terça-feira, 5 de julho de 2011

Embrapa defende pagamento a quem conservar e aumento da produtividade. Fonte: Senado.gov.br

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Os serviços ambientais prestados pelas áreas florestadas são essenciais para a regulação do clima, a manutenção do regime hídrico, o controle de pragas e doenças e a sustentabilidade da agricultura. Dessa forma, os agricultores, guardiães das matas e florestas, devem ser remunerados por manter as áreas responsáveis pelos serviços ambientais.

Essa á e opinião do pesquisador Celso Manzato, da Embrapa, que debate a reforma do Código Florestal com senadores da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) e Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).

O pesquisador destacou a importância dos serviços ambientais para a sustentabilidade da produção agrícola brasileira. Ele informou que as pastagens ocupam historicamente metade das áreas agricultadas no país e a taxa de lotação das pastagens é baixa, cerca de uma cabeça por hectare. O pesquisador acredita que investimentos tecnológicos podem melhorar a produtividade da pecuária e liberar terras de pastagens para outras atividades produtivas, evitando novos desmatamentos para ampliar a produção agrícola.

Conforme observa, a produção de grãos cresceu nas últimas décadas a partir da produtividade, ou seja, com maior volume de produção em uma mesma área. Isso, diz ele, reforça a certeza de que a agricultura brasileira reúne potencial para crescer sem comprometer os recursos naturais.

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Lei promete muito e a conta não fecha, dizem especialistas

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Em livro a ser lançado hoje, economista Edmar Bacha e sociólogo Simon Schwartzman propõem agenda social

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Para eles, é hora de debater a segurança, reduzir gastos com a Previdência e rever o currículo educacional Fonte: folha.uol.com.br 05/07

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O investimento social brasileiro está com foco errado: gasta-se mais com ricos do que com pobres. Mesmo no SUS (Sistema Único de Saúde), que tem filas de pacientes sem acesso a planos de saúde, despende-se mais com os que têm renda elevada do que com o atendimento básico da população.

Para o sociólogo Simon Schwartzman e o economista Edmar Bacha, é hora de rediscutir escolhas.

Durante um ano, em seminários realizados na Casa das Garças, no Rio, centro de discussões de economistas, foram debatidas soluções para cinco áreas: saúde, educação, assistência social, previdência e segurança pública.

As sugestões estão no livro "Brasil: a nova agenda social", que será lançado hoje em São Paulo. Leia trechos da entrevista concedida à Folha na semana passada.

Folha - Por que tratar da agenda social agora? A macroeconômica está resolvida?

Edmar Bacha - Até muito recentemente, a economia estava de tal forma desorganizada que a questão social foi deixada de lado. A Constituição de 88 estabeleceu um novo marco para a política social no Brasil, a estabilização permitiu que a gente considerasse essa agenda. Depois que o PT chegou ao poder, houve uma priorização da questão social. E estamos rediscutindo a questão.

E qual é o diagnóstico da atual situação na área social?

Bacha - Avançamos muito. Em 1980 estávamos no zero. O Brasil lidou com o básico, botou todas as crianças na escola, implantou o SUS, a previdência foi expandida e chegou ao setor rural. Mas na segurança não sei se já fizemos o básico. No Norte e no Nordeste, esse é o principal desafio. Por isso a segurança é parte do debate social.

O Brasil gasta muito em políticas sociais?

Bacha - Em saúde, educação, assistência, segurança e previdência gasta-se 25% do PIB [R$ 900 bilhões]. Estamos no padrão de países com nossa renda, menos na Previdência. Gastamos 11% do PIB com 10% de idosos, o padrão seria 4%. O desafio é o envelhecimento. Em 2050 teremos 30% das pessoas com mais de 60 anos.

No livro, vocês dizem que o SUS gasta mais com ricos do que com os pobres. Por quê?

Bacha - A Constituição diz que a saúde deve ser integral. Por isso, quando as pessoas não conseguem medicamento ou tratamento de alta complexidade, elas contratam um advogado, vão ao juiz e conseguem. A judicialização leva a despesas crescentes. Schwartzman - As unidades que cuidam da saúde não são responsáveis pelo gasto. Como o princípio é o atendimento a todos, não há prioridade, você gasta tudo e manda a conta para o governo.

Há uma lei que fixa compromissos de gastos na saúde. É viável, sem novos impostos?

Bacha - Provavelmente não. A Constituição prometeu que a saúde deve ser igualitária, integral e gratuita. A conta não fecha. Schwartzman - Por que não ter um "padrão Albert Einstein" pra todos? Porque é caro. Você tem que pôr limite para esses gastos, que deve ser a combinação entre o atendimento básico [gratuito] e a contribuição privada.

Quem tem dinheiro pagaria pelos serviços do SUS?

Bacha - Sim. Temos uma proposta no livro de seguro social para gastos catastróficos. Com as contribuições, é formado um fundo que a pessoa pode acessar quando tem gastos elevados com saúde.

Na educação, vocês sugerem mudanças nos currículos. Como isso leva à qualidade?

Schwartzman - Parte do abandono escolar se deve ao fato de que o jovem, cuja educação anterior foi ruim, se defronta com um currículo que não sabe pra quê serve. É possível dar a diferentes pessoas uma educação mais adequada às suas condições.

BRASIL - A NOVA AGENDA SOCIAL

AUTORES Edmar Bacha e Simon Schwartzman

EDITORA LTC

QUANTO R$ 65,00 (380 págs.)

