Brasileiro leva ouro inédito em olimpíada de física e já pensa em deixar o país
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Aluno de São José dos Campos pretende fazer faculdade nos EUA Fonte: folha.uol.com.br 21/07
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Cinco horas de estudo fora da jornada do ensino médio -"mas numa vida normal"- levaram Gustavo Haddad Braga, 16, a ser o primeiro brasileiro a ganhar medalha de ouro na Olimpíada Internacional de Física, semana passada, na Tailândia.
Ele disputou com outros 393 representantes de 83 países. Foi o 12º ano de participação do Brasil na competição, iniciada em 1967 e que premiou com o ouro os 54 melhores da edição 2011.
Em dois dias, os estudantes resolveram três problemas teóricos e dois experimentais, "nível de terceiro ano de faculdade", diz Gustavo, que cursa o terceiro ano do ensino médio com bolsa de 100% no colégio Objetivo de São José dos Campos (SP).
"Tenho facilidade com física, matemática e astronomia, mas tive de estudar bastante", diz ele, filho de engenheiros químicos. "Descanso mesmo, só de domingo."
Apesar da carga horária pesada de estudos, "em geral com livros em inglês porque há pouco material em português", ele conta que ainda conseguia jogar futebol, nadar e jogar um pouco no computador, "mas não muito".
O outro lazer fez com que ele mantivesse contato com as matérias de exatas. "Gosto de dar aulas no colégio para quem também se prepara para essas olimpíadas."
ESCOLHAS
Prestes a se formar no ensino médio, Gustavo analisa seu futuro na educação superior. A primeira opção é ingressar em uma universidade norte-americana de ponta, como MIT ou Harvard.
"Eles têm um bom nome e dão oportunidade para ter aulas e fazer pesquisa. Formar-se no Brasil em física é um pouco penoso, não há muitas opções de trabalho."
A mãe de Gustavo, Katia Haddad Francisco Braga, conta que a decisão ainda não está fechada. "Ele tem muita preocupação em ajudar a pesquisa do Brasil."
A possibilidade de Gustavo sair do país preocupa o professor Euclydes Marega Junior, coordenador da Olimpíada Brasileira de Física. "Ele pode fazer a diferença aqui. Imagina se o país tiver mil outros Gustavos pesquisando e trabalhando?", diz.
"O resultado dele pode servir como incentivo para outros estudantes. Deve haver muitos outros como ele por aí, abandonados."
De acordo com o docente, o bom resultado numa competição como a olimpíada de física vem de "10% de talento e, o restante, de dedicação".
Enquanto não chega a hora de decidir qual universidade cursar, o ouro em física embarcou ontem para Portugal, para um torneio internacional de matemática.
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ARTES CÊNICAS
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Festival de teatro lusófono no Rio exibe 13 espetáculos
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Em sua quarta edição, o Festlip começa hoje e vai até o dia 31. Haverá peças de países como Portugal, Moçambique e Cabo Verde, além do Brasil. Pela primeira vez, estará a Espanha, representada pela Galícia, no módulo Amigos da Língua Portuguesa. A maioria da programação é grátis nos seis teatros participantes. Informações no www.festlip.com. Fonte: folha.uol.com.br 21/07
A escalação internacional juntou verdadeiros achados, como George Clinton, fundador do conjunto Parliament-Funkadelic, precursor do funk; o grupo de hip hop Public Enemy; o jamaicano Lee Scratch Perry, pioneiro no dub; e o rapper Redman, que deve dar uma canja no show de Method Man (ex-Wu-Tang Clan), já que ambos se apresentam juntos com frequência.
No time dos brasileiros, destacam-se Jorge Ben Jor, Racionais MCs, Seu Jorge e Sandra de Sá, além de apresentações especialíssimas, como a do ator e cantor de soul setentista Tony Tornado; Carlinhos Brown fazendo um show junto ao Olodum; o rapper Sandrão, do RZO, em formato solo; e o MC Thaíde, que contará com a banda Funk Como Le Gusta. "Isso não é nem black music, é música preta, mesmo", brinca Sandra de Sá. "É uma enorme satisfação ter um espaço desse tamanho para mostrar a nossa cultura", diz.
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Projeto leva peças de qualidade à periferia
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Festival Raul Cortez nos Céus de São Paulo exibe nove espetáculos que se destacaram Fonte: folha.uol.com.br 21/07
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Há seis anos a produtora Lulu Librandi acalenta o desejo de criar o festival Raul Cortez nos CÉUs de São Paulo. Com apoio da prefeitura, isso vira realidade agora.
De agosto a dezembro, ela levará ao público da periferia da cidade nove espetáculos de qualidade. Homogênea, a programação inclui "Viver sem Tempos Mortos", monólogo em que Fernanda Montenegro apresenta a vida de Simone de Beauvoir, entre outras peças que marcaram a cena teatral paulista nos últimos anos.
Apresenta também a estreia do solo "O Lado Fatal", com Juca de Oliveira, dirigido por Elias Andreato e baseado no livro homônimo de Lya Luft.
O festival alia cultura e educação ao prever uma aula introdutória sobre o espetáculo antes do início de cada sessão, para facilitar o acesso da plateia às obras.
As peças percorrem dez CEUs (Centros Educacionais Unificados) da cidade, fazendo três apresentações em cada um. "Não quero morrer vendo o teatro minguar. Minha luta visa a formação de plateia", diz a produtora, que pretende dar continuidade ao projeto no ano que vem.
SEMENTE
O embrião do festival foi a temporada gratuita que Tônia Carreiro fez da peça "Chega de História!", de Fauzi Arap, nos CEUs, em 2005.
Na ocasião, a atriz contou a Lulu Librandi que a experiência havia sido a mais marcante de sua carreira.
Mais do que representar um papel para uma plateia numerosa, algo recorrente em sua longa e bem-sucedida trajetória, Tônia Carreiro apresentava a arte teatral para um público que, em sua grande maioria, desconhecia teatro.
Para Lulu, a vivência foi transformadora não apenas para a atriz mas também para a plateia que a viu. Elias Andreato acredita que todos se beneficiam com projetos como esse.
"O artista realiza o sonho de fazer seu trabalho para um público que não tem acesso ao teatro, o público tem a possibilidade do acesso e o Estado cumpre seu papel", afirma ele.
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