escola-classe, embora a proposta fosse revolucionária, os professores eram tradicionais, a diretora repressora, os métodos arcaicos, nada diferente do Rio de Janeiro, de onde eu vinha. A grande novidade, para mim, o que eu gostava, era da escola-parque".

De fato, a escola-parque era como um pólo cultural. Além de oferecer cursos de artes e esportes, tinha os chamados clubes de interesse, onde os alunos praticavam fotografia, música, cerâmica, tecelagem e até teatro de bonecos.

TEM QUE SER PRA FRENTE – Os professores foram escolhidos por meio de um concurso nacional realizado em 1959, assim os pioneiros da educação em Brasília estavam entre os melhores docentes do país. Antes do concurso, os convites partiam de autoridades locais e até mesmo do presidente Juscelino Kubitschek.

O convite era feito de maneira provocativa. "Disseram-me que você é um cara pra frente. E tem que ser pra frente, porque o negócio é muito duro lá, é desafio. O mundo inteiro espera por Brasília", dizia o presidente.

Ele não estava mentindo. Antes do início do ano letivo de 1960, o primeiro após a inauguração da cidade, a primeira escola de ensino médio, o Caseb, não estava pronta. Os operários abandonaram o canteiro de obras porque havia um boato que Brasília seria bombardeada. A solução foi os próprios professores descarregarem caminhões, desencaixotarem móveis e equipamentos, limparem e encerarem o piso. As salas de aula não tinham quadros-negros nem portas.

Os professores de Matemática dobravam folhas de jornal para ensinar formas geométricas. O que gerou comentários inusitados de curiosos: “Estes professores são mesmo extraordinários, não precisam nem de quadro-negro para ensinar. Com esse novo método de ensino, os alunos aprendem sem ler nem escrever.”

MUSEU - O lançamento do livro "Nas Asas de Brasília", no Memorial Darcy Ribeiro, terá um debate com a secretária de Educação do DF, Regina Vinhaes, o secretário de Cultura, Hamilton Pereira, o reitor José Geraldo de Sousa Junior e pesquisadores do projeto. Haverá também uma apresentação de uma orquestra da Escola de Música e a abertura de uma exposição com as fotos reunidas no livro.

A professora Eva também planeja usar esse material reunido em 10 anos de pesquisa na criação do Museu da Educação de Brasília. A ideia é reconstruir o projeto da Escola Júlia Kubitschek na Candangolândia e expor as fotos, vídeos e documentos que compõem o livro. "Essa experiência que marcou os primeiros anos de Brasília tem que ser levada em consideração agora que discutimos a volta do ensino integral nas escolas", afirma a professora.

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A folia fantástica de seu estrelo

Tradição e modernidade se misturam no caldeirão cultural da trupe brasiliense que embarca rumo ao Brasil Central Fonte: correioweb.com.br 14/05

A bússola do brinquedo de Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro aponta para o centro do país este ano. O mais novo projeto do grupo criador do mito do Seu Estrelo (filho de Laiá e protegido pela Mata) viajará pelo país com a caravana Rumo ao Brasil Central.

O primeiro destino é Goiânia. Hoje, às 21h, eles estarão na Casa da Juventude (Caju), no Setor Universitário, com o grupo anfitrião Passarinho do Cerrado. As cidades goianas de Pirenopólis e Goiás Velho serão as próximas a receber a visita dos guardiões de cultura popular cerratense do aparecimento do calango voador.

Esta é mais uma das ações da trupe que vem ampliando a atuação no ritmo acelerado dos tambores brincantes. Ao longo de cinco anos, essa espécie de ópera popular foi crescendo e hoje uma apresentação pode chegar a ter cinco horas de duração. A solução encontrada foi dividi-la em três rodas, como é chamada a montagem que mistura elementos de circo, música, artes cênicas e teatro de bonecos. “É o caminho natural dentro da cultura popular. Existem folguedos de cavalo-marinho que podem durar até oito horas”, explica o criador do grupo, o pernambucano-brasiliense Tico Magalhães.

“A divisão nos aproximou do teatro contemporâneo, com formação de um repertório próprio. Fazemos o rodízio das rodas que serão encenadas. A mudança permite que todos os personagens participem”, esclarece o criador. É a chance que os novos seres esperavam para entrar na roda (leia quadro). Agora, os participantes do Seu Estrelo convivem com 40 personagens, donos de vida tão pulsante quanto qualquer pessoa de verdade. No terreiro do Seu Estrelo, porém, eles nunca são invocados sem a execução do rito introdutório. “Faz parte da cultura como culto mesmo. Não se veste a roupa a qualquer momento. Eles têm o som e o brinquedo próprio”, explica Magalhães.

Inspirações
Organizador do Festival Brasília de Cultura Popular (evento anual apresentado nos gramados da Funarte em setembro), Magalhães é um mestre de folia contemporâneo. Enxerga a mistura entre tradição e modernidade sem conflitos. “As inspirações são muitas.

