quarta-feira, 6 de abril de 2011

Ainda com recursos indefinidos, 13º Fica dá início à seleção de filmes inscritos

Fonte: opopular.com.br 06/04

Com o início do trabalho da comissão de seleção dos filmes inscritos, começaram efetivamente as atividades para a realização do 13º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental de Goiás (Fica), apesar do cenário de indefinições na cultura goiana com o novo governo estadual. Desde segunda-feira, os cinco membros do júri de seleção estão avaliando as obras inscritas, 413 ao todo, em sessões no Cine Cultura. Eles têm até 2 de maio para dar o veredito. Se for seguida a média das edições anteriores do festival, a quantidade de filmes selecionados deve ficar em torno de 30 títulos, entre curtas, médias e longas-metragens. O festival será realizado de 14 a 19 de junho, na cidade de Goiás.

Com as dificuldades de caixa alegadas pelo governo estadual e os consequentes cortes de gastos, a área da cultura também foi afetada. Décio Coutinho, diretor de ação cultural da Agência Goiana de Cultura (Agepel), disse que ainda não sabe qual será a fonte de recursos para a realização do festival. "Estamos estudando ainda as possibilidades: pode ser do próprio Tesouro, do Fundo Produzir ou de patrocínios diretos de empresas", afirmou.

Até ontem ainda não havia sido escolhida a organização social (Oscip) que vai intermediar a captação de recursos para executar o evento, pois o edital inicial foi contestado por um dos competidores. Assim, a data final para a entrega de projetos e posterior avaliação para a licitação foi adiada para o dia 18. "Realmente, está tudo muito em cima, estamos atrasados no cronograma do festival", reconhece o diretor cultural, justificando a mudança de gestão e a contenção de gastos como os principais motivos do atraso.

"A nossa proposta é fazer melhor com menos", promete Décio Coutinho, reafirmando as palavras do presidente da Agepel, Gilvane Felipe, de que o orçamento do festival será menor do que a média dos anos anteriores - entre R$ 3 e R$ 4 milhões.

Foi definido pela Agepel que o festival será dirigido por um triunvirato: um representante da Agepel, um membro que será apontado pela ganhadora do edital de licitação e um produtor cultural - há informações de que este último seria Fabrício Nobre, da Monstro Discos, mas Décio Coutinho não confirmou a nomeação dele. Somente o nome de Décio Coutinho, como representante da Agepel, foi confirmado.

Premiações

Mesmo com todo o clima de indefinições em torno do festival, a Agepel assegura que serão mantidos os pilares do evento, como a premiação total em dinheiro de R$ 248 mil. As mostras competitivas principal e também a da Associação Brasileira de Documentaristas Seção Goiás permanecem como a estrutura do evento, assim como a realização de oficinas e palestras.

O professor e crítico de cinema Lisandro Nogueira permanece como consultor da área de cinema e o professor Emiliano Godoy participa desta edição novamente como consultor para a programação ligada diretamente à área ambiental. Segundo Décio Coutinho, o júri oficial já foi definido e será divulgado em breve. Entre os convidados para palestras e debates já foram confirmados o cineasta Cacá Diegues, o ambientalista Fernando Gabeira e o professor francês Laurent Jullier,

da Universidade de Sorbonne.

As atividades paralelas que tornaram o Fica um festival de cinema que também investe em outras atrações artísticas vão ser mantidas, com shows de artistas de expressão local e nacional, a despeito das polêmicas que esta diversidade rendeu ao longo dos 12 anos do festival.

As mostras de filmes vão ser realizadas como nos anos anteriores no Cineteatro São Joaquim e no Cinemão (cinema temporário organizado na Escola Alcides Jubé), ambos no centro histórico. Porém, a Agepel diz que vai ampliar os pontos de exibição na periferia da cidade e também na área rural. "Vamos trabalhar o Fica tendo em vista também a população local, com temas úteis à região da Bacia do Rio Vermelho. Sobretudo, tanto na área de cinema quanto na área ambiental, queremos que a população toda participe do festival e que ele tenha ações continuadas durante o ano todo, e não seja apenas um evento momentâneo e fragmentado", assegurou Décio Coutinho.

