O REI DA BOSSA
Estão fechadas as datas da turnê em comemoração dos 80 anos de João Gilberto: no dia 28 de outubro, o cantor dará show no Teatro Castro Alves, em Salvador; no dia 15 de novembro, no Theatro Municipal do Rio; no dia 19 de novembro, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília; e no dia 25, no Teatro Sesi de Porto Alegre. E se apresenta em São Paulo no dia 5 de novembro, no Via Funchal. Fonte: folha.uol.com.br 10/08
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O modelo e o seguidor
O pianista e hoje maestro João Carlos Martins, homem que começou uma nova vida aos 64 anos, esteve em Brasília e conheceu um adolescente de 17 anos que, deficiente auditivo, começou a estudar piano há três anos. Fonte: correioweb.com.br 10/08
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João Carlos Martins traz, na bagagem artística, uma coleção de acontecimentos que poderiam tê-lo feito desistir do piano. Depois de executar mais de 20 notas por segundo, o artista teve que enfrentar situações que, desde os quase 30 anos, começaram a conspirar contra a delicadeza que sua arte exigia: durante um jogo de futebol, caiu sobre uma pedra, o que perfurou o nervo do braço, restringindo a capacidade motora da mão direita. Isso demandou muito tempo de fisioterapia e tratamentos, fazendo com que João Carlos desenvolvesse, de forma fantástica, a agilidade com a mão esquerda. Depois vieram a lesão por efeito repetitivo (LER), que comprometeu as duas mãos, e a violência de um assalto na Bulgária, onde foi agredido com uma barra de ferro, provocando uma lesão cerebral. Nada disso arrefeceu sua vontade de continuar na sua arte, até que decidiu começar a estudar regência. Modelo de persistência e dedicação para Alexandre de Oliveira, que é deficiente auditivo e se deixou encantar pela música que o avô materno proporcionava ao piano. Foi um encontro cheio de emoção, quando os dois trocaram ideias e experiências nas questões da superação e da força de vontade. Esse foi justamente o motivo que trouxe João Carlos Martins a Brasília: um encontro com estudantes para falar sobre o poder da música.
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Família de Jorge Amado anuncia reedições especiais
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Comemoração do centenário de nascimento do autor, em 2012, estimula produção de filmes e exposições
Mostra "Jorge, Amado e Universal" será montada no Museu da Língua Portuguesa e na capital baiana Fonte: folha.uol.com.br 10/08
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Nas celebrações do centenário de seu nascimento, Jorge Amado (1912-2001) terá parte da obra relançada em edições especiais e será tema de debates, exposições, filme e enredo de escola de samba.
Parte da intensa oferta cultural sobre a vida e a obra do escritor foi anunciada ontem pela família na Fundação Casa de Jorge Amado, em Salvador (BA).
Um dos destaques da "Jorgemania" será a exposição "Jorge, Amado e Universal" -primeiro, no Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, entre março e julho do ano que vem, e, depois, na capital baiana.
A Companhia das Letras, editora que publica as obras do escritor desde 2008, vai relançar edições especiais e de bolso de pelo menos 12 de seus trabalhos.
Em agosto de 2012, quando o criador de Tieta e Gabriela completaria cem anos (no dia 10), a editora vai publicar um livro com a correspondência inédita entre Jorge Amado e a mulher, Zélia Gattai.
"Não é um movimento apenas de festejar ou de homenagear, mas de manter ele vivo através das suas histórias, dos seus livros", disse a cineasta Cecília Amado, neta do escritor e diretora do longa "Capitães de Areia", com estreia prevista para outubro.
A neta cineasta enxerga no centenário uma excelente oportunidade de divulgação do legado artístico do avô: "Para a família, ele é uma presença diária, mas é importante que as novas gerações de baianos e brasileiros também possam compartilhar essa presença maravilhosa de Jorge Amado".
Em fevereiro de 2012, Jorge Amado será tema do desfile da Imperatriz Leopoldinense, no Carnaval do Rio, e de um camarote do tradicional circuito que percorre a orla de Salvador.