É claro que a cultura popular é a linha principal. Mas, pode-se retirar elementos do cinema, teatro, televisão”, enumera naquilo que pode ser um caminho sem preconceitos e totalmente inserido em ambiente de cultura híbrida. “Alguns mestres mais tradicionais acharam a brincadeira completamente diferente.

A diferença entre nós e eles é que entramos em contato com os personagens pelo menos três vezes por semana por causa dos ensaios, enquanto a invocação dos personagens deles só acontece em momentos específicos do ano”, explica Magalhães, que recebeu os segredos do cabloco de lança no maracatu rural Piaba de Ouro, fundado por mestre Salustiano (1945-2008), em Pernambuco.

“Uma vez eu estava arrumando uns arcos para trazer para Brasília e mestre Salu quis saber o que eu estava fazendo. Eu expliquei que toda vez que eu via os arcos, eles se pareciam, para mim, com um ser voador que eu queria construir.

Seu Salu me respondeu: Se vai perpetuar esses arcos, então, faça direito’. Isso bateu muito forte em mim”, relembra o guardião do terreiro brasiliense sobre a responsabilidade que ele carrega nos ombros.

SEU ESTRELO

Todos os eventos e oficinas do Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro são gratuitos. Os ensaios são abertos e acontecem segunda, quarta e sexta, sempre às 15h, na sede do Ponto de Cultura do grupo, na 813 Sul, ao lado da Embaixada da China. Quem quiser mais informações pode entrar em contato pelos e-mails emaildoseuestrelo@yahoo.com.br e pichaimproducoes@gmail.com.

Esperança
Personagem retirada do cotidiano. Aparece quando é preciso que alguém se sinta esperançoso em relação a alguma situação ou para ajudar a roda. Em uma delas, ela acaba se apaixonando por Mané Pé Frio.

Mané Reliquento
É um viajante. Por ter andado por vários lugares, ele guarda muitos segredos e muitas relíquias. É chamado à roda para a ajudar a chamar o Seu Estrelo. Ele, então, saca uma trombeta que precisa ser tocada por uma moça centrada e correta. O plano dá certo.

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Juiz estende veto à mídia a redes sociais

Pela 1ª vez, decisão britânica põe Twitter e Facebook entre veículos sujeitos a censura
Fonte: correioweb.com.br 14/05

Um juiz britânico determinou, pela primeira vez, que o Twitter e o Facebook sejam tratados como meios de comunicação convencionais e proibiu os dois sites de publicar informações sobre uma mulher cuja família solicitou que nada sobre ela seja divulgado pela mídia.
Trata-se de uma pessoa que só pode ser identificada como M. Ela sofreu um problema cerebral em 2003 e está internada desde então, em estado semiconsciente.
A família quer desligar os aparelhos que a mantêm viva e pediu que o assunto não tenha divulgação.
Até agora, quando determinavam o veto à publicação de assuntos relacionados a uma pessoa ou empresa, os juízes escreviam: atinge jornais, revistas, sites de internet, TVs e rádios.
Desta vez está explícito: também "mídias sociais como Twitter e Facebook".
A decisão do juiz acontece quatro dias depois de uma conta do Twitter divulgar uma relação de pessoas famosas que supostamente conseguiram na Justiça britânica a proibição da publicação de seus nomes relacionados a casos de infidelidade.
Por um lado, isso foi considerado uma afronta à Justiça do país. Por outro, a explicitação de uma realidade: num mundo globalizado e com as chamadas mídias sociais, fica cada vez mais difícil para a Justiça ou outro Poder controlar o fluxo de informações.
Na segunda-feira, um dia após a publicação da "lista dos famosos", o Twitter teve a maior audiência já registrada pelo site no Reino Unido.
Estão lá os nomes de jogadores de futebol, atores, ex-participantes do Big Brother e apresentadores de TV.
A discussão agora é se a medida judicial tem algum efeito prático.
Tanto o Facebook quanto o Twitter têm sede nos EUA, fora da jurisdição da Justiça britânica. Não estariam, em tese, sujeitos a penalidades como multas ou a suspensão dos serviços.
Outra dificuldade é conseguir identificar o autor da publicação. Depois, saber se ele é residente do Reino Unido ou se também está fora da jurisdição.
O ministro da Cultura do Reino Unido, Jeremy Hunt, afirmou que o governo e os parlamentares precisam, com urgência, estudar uma reforma na legislação que inclua essas novas tecnologias.
Não faz sentido, afirmou ele, que os jornais sejam proibidos de publicar determinados assuntos que já estejam ao alcance de todos por meio da internet.

