segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Escrever para se conhecer

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Helena Silveira e Adriana Kortlandt juntaram a vivência de anos de terapia em grupo para mulheres e a experiência em edição para montar Fios da memória — Um guia para escrever de si, livro que ensina e estimula a prática da escrita como instrumento de autoconhecimento. O método consiste em sugerir a palavra e deixar que a pessoa desenvolva a própria criatividade ao escrever o que lhe vem à mente. Fios da memória nasceu destinado às mulheres, mas as autoras recomendam a prática a qualquer pessoa. O livro tem 146 páginas e custa R$ 50. Fonte: correioweb.com.br 29/08

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Folia cênica. Cena Contemporânea movimenta a cidade com espetáculos teatrais. O público bate palmas, mas reclama da falta de ingressos Fonte: correioweb.com.br 29/08

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Em cartaz há uma semana em variados teatros da cidade, o Festival Cena Contemporânea se firma cada vez mais como um catalisador do teatro na cidade. Se em tempos normais de temporada teatral, os artistas locais amargam público incerto, durante estes 14 dias de folia cênica, se apresentam para uma plateia farta. Na porta de teatros que exibem atrações internacionais, a disputa é ainda maior. Há cambistas e espectadores esperando na entrada das salas de espetáculo, em busca de poltronas vagas. Até o momento, cerca de 10 mil espectadores já viram algumas das atrações programadas. Até o próximo domingo, quando o festival se encerra, na Praça do Museu Nacional da República, serão exibidas mais 40 sessões da maratona teatral.

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Um dos destaques dos últimos dias foi a montagem espanhola Las tribulaciones de Virginia, dos Hermanos Oligor. O espetáculo nonsense começa ainda na entrada, quando o ator abre o pequeno circo onde se desvenda a apresentação, que mais parece uma fábula encenada dentro de uma loja de brinquedos antigos. Durante três anos, eles recolheram cacarecos e engenhocas e, encerrados em um sótão, criaram mecanismos cheios de luzes, roldanas e fios.

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A história de amor (e desamor) entre Valentin e Virgínia é contada com todos os requintes de teatralidade: a narração é acompanhada por painéis que piscam, personagens (bonecos em miniatura) que surgem no cenário fazendo tirolesa, um trenzinho de brinquedo que circula no meio da plateia. Emocionada com a proposta intimista, que mistura ficção e realidade, a arquiteta Jane Jucá, 55 anos, não poupou elogios à montagem. “Foi um sonho, pra lá de inusitado. Nunca esperei ver nada dessa forma, totalmente fora do meu referencial. Muito lindo”, destacou.

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Outra produção que mobilizou interesses e já se despediu dos palcos da cidade foi a produção Amarillo, do grupo de teatro mexicano Línea de Sombra. De forma multifacetada, misturando linguagens sem poluir o espetáculo, os atores dão nome e biografia aos milhares de conterrâneos que tentam cruzar a fronteira com os Estados Unidos. Estudante de artes cênicas, Bárbara Ramalho, 19 anos, aprovou a linguagem visual do espetáculo. “Eles misturam várias informações e as cenas acontecem simultaneamente, no vídeo e no palco. A sonoplastia, feita com a boca por um dos atores, também é um dos pontos fortes. Como me sentei na primeira fila, aquela quantidade de areia realmente me transportou. Senti o cheiro do deserto”, afirma.

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CRÍTICA. Hábito brasileiro é usar um bom assunto em um mau filme Fonte: folha.uol.com.br 29/08

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Há coisas interessantes no Comando Vermelho, a organização criminosa cuja fundação é abordada em "400 contra 1" (Canal Brasil, 22h, 12 anos). Por exemplo, o fato de o aspecto "organização" da coisa ter surgido na prisão do contato com guerrilheiros (história contada em "Quase Dois Irmãos").

Aqui, o herói é o "professor", um bandido mais intelectualizado, que absorve as lições dos esquerdistas e as coloca em prática à sua maneira, seja combatendo as infâmias a que os prisioneiros são submetidos, seja buscando criar um poder paralelo.

No fim, há algo de bem brasileiro num filme em que bandidos invadem um banco e gritam que não querem "dinheiro dos trabalhadores". Também é bem nosso o hábito de um bom assunto dar num mau filme.

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Por agenda positiva, Dilma privilegia rádios regionais . Presidente muda estratégia de comunicação e escapa de perguntas sobre crise. Tempo para emissoras foi 10 vezes o da grande imprensa; "Passaram para nós que seria melhor usar as questões positivas", diz radialista Fonte: folha.uol.com.br 29/08

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Em meio à sucessão de escândalos em Brasília, a presidente Dilma Rousseff mudou sua política de comunicação para tentar impor uma agenda positiva ao governo.

Desde o início de julho, ela reservou duas horas e 52 minutos a entrevistas para rádios regionais, nas quais driblou a crise para fazer propaganda e prometer obras e benefícios sociais aos ouvintes.

Isso equivale a dez vezes o tempo que dedicou no mesmo período para atender à imprensa diante de gravadores: apenas 17 minutos, fatiados em cinco ocasiões.

O tom chapa-branca das falas no rádio segue orientação do Planalto, que escolhe as emissoras, empresta equipamentos e pede aos entrevistadores que só perguntem sobre temas da região.

"Passaram para nós que seria melhor usar as questões positivas. Dizer o que pode ser feito, e não o que nunca foi feito no Estado", contou o radialista Sérgio Gomes, que entrevistou Dilma pela Caiari AM de Porto Velho (RO).