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Alternativos e independentes
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Distante do centro de Brasília e com poucos espaços para shows, a cena do rock é marcada pela união e pela persistência. Fonte: correioweb.com.br 10/08
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Engana-se quem pensa que a vocação para o rock está restrita ao coração do Distrito Federal. Ao redor de Brasília, a música pode até carecer de algum incentivo, mas sobrevive com bom humor, criatividade e, é óbvio, muito barulho. É o caso dos meninos do Ramasth, banda sediada no Riacho Fundo 1. Iniciado em 2009, o grupo gira em torno dos pesados acordes do death, trash e heavy metal e concentra integrantes de várias praças. Enquanto Eduardo (bateria) e Wellerson, o Maníaco (baixo), vivem na cidade, Ângelo (guitarra) vem do Riacho Fundo 2 e Wallan (vocal), da Candangolândia. E as apresentações também seguem um itinerário de várias paradas.
“Tocamos em outros lugares, como Planaltina, Gama, Ceilândia. Temos que ir correndo atrás. Com o contato com outras bandas, fica mais fácil conseguir mais espaços”, diz Ângelo, o caçula da família Ramasth, com apenas 19 anos. A média de idade do conjunto não passa dos 22. Em busca de outro guitarrista, para deixar o som mais carregado, o quarteto ensaia a partir das letras de Wallan e dos arranjos de Ângelo, que entrou como baixista e depois passou para a guitarra. Hoje, ele contribui com ideias para os dois instrumentos. Os integrantes ainda não gravaram nenhum trabalho em estúdio, mas já têm uma demo de quatro músicas, Território sobre a guerra.Experiência e renovação
“É uma grande batalha mesmo”, define Lucas Alencar, vocalista da banda Zilla. Já conhecidos em Planaltina, cidade que abriga o death metal melódico do grupo desde 2002, os membros precisam vencer longas avenidas e estradas para serem ouvidos. No fim de julho, percorreram algumas dezenas de quilômetros até Brazlândia, para participar do pequeno festival Ovo Rock. “Apesar da distância, tanto para show quanto para ensaio e gravação, a gente está bem satisfeito com o resultado”, observa Lucas.
Ao lado dos guitarristas Roberto Bodão e Mark Nagash, do baterista Glauco e do baixista Wagner Zói, ele lançou o disco Pragmatic evolution (independente, 11 faixas), em maio do ano passado. Mais recentemente, a Zilla acabou de finalizar o videoclipe da faixa Inner vision, dedicada aos fãs. Para o frontman, o reconhecimento na cena só vem com trabalho e movimentação pelo circuito. “Sei que as coisas andavam meio estagnadas em Planaltina até pouco tempo atrás. Mas agora está retornando com força total, com eventos e oportunidades para grupos locais e de outras cidades. A seletiva do Porão do Rock, no ano passado, que levou a gente para o festival, deu uma animada no pessoal”, destaca.
Prova da diversidade de Planaltina é a sonoridade da descontraída The Nóis: um quarteto de punk que não despreza os ritmos brasileiros. Por isso, os fixos Marley (bateria e vocal), Luciano (baixo) e Alex (guitarra) juntaram-se ao percussionista Rogers Jonathan. “Ele entrou há pouco tempo, para tentar dar uma cara nova”, detalha Marley. Fundado em 2008, o grupo também investe em shows performáticos. “O Luciano é ator e está trazendo essa referência para o palco, com máscaras e caracterizações”, conta o baterista. Ele e Luciano são os “vovôs” da turma, com 21 anos.
Engrenagens prontas
Desde que começou a arranhar os primeiros acordes, em 2005, a banda Dias Melhores, ironicamente, não teve vida fácil. Membros voláteis iam e vinham e o grupo foi perdendo fôlego. Ainda capitaneado pelos fundadores Wesley Schneider (bateria) e Allan Barros (baixo e vocal), o conjunto do Guará reviveu no ano passado, com a chegada de Daniel Macedo (guitarra e backing vocal) e Caio Cesar (guitarra e backing vocal). Cesar garante: “A gente está percebendo mais cumplicidade entre todos”.
