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CINEMA
Animação "Rio" lidera bilheterias norte-americanas Fonte: folha.uol.com.br 19/04
O filme dirigido pelo brasileiro Carlos Saldanha faturou US$ 40 milhões (R$ 63 milhões) no primeiro fim de semana de exibição nos Estados Unidos. O valor fez o longa alcançar o posto de melhor estreia de 2011. Já a sequência de terror "Pânico 4" ficou em segundo no ranking, arrecadando US$ 19,3 mi (R$ 30,7 mi) e frustrando expectativas.
Semana passada, a animação dublada por Jesse Eisenberg e Anne Hathaway já havia despontado como maior estreia internacional do ano, faturando US$ 55 mi (R$ 87 mi) com o lançamento em 72 países, onde permanece no topo das bilheterias.
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ARTES VISUAIS
Cristãos se irritam e destroem obra em galeria francesa Fonte: folha.uol.com.br 19/04
Um quadro do artista norte-americano Andres Serrano foi destruído anteontem em uma galeria localizada na cidade de Avignon, na França.
A obra, que mostrava uma imagem de Jesus Cristo crucificado mergulhado em urina, foi alvo de vandalismo após duas semanas de protestos de entidades católicas. Outro trabalho em exibição -que mostrava mãos de freiras em oração- também foi danificado.
Não é a primeira vez que "Piss Christ" causa polêmica. Criada em 1987, já gerou manifestações após exibições na Austrália e na Suécia. O ministro da Cultura francês, Frédéric Mitterand, condenou o ato.
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Festival confirma vinda de Strokes e Vaccines ao Brasil Fonte: folha.uol.com.br 19/04
O festival Planeta Terra anunciou ontem oficialmente suas primeiras atrações. O principal nome do evento, por enquanto, é banda norte-americana Strokes, que está lançando o álbum "Angles".
O festival também confirmou a vinda da estreante britânica The Vaccines e do músico americano Toro Y Moi.
O evento, que chega este ano à quinta edição, será realizado em São Paulo no dia 5 de novembro.
A venda de ingressos terá início em maio. Em 2010, o festival aconteceu no parque Playcenter e trouxe bandas como Smashing Pumpkins, Pavement e Mika.
Abuso de álcool cresce e tabagismo cai
Pesquisa do Ministério da Saúde mostra que consumo excessivo de bebida está aumentado mais entre as mulheres
Levantamento ouviu 54 mil pessoas; número de homens fumantes está em queda e o de mulheres, estável Fonte: folha.uol.com.br 19/04
O consumo abusivo de álcool está crescendo no Brasil, principalmente entre as mulheres. A constatação é de pesquisa divulgada ontem pelo Ministério da Saúde.
O levantamento foi feito a partir de 54 mil entrevistas por telefone com pessoas de mais de 18 anos nas 27 capitais do país. O percentual de brasileiros que bebem em excesso passou de 16,1% em 2006 para 18% em 2010.
O problema atinge mais os homens. Em 2010, 26,8% deles abusavam de álcool. Em 2006, eles eram 25,5%.
Foi entre as mulheres, no entanto, que se deu o aumento mais expressivo: a taxa passou de 8,2% para 10,6% nos últimos quatro anos. Com base em critérios da OMS (Organização Mundial da Saúde), o ministério considerou como consumo excessivo a ingestão de pelo menos cinco doses em uma mesma ocasião por mês para homens ou pelo menos quatro doses para mulheres.
Para Amadeu Roselli Cruz, do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o aumento do consumo de álcool na população feminina está ligado à inserção das mulheres no mercado de trabalho e nas universidades.
"A igualdade de gênero se estende a campos positivos e negativos. Comportamentos que eram tidos como tipicamente masculinos passam a ser adotados pela mulher."
De acordo com Amandio Fernandes, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, pesquisas mostram que o álcool aumenta o risco de câncer de mama, esôfago, boca, faringe e laringe.
TABAGISMO
A pesquisa do Ministério da Saúde mostra ainda que o tabagismo continua em declínio no país, mas tem encontrado resistência maior entre as mulheres, ainda que o número de fumantes seja superior entre os homens.
Entre 2006 e 2010, a proporção de fumantes caiu de 16,2% para 15,1%. Em 1989, quando o IBGE realizou uma pesquisa semelhante, o percentual era de 34,8%.
Nos últimos anos, no entanto, a queda se deu apenas entre os homens -de 20,2% para 17,9% de 2006 a 2010. Entre as mulheres, o número ficou estável em 12,7%.