"Acredito que quanto mais local o Fica for, mais global ele será. Queremos ocupar a cidade de Goiás e mostrá-la ao País e ao mundo, pois o festival é internacional, traduzindo a sua realidade, suas belezas e seus problemas", assegura.

Seleção

A comissão de seleção do 13º Fica é formada por Aline Fratari, professora e cineasta; Luís Araujo Pereira, escritor e professor; Marcela Borela, professora e cineasta; Geórgia Cynara, coordenadora do curso de Audiovisual da Universidade Estadual de Goiás, e Roberto Melo, psicanalista e crítico de cinema. Deste grupo, apenas Roberto Melo e Luís Araujo Pereira participaram das comissões de seleção do Fica de edições anteriores.

O Fica recebeu a inscrição de 413 filmes, um número considerado bom pela organização do festival, já que o período de inscrições foi menor que o de outros anos (21 dias). São 292 documentários, 46 animações, 58 obras de ficção e 17 séries de televisão.

A maioria das produções enviadas é nacional, com 225 filmes brasileiros e 188 internacionais. Goiás e Rio de Janeiro foram os Estados que mais inscreveram obras, 43 cada um. São Paulo ficou em segundo lugar, com 40 obras, seguido de Minas Gerais (17), Distrito Federal (12) e Pernambuco (12). Entre os estrangeiros, os Estados Unidos foram os que enviaram mais filmes, com 24 obras. Foram inscritos 18 títulos da França e 12 de Portugal.

FILMES

Confira os números de filmes inscritos no 13º Fica

413filmes ao todo

292 documentários

46 animações

58 obras de ficção

17 séries de televisão

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CONGRESSO

Aécio levanta a voz da oposição

Senador mineiro vai hoje à tribuna fazer um duro discurso contra o PT e sairá em defesa das medidas tomadas no governo tucano de FHC Fonte: correioweb.com.br 06/04

“Sempre que precisou fazer uma opção entre o país e o partido, o PT ficou com o PT”. É assim, armado até os dentes, que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) sobe hoje à tribuna para fazer um discurso que é não voltado para dentro do Congresso, mas para fora, para os eleitores sentirem que há espaço para a oposição. Por isso, será duro. O senador estreia na tribuna como líder da oposição, mas não pretende assumir o papel de fazer ofensas e ataques pessoais, tanto que vai reconhecer que o Brasil é hoje melhor do que era. Só que os pilares para esta situação foram plantados desde o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

Aécio vai buscar na história recente da redemocratização brasileira os argumentos para sua tese principal. Lembrará que nos momentos mais decisivos, o PT esteve contra. Vai citar as expulsões dos então deputados petistas Bete Mendes e Ayrton Soares, porque votaram a favor da vitoriosa candidatura de Tancredo Neves no colégio eleitoral, que pôs fim ao ciclo do regime militar. Vai destacar que o fato se repetiu em outro momento delicado para o país, no impeachment do ex-presidente e do hoje senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL).

Na época, a hoje deputada Luíza Erundina (PSB-SP) foi expulsa porque aceitou ser ministra de Itamar Franco, quando ele assumiu a Presidência da República. Além dos fatos políticos, o senador mineiro pretende citar outras ocasiões em que o PT preferiu jogar no time do “quanto pior, melhor”, porque já tinha lançada a candidatura de Lula à Presidência da República. Um dos exemplos é o lançamento do Plano Real, que os petistas condenaram com veemência.

Os outros são o combate à modernização da economia, as manifestações contra as privatizações, as críticas ao Proer, que, na avaliação dos tucanos, evitou uma quebradeira de bancos. E vai lembrar que Dilma Rousseff está no nono ano de mandato do PT no Palácio do Planalto e que não tem mais como alegar que é obrigada a administrar uma “herança maldita”. Pelo menos, lembra Aécio, ela não é tucana.

Contradições
Depois de passear pela história radical do PT na oposição, o senador vai destacar as contradições do partido no exercício do poder. Vai mirar a metralhadora giratória no comportamento do partido nas eleições do ano passado, quando pintaram um quadro cor de rosa para a economia brasileira. Destacará o risco da inflação sair do controle, tanto que o Banco Central já subiu as taxas de juros, e vai bater firme no risco de a indústria nacional perder competitividade.

Os gargalos para o desenvolvimento nacional são objeto da abordagem de Aécio. Ele diz que o Brasil está no fim da fila neste aspecto entre 20 outros países de perfil semelhante. Citará, por exemplo, que a energia é alvo de mais de 10 taxas e impostos, que o saneamento passa longe de boa parte dos municípios brasileiros. Além da falta de infraestrutura, vai bater forte na questão tributária, que tira a competitividade das empresas nacionais.

Com números fortes, o senador vai encerrar a sua estreia, digamos assim, na tribuna do Senado com uma agenda propositiva. Destacará que estados e municípios tinham, no fim de 2002, antes da posse de Lula na Presidência da República, 27% do bolo tributário. Hoje, a participação está reduzida a 19,4%. Aécio apresentará proposta para criar um gatilho em que, todas as vezes em que o governo federal isentar IPI e Imposto de Renda, terá que compensar estados e municípios com outros tributos.


INTERVENÇÃO NA VALE
» O senador Aécio Neves atacará também o que chama de “absurda” intervenção feita pelo governo na Vale, para a substituição de Roger Agnelli por Murilo Ferreira, apesar dos ótimos resultados da empresa nos últimos anos. É, segundo ele, uma espécie de reestatização em uma empresa que é símbolo de uma privatização bem sucedida. A intervenção nas agências reguladoras também serão alvo do tucano. Ele citará os exemplos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que deveriam ter total independência para cumprir o papel de defesa do consumidor e estão sendo obrigadas a atender aos interesses do governo.


Participação

27%
Total do bolo tributário que cabia aos estados e municípios em 2002

19,4%
Percentual que estados e municípios recebem hoje do conjunto de impostos do país

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PARTIDOS

Financiamento de campanha na conta do eleitor

Por 12 votos a 5, comissão de reforma política acolhe proposta que determina o fim das doações de empresas e de pessoas físicas nas corridas eleitorais. Se o texto passar no plenário, candidaturas serão bancadas com recursos públicos Fonte: correioweb.com.br 06/04

Um dos temas mais espinhosos da lista de mudanças na organização do processo eleitoral que o Congresso analisa foi aprovado ontem e estará no texto final do relatório da Comissão de Reforma Política, que será submetido ao plenário do Senado ainda nesse semestre. Por 12 votos a 5, os senadores que compõem a comissão acataram a proposta de alterar o sistema de financiamento das campanhas eleitorais. No lugar do atual modelo, em que o candidato capta recursos por doações de empresas e pessoas físicas, as campanhas seriam bancadas com recursos dos impostos cobrados pela União e divididos de forma igualitária entre todos os candidatos ao mesmo cargo.

O assunto controverso provocou debate acalorado. Os defensores da proposta argumentaram que o financiamento público exclusivo promoveria a inserção de candidatos que não conseguem alcançar cargos eletivos, pois são engolidos pelo poder econômico. Os contrários à ideia alegaram que o contribuinte não pode ser obrigado a custear a divulgação das informações eleitorais e que o governo usaria o orçamento para pagar despesas com publicidade e carreatas em vez de aplicar em saúde e educação. “Eu, cidadão brasileiro contribuinte, não quero que uma fração do imposto que pago financie a campanha de um candidato que não desejo ver eleito. Não vejo por que usar dinheiro dos impostos para financiar candidaturas”, afirmou o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP).

Os senadores Aécio Neves (PSDB-MG); Francisco Dornelles (PP-RJ), presidente da comissão, Roberto Requião (PMDB-PR); e Fernando Collor (PTB-AL) também votaram contra o financiamento público. Aécio condicionou a aplicação de recursos da União para bancar campanhas à existência do modelo de voto em lista fechada. “Acredito que a proposta do financiamento público exclusivo só tem condições de ser discutida se nós tivermos o voto em lista fechada. Fora isso, estaríamos desorganizando, expondo ainda mais o nosso sistema.”

Custo
Da bancada dos pró-financiamento público, o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), argumentou que a União já reserva recursos para agremiações políticas, por meio do fundo partidário, que consumirá R$ 150 milhões só este ano, e que a mudança poderia reduzir o lobby das empreiteiras sobre os eleitos. “Sai mais barato para o Estado o financiamento público. Se alguém tiver o cuidado de olhar a relação de quem são os financiadores de campanha no Brasil, verá que são empreiteiras, prestadores de serviços, bancos, exatamente as empresas que, de alguma forma, guardam alguma relação de interesse com o público. Quem financia o faz porque, de alguma forma, tem interesse em se aproximar daquele que foi eleito”, pontuou Costa.

Apesar de destacarem que o financiamento público exclusivo ampliaria a transparência da utilização de recursos na campanha, os apoiadores foram unânimes ao dizer que a proposta não acaba com a prática do caixa dois. “O financiamento público tem vantagens, porque, em tese, vai igualar aqueles que participam da disputa eleitoral. Não concordo que teria o benefício de acabar com o caixa dois”, resumiu o senador Pedro Taques (PDT-MT).

Na reunião de ontem, os parlamentares também apreciaram proposta do senador Itamar Franco (PPS-MG), que defendeu a criação do voto avulso para prefeitos e vereadores. O ex-presidente alegou que nos municípios do interior a política partidária perde espaço para forma de organização personalista. A proposta de Itamar, no entanto, foi derrotada na comissão.

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20º FESTIVAL DE CURITIBA

Fringe coloca em destaque obra de autor amazonense

Após escrever 40 peças e apresentar mostra no Festival de Curitiba, Francisco Carlos começa a ser reconhecido

Dramaturgo e diretor apresenta o inédito "Jaguar Cibernético", espetáculo dividido em quatro obras autônomas
Fonte: folha.uol.com.br 06/04


O autor e diretor amazonense Francisco Carlos é um devorador de mitologias. Ao degluti-las, elas se misturam ao seu olhar crítico de mundo e às suas raízes.
O resultado da arte deste artista de 51 anos formado em filosofia é um teatro original, que após uma vida de batalhas e cerca de 40 peças escritas finalmente começa a sair da obscuridade.
Destaque absoluto do Fringe, na 20ª edição do Festival de Curitiba, Francisco Carlos foi o único artista do festival convidado a exibir uma mostra de seu trabalho.
Além de "Banana Mecânica", "Namorados da Catedral Bêbada" e "Românticos da Idade Mídia", apresentou pela primeira vez "Jaguar Cibernético", espetáculo dividido em quatro obras autônomas, cuja estreia paulista está prevista para o mês que vem. "No fundo, meu teatro é um teatro da periferia", diz ele.

MITOLOGIA
A partir da utilização de figuras mitológicas da cultura brasileira, sua obra promove o embate entre realidades opostas.
Ele parte de um debate micro, pessoal, e o expande para uma reflexão sobre a sociedade, como é o caso do confronto entre cultura ocidental e indígena exposto em "Jaguar Cibernético".
O texto, agrupado no bloco temático de suas "peças de pensamento selvagem", tem o canibalismo como tema. Francisco Carlos serve-se do jaguar, um dos símbolos desta prática ritualística, para falar sobre altruísmo.
Segundo ele, incorporar a visão do outro é algo intrínseco às culturas indígenas. A visão múltipla destes povos se contrapõe ao ponto de vista uno da cultura ocidental.
Para o autor e diretor, a maneira como o índio percebe o mundo apresenta uma possibilidade. "É nossa utopia contemporânea", fala.
Não só o conteúdo de suas obras busca a multiplicidade. A estética também é inspirada por essa visão. "A ideia de arte contemporânea fragmental, híbrida e plural veio da arte primitiva africana e da ameríndia".
Sua estética teatral dialoga, muitas vezes de modo paródico, com diversas linguagens artísticas, como performance, música, dança, cinema e artes plásticas. "Jaguar Cibernético" mistura ainda teatro oriental, circense e rituais indígenas.
Francisco Carlos foi descoberto por artistas paulistas, como Majeca Angelucci, protagonista de "Namorados da Catedral Bêbada", e apadrinhado por Ivam Cabral. O ator e fundador dos Satyros lhe abriu as portas de seu teatro em São Paulo e destacou seu trabalho na mostra Conexão Roosevelt, do Fringe.
A singularidade de sua arte encontra, enfim, reconhecimento e público. "Meu teatro representa aquele que não é o eu, o ego, branco, ocidental, normal. Eu uso a arte para apresentar o outro", diz o autor e diretor, satisfeito com a repercussão de seu trabalho em Curitiba. "Entenderam a minha loucura."

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