Com versos sobre amizade e amor, os integrantes gravaram um EP demonstrativo de sete faixas, de título homônimo. E já planejam um disco de 10 canções. “A gente tem um home studio, do Wesley. Nós mesmos gravamos e mixamos. Às vezes fica inviável entrar em estúdio, é caro. E optamos por, primeiramente, fazer algo nosso, com a nossa cara e, se possível, do nosso jeito”, diz o guitarrista.
Todos os sons
O nome pode até soar como um paradoxo: Senhores do Nada. Pelo contrário. O quarteto de rock alternativo de Brazlândia coordena timbres de todos tipos e origens. Levam para o palco influências da MPB, como Belchior e Milton Nascimento, do pop, do Los Hermanos, do reggae e do rap. Anderson (bateria), Sóstenes (guitarra e vocal), Vitor (guitarra e backing vocal) e Bruno iniciaram os trabalhos do grupo, reunido em 2009. São eles que finalizam as plataformas de divulgação e as primeiras demos.
As apresentações só saem por conta própria. “O último Ovo Rock, em que tocamos, teve apoio da administração regional, mas normalmente não é assim. A gente mesmo tem que montar equipamento. É bem complicado. Aqui não tem espaço para a galera do rock. Só se consegue na choradeira. Se as bandas não fizerem nada, não acontece nada”, explica Anderson. E elas só querem mesmo é ser ouvidas.
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JUSTIÇA
Racismo acaba em indenização
Casal é condenado a pagar R$ 8 mil a freteiro devido a ofensas de cunho preconceituoso. Desentendimento entre eles surgiu a partir de uma vaga no estacionamento do prédio onde moravam, na Vila Planalto. Não cabe mais recurso da decisão Fonte: correioweb.com.br 10/08
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Três anos se passaram até que um casal acusado de ofender o freteiro Junio Rodrigues Siqueira, 35 anos, com palavras de cunho racista fosse obrigado judicialmente a pagar uma indenização no valor de R$ 8 mil à vítima. A decisão é da 3ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) e saiu no começo desta semana. Não cabe mais recurso.
O processo na Justiça teve início em agosto de 2008, dias após Junio ser insultado com expressões preconceituosas, tais como “preto sem-vergonha, sem instrução e gigolô”. O desentendimento entre eles surgiu por conta de uma vaga no estacionamento do edifício onde Bressia Soares Santos, funcionária do Superior Tribunal de Federal (STF), e o marido dela, Fábio Henrique Rocha, e Junio moravam na Vila Planalto.
Antes mesmo de o casal mudar-se para o prédio, o freteiro vivia com a mulher em um dos apartamentos. Desde que chegou ao novo endereço, ele esperava ganhar um lugar no estacionamento. “Eu estava na vez. O casal começou a colocar o carro em uma das vagas, que interrompia a passagem de outro veículo. Por isso, o síndico foi chamado. Ele chegou a falar que, se tinha uma pessoa que estava no direito de ter um espaço, esse alguém era eu. Depois disso, ele (Fábio) começou a me ofender”, explicou.
Junio afirma que os xingamentos tornaram-se mais frequentes depois do desentendimento. Em um dos episódios em que foi injuriado, ele teria sido ameaçado de morte. Na maioria das vezes em que foi ofendido com expressões racistas, o freteiro estava na lavanderia coletiva do prédio, que pode ser vista da varanda onde o casal morava. “Tinha dias que eu saía do trabalho e chegava em casa para lavar roupa. Bressia e Fábio me viam fazendo o serviço e diziam que preto tinha é mesmo que quebrar pedra e, quando chegasse a noite, deveria lavar roupa. Minha autoestima ia lá para baixo”, revelou Junio.
Insultos
Depois de aguentar por vários meses os insultos, o freteiro não suportou mais a pressão. “Teve uma vez que desci e eu e Fábio começamos a brigar fisicamente. Já tinha chegado ao limite”, desabafou. A Polícia Militar foi chamada para conter a luta corporal. Enquanto durou a confusão, um dos policiais chegou a testemunhar mais xingamentos racistas vindos por parte da mulher. O casal foi levado à 5ª Delegacia de Polícia (Área Central de Brasília), onde acabou autuado e preso por injúria de cunho preconceituosa, em abril de 2008. Dois dias depois, o pedido de habeas corpus foi concedido pela Justiça.
Após o casal ser libertado, Junio afirmou que Fábio teria tentado passar a moto em cima dele. “Depois disso, eu me mudei para Sobradinho”, contou. “Minha vida mudou depois dessas ofensas. Tive que me afastar dos amigos. Passei seis meses sem querer sair de casa com medo. Não trabalhei durante esse tempo e, toda vez que via um motoqueiro, achava que era ele. O resultado do processo só mostra que o racismo deve acabar. Isso é algo desumano. A decisão judicial é apenas o primeiro passo para que casos como esses devam ser punidos”, finalizou Junio. Assim como o fretista, o casal não mora mais na Vila Planalto. Procurados pelo Correio, via defensoria pública, Fábio e Bressia não quiseram se pronunciar.
Justificativa
Para os julgadores de 1ª e 2ª instâncias, “a conduta dos réus ofendeu, sobremaneira, a honra e a imagem do autor perante a comunidade. As ofensas dirigidas à origem étnica da vítima extrapolaram o limite de uma simples discussão de ânimos. Provou-se, nos autos, que os réus sempre se dirigiam ao autor referindo-se à cor preta em sentido pejorativo e ofensivo à sua origem, inexistindo justificativa para tal”.
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TRABALHO E FINANÇAS
Terceirizados inundam Justiça
Cerca de 100 mil empregados de prestadoras de serviço cobram direitos em processos judiciais Fonte: correioweb.com.br 10/08
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A terceirização de mão de obra no funcionalismo tem dado dor de cabeça para a Justiça do Trabalho. A maior polêmica diz respeito à definição de quem deve arcar com os custos trabalhistas não pagos por empresas contratadas para prestar serviços. Embora recebam o valor integral dos órgãos públicos, elas dão o calote nos trabalhadores. Muitas vezes, fecham as portas e desaparecem. Os números são prova disso. Estima-se que haja ao menos 100 mil processos em andamento nos tribunais em todo o país a respeito da responsabilidade ou não do governo sobre a situação dos empregados. No Tribunal Superior do Trabalho (TST), são 5 mil ações.
Os motivos para tantas demandas são conhecidos. Terceirizados nas administrações federal, estaduais e municipais enfrentam atraso dos salários, do 13º, das férias e de benefícios como auxílio-alimentação e transporte. Quando a empresa some sem honrar os contratos, eles ficam sem as verbas rescisórias e sem os depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). “Em determinadas localidades, o servidor público está com o equipamento de segurança e o teceirizado que faz o mesmo serviço vai trabalhar com sandálias havaianas e sem qualquer proteção. Os acidentes se repetem diariamente. Para que uma terceirização seja reconhecida como justa, ideal, ela deve ter o princípio da dignidade da pessoa humana”, afirmou o ministro do TST Aloysio Silva Corrêa da Veiga.
Dever
Na visão de especialistas, como não há perspectivas de mudanças, o número de ações trabalhistas tende a aumentar. Para o ministro do TST, o entendimento do Supremo Tribunal Federal — que, em novembro do ano passado, desobrigou União, estados e municípios de pagarem os valores não pagos por empresas terceirizadas — pode restringir as possibilidades de conquista dos terceirizados. Eles têm de provar que o governo não cumpriu seu dever. “Se o ente público fiscalizar, fizer a sua parte no contrato e, mesmo assim, não houver o cumprimento de alguma obrigação específica por parte da prestadora de serviço, o empregado pode sim ser desfavorecido”, afirmou.
O ministro explicou que o papel do governo é monitorar constantemente a execução do contrato. “Isso inclui não só os serviços, mas também o pagamento dos funcionários”, destacou. A seu ver, um dos maiores problemas é a falta de uma legislação específica sobre a terceirização. “Hoje, ela é feita pelo critério do menor preço. Além disso, é preciso levar em conta a qualidade. A licitação deve defender a especificação do serviço e impedir a concorrência dos que não têm idoneidade”, defendeu.
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