Entre elas, aumentou o percentual das que fumam mais de um maço por dia -de 3,2% para 3,6%. Entre os homens, houve queda.
O tabagismo também preocupa entre a população com menor instrução. Pessoas que têm só o ensino fundamental são as que mais fumam -18,6%, contra 10,2% das que têm nível superior.
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Extirpando a miséria via empreendedorismo
PAULO FELDMANN
Faltam políticas de apoio ao empreendedorismo, além de o microcrédito ainda não ser encarado como instrumento de combate à miséria no país
Fonte: folha.uol.com.br 19/04
Jeffrey Sachs é um professor e economista apto a falar sobre combate a pobreza. Sua experiência reúne casos de sucesso na redução dos índices de miseráveis em vários países. Recentemente editou "O Fim da Pobreza". Nossos formuladores de políticas públicas precisam conhecer o livro, pois uma das conclusões é a de que, na grande maioria dos casos, seria impossível criar empregos para atender a todas as pessoas que passam fome.
E qual a saída ? Estimular a capacidade de empreender. O livro cita exemplos como o de mães na Índia que se tornaram exímias costureiras depois que conseguiram comprar suas primeiras máquinas de costura por meio do microcrédito, ou o de jovens que passaram a ganhar um rendimento que lhes permitiu sobreviver dignamente após terem conseguido, da mesma forma, seus laptops.
Fala-se muito que o povo brasileiro é criativo e empreendedor. Então por que não levamos a cabo programas como esses? Porque faltam justamente políticas de apoio ao empreendedorismo, além do fato de que o microcrédito ainda não é encarado como um instrumento de combate à miséria.
Capacidade empreendedora tem tudo a ver com pequenas empresas, pois o indivíduo que é dono de uma boa ideia se dirige ao mercado inicialmente criando a sua empresa.
Se existe um segmento empresarial que nunca teve apoio real neste país, este é o das micro e pequenas empresas. Apesar de serem 99,1 % do total e gerarem 60 % dos empregos, são responsáveis por apenas 20 % do nosso PIB. Ou seja, elas não têm a menor importância no contexto da nossa economia.
Em qualquer país do mundo elas recebem atenção especial. Na Itália, a legislação prevê a figura do consórcio, que é um grande estímulo para que elas se unam. Com isso, lá elas respondem por 42% das exportações. Vergonhosamente, no Brasil esse número é de 1,2%.
Todo apoio que se dá às exportações no Brasil é voltado para as grandes empresas.
Outro modelo vem sendo empregado por países da Europa: com apoio do Estado, a grande empresa fornece ao cidadão desempregado equipamentos para que ele possa desenvolver seu próprio negócio.
Há exemplos interessantes de tecelagens em que os teares foram doados a cidadãos miseráveis, que, graças a isso, passaram a ter seu próprio negócio e a vender para aquela empresa que lhes beneficiou. Até mesmo o governo cubano, que recentemente demitiu 500 mil funcionários, está propondo que estes passem a ser empreendedores, e para isso oferece incentivos.
Segundo a presidente Dilma Rousseff, sua meta até o final de 2014 é extirpar a miséria, que atinge 20 milhões de pessoas. Certamente, ela sabe que é impossível criar emprego para todas.
A presidente acaba de enviar ao Congresso o projeto de criação da Secretaria Especial da Micro e da Pequena Empresa. Esperamos que, ao privilegiar o empreendedorismo, possa contribuir com a diminuição da miséria em nosso país.
PAULO FELDMANN é professor da FEA-USP e presidente do conselho da pequena empresa da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).
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POESIA
Coletivo e democrático
Pode ser a Rodoviária, a Biblioteca Nacional, uma feira, uma praça ou um teatro bonito, se o convite for para ler poesia, o Coletivo de Poetas está sempre a postos. Fonte: correioweb.com.br 19/04
É um compromisso filosófico que rende saraus durante todo o ano. A maratona de 2011 começou na última semana, com o lançamento do Fincapé, sexto livro do coletivo e antologia de 43 poetas de Brasília destinada a comemorar os 21 anos do grupo. A agenda de lançamentos segue ao longo do mês de abril com leituras e apresentações no Sebinho, Biblioteca Demonstrativa, Barca Brasília, Café Martinica e T-Bone. São encontros nos quais se canta, recita e celebra ao som de versos. Faz parte da filosofia do grupo.