Ele passou 21 minutos com a presidente na véspera da queda do ministro Alfredo Nascimento (Transportes), mas disse não ter tratado das suspeitas de corrupção na pasta por "falta de tempo".

Naquele dia, Dilma participou de dois atos públicos e não quis falar com os jornalistas de veículos nacionais.

Para Gomes, a Caiari foi premiada por transmitir programas oficiais como o "Café com a Presidenta", às segundas-feiras. "A gente se aproximou do governo na época do Lula. Eles sabiam que podiam confiar na gente."

A experiência agradou e já foi repetida cinco vezes, em Alagoas, Ceará, Pernambuco, Paraná e no interior paulista. As rádios pequenas haviam sido ignoradas nos primeiros seis meses do governo Dilma.

ESTRATÉGIA

Quando a crise nos Transportes estourou, o ex-presidente Lula e outros aliados orientaram Dilma a mudar a política de comunicação e a lançar uma agenda positiva, com mais viagens pelo país.

No entanto, a Secom (Secretaria de Comunicação Social) nega que a estratégia vise driblar as denúncias e poupar a presidente de perguntas incômodas.

A transcrição das entrevistas evidencia o conforto da presidente nas rádios.

"É um prazer estar aqui com a senhora, e é bom a gente deixar claro que não é uma entrevista aqui. É uma conversa, é um bate-papo, não é? Tanto é que tem água aqui, tem café à vontade", disse Luiz Carlos Martins, da Banda B AM de Curitiba (PR).

"É muito bom que seja uma conversa entre nós porque a gente esclarece melhor, né?", respondeu Dilma.

Pouco depois, o radialista anunciou uma pergunta "que muita gente gostaria de fazer": "A sra. está feliz?"

"Quando eu lancei, por exemplo, o programa Brasil Sem Miséria, eu fiquei muito feliz", respondeu ela.

O "bate-papo" ocorreu em 12 de julho, seis dias depois da demissão de Nascimento, cuja pasta foi alvo de acusações de corrupção. Dilma não havia falado sobre o caso e assim permaneceu.

Martins disse à Folha não ter recebido ordem da Presidência para evitar a crise. "Meu jornalismo é popular. Não estou preocupado com esse tipo de assunto."

Duas semanas depois, em Maceió, um radialista da Gazeta -que pertence ao senador aliado Fernando Collor (PTB-AL)- pediu uma mensagem à "mulher alagoana".

"Eu acho que a mulher alagoana tem uma característica que é da mulher brasileira: é uma guerreira", devolveu Dilma. A entrevista ignorou as suspeitas de corrupção no Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), tema dos jornais daquele dia.

Há dez dias, em São José do Rio Preto (SP), ela respondeu a perguntas da Metrópole AM sobre futebol. A queda do ministro Wagner Rossi (Agricultura), dois dias antes, não foi comentada.

Em julho, a presidente recebeu repórteres de quatro jornais, incluindo a Folha. Porém, eles não puderam tirar fotos ou gravar as declarações da presidente. Ainda deu entrevista à revista "CartaCapital", mas a Secom não divulgou sua íntegra, como costuma fazer.

Em oito meses de governo, Dilma não deu nenhuma entrevista coletiva tradicional, aberta a toda a imprensa.

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China censura produções brasileiras

Órgão do governo veta seis filmes escolhidos por curadora brasileira para festival de cinema em Pequim e Xangai

Censores chineses não indicaram o motivo para veto a filmes, que deveriam ser exibidos em novembro no país Fonte: folha.uol.com.br 29/08

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Para o governo chinês, os filmes "Linha de Passe" , "Dzi Croquettes" e "Uma Noite em 67" não são apropriados ao público local.

Os três longas foram inscritos na lista de possíveis títulos a serem exibidos no 2° Festival de Filmes Brasileiros na China, que ocorre em novembro, em Pequim e Xangai. Acabaram vetados pela Administração de Rádio, Filme e TV, órgão subordinado ao Estado chinês. Os censores não justificaram os vetos.

A curadoria do festival é da paulistana Anamaria Boschi, 33, que mora em Pequim desde fevereiro de 2009.

Professora de cinema do International College of Beijing (faculdade internacional de Pequim), Anamaria já organizara o festival Discovering Latin America Film (descobrindo o cinema latino-americano), em Londres, onde morava antes.

Essa foi sua primeira experiência com um veto governamental. Ela disse à Folha que não vai recorrer: "Estou na casa deles, tenho que respeitar as regras locais."

A lista de filmes proibidos ainda inclui "O Bandido da Luz Vermelha", "Cabeça a Prêmio" e "Mangue Negro" . Ela acredita que a proibição tenha se devido às cenas de violência.

Outros dez filmes apresentados por Anamaria ao governo chinês foram aprovados. Dentre eles, "Cinco Vezes Favela" (Cacá Diegues), "Família Braz" (Dorrit Harazim e Arthur Fontes) e "Malu de Bicicleta" (Flávio Ramos Tambellini).

A curadora, que passou as duas últimas semanas no Brasil, voltou ontem a Pequim, levando, na bagagem, os DVDs de "Vip's" e "É Proibido Fumar", que ainda pretende incluir na lista de aprovados.

Como o festival só dura uma semana, com uma exibição diária, ela precisará reduzir a lista a sete títulos.

Os filmes reprovados, no entanto, poderão ser exibidos em centros culturais. O governo chinês faz restrições apenas à exibição em salas de cinema.

O 2° Festival de Filmes Brasileiros na China acontece de 4 a 8 de novembro, em Pequim, e de 11 a 13 de novembro, em Xangai. O Brasil deve organizar por aqui, como contrapartida, um festival de cinema chinês em 2012.

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