quarta-feira, 13 de julho de 2011

MÚSICA

Choque elétrico

O Dia Mundial do Rock tem programação até sábado. Eventos na Livraria Cultura e na Casa do Cantador são destaque Fonte: correioweb.com.br 13/07

-

Checar o calendário de datas comemorativas pode ser angustiante: há algumas que mereciam até o status de feriado nacional, e outras servem como simples lembretes. Não é o que acontece com o Dia Mundial do Rock. A festa, celebrada hoje no Brasil e mundo afora, nasceu do Live Aid, megaevento beneficente que angariou fundos para conter a fome na Etiópia, um dos países mais pobres do planeta. De hoje a sábado, os roqueiros brasilienses têm todos os motivos para saírem de casa e caírem na festa: com apresentações que cobrem estilos variados — do independente ao progressivo — e, o melhor, várias delas são gratuitas.

No teatro da Livraria Cultura do CasaPark Shopping, enquanto os clientes passeiam pelas estantes, bandas convidadas mostram repertório autoral a partir de amanhã e até sábado. Os Dinamites abrem a festa na quinta, a partir das19h30. Hoje, às 20h, a Suíte Super Luxo começa a maratona de pocket shows no auditório Eva Hertz, na Cultura do Shopping Iguatemi. Som obrigatório para quem curte o rock local, a Suíte promete recuperar os momentos de brilho do disco de estreia, o excelente El toro (2004), e aproveita a oportunidade para lançar o single Quilométrica (Senhor F): é uma prévia do aguardado segundo álbum, que já está pronto e deve finalmente sair em agosto. “A gente começou esse novo processo em 2007. Entraram e saíram integrantes. A ideia era gravar as músicas que estávamos compondo. Só que, às vezes, o processo dura bem mais do que a gente imagina”, conta Luc Albano (voz e guitarra), único remanescente da formação original, desde 2002.

Ainda sem título (11 faixas, selo Rolla Pedra), a novidade, explica Luc, revela um lado mais cru do grupo. “Quisemos captar um momento do que estava rolando conosco. A ideia não era burilar tanto o som, como foi com o El toro. É uma coisa mais seca, acho que quem nos ouve vai sentir algumas diferenças. Mas a nossa marca ainda está nas letras e nos arranjos”, completa o frontman, que revela que o grupo tem composições prontas até para mais um LP. “Em termos de canções, já temos um terceiro pronto. Mas não dá para fazer tudo de uma vez. Também vamos tocar coisas que acabamos de compor”, avisa.

Hábitat musical

Na programação do próximo sábado da Casa do Cantador, em Ceilândia, o espírito é o mesmo que motivou o Live Aid, há mais de duas décadas: o ingresso será trocado pela doação de 1kg de alimento não perecível. Os produtos serão direcionados para creches e abrigos de idosos. Às 10h, tem exposição de obras dos artistas plásticos Pedro Jorge, Dentin, Washington e Tutti Vinil. Mais tarde, às 14h, shows das bandas Parafernália, Vassoura Elétrica, Gestos Grosseiros (São Paulo), Sflexia (Minas Gerais), Corja (Goiás), Galinha Preta, Fierce Fire e Versos Negros.

O baixista e vocalista Dado Nunes, da Parafernália, conta que a performance será dividida entre canções próprias, que devem estar no disco de estreia (selo Editio Princeps), com previsão de lançamento para agosto, e covers da obra-prima do Pink Floyd, principal referência do quarteto do Plano Piloto, criado em 2000. “Fazemos um rock progressivo com influência de hard rock. Mas tentamos manter uma sonoridade atual. Na primeira parte, vamos tocar nossas músicas. Na segunda, coisas do The dark side of the moon”, adianta.

Hoje, às 21h, a banda Happy Jacks faz tributo a The Who na cervejaria Stadt Bier (SIG, Quadra 6). No Roschti Rockbar (antigo Hooters), no shopping Pier 21, a banda Ricochet presta homenagem ao Faith no More.

A origem

Em 13 de julho de 1985, dois eventos simultâneos encheram o estádio Wembley, em Londres, e a arena John F. Kennedy, na cidade americana da Philadelphia. Com lineups ecléticos — teve de tudo, de David Bowie a Lionel Richie, liderando o coro de We are the world —, a produção foi transmitida ao vivo para cerca de 150 países: era o rock tapeando as distâncias em favor de uma causa mundial.

-

>>>

-

INSTRUMENTAL

Santíssima trindade

Pela primeira vez em Brasília, o Triunvirato faz show no Clube do Choro e apresenta temas de Jacob do Bandolim a Ernesto Nazareth Fonte: correioweb.com.br 13/07

-

A ideia era criar um grupo em que todos pudessem revelar os talentos e as influências musicais na mesma medida, sem privilégios. Para isso, Caio Márcio (violão de 7 cordas), Carlos Cesar (bateria e percussão) e Luis Barcelos (bandolim) foram beber na fonte da história para batizar o trio, que tem no repertório desde músicas de ícones do choro, como Jacob do Bandolim e Ernesto Nazareth, até produções de artistas contemporâneos e próprias. Triunvirato, o governo de três representantes com poderes iguais, resume as intenções do trio, que se apresenta de hoje a sexta, às 21h, no Clube do Choro.

“O jeito que tocamos o choro acaba sendo diferente porque é um reflexo de tudo o que gostamos. Amamos o choro, mas eu, por exemplo, escuto jazz, tango, sons africanos… Caio já é muito ligado à música erudita, e o Luis tem um jeito de harmonizar que transcende o choro”, explica Carlos Cesar, o único, dos três que nunca tocou na cidade. “Caio e Luis já se apresentaram com outros grupos, mas é a primeira vez que o Triunvirato faz show em Brasília. Os três estão ansiosos. A expectativa é enorme, já que o Clube do Choro é um importante reduto do gênero e grandes músicos já passaram por lá. Espero que o público aproveite o show e que goste dessa proposta de mescla de influências”, revela o percussionista.

Ritmos combinados

A mistura democrática inclui temas de Guinga (Cheio de dedos), Garoto (Lamentos do morro), Orlando Silveira (Perigoso), Astor Silva (Chorinho de gafieira) e Porfírio Costa (Peguei a reta). Dos integrantes do grupo, Luis Barcelos mostra Feira da Glória e Valsa de Vila Isabel), enquanto Caio Marcio, Põe no fogo. “Não temos a pretensão de tocar só o choro tradicional. Nós absorvemos muita coisa da música nordestina, tanto, que tocamos Um tom para Jobim, de Sivuca. Isso reflete o que somos. Queremos combinar os ritmos, o que é bem característico dessa nova geração da Lapa carioca, da qual fazemos parte”, comenta.

O repertório do show em Brasília é o mesmo do The John F. Kennedy Center for the Performing Arts, em Washington. A apresentação nos Estados Unidos, no ano passado, marcou a estreia de Caio, Carlos e Luis, que já tinham suas carreiras particulares, contudo desejavam montar um projeto juntos.

Até o fim do ano, o trio pretende lançar o primeiro CD, que, por enquanto, é independente. “Estamos na fase de fechar o repertório. Queremos seguir a linha autoral, já que todos os integrantes têm composições. A criação está a todo vapor e vamos aproveitar esse momento para mostrar o nosso trabalho. Estamos financiando esse disco, mas quem sabe, surge algum patrocínio? Em dezembro, faremos um grande show no Espaço Cultural do BNDES, no Rio de Janeiro, e queremos ver o álbum pronto até lá”, garante Carlos.

Nenhum comentário: