Chamando reforço
Por Alon Feuerwerkeralonfeuerwerker.df@dabr.com.br
A participação de Lula vai ajudar na empreitada da reforma política? Talvez. O ex-presidente poderá bradar nos palanques que o financiamento público vai eliminar a força do poder econômico nas campanhas. E omitirá que ficará intacta a influência do Estado, e de quem o comanda. Fonte: correioweb.com.br 20/04
O PT decidiu mobilizar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para dar um empurrão na reforma política desejada pelo partido. Na reta final da Presidência, Lula já mostrara disposição de investir energias nisso quando deixasse o Planalto. Mas agora a coisa ganhou premência.
Apesar de aprovada na comissão especial do Senado, a essência da reforma pretendida pelo PT enfrenta dois obstáculos potenciais de peso. A desconfiança de políticos não petistas e de eleitores.
Os primeiros veem com pé atrás uma mudança arquitetada para alavancar principalmente a representação política do PT. E haverá resistência de eleitores quando forem informados da dupla surpresa a eles reservada.
Aprovada do jeito que está, a reforma vai obrigar o eleitor a pagar toda a conta da eleição (financiamento exclusivamente público), mas “em compensação” retirará dele o direito de votar diretamente no candidato a deputado ou vereador.
Com a lista fechada (o outro nome é “partidária”, para disfarçar), quem vai decidir na prática a composição individual dos parlamentos serão os caciques instalados na cúpula das legendas e alimentados pela verba pública dos fundos partidários.
Fora as perfumarias, a reforma se resume a tirar direitos do eleitor. Ele perde o direito de ajudar financeiramente o partido ou candidato que gostaria de vitaminar. E perde o direito de influir na composição individual dos parlamentos.
A proibição do financiamento privado, de pessoas físicas e jurídicas, além do mais, dá uma vantagem decisiva a quem está no governo. Os partidos majoritários (do poder) ficarão com a parte do leão. Pois deverá haver proporcionalidade na repartição da verba pública, e ela será calculada em função dos resultados do último pleito.
Ou seja, se o partido venceu a última eleição terá mais dinheiro para fazer campanha. Mesmo se tiver perdido apoio na sociedade. A oposição precisará encarar a disputa em situação adversa. Sempre.
E partidos governistas invariavelmente podem fazer campanha montados em alguma máquina ou orçamento. O governismo sempre poderá usar a verba orçamentária para atrair apoios, e sem qualquer contravetor, sem nenhum contrapeso.
O PT tem chance de emplacar sua reforma? Ele tem aliados. Espantosamente, um aliado do PT na empreitada é o Democratas. Se bem que no caso do DEM nenhum impulso suicida deva merecer espanto genuíno de quem observa.
A proposta do PT pode também seduzir os detentores de poder estadual ou municipal.
Pois a mecânica caciquista tende a reproduzir-se nos diversos níveis, e com maior perversidade nos lugares onde a sociedade depende do Estado em alto grau.
A lista fechada e o financiamento exclusivamente público nutrem-se de um ambiente político longamente cultivado pelo udenismo militante. Foram criminalizados o livre arbítrio do eleitor (Tiriricas passaram a ser criticados como o grande problema da política brasileira) e o direito de a sociedade participar do financiamento da política.
Mas, como escrevi no começo da coluna, a missão dos reformistas não vai ser fácil. No plebiscito sobre sistema de governo e no referendo sobre a proibição do comércio de armas de fogo ficou óbvio que o eleitor resiste à retirada de direitos.
Mesmo quando todos os sábios da opinião pública dizem que é para o bem dele, eleitor.
A participação de Lula vai ajudar na empreitada? Talvez. O ex-presidente tem trânsito e, na prática, vai falar aos políticos em nome do governo.
Para o povão, Lula poderá bradar nos palanques que o financiamento público eliminará a força do poder econômico nas campanhas. Omitirá, naturalmente, que a proposta do PT preserva o poder econômico-eleitoral do Estado, e de quem o comanda.
Mas aí talvez a discussão fique sofisticada demais. Ainda que nunca se deva subestimar a inteligência do povão.
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Marcos coimbra
Um dado chama a atenção: todos estão começando bem, alguns muito bem. Tanto a presidente quanto os governadores completaram seu período inicial com índices elevados de aprovação popular
sociólogo e presidente do instituto Vox Populi |
» marcoscoimbra.df@dabr.com.br
Fonte: correioweb.com.br 20/04
Popularidade inicial
São poucas as pesquisas disponíveis a respeito da popularidade dos governantes eleitos ano passado. A exceção é Dilma, cuja administração já foi avaliada através de algumas, divulgadas nas últimas semanas.
Sobre os governadores, as informações são menos abundantes. De um ou outro se conhece alguma coisa, vinda de levantamentos realizados na altura dos “cem dias”, quando é hábito fazer as primeiras sondagens.
Um dado chama a atenção: todos estão começando bem, alguns muito bem. Tanto a presidente quanto os governadores completaram seu período inicial com índices elevados de aprovação popular.
Era de esperar que os governadores reeleitos (que são vários) tivessem essa performance. Afinal, reeleger-se equivale a passar com sucesso por um teste, em que o trabalho feito ao longo de quatro anos é avaliado e considerado satisfatório.
Já no fim de 2010, nas pesquisas de balanço anual, via-se isso. Os campeões eram governadores que haviam permanecido no cargo e vencido, como os de Pernambuco, Ceará e Bahia. Um pouco atrás, mas com números confortáveis, o do Rio de Janeiro.
Eduardo Campos, Cid Gomes e Jaques Wagner alcançavam, em dezembro, níveis de avaliação positiva superiores a 60%, o que significa que seus governos eram percebidos como ótimos ou bons por dois terços ou mais da população de seus estados (80% no caso de Eduardo Campos, o recordista). Sérgio Cabral obtinha 55%, o que, considerando a história política recente do Rio de Janeiro, pode ser visto como um bom número. Nenhuma surpresa, portanto, que seus governos chegassem aos cem dias com altos índices de popularidade.
Mas a safra atual não é formada apenas por governantes reeleitos. A começar pelo governo federal, são vários os estados onde governadores novos tomaram posse em janeiro.
Dois desses, de estados importantes, apresentam particularidades. Em São Paulo, Geraldo Alckmin é novo, mas nem tanto, pois é a terceira vez que ocupa o Palácio dos Bandeirantes. Em Minas Gerais, Antonio Anastasia não é novo, pois estava no cargo desde abril de 2010. Tecnicamente, foi, portanto, mais uma reeleição, embora não fosse assim percebida sua vitória pela vasta maioria da opinião pública mineira.
A atual popularidade de Alckmin confirma o que todas as pesquisas feitas nos últimos anos mostraram: é o governador de São Paulo mais bem avaliado de que temos registro. Com quase 50% de ótimo e bom, supera Covas e Serra, no início de governo, com folga.
Na mais recente pesquisa Vox Populi em Minas Gerais, Anastasia chega a 58% de avaliações positivas e a 80% de aprovação, o que o aproxima dos três mais bem situados (entre os estados maiores). Tarso Genro, no Rio Grande do Sul, também está quase nesse patamar.
Alguns poderiam explicar seu desempenho lembrando que sucede a uma governadora muito mal avaliada. Que estaria bem somente por ser comparado a alguém que decepcionou.
Não é, no entanto, verdade em seu caso e, menos ainda, no de Anastasia. Aécio, seu antecessor, era extremamente bem avaliado, e, em retrospecto, mantém uma taxa de aprovação que beira a unanimidade: 95% dos entrevistados pela Vox Populi, em abril, aprovam o governo que fez.
Dilma com 73%; Anastasia com 80%; no Nordeste, três campeões; Alckmin batendo seus próprios recordes; algo inusitado no Rio Grande, onde Tarso Genro atinge patamar que ninguém havia alcançado por lá; todos, de uma maneira geral, superando o que seus predecessores obtiveram na mesma época. O que estará acontecendo com os brasileiros? Estamos todos felizes com os governos?
São eles (e ela) que são tão bons? Ou fomos nós que ficamos mais tolerantes?
Talvez as duas coisas: 1) de fato, é uma safra boa; 2) com a normalização democrática, a população brasileira, a cada dia, olha mais o governo como governo, sem deslumbramento ou receio.
A política está, finalmente, se tornando parte do cotidiano.
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PARTIDOS
Ensaios abertos para 2012
PSDB e DEM esboçam parceria nas disputas municipais. Lula promete ir a campo e fazer o PT ganhar em São Paulo Fonte: correioweb.com.br 20/04
Enquanto PT e PMDB se preparam para correr separados nas eleições de 2012, PSDB e DEM ensaiam as estratégias nas disputas municipais. Na próxima semana, tucanos e democratas iniciarão conversas a fim de elaborar chapa nas principais cidades. Ontem, o presidente do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), reuniu-se com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o secretário-geral do partido, deputado Rodrigo de Castro (MG). Em pauta, a coligação com o DEM nos estados.
De acordo com Aécio, haverá esforço do partido para repetir a parceria da eleição presidencial em todos os municípios com mais de 200 mil habitantes. “Achamos que esse é o momento de anteciparmos as coligações. Onde o DEM for mais forte, vamos de DEM. Onde o PSDB for mais forte, vamos de PSDB, mesmo se for necessário haver intervenções nacionais, para já criar um ambiente de parceria. Vamos pegar essas cidades com mais de 200 mil eleitores, definir uma estratégia e anunciar que nós vamos estar juntos, se possível em 100% dessas cidades.”
O senador mineiro afirmou que o presidente da sigla deve ser reeleito “de forma natural e consensual” na convenção do partido, em maio. Aécio rejeitou a hipótese de o DEM se fundir ao PSDB. De acordo com o parlamentar, a antecipação da discussão das coligações põe fim à especulação sobre a fusão. “O entendimento é o seguinte: diferentemente de outros anos, quando disputamos entre nós e acabamos prejudicando um ao outro, este ano não vai haver isso.”
