sexta-feira, 29 de julho de 2011

DE GRAÇA

Fundo de Quintal na festa da Aruc

Nos 50 anos da campeoníssima escola da cidade, o presente é para aqueles que gostam do samba de raiz. Grupo carioca também apresentará músicas do novo CD Fonte: correioweb.com.br 29/07

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A Associação Recreativa Unidos do Cruzeiro, a tradicional Aruc, parte importante da cultura brasiliense, começa amanhã as comemorações dos 50 anos. Para conferir nobreza maior à celebração, a direção da escola terá como convidado ninguém menos que um clássico do samba, o veterano Fundo de Quintal — o mais premiado grupo de samba do país.

Criado no fim da década de 1970, o Fundo de Quintal é originário do Cacique de Ramos, o mítico bloco de carnaval do Rio de Janeiro que, a exemplo da Aruc, completa 50 anos em 2011. No show, Bira Presidente, Sereno e Ubirany (remanescentes da formação original), Ademir Batera, Ronaldinho e Flavinho aproveitam para lançar na capital Nossa verdade, o 30º álbum.

“Estamos felizes por podermos festejar com o pessoal da Aruc os 50 anos de vida da escola brasiliense. Temos nos apresentado ali desde a década de 1990, e sempre fomos recebidos com respeito e entusiasmo pelo público”, comemora Ubirani. “Agora estamos levando o show que tem por base o repertório do CD mais recente, Nossa verdade, embora com o recheio dos nossos maiores sucessos”, acrescenta.

Desse novo disco, Ubirany destaca Luz da alvorada (Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho), Poder de curar (Arlindo Cruz e André Rocha), Lá debaixo da tamarineira (Flavinho Silva, Ronaldinho e André Rocha), Cacique consagração (Sereno e André Rocha), e a faixa título, de autoria de Sereno. Há, ainda, a releitura de Conselho e Insensato Coração, sambas clássicos da obra de Almir Guineto.

Todas estarão no roteiro do show, assim como as consagradas O samba tem que continuar (Arlindo Cruz e Luiz Carlos da Vila), Batucada dos nossos tantans (Sereno) e o também esperado pot-pourri de partido alto. “Esses sambas nunca podemos deixar de cantar, pois, além de fazer parte da nossa história, são sempre aguardados por quem nos assiste”, destaca Ubirany.

O sambista fala com entusiasmo do Cacique de Ramos, que vem recebendo muitas homenagens desde o ano passado, quando ganhou o título de Patrimônio Imaterial do Rio de Janeiro, conferido pelo prefeito Eduardo Paes. “A história do bloco será contada no samba-enredo da Mangueira, no carnaval de 2012”, comemora Ubirany. Do desfile, na Marquês de Sapucaí, com certeza participarão, além dos atuais integrantes do Fundo de Quintal, outros sambistas que passaram pelo grupo, como Almir Guineto, Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Sombrinha e Cléber Augusto.

Fundo de Quintal

Show do grupo carioca amanhã, à meia-noite, na Aruc (Cruzeiro Velho). Antes, a partir das 19h30, vão se apresentar o sambista carioca Charles André, os grupos brasilienses Amor Maior e Coisa Nossa e a Bateria Nota 10 da escola. Entrada franca. Não recomendado para menores de 16 anos.

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CINEMA

Um respiro para o filme de arte

Espaço Unibanco será aberto no CasaPark, em outubro, com oito salas direcionadas ao circuito alternativo, sufocado com o fechamento do Cine Academia e do Embracine Fonte: correioweb.com.br 29/07

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Dois meses depois da notícia do fechamento das oito salas de cinema da Embracine CasaPark, fato que tirou do mercado a maioria dos cinéfilos mais interessados em filmes diferenciados, a administração do CasaPark definiu novos rumos para os cinemas: o Espaço Unibanco de Cinema passará a operar o complexo, com direito a novas oito salas, até o fim de outubro. “Em Brasília, ficou um desespero para os distribuidores de títulos independentes.

