quarta-feira, 6 de julho de 2011

Demitidos da OSB tocam com Edu Lobo

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Afastados da Orquestra Sinfônica Brasileira após desavença com maestro, músicos fazem concerto hoje, no Rio

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Sensibilizado com a história, Edu Lobo aceitou o convite do grupo e selecionou as 19 canções do espetáculo Fonte: folha.uol.com.br 06/07

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Os 33 músicos afastados da Orquestra Sinfônica Brasileira se apresentam na noite de hoje, ao lado de Edu Lobo, no Rio de Janeiro, para mostrar que ainda estão em plena atividade. Toda a renda servirá para ajudar o grupo.

"A ideia do show é mostrar que mesmo sem patrocínio ou apoio podemos montar concertos e fazer belos espetáculos", disse à Folha o violinista Ubiratan Rodrigues, o Bira, porta-voz dos demitidos da OSB.

O grupo foi afastado de suas funções por se recusar a fazer audições individuais obrigatórias, agendadas pelo maestro Roberto Minczuk, em janeiro deste ano.

Os músicos consideraram o gesto um simples pretexto para as demissões, que de fato começaram em abril. Mas essa não será a primeira vez que os músicos se apresentam após o afastamento. O grupo tocou, no dia 30 de abril, na Escola de Música da UFRJ, com regência do maestro Osvaldo Colarusso e participação da solista Cristina Ortiz.

"O Edu foi lá assistir e ficou muito sensibilizado com nossa história. Fizemos contato e ele naturalmente se colocou à disposição", explicou Bira.

"As pessoas têm nos oferecido vários espaços e estamos aproveitando para fazer música de câmara também", comemora Luzer Machtyngier, ex-presidente da Comissão dos Músicos da OSB. Para esta apresentação, inclusive, o grupo conta com o apoio da Orquestra Petrobras Sinfônica, além de Carlos Malta e Cristóvão Bastos. O Teatro Oi Casagrande também cobrou um valor simbólico para abrir o espaço.

O repertório do show, composto por 19 canções, foi todo escolhido por Lobo. Apesar de passar a ideia de que uma nova orquestra está surgindo, Bira e Machtyngier demonstram clara vontade de voltar às origens.

"Ainda não é o caminho que a gente quer seguir. Talvez surja realmente uma nova orquestra, mas a gente ainda tem uma guerra com a fundação [FOSB, Fundação Orquestra Sinfônica Brasileira]. Tem músico aqui com 30 anos de casa tentando brigar pelo seu espaço. Como pode um maestro novo, cheirando a fralda, avaliar gente assim?", indaga Bira.

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MinC e Petrobras dão R$ 14,5 milhões para projetos culturais

Circo e cultura indígena serão maiores beneficiados por verba Fonte: folha.uol.com.br 06/07

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Projetos de estímulo ao circo e à cultura indígena serão os maiores beneficiados pelo investimento de R$ 14,5 milhões que o MinC (Ministério da Cultura) anunciou ontem.

A verba, fruto de parceria com a Petrobras, será dividida entre dez projetos, com os maiores valores para o Prêmio Culturas Indígenas (que, em sua quarta edição, receberá R$ 2,4 milhões) e o Prêmio Carequinha de Estímulo ao Circo (R$ 2 milhões, mais valor idêntico financiado pela Funarte). Ambos estão entre os seis projetos que terão editais públicos (disponíveis em cultura.gov.br).

"Os circos, como as bibliotecas, são as atividades de maior capilaridade no território", disse Vitor Ortiz, secretário-executivo do MinC.

Os demais são o Etnodoc (R$ 1,5 milhão para 15 projetos de documentários etnográficos), o Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-Brasileiras (R$ 1,5 milhão para 20 projetos), o Conexão Artes Visuais (R$ 1,5 milhão, mais R$ 2 milhões da Funarte) e o Edital Brasil Criativo.

Este último, feito para marcar a criação da Secretaria de Economia Criativa do MinC, é um prêmio a micro-empreendimentos, que distribuirá R$ 1 milhão às cem melhores iniciativas na área.

Entre os chamados "projetos estruturantes", o maior valor (R$ 2 milhões) vai para a recuperação emergencial do Museu Nacional de Belas Artes, no Rio.