Criado pelo jornalista e poeta piauiense Menezes y Morais, o coletivo é aberto, democrático e acessível. Não tem estatuto nem número fixo de integrantes e acolhe a todos sem discriminar estilos e conteúdos. O Fincapé reflete com propriedade a ideia de Menezes: acolher toda e qualquer poesia produzida na cidade. Há de cordel a poesia visual, de iniciantes a veteranos. A intenção é proporcionar a todos algumas páginas de divulgação. “Temos como objetivo levar a poesia a todos e recitamos onde somos chamados. Não temos apoio de nenhuma instituição. Isso, inclusive, foi votado. O coletivo nunca bateu na porta do Estado pedindo ajuda. E, pessoalmente, não acho que o Estado tem obrigação de publicar minha poesia”, diz Menezes.
A poeta Carla Andrade se sentiu mais acolhida pelo coletivo do que pela cidade de Brasília. Mineira de Belo Horizonte e radicada na capital há 10 anos, ela já escreveu versos sobre a cidade, mas sempre em tom amargo. Para o coletivo, no entanto, as palavras são outras. “Fiquei muito satisfeita de ter minha poesia estampada no livro. Fico feliz de terem me recepcionado. Sou mais nova que muitos poetas que estão lá e é muito bom publicar poesias novas enquanto não lanço o livro”, diz Carla, que prepara material para lançar o segundo livro.
O Fincapé é espaço de todos e, como explica Maurício Melo Júnior no prefácio, fica difícil encontrar regularidade no conjunto. Não é aí, continua Júnior, que reside a importância da publicação. “Todos, versejadores maiores e menores, tinham — e ainda têm — o direito de expressar suas emoções. Não que a qualidade seja elemento secundário neste caminho, apenas não é regra para a aceitação de um novo sócio”, escreve. Nicolas Behr tem cinco poemas no livro e se norteia pelo mesmo pensamento de Júnior. “É divulgação da poesia e acho importante ela circular fora dos guetos”, diz. “O livro é um caleidoscópio, mostra várias facetas da poesia da cidade, é um espelho com mil reflexos.”
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Família não devia herdar obras, diz Ivo
Autor questiona veto de familiares ao uso de fotos do poeta Manuel Bandeira, que completaria 125 anos hoje
Escritor, 87, afirma ter proposto a Dilma Rousseff transformar obra de Bandeira em patrimônio público Fonte: folha.uol.com.br 19/04
O poeta, romancista e contista alagoano Lêdo Ivo, 87, membro da ABL (Academia Brasileira de Letras), conviveu com grandes nomes da literatura, como Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira.
Recentemente, foi obrigado a retirar as fotos de Bandeira que entrariam em seu livro de memórias, "O Vento do Mar" (ed. Contracapa), a ser lançado em maio. Segundo ele, os herdeiros do poeta cobraram preços proibitivos para a publicação.
Nesta entrevista, Ivo fala da interferência das famílias na produção de livros e biografias no Brasil.
Folha - O senhor discorda da cobrança pelo uso das fotos?
Lêdo Ivo - Estou fazendo um livro de recordações literárias, e não posso publicar nenhuma foto do Bandeira, que era meu amigo, porque teria de pagar aos herdeiros.
Se eu quiser publicar uma foto do Barack Obama, o homem mais poderoso do mundo, eu posso. Do Bandeira, eu tenho que pagar, porque os herdeiros acham que é extensão da sua obra. É um negócio que não tem nexo.
Elas não serão publicadas?
Vou publicar fotos de outros escritores, menos do Bandeira. Um advogado até me sugeriu publicar e enfrentar a família, mas tem muito juiz maluco por aí e há uma incerteza jurídica muito grande, o que pode acarretar em prejuízo para a editora.
Tenho fotos dele desde 1943, quando nos encontramos pela primeira vez, até uma foto de quando ele já estava senil, de bigode.
O senhor conviveu muito tempo com Bandeira?
Ele foi meu amigo durante 30 anos e o curioso é que nunca conheci nenhum parente dele. Fomos vizinhos em Teresópolis, e nunca apareceu ninguém.
Só depois da morte é que eles apareceram, inclusive mentindo. Eu vi numa entrevista um herdeiro dizendo que a mãe dele visitava Bandeira nos aniversários. É uma mentira deslavada, porque nos aniversários Manuel Bandeira se escondia para não receber as chamadas homenagens.
E em toda a sua obra ele fala da solidão, da falta de ligações com a vida familiar, da condição de solteiro. Só depois que ele morreu e ganhou uma glória póstuma considerável, essas pessoas surgiram e agora estão controlando sua obra.
Este direito não é legítimo?