Além de o Cine Brasília ser muito grande para esse circuito, o fechamento das salas da Academia de Tênis (há 14 meses) causou muita insatisfação, pela falta de uma praça importante como é Brasília. Aí, teremos um público interessante, inteligente e culto. É a capital do país! O trabalho será incrível. Há demanda: nós temos a vontade e a percepção de um público que sabemos existir”, observa Adhemar Oliveira, um dos proprietários das salas da rede Unibanco, que já marca presença em São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. A previsão de abertura é fim de outubro.

Com 40 anos de experiência no ramo, o diretor de programação Adhemar Oliveira — que também atua, esporadicamente, na distribuição de filmes de nicho — confirma a mescla de filmes de nítido apelo comercial com os ditos alternativos, na futura programação. “É o nosso conceito artplex: não dá para se firmar apenas com filmes considerados de arte. Somos exibidores e dependemos da oferta dos longas. Não se trata de seguir uma cartilha, que leve apenas em conta a concorrência com as salas do ParkShopping, mas nossa intenção é a de que, em Brasília, a gente se estabeleça mais como art do que plex”, sinaliza o empresário.

Clube do Professor

A programação diversificada será atrativa para o novo circuito, com capacidade para 1.500 pessoas, bilheteria informatizada, equipamentos novos e apresentações em 3D. Além das exibições regulares de filmes europeus, latinos e asiáticos, que, integrados aos blockbusters, trazem uma perspectiva mínima de 30% da ocupação plena das salas, projetos especiais serão reproduzidos pelo Espaço Unibanco de Cinema. “Com o Clube do Professor, a intenção é fomentar uma atualização cultural dos professores, enquanto o Escola no Cinema, que já tem 25 anos em outras praças, prevê idas organizadas de alunos, com agendamento feito pelas instituições”, explica Adhemar. Os professores contarão com descontos especiais nas sessões regulares, bem como uma sessão exclusiva e gratuita, nas manhãs de sábado.

Outro impasse para o circuito da capital, a minguada projeção de títulos brasileiros promete encontrar alento, a partir das diretrizes do Espaço Unibanco.

“Mais do que o cumprimento da cota de tela (uma reserva de mercado para títulos nacionais), a gente coloca o filme brasileiro, que não é gênero, no posto de cinema independente. Sabemos do potencial e temos exemplos claros de sucessos: em 1994, por exemplo, quando esteve à margem, o cinema brasileiro, com oito títulos, nos rendeu bilheteria de R$80 mil. Depois, filmes como Carlota Joaquina e Terra estrangeira ficaram seis meses em cartaz”, comenta o diretor de programação.

Com algumas salas de cinema do Liberty suprindo a demanda dos cinéfilos, o estrangulado circuito alternativo — que deu exemplos do bom alcance, com, por exemplo, mais de nove mil espectadores prestigiando três títulos da extinta Embracine, em maio — terá expansão assegurada.

“No cuidado permanente de atender a diversidade, a gente pretende incorporar programações de mostras estabelecidas. Temos referências de oferecer programações como as do festival AnimaMundi e do circuito que promoveu o recente festival francês Varilux”, conta Adhemar Oliveira.

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CRISE NOS TRANSPORTES

PR perde mais espaço na Esplanada

Após série de exonerações que culminou com a troca de comando na pasta, Paulo Sérgio Passos anuncia seu novo secretário executivo, um funcionário de carreira com perfil técnico, sem vínculos partidários Fonte: correioweb.com.br 29/07

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O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, definiu ontem, oficialmente, o primeiro nome de sua equipe de trabalho. Miguel Mário Bianco Masella foi confirmado secretário executivo da pasta. Ele ocupava interinamente o posto e acumulava a função com o cargo de secretário de Gestão. Sem qualquer filiação partidária ou ligação com o PR, Masella é funcionário de carreira e considerado um dos maiores especialistas do setor de transportes no país.

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O anúncio ocorreu na véspera do primeiro balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo Dilma Rousseff, que deve corroborar o baixo desempenho da pasta no principal conjunto de ações de infraestrutura do país. Como adiantou o Correio na edição de ontem, a presidente está disposta a fazer um pente-fino nos ministérios responsáveis pelas grandes obras do país, incluindo a possibilidade de reformulações nas áreas que operarem aquém do esperado por Dilma.

A indicação de Masella encaixa-se nessa proposta. Ele é homem de confiança do ministro Paulo Sérgio Passos e já havia exercido o cargo de diretor executivo dos Transportes entre os meses de abril de 2006 e 2007. Naquele período — que coincidiu com a desincompatibilização do então titular da pasta, Alfredo Nascimento, para concorrer ao governo do Amazonas —, Passos assumiu o ministério interinamente e Masella foi seu braço direito.

Masella também integrou o Conselho de Administração do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) — órgão decisório da autarquia, acima da diretoria colegiada. Segundo explicou uma fonte do setor, isso ocorre porque, automaticamente, os secretários executivos do ministério integram o Conselho de Administração, tanto do Dnit quanto da Valec.

Preocupação

Após participar de um evento no Palácio do Planalto ontem, o secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, afirmou que Dilma Rousseff está analisando com cuidado os currículos dos candidatos a ocupar as vagas abertas tanto no Ministério dos Transportes quanto no Dnit e na Valec. Ela também está preocupada que esse processo não demore muito tempo para ser concluído, “para que a gente não perca a dinâmica das obras”, disse o ministro (veja matéria abaixo).

Gilberto Carvalho reconheceu que o principal cuidado tomado pelo Palácio do Planalto é aliar a competência técnica com a idoneidade. E que esse pressuposto também é levado em conta para a permanência ou não das pessoas que ainda estão ocupando os cargos na máquina pública. “Se a pessoa que está lá for idônea, não há necessidade de fazer uma mudança total. A presidente é muito cuidadosa nesse ponto de vista. Rigor nas verificações implica também no respeito às pessoas”, ponderou.

O ministro também é cauteloso ao analisar a situação do PR nesse episódio. O partido reclamou que está sendo “demonizado” após a descoberta do escândalo no ministério comandado pela legenda. “Acho errado que um partido seja completamente questionado porque teve no seu seio pessoas que cometeram erros. Outras legendas, inclusive o da presidente (PT), já tiveram problemas”, declarou. Gilberto Carvalho lembrou ainda que o PR sempre foi uma sigla fiel ao governo. “O nosso diálogo com o PR é maduro, já vem de muito tempo. O PR é formado por gente idônea, que, como nós, quer o bem do país.”

Currículo

Formado em Engenharia pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), Masella fez o curso de técnico de planejamento na Escola de Administração da Fundação Getulio Vargas e o mestrado em engenharia de transportes no Instituto Militar de Engenharia (IME). Além disso, integra o comitê gestor das obras da BR-319 e coordena o grupo de trabalho do ministério para as obras da Copa do Mundo de 2014.

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FUNCIONALISMO

STJ quer valorizar concurso público

Ministro do Superior Tribunal de Justiça propõe mudanças na legislação para reduzir ao mínimo a contratação de trabalhadores temporários e terceirizados pelo governo Fonte: correioweb.com.br 29/07

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Relator do processo que assegurou a uma médica aprovada em concurso o direito de ser nomeada para o cargo de oftalmologista da Universidade Federal Fluminense (UFF), o ministro do Superior Tribunal de Justiça Napoleão Nunes Maia Filho defende que o governo reduza ao mínimo o número de não concursados em seu quadro de pessoal. Na sentença, ele questionou a universidade por ter contratado um servidor temporário para a função, quando havia aprovados na lista de espera. Os temporários entram para o serviço público por meio do chamado processo seletivo simplificado, que busca atender a necessidades excepcionais, como uma emergência em saúde pública. Em entrevista ao Correio, porém, o ministro deixou claro que, mesmo se a reclamação fosse contra o preenchimento da vaga pela figura do terceirizado — que ingressa por meio de empresas que ganham licitações —, ele também daria sentença favorável a quem passou no concurso.

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“Tenho convicção de que a única forma democrática de recrutamento de servidores é o concurso público, que assegura igualdade de condições aos concorrentes”, disse Maia Filho. Ele explicou que o aprovado fora do número de vagas previstas em edital não tem nomeação garantida. Mas, a seu ver, ao preencher o cargo de outras formas, a administração pública demonstra que precisa ocupar os postos. “É como se a seleção fosse desnecessária. O candidato se esforça, investe tempo, dinheiro, esperança e sacrifício na seleção, porém a administração não o convoca. Ele deve ter prioridade”, considerou o ministro. “A minha decisão foi isolada, mas pode estabelecer uma tendência se os outros tribunais entenderem que ela é merecedora de aplauso. E essa é a minha expectativa”, ressaltou.

Na avaliação dele, o governo deveria alterar a regra de contratação de não concursados. A proposta é que eles sejam chamados apenas para funções que não são permanentes, como a remoção de um entulho, a pintura de um prédio ou um problema emergencial de saúde pública. “O critério deve ser o da temporariedade da função, e não do trabalhador”, defendeu. Para o ministro, essa mudança, além de conferir mais qualidade ao serviço público, diminuiria problemas como o das disparidades salariais. “A empresa terceirizada, muitas vezes, paga menos e não desempenha a contento os direitos trabalhistas. Se um órgão precisa de um zelador, o melhor é fazer concurso.”

Polêmica

O entendimento do ministro está causando um conflito entre o Executivo e o Judiciário. O Ministério do Planejamento questionou a decisão e esclareceu que, além de serem legalizados, os servidores temporários e os terceirizados são regidos por legislações distintas. O governo ressaltou ainda que nem toda terceirização é irregular. Ao contrário, nos casos em que a função não é abrangida pelo plano de cargos do órgão público, ela é recomendada pelo Decreto nº 2.271/97. “São institutos diferentes. E, se o governo chama um temporário, ele quer atender a uma excepcionalidade. Não caberia aí um trabalhador concursado, pois a necessidade do serviço vai terminar e ele vai continuar no cargo”, avaliou a secretária interina de Gestão do Ministério do Planejamento, Marilene Ferrari Lucas Alves Filha.

O tema não é controverso apenas no governo, mas também entre os especialistas. Entre os argumentos contrários aos não concursados está o de que, ao contratá-los, a administração pública fica livre das restrições da Lei de Responsabilidade Fiscal, que impõe limites para as despesas de pessoal. “É uma moeda de troca. A Constituição coloca o concurso como única via democrática de acesso, mas a administração cria outras modalidades de ingresso para manter privilégios. É a ideia do Brasil rural, onde os votos eram comprados”, criticou Ernani Pimentel, presidente da Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac). Sérgio Camargo, advogado especializado em concursos públicos, avaliou que a decisão do STJ contribui para a melhoria da qualidade do serviço público. “Chame do que quiser, terceirizado ou temporário, o entendimento é o mesmo: o governo deve priorizar o concursado, como a Constituição prevê”, afirmou.

Mestre em administração pública e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Marlos Lima, por sua vez, ressaltou que a polêmica tem como pano de fundo o tipo de Estado que a população espera. “É uma decisão que cabe à sociedade tomar. Nos últimos anos, as pesquisas mostraram que as pessoas preferem um Estado mais forte, com mais servidores”, afirmou. Para ele, porém, do ponto de vista gerencial, ao contar com a iniciativa privada o governo torna o trabalho mais eficiente e evita onerar os cofres públicos. “Num primeiro momento, é mais caro ter o terceirizado. Mas, se o órgão quer substituí-lo por um trabalhador mais eficiente ou mandá-lo embora, ele tem essa flexibilidade, além de não criar um gasto fixo.”