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9ª FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY

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Tabucchi ataca Brasil em jornal italiano

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Em artigo para "La Repubblica", escritor italiano que seria destaque na Flip detalha por que desistiu de vir

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Sob o título "O meu não ao Brasil de Battisti", autor diz que Justiça do país é submissa ao poder político Fonte: folha.uol.com.br 06/07

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Com o título "O meu não ao Brasil de Battisti", um artigo estampado na primeira página do jornal italiano "La Repubblica", anteontem, detalhava as justificativas do escritor Antonio Tabucchi para não vir à Flip.

Um dos principais romancistas europeus, ele seria destaque na programação de sexta-feira em Paraty, mas cancelou de última hora a sua participação.

No texto, Tabucchi critica as instituições brasileiras pela recusa em extraditar o ex-militante esquerdista Cesare Battisti, acusado de quatro mortes na Itália quando atuava numa organização terrorista.

Segundo ele, o fato de o Supremo Tribunal Federal ter remetido a decisão ao então presidente Lula demonstra o quanto, no Brasil, "o Poder Judiciário é submisso ao poder político".

Tabucchi opina que o desfecho "não constitui somente uma ofensa à República italiana, mas é também uma ferida que se inflige ao direito internacional".

Para o escritor, o argumento do Executivo brasileiro de que Battisti poderia ser torturado nas prisões italianas é insustentável.

Tabucchi mencionou a onda de rebeliões em presídios simultânea aos ataques do PCC em São Paulo em 2006 como sinal de que é o Brasil quem deve cuidar de sua política carcerária.

"Como não precisamos da observações de Lula para melhorar o sistema carcerário italiano, Lula deveria pensar em melhorar o seu: na revolta nas prisões de São Paulo, em 2006, a intervenção da polícia antimotim provocou a morte de 81 detentos, alguns deles queimados em suas celas."

Tabucchi relembrou ainda o caso de Alejandro César Enciso, torturador na ditadura argentina e que, apesar dos pedidos de extradição feitos pela Itália segue "sob tutela" da polícia brasileira. "Tão "sob tutela" que podemos adiciona-lo como amigo no Facebook", ironizou o escritor.

Ele disse ser inexata a notícia de que teria desistido de vir à Flip "em protesto".

"Não cabe a mim "protestar". É que não tenho vontade alguma de ver chegarem Battisti e Enciso (...), que, transformando um festival literário numa aula de justiça, venham discutir seus casos com um escritor italiano."

Tabucchi alega que uma controvérsia jurídica entre países poderia virar "fofoca de evento literário".

O CASO

No início de junho, o Supremo Tribunal Federal validou a decisão do ex-presidente Lula de negar a extradição de Battisti e determinou que ele fosse solto.

A maioria dos ministros julgou que não caberia ao Supremo analisar o ato do ex-presidente.

Duas semanas depois, o Conselho Nacional de Imigração concedeu visto de permanência a Battisti.

Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos na década de 1970, quando militava no grupo de extrema-esquerda PAC (Proletários Armados pelo Comunismo). Ele nega as acusações e afirma sofrer perseguição política.

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Peças se apoiam em símbolos indígenas

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Autor Francisco Carlos trata da aproximação dos povos com viés antropofágico na tetralogia "Jaguar Cibernético"

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Amazonense foi destaque da última edição do Fringe, mostra paralela do Festival de Curitiba Fonte: correioweb.com.br 06/07

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Na civilização tupi-guarani, o canibalismo é simbolizado pelo jaguar. Em "Jaguar Cibernético", tetralogia que estreia hoje em São Paulo, o autor, diretor e filósofo amazonense Francisco Carlos se apropria deste signo da cultura indígena tanto na abordagem temática quanto na concepção formal de sua criação.

"O canibalismo é um modo radical de alteridade e tem o jaguar como expressão metafórica do outro", diz este criador, 51, que tem mais de 40 peças escritas e se destacou no Fringe, mostra paralela do 20º Festival de Curitiba, em março deste ano.