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Parceria com MRE criará políticas públicas na área econômica

A ideia é criar espaço de reflexão sobre impactos distributivos do comércio exterior do Brasil Fonte: UnB.br 14/05

A Universidade de Brasília (UnB) quer reativar o Fórum de Estudos e Pesquisas sobre Desenvolvimento (FEPED). Desta vez, o fórum trataria dos impactos distributivos do comércio exterior brasileiro. O FEPED seria um espaço em que pesquisadores, professores e governo discutiriam novas políticas públicas para o setor, além de integrar demandas. A proposta foi apresentada por Railssa Alencar, diplomata da área econômica do Ministério das Relações Exteriores (MRE), ao reitor José Geraldo de Sousa Júnior.

“Acho que o governo não aproveita bem o espaço que tem na UnB”, acredita Railssa. Segundo o reitor, o fórum faz parte do objetivo da universidade de integrar e incluir a sociedade. “Com ele poderíamos ampliar os campos de pesquisa e fundamentar políticas do governo”, acredita José Geraldo. Agora, Railssa irá contatar professores da UnB e membros do Ministério das Relações Exteriores para formar uma agenda que possa institucionalizar o fórum. O reitor sugeriu que também seja feita uma parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA).

Para a diplomata, a universidade precisa ser ouvida enquanto o Brasil aparece como potência mundial econômica. “Seria uma maneira de integrar a agenda da academia e do Estado”, diz. Railssa foi coordenadora do FEPED há dez anos, quando foi criado por alunos do curso de Relações Internacionais. Naquela época, o grande tema eram as políticas públicas compensatórias. “Era um espaço de reflexão com enfoque comunitário, que discutia políticas como o bolsa escola”, explica.

Com o desenvolvimento, as demandas mudaram. O FEPED poderá criar maneiras de reverter os crescentes ganhos econômicos do comércio externo brasileiro para a população, como por exemplo, a discussão sobre a distribuição de royalties da exploração do petróleo do Pré-Sal. Segundo Railssa, é importante que exista um espaço acadêmico de discussão, que não seja pautado pela demanda governamental. “Com a inserção do país internacionalmente essa é uma discussão importante”, aponta.

O reitor também aponta que são necessárias mais discussões sobre o tema. “É preciso que haja desenvolvimento econômico, mas também é importante pensar em como distribuir os ganhos do comércio”, acredita José Geraldo. Ele acredita que a restruturação do FEPED pode abrir a perspectiva de um comércio mais justo e humanitário. “Os direitos humanos seriam o fio condutor desse debate”.

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Ascensão social reduz evangélicos, diz líder da CNBB

Para o novo presidente da instituição, classe C estuda e lê mais, se torna mais crítica e se aproxima da Igreja Católica

Deputado Eduardo Cunha, da bancada dos evangélicos na Câmara, contesta a afirmação: "ocorre o contrário", diz
Fonte: folha.uol.com.br 14/05


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O novo presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), d. Raymundo Damasceno Assis, disse ontem que a ascensão social de quase 30 milhões de pessoas nos últimos anos as tornou mais "críticas" e, por isso, teria diminuído a presença evangélica no país.
"Elas começam a ler mais, a estudar mais, e por isso são mais críticas em relação a muitas posturas hoje na sociedade", afirmou, após o encerramento da 49ª Assembleia Geral da CNBB, em Aparecida (SP).
D. Raymundo Damasceno Assis não soube precisar a fonte das informações, mas afirmou que a nova classe média, ao mesmo tempo em que se afastou das igrejas evangélicas, se aproximou da Igreja Católica.
Segundo o Datafolha, a população católica perdeu fiéis na última década, e a população evangélica cresceu.
Para o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), membro da bancada evangélica, o que ocorre no país é "exatamente o contrário".
"O número de evangélicos cresceu em todos os segmentos de renda. E, com o progresso das classes, têm surgido muitas comunidades evangélicas voltadas para a classe média", afirmou.
Ontem, ao tomar posse como presidente da CNBB pelos próximos quatro anos, d. Raymundo Damasceno Assis assumiu como principal desafio fortalecer o papel missionário da Igreja Católica no país. Ele disse que as paróquias precisam sair do "comodismo" e buscar fiéis.
Atualmente, o principal alvo da Igreja Católica são os jovens. Uma das estratégias para conquistá-los é o uso da internet e das redes sociais, como defendeu o cardeal d. Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, em entrevista durante a assembleia.
Já d. Raymundo Damasceno aposta fichas também na escolha do Brasil para sediar a jornada mundial da juventude em 2013, que terá a presença do Papa Bento 16.

CONCILIADOR
Segundo membros da CNBB, o novo presidente tem um perfil conciliador.
Questionado pela Folha sobre como avalia o governo Dilma Rousseff, ele disse que é de forma positiva e que a presidente é uma pessoa "discreta", que aparece apenas "nos momentos mais importantes".
O presidente da CNBB não quis comentar a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que equiparou a união civil homoafetiva à heterossexual, na semana passada.
Em nota, CNBB afirmou que o Supremo ultrapassou "os limites de sua competência" e que a decisão cabia ao Congresso Nacional.

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