Servidores pressionam

Insatisfeitas com o rumo das negociações salariais com o governo, entidades que representam o funcionalismo federal pediram uma audiência com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior. Por meio de carta, os trabalhadores argumentaram que, embora no encontro de 13 de abril a ministra tenha aberto a mesa de discussão, desde então os processos praticamente não avançaram. Eles reclamaram, ainda, da decisão do secretário de Recursos Humanos, Duvanier Paiva, de não conceder o reajuste linear de 14,75% pedido pelos funcionários. Na semana passada, o governo informou aos sindicatos que, daqui para a frente, apenas as pautas específicas das categorias serão analisadas. Na visão dos servidores, a decisão “praticamente inviabiliza qualquer debate de política salarial geral”. O documento foi assinado por entidades como o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco Nacional) e o Sindicato Nacional dos Técnicos do Banco Central (SinTBacen)

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Polanski, Clooney e Cronenberg brigam por Leão de Ouro

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Produções de Steve McQueen, Abel Ferrara, Aleksandr Sokurov e Todd Solondz também competem em Veneza

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Fora da disputa, novos filmes de Madonna e Al Pacino devem agitar o tapete vermelho na mostra de cinema Fonte: folha.uol.com.br 29/07

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Novos filmes de David Cronenberg, Philippe Garrel, Steve McQueen, Roman Polanski, Aleksandr Sokurov e Todd Solondz estão no páreo pelo Leão de Ouro no próximo Festival de Cinema de Veneza, que começa em 31/8.

Também concorrem ao prêmio máximo trabalhos de Abel Ferrara, George Clooney, William Friedkin, mestre do terror que fez "O Exorcista", e Vincent Paronnaud e Marjane Satrapi, iraniana famosa pelo desenho "Persépolis".

Al Pacino e Madonna participam do festival por trás das câmeras, mas em mostra fora de competição. Uma das estreias mais aguardadas é o filme do francês Philippe Garrel. "Un Été Brûlant" tem no elenco seu filho Louis Garrel e Monica Bellucci para contar a história de um pintor que sofre ao ser deixado pela mulher. Cronenberg faz "A Dangerous Method", thriller sobre a origem da psicanálise com Viggo Mortensen no papel de Sigmund Freud e Michael Fassbender como Carl Jung.

Fassbender também protagoniza "Shame", nova incursão do artista plástico Steve McQueen no cinema, que chega depois de "Hunger", seu filme de 2008, aclamado pela crítica, com o mesmo ator no papel principal.

Polanski adaptou uma peça de Yasmina Reza sobre bullying em "Carnage", filme com as atrizes Kate Winslet e Jodie Foster no elenco.

Outra adaptação é a de Sokurov, com "Faust", filme baseado no clássico da literatura alemã em que um homem vende a alma ao Diabo em troca de sabedoria.

Menos densa e mais midiática, a presença de George Clooney, que dirige "The Ides Of March", filme escalado para abrir o festival, e Madonna, com seu segundo filme, "W.E.", deve esquentar o tapete vermelho da mostra.

BRASIL

Em mostra dedicada a filmes experimentais fora da disputa, está "Girimunho", dos brasileiros Helvécio Marins e Clarissa Campolina.

Fala sobre uma idosa no interior de Minas Gerais que perde o marido e tenta se adaptar à vida solitária.