Até hoje o artista apresentou sua arte singular a duras penas. "Jaguar Cibernético" é sua primeira montagem com recursos, que lhe dá visibilidade fora da cena alternativa do país. Os quatro espetáculos são exibidos em duplas e abordam a maneira de viver da sociedade indígena.

"Banquete Tupinambá", a primeira peça, retrata um ritual antropofágico numa aldeia no século 16. Os três outros espetáculos apresentam diferentes pontos de vista sobre o tema, contrapondo a visão múltipla destes povos ao ponto de vista uno da cultura ocidental. "É um teatro cubista", define o autor.

Em "Aborígene em Metrópolis", um índio viaja para uma metrópole de hoje. "Xamanismo the Connection" retrata uma reunião de viciados em drogas mediada por um xamã. O delírio da personagem Alice Ecstasy conecta Pablo Picasso a estudantes de Maio de 1968.

EMBATE

"Floresta de Carbono - De Volta ao Paraíso Perdido" cria um embate entre cultura ocidental e indígena, transformando em dramaturgia a instalação "Táxi Chuvoso", de Salvador Dalí.

O manequim do original ganha vida e acompanhante -um ator à la James Dean. Esses ícones urbanos chegam de calhambeque a uma floresta, retratada com exuberância pela diretora de arte Clissia Morais por um grande painel fotográfico.

Encontram-se na porta do Éden, mas não conseguem penetrá-lo, estão demasiadamente desumanizados.

"Jaguar Cibernético" nasce a partir de uma colagem original das mais variadas referências, como rituais indígenas, nouvelle vague e as divinizações do cinema comercial de Hollywood, e da mistura de diversas linguagens artísticas.

Com sua tetralogia, Francisco Carlos evidencia sua busca por altruísmo no teatro e na vida. "Uso a arte para apresentar o outro", diz ele.

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Hierofante invade Nova York

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Depois do sucesso de outras duas apresentações, companhia de teatro de Ceilândia volta aos Estados Unidos para o Brazilian Day Fonte: correioweb.com.br 06/07

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Quando a linguagem de um espetáculo é universal, ele pode ser apresentado em qualquer lugar. Os integrantes da Hierofante Companhia de Teatro perceberam isso na prática, nas duas vezes em que o grupo de Ceilândia esteve em Nova York para participar do Brazilian Day.

“Lembro-me de uma senhora que ria o tempo todo. Pensamos que fosse brasileira. Ela nos disse que não entendia as palavras, mas entendeu a peça e ficou emocionada”, recorda o ator Pablo Peixoto. “Certa vez, não conseguimos começar uma apresentação, pois os americanos não paravam de pedir para tirar fotos com a gente”, acrescenta Wellington Abreu, ator e atual diretor da companhia (que acabou de completar 16 anos de trajetória).

As aventuras da Hierofante no exterior começaram em 2008, em uma viagem para São Tomé e Príncipe. O convite partiu de um representante do Unicef. “Ele nos viu em uma apresentação na UnB, gostou e disse que ia nos levar para o país dele”, conta Pablo. Um ano depois do primeiro contato, o trio Wellington, Pablo e Anderson Floriano embarcou rumo ao país africano. “Chegamos lá em outubro de 2008. Fomos recebidos como jogadores de futebol. Tivemos uma agenda cheia por lá, com entrevistas em rádio e televisão, encontro com políticos, várias oficinas...”, relata Wellington. Foi a partir dessa experiência que o grupo percebeu que seria possível expandir sua área de atuação.

O próximo passo seria chegar aos Estados Unidos. Feitos os contatos com a organização do Brazilian Day, de quem receberam carta-convite oficial para participar do evento, o grupo correu atrás dos vistos e patrocínios para a primeira viagem.

Em setembro de 2009, a Hierofante desembarcou na Grande Maçã. Lá, o grupo fez apresentações do Auto da camisinha e do palhaço Tá na Reta — este, em plena Time Square, uma das mais famosas avenidas de Manhattan. Detalhe: a Hierofante Companhia de Teatro foi o primeiro grupo de artes cênicas a se apresentar no evento, conhecido principalmente por shows musicais de artistas brasileiros.