Acho que só deveriam herdar os descendentes diretos. Se o escritor tivesse filhos, os filhos herdariam. Neste caso específico, até já sugeri que a presidente Dilma Rousseff faça com Manuel Bandeira o que o presidente Juscelino Kubitschek fez com a obra do Machado de Assis.
Na época, a obra dele estava entregue a uma editora que publicava os livros em edições mutiladas, cheias de erros. Juscelino desapropriou a obra e a tornou patrimônio público. Então começaram a sair edições corretas do Machado, os pesquisadores restauraram textos originais, fizeram biografias etc.
Machado também não deixou herdeiros diretos, os casos são bastante parecidos.
O senhor acha que a lei deveria mudar?
Acho que é preciso uma legislação moderna que discipline tudo isso. Por que eu devo pagar à família por fotos em que estou ao lado do Bandeira? Você recebe cartas, mas não é dono destas, elas pertencem à família. É uma legislação maluca.
Outro problema é o da biografia. Veja os casos de biografias proibidas do Roberto Carlos, do Guimarães Rosa.
Tem uma escritora chamada Ida Vicenzia que passou seis anos fazendo uma biografia da Cecília Meireles. Quando já estava pronta, os herdeiros vetaram a publicação. Eu presumo que seja porque, no tempo em que Cecília ficou viúva do Correia Dias, até se casar de novo, ela teve alguns amores, inclusive o Josué de Castro, aquele famoso médico de "Geografia da Fome".
Acho que a família não quer que estes fatos venham à público. Mas é um negócio de louco. Uma biografia autorizada não é uma biografia, pois atende às conveniências da família. E a verdadeira biografia, que poderia servir à compreensão do leitor, está proibida no Brasil.
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Parentes devem zelar por legado, diz herdeiro
Fonte: folha.uol.com.br 19/04
Sobrinho-neto de Manuel Bandeira, o advogado da União Antônio Manoel Bandeira Ribeiro Cardoso diz que a família apenas está fazendo uso de direitos que lhes são garantidos por lei.
Segundo ele, se há interesse em publicar fotos de Bandeira, é por ele ser uma figura de expressão, e cabe aos herdeiros zelar por sua imagem, como consta no Código Civil e na Constituição.
"É uma tremenda besteira ele dizer que meu tio-avô não tinha contato com a família só porque foi na casa dele meia dúzia de vezes e nunca encontrou um parente por lá. Eu me lembro do Bandeira muitas vezes em minha casa, e de minha avó sempre falando com ele ao telefone", diz Cardoso.
Ele afirma que o poeta legou em testamento seus direitos à família. "É um patrimônio como outro qualquer. Um sobrinho não tem direito a herdar uma casa?"
PATRIMÔNIO PÚBLICO
Cardoso também estranha a proposta de Lêdo Ivo em tornar a obra do poeta patrimônio público.
"Eu me admiro isto partir de um escritor. Queria ver sua reação se alguém sugerisse tomar a obra dele", afirma.
Cardoso afirmou também que apoia a proibição de biografias que exploram determinados aspectos da vida íntima de um escritor.
"Ele é uma personalidade pública, mas a vida dele não é", afirma.
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Bandeira recebe homenagens por 125 anos
Fonte: folha.uol.com.br 19/04
O poeta pernambucano Manuel Bandeira (1886-1968), que completaria 125 anos hoje, está recebendo homenagens no Rio de Janeiro e em Recife.
Nesta semana, a Fundação Eva Klabin, no Rio, promoveu um recital só com poemas musicados de Bandeira, com participação do ator Francisco Cuoco.
O poeta é um dos que mais teve a obra musicada, com 94 poemas que viraram canções de compositores como Guerra Peixe e Villa-Lobos.
Em Recife, o casarão onde ele passou parte da sua infância, hoje um centro cultural chamado Espaço Pasárgada, promove até o dia 19 eventos,como palestras, recitais e sarau.
Bandeira também tem ganho edições de sua obra em prosa desde 2006, pela editora Cosac Naify. Já foram lançados dois volumes de crônicas inéditas e relançado seu primeiro livro em prosa, "Crônicas da Província do Brasil", com organização do pesquisador Júlio Castañon Guimarães.
O uso de imagens do poeta, no entanto, já virou alvo de disputas. Em 2009, o selo Biscoito Fino foi condenado a pagar R$ 5 mil pelo lançamento do DVD "Encontro marcado com o cinema de Fernando Sabino e David Neves", que continha um documentário sobre Bandeira.
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