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Veto a filme revela conflito jurídico

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Juristas não veem censura a "A Serbian Film", impedido de ser exibido, mas defendem direito à liberdade

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Ao expor personagens, cineasta pode ferir direito constitucional que garante a defesa da integridade humana Fonte: folha.uol.com.br 29/07

A liminar judicial que impediu, no último sábado, a exibição de "A Serbian Film -- Terror sem Limites", no Rio, fez com que uma palavra retornasse, veemente, ao vocabulário de artistas e produtores culturais: censura.

O filme do diretor sérvio Srdjan Spasojevic, que traz uma sugestão do estupro de recém-nascido e incesto envolvendo criança, foi suspenso de um festival de terror por ferir o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Apesar de vir a público embaçada pela névoa política --a ação foi movida por integrantes do DEM-- e pelo trauma deixado pela ditadura, o que está por trás do caso, tecnicamente, é um conflito entre dois princípios jurídicos. Se a Constituição garante, de um lado, a liberdade de expressão, ela também garante, de outro, a chamada preservação da vida e da integridade da pessoa humana.

"Eu não posso ser proibido de me expressar, mas posso ser responsabilizado caso viole outras garantias constitucionais", explica o jurista Walter Ceneviva, articulista da Folha. "São dois lados dos mesmo fio da navalha. E é tão sutil que, na dúvida, devemos preservar a liberdade."

Seguindo uma linha semelhante de pensamento, Virgílio Afonso da Silva, professor da USP, observa que, embora as liberdades artística e de expressão não sejam absolutas, "em um Estado democrático existe uma fortíssima presunção a seu favor".

"Isso significa que só em situações muito excepcionais essas liberdades poderiam ser restringidas", diz Silva. A pergunta a que, por ora, nenhum dos envolvidos no caso conseguiu responder é: que critérios embasaram a restrição da liberdade?

PROTEÇÃO OU ARROUBO?

Sabe-se apenas que, servindo de contrapeso à liberdade de expressão, na balança jurídica que tirou o filme da tela, está o Estatuto da Criança e do Adolescente. Em seu artigo 71, o estatuto trata de informação, cultura e lazer e diz que as obras devem respeitar a criança como pessoa em processo de desenvolvimento.

O estabelecimento desses limites fica a cargo do Ministério da Justiça, que faz classificação indicativa de filmes e programas de TV. "A ideia é proteger as crianças. Não se trata de censurar, mas de verificar a adequação de uma peça a determinado veículo ou horário", explica o procurador Paulo Afonso Garrido de Paula, um dos criadores do ECA.

Para explicar, legalmente, o veto a "A Serbian Film", o procurador cita, também o direito de proteção de uma comunidade que, genericamente, se sinta ofendida. "Um filme que fizesse apologia da pedofilia poderia, em tese, ter a veiculação impedida. Mas aí me pergunto: e uma peça homofóbica, poderia ser proibida?", provoca.

"Sem ver o filme, é difícil saber se houve uma tentativa real de proteção da criança ou apenas um arroubo de poder", pontua o procurador.

O que os juristas ouvidos pela Folha afirmaram é que, neste caso, mesmo não descartado o erro, a palavra censura é inadequada. "Quando a Justiça proíbe a exibição de um quadro na TV, que induz o público ao engano ou à degradação, por exemplo, não é censura, mas sim tutela", conclui o advogado Rodrigo Salinas, especializado em cultura.

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Longa foi vetado após ter passado em dois festivais

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Reportagem da Ilustrada de 18/7 apresentou "A Serbian Film - Terror sem Limites" e as polêmicas que causou na Europa, onde foi censurado por cenas de necrofilia, violência e estupro de um recém-nascido.

O longa seria exibido no festival RioFan em 23/7, uma semana após ter passado em Porto Alegre e em São Luís. Depois da reportagem, no entanto, o caminho do longa ficou embargado. Primeiro foi a Caixa Econômica que proibiu a exibição em seu espaço cultural carioca.