Em 2010, mais uma vez convidados pelo Brazilian Day, eles estrearam o espetáculo A baba da pintada — e apresentaram também a montagem Aprendiz de feiticeiro (esta, com poucas palavras, o que ajudou ainda mais a comunicação com os americanos) e números de palhaço. Foi também no ano passado que eles descobriram e tiveram contato com o Michael Chekhov Acting Studio. Wellington explica que eles estudam a mesma técnica de teatro que a Hierofante: “Trabalhamos com o padrão de Chekhov, que Humberto Pedrancini, criador da companhia, instalou no grupo. Em fevereiro, voltamos a Nova York para fazer um curso lá”.

Planos

Com mais um convite de participação no Brazilian Day, os integrantes da Hierofante fazem planos ambiciosos para o evento em 2011. A ideia, desta vez, é apresentar os espetáculos Bacantes e brincantes, Aprendiz de feiticeiro, números do palhaço Tá na Reta e O rapaz da rabeca e a Moça da camisinha. “Queremos ampliar, levar mais gente conosco: o Pedrancini, o grupo Mosaico e jornalistas que fariam a cobertura das nossas atividades por lá, que poderiam ser acompanhadas em um site criado para a ocasião. Seriam, no total, 15 pessoas”, adianta Wellington. Para concretizar esse sonho, a Hierofante está em busca de patrocinadores.

Pablo enxerga a iniciativa como uma porta de entrada para o mercado internacional que contemplaria não só os artistas do Distrito Federal, mas também do Brasil. “Existe uma demanda de teatro brasileiro por lá. Tem gente que está nos Estados Unidos há 10, 15 anos sem vir ao Brasil. E há uma identificação por parte dos brasileiros de lá com esse tipo de teatro, que é teatro brasileiro, não é Broadway.” Wellington ambiciona uma mostra de teatro brasileiro em Nova York: “Estamos cavando espaços reais e legais para os grupos de teatro. E nada disso nos assusta. Queremos cada vez mais. Ano que vem, queremos levar metade de Brasília para lá”, brinca o ator.

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ACESSIBILIDADE

Televisão para quem não vê

A audiodescrição dos programas permite uma melhor integração dos deficientes visuais, mas aparelhos são caros Fonte: correioweb.com.br 06/07

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Imagine a seguinte situação: em um programa de tevê, uma jovem lança um olhar sedutor e provocativo para um homem, em cena sem diálogos. Essa cena, provavelmente, seria ignorada por um deficiente visual, que apenas consegue acompanhar a programação por meio das falas dos personagens. Para acabar com esse problema, desde a última sexta-feira, os canais de sinal aberto se viram obrigados a oferecer pelo menos duas horas de programação com audiodescrição — recurso que permite a narração da obra audiovisual a quem não enxerga.

Segundo a Portaria nº 188 do Ministério das Comunicações, a implementação do recurso vai ocorrer de forma gradual. Nesse primeiro momento, as emissoras oferecem apenas duas horas semanais de programação. A meta estipulada pelo documento é de que em 120 meses (10 anos) a televisão exiba 20 horas semanais com audiodescrição. No entanto, o recurso só funciona, por enquanto, em televisores preparados para receber o sinal digital.

Antônio Leitão, diretor de Educação Especial da Secretária de Educação, cego de nascença, confirma que o recurso é uma iniciativa importante no processo de integração dos deficientes visuais. “A audiodescrição é também uma ferramenta educacional porque ela aumenta o número de informações que podem melhorar a qualidade de vida dessas pessoas.”

O recurso é esperado com expectativa pelos deficientes visuais, que desejam melhorar a experiência com a televisão. Um exemplo é a funcionária pública aposentada Maria Otília, 57 anos, que está animada com o novo recurso. “Vai ser ótimo, desde que perdi a visão, nunca mais assisti à televisão, não tenho paciência porque sei que estou perdendo muita coisa. Agora, acredito que vai melhorar bastante.”