Leque
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou aos colegas de partido que tomará por tarefa a tentativa de desalojar a oposição da prefeitura e do governo de São Paulo a partir do pleito municipal do ano que vem. Durante encontro com prefeitos e políticos paulistas do PT, Lula pediu que a legenda costure o máximo de alianças, tendo em vista a ameaça de José Serra (PSDB), cogitado pelos tucanos como possível candidato a prefeito. O ex-presidente ainda pediu que o partido escolha o candidato à prefeitura até o fim do ano. Se necessário, Lula garantiu que subirá no palanque para levar o PT de volta ao comando da maior cidade do país. “Eu quero participar das eleições de 2012”, avisou. Lula falou por 40 minutos para uma plateia de petistas que incluía 32 prefeitos, 21 deputados estaduais, 3 deputados federais e os ex-ministros José Dirceu e Luiz Dulci, em Osasco, região metropolitana de São Paulo.
Três novos ministros indicados para o STJ
A presidente Dilma Rousseff indicou três novos ministros para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os nomes de Antônio Carlos Ferreira, 54 anos; Ricardo Villas Bôas Cuêva, 48; e Sebastião Alves dos Reis Júnior, 46, foram publicados na edição de ontem do Diário Oficial da União. Os três constavam nas listas enviadas ao Palácio do Planalto para vagas da advocacia. Antes das nomeações e das posses, as indicações terão de ser aprovadas pela Comissão de Constituição e Justiça do Senado e pelo plenário da Casa.
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CONGRESSO
Ainda em busca de um acordo
Presidente da Câmara pretende votar o novo Código Florestal em 4 de maio, mas o governo tenta fechar a proposta Fonte: correioweb.com.br 20/04
Mesmo com a promessa de votar o novo Código Florestal Brasileiro daqui a 15 dias, feita ontem pelo presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), a unanimidade em torno dos pontos mais polêmicos da proposta ainda está longe. Ontem, em reunião com o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), escolhido para intermediar as conversas sobre o assunto, afirmou que mais um encontro ainda deverá ser feito na próxima semana para que a posição do governo seja fechada.
“Se o governo se expressar por meio dos ministros, e se cada ministro falar eventualmente aquilo que pensa, desorganiza. Eu entendo as manifestações, mas o governo vai ter uma palavra única, como tem que ser, e é da reivindicação da bancada do PT. (A proposta) está no finalmente”, garantiu.
Ambientalistas e ruralistas travam um embate no Congresso, principalmente em questões como tamanho de áreas de preservação permanentes, possibilidade de isenção de reserva legal, anistia de multas para desmatadores e adoção de mecanismos financeiros para compensar quem preserva. Nesse último ponto ainda existe discordância entre os ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da Agricultura.
Reserva legal
Segundo o ministro Wagner Rossi , da Agricultura, há três propostas em discussão. A do relator, deputado Aldo Rabelo (PCdoB-SP), a favor da isenção da reserva para propriedades até um tamanho determinado, a do MMA, defensor de que ninguém fique isento de pagar, e a do Ministério da Agricultura, da qual a pequena propriedade deve recompor sua reserva legal, mas com condições favorecidas, recebendo por serviços florestais. Rossi disse ainda que há outros dois pontos sem consenso sobre as mudanças no código, mas não os detalhou.
O presidente da Câmara afirmou que a matéria será incluída na pauta na primeira semana de maio. Até lá, ele acredita ter tempo para os últimos acordos. “Não temos um acordo definitivo, mas estamos muito próximos disso”, revelou Maia. Ele ainda tem a intenção de convidar os ministros Wagner Rossi, Izabella Teixeira e Afonso Florence, Desenvolvimento Agrário, para participar de um debate na Casa.
PPS a favor da Ficha Limpa
O PPS entrou com a primeira ação no Supremo Tribunal Federal (STF) que pede o reconhecimento da legalidade da Lei da Ficha Limpa. O objetivo do partido é que a regra, que veta a candidatura de políticos condenados e que renunciaram a mandato, possa valer nas eleições de 2012 e seja aplicada para fatos anteriores à publicação da lei.
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CINEMA
Filmes brasileiros têm exibições em paralelas de Cannes Fonte: folha.uol.com.br 20/04
DE SÃO PAULO - "Abismo Prateado", do cineasta brasileiro Karim Aïnouz, é um dos 21 longas-metragens selecionados para a Quinzena dos Realizadores de 2011. O evento ocorre em paralelo ao Festival de Cannes, entre os próximos dias 12 e 22 de maio.
Já o média-metragem "Permanências", de Ricardo Alves Junior, será exibido na Semana dos Críticos. O diretor mineiro produziu a obra, vencedora da mostra Janela Internacional do Cinema do Recife, a partir de um conjunto habitacional em Belo Horizonte.
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