Com isso, a distribuidora do filme procurou o Grupo Estação, que concordou em fazer uma sessão na data prevista no Cine Odeon. Na véspera da exibição, a juíza Katerine Jatahy Nygaard, da 1ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso do Rio, atendeu a uma ação ajuizada pelo diretório regional do DEM (Democratas), proibiu a sessão e apreendeu a cópia do longa. Ela citou o Estatuto da Criança e do Adolescente, que "veda expressamente a filmagem, reprodução (...) de cenas de sexo (...) envolvendo crianças ou adolescentes".

Anteontem, na data-limite para determinar a classificação indicativa do filme (obrigatória para a exibição nos cinemas), o Ministério da Justiça disse que "diante da controvérsia jurídica a classificação foi suspensa".

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'É um gesto anticivilizatório', diz Cacá Diegues Fonte: folha.uol.com.br 29/07

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Os sucessivos vetos à exibição de "A Serbian Film --Terror sem Limites" no Rio deram origem a manifestações anticensura na internet --de cineastas, críticos e espectadores--, culminando com um protesto em frente ao Cine Odeon no último sábado, data da sessão que acabou sendo suspensa.

Ouvidos pela Folha, cineastas repudiaram a censura. Cacá Diegues disse que o veto é um "gesto anticivilizatório e bárbaro". "Se acha que o filme não é bom, divulgue o que tem. Quem quiser vai ver. Isso [a proibição] é tratar a população do país como um bando de crianças imbecis que têm que ser orientadas sobre qual espetáculo devem ver."

Para o presidente da Riofilme, Sérgio Sá Leitão, o uso judicial do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) para proibir a exibição do filme foi perverso.

"Há uma alta dose de perversidade no uso de um instrumento legal tão positivo quanto o ECA para fazer uma medida tão nefasta como censura a uma obra intelectual. É um filme de ficção, tudo ali são simulações e elas se justificam no contexto do filme."

Responsável pela ação contra o filme, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM) não considera o veto censura à liberdade de expressão. "[O filme] Fere o artigo que proíbe o uso da imagem de crianças em cenas de violência", disse o deputado, que não assistiu ao longa --ele afirmou ter baseado a ação no relato da imprensa sobre a obra.

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Bairro turístico colhe assinaturas contra centro para viciados

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Moradores de Santo Antônio Além do Carmo, em Salvador, temem circulação de craqueiros Fonte: folha.uol.com.br 29/07

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No lugar de "gente diferenciada", usuários de crack. Em vez do bairro paulistano de Higienópolis, o soteropolitano Santo Antônio Além do Carmo. No mais, a situação é parecida: moradores e comerciantes do bairro turístico de Salvador, contíguo ao Pelourinho, recolhem assinaturas a fim de tentar impedir a instalação de um centro de tratamento de dependentes químicos na região.

Eles temem a circulação de viciados pela zona turística que abriga um dos hotéis mais luxuosos de Salvador, o Pestana Convento do Carmo, onde o valor da diária varia entre US$ 282 e US$ 1.185.

Segundo o vice-presidente da associação de amigos do bairro, João Cabral Pimenta, já foram recolhidas mais de 1.000 assinaturas. A lista será entregue à primeira-dama do Estado, Fátima Mendonça, presidente das Voluntárias Sociais da Bahia.

O órgão apoia o Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas, ligado à Universidade Federal da Bahia, na transformação de uma escola pública desativada em um "ponto de encontro" para acolher usuários, ofertando "banho, roupa limpa, preservativos e material para uso protegido de drogas injetáveis". O centro não se manifestou sobre as críticas.

"Ninguém quer uma vizinhança dessa. Eles querem expandir a decadência do Pelourinho, trazendo para cá os craqueiros", afirma Pimenta.

"Os viciados não querem apoio, eles querem mais droga", diz o inglês Charles Butler, dono de uma pousada.

A primeira-dama Fátima Mendonça disse a instituição que preside é só "coadjuvante" na implantação de centro e não comentou que medida tomará a respeito do abaixo-assinado contra a novidade.

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