O também aposentado José Amélio, 46 anos, reconhece que a audiodescrição facilitará a compreensão dos programas e pode melhorar muito o nível de informações dos deficientes visuais. No entanto, ele lembra que os televisores capazes de captar o sinal digital ainda são caros. “O lado ruim da proposta é que nem todos têm dinheiro para comprar um aparelho com essa tecnologia. Seria bom se houvesse alguma ajuda”, argumenta. André Stuart, 39 anos, concorda que não será fácil adquirir novos aparelhos. “Eu perdi a visão há quatro anos e admito que tenho dificuldades em perceber o que está passando. O recurso vai ajudar, mas uma boa parte não terá acesso. Isso é muito ruim.”

Vitória

O vice-presidente da Associação dos Amigos dos Deficientes Visuais (AADV), Armando Ribeiro Batista, 48 anos, tem uma visão mais otimista. Para ele, a audiodescrição é uma conquista importante para os deficientes visuais. “Agora, temos essa possibilidade, esperamos quase 10 anos por isso. É preciso lembrar que a tecnologia fica cada vez mais barata, assim como ocorreu com os celulares”, explica.

Ribeiro Batista enfatiza que os recursos devem ir além de telejornais, filmes e novelas. Ele lembra que é muito importante que o recurso também chegue ao mercado de publicidade da televisão. “Não há nada pior do que ouvir uma promoção seguida de um ‘o número está na tela’. Ficamos loucos. E as indústrias têm que saber que há deficientes visuais em todos os segmentos sociais, somos um mercado promissor.”

Nessa linha, Antônio Leitão entende que a audiodescrição é uma forma dos deficientes visuais mostrarem sua força para a sociedade. “Essas ferramentas fazem a sociedade lembrar da nossa existência.” O argumento do professor parece estar correto, já existem cursos especializados em treinar “audiodescritores” — a Universidade de Brasília programa para o próximo ano aulas de treinamento desses profissionais com capacidade para 40 alunos.

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ROCK

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Mais poesia, menos revolta Fonte: correioweb.com.br 06/07

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Os roqueiros brasilienses da banda Etno orgulham-se da postura independente: há nove anos na estrada, cuidam tanto da parte criativa quanto de questões burocráticas e administrativas. Ou seja, da contratação de shows à divulgação na internet. “Acaba que a gente se envolve em cada processo, entende bem o que é ser uma banda”, resume Tiago Freitas, vocalista e frontman.

Três anos após a estreia, com o disco Revolução silenciosa, o quarteto formado também por Iano Fazio (baixo), Vitor Fonseca (guitarra) e Tiago Palma (bateria) lança seu segundo álbum, Setembro, hoje, às 21h, em show com entrada franca na Sala Martins Pena do Teatro Nacional. Se no primeiro, a postura era de um grupo preocupado em abastecer apresentações e letras de mensagens sociais, na sequência, a poesia apareceu como sinal de crescimento.

“Houve um amadurecimento natural. Revolução levou quatro anos de produção. Quando lançamos, em 2008, já tínhamos muitas músicas novas já compostas. As sonoridades são diferentes, mas não foi algo pensado. Setembro é um disco mais Etno”, explica Freitas. Todo o repertório — álbuns e singles — está disponível para download e audição gratuita no site oficial, www.etno.com.br.

Gravado no estúdio Midas, em São Paulo, e produzido por Paulo Anhaia (de CPM 22 e NX Zero), o segundo registro justifica o nome do grupo (motivado pela palavra ethos, do grego, que define crenças e ideais de povos e nações): o ecletismo fala tão alto quanto a paixão por riffs de guitarra e bandas grungeiras. “A gente se permitiu fazer baladas, usar violão, piano, orquestra. Mas tivemos a preocupação na poesia: não é simplesmente rimar amor com dor”, conta.

Apesar de as influências ainda vingarem — do grunge do Nirvana e do pós-grunge do Foo Fighters —, a Etno tratou de experimentar. E foi longe. Na faixa Avisa lá (nossa gente), o rock encontrou o batuque do Olodum. “Tem bandas que seguem este padrão: nome em inglês, cantar musiquinha de amor chorando para a molecada. E essa galera que está começando a curtir rock não tem noção da história musical brasileira. Então a gente manda rock ‘n’ roll nesse sucesso dos anos 1990, que é para quebrar preconceitos”, justifica. No segundo semestre, os membros vão até Salvador gravar um videoclipe com o Olodum.

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