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Juízes pedem fiscalização de libertados por nova lei

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Magistrados de SP querem banco de dados com soltos por medida cautelar

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Hoje, é impossível saber quem cumpre essas medidas; país registra os primeiros casos de beneficiados pela lei Fonte: folha.uol.com.br 05/07

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Juízes paulistas querem que a polícia crie um banco de dados com a lista de todas as pessoas que devem cumprir medidas cautelares, como a proibição de frequentar determinados lugares ou de sair à rua durante a noite.

O objetivo é poder fiscalizar os beneficiados pelas mudanças no Código de Processo Penal, em vigor desde ontem: os suspeitos de crimes cujas penas sejam de até quatro anos de prisão. Sem esse controle, os juízes não têm segurança de deixá-los em liberdade.

Ontem, em reunião com representantes da Polícia Civil, magistrados do Dipo (Departamento Técnico de Inquéritos Policiais de Polícia Judiciária) cobraram a criação desse banco de dados. Nele, o policial saberia, por exemplo, se um homem que foi impedido pela Justiça de sair de casa depois das 20h está descumprindo a determinação. Hoje, é impossível checar o cumprimento.

A polícia dispõe somente de um sistema de consultas para pedidos de prisão em aberto, mas ele é defasado.

A modernização desse sistema, anunciada no ano passado pelo Executivo e pelo Judiciário paulistas, ainda não saiu do papel. Pessoas já presas, inocentadas ou até mortas aparecem como procuradas no atual cadastro.

"Caso não haja fiscalização da polícia, essas medidas cautelares serão inócuas. A lei vira fumaça", diz o juiz-corregedor do Dipo, Alex Tadeu Monteiro Zilenovski.

VIGILÂNCIA

Procurada no final da tarde de ontem, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirmou que só hoje poderia manifestar-se. O delegado-geral de polícia, Marcos Carneiro Lima, disse que São Paulo deverá criar uma delegacia de vigilância para prender quem descumprir medida cautelar. Porém, a polícia diz que não vai assumir a fiscalização do cumprimento das medidas.

"Alguém vai ter de fiscalizar. A polícia vai cumprir o papel dela, que é capturar quem estiver fora do padrão", afirmou o delegado. A polícia não sabe se vai criar um novo banco de dados ou usar o atual.

Também não está definido a qual órgão caberá a fiscalização -quem seria responsável por vigiar e avisar a polícia caso um dos suspeitos (monitorado por tornozeleira eletrônica) deixasse a casa à noite, ilegalmente. Não seria a própria polícia.

"É uma rotina nova. Como não há precedentes para essa medida, ainda estamos aprendendo como vamos fazer", disse o juiz Zilenovski.

Já houve beneficiados pela nova lei. No Rio, dois jovens presos em flagrante anteontem em Copacabana foram soltos após pagarem fiança e se comprometerem a não frequentar lugares que vendam bebida alcoólica à noite. Eles eram acusados de tentativa de roubo, resistência, desobediência e desacato.

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Tamanho do pênis está ligado ao dos dedos, diz nova pesquisa

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Indicador menor do que anular seria sinal de órgão sexual longo Fonte: folha.uol.com.br 05/07

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A partir de agora, o dedo anular masculino servirá como mais do que um possível indicador de estado civil. Cientistas descobriram que, pela comparação entre ele e o indicador, é possível prever o tamanho do pênis ereto.

O cálculo não é feito pelo tamanho absoluto dos dedos, mas sim pela razão entre eles. A conta é feita dividindo o comprimento do dedo indicador pelo do anular. Quanto menor for resultado, maior deve ser o pênis.

Ou seja: homens com o dedo indicador menor do que o anular tendem a ter o pênis ereto mais longo.

De acordo com os pesquisadores, liderados por In Ho Choi, da Universidade Gachon (Coreia do Sul), o resultado tem a ver com o nível de exposição que os homens tiveram à testosterona quando ainda estavam no útero.

Essa relação entre o tamanho dos dedos e a exposição ao principal hormônio masculino já era conhecida Além de fornecer pistas sobre o tamanho do órgão sexual, conhecer o nível de exposição à testosterona pode ajudar no diagnóstico de doenças ligadas ao hormônio, como câncer de próstata.

A pesquisa, publicada no "Asian Journal of Andrology", analisou o tamanho do órgão sexual de 144 homens com mais de 20 anos e com doenças urológicas.

Embora os cientistas digam que nenhuma dessas doenças interfira no tamanho dos pênis, eles admitem que o universo da pesquisa é restrito e pode estar enviesado.

Antes de terem seus órgãos sexuais medidos, todos os pacientes foram anestesiados. Para que não houvesse interferência da temperatura, a medição foi feita logo após eles terem sido despidos.

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Filmes de Woody Allen e Alain Resnais trazem absurdo da vida

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"Meia-Noite em Paris", de Woody Allen, está em cartaz nos cinemas do país, o que torna "Tiros na Broadway" (TC Cult, 17h55, 12 anos) ainda mais fundamental.

Basta dizer, sobre a trama, que uma peça teatral só funciona no palco quando um gângster grosseirão (Chazz Palminteri) faz sugestões ao seu autor (John Cusack).

É uma situação rara, mas não sobrenatural, pois o absurdo é o composto do mundo. Para Allen e, também, para Alain Resnais, cujo "Ervas Daninhas" (TC Cult, 1h50, 12 anos) enxerga como normalidade as particularidades do protagonista (André Dussollier), que se torna um insistente apaixonado a ponto de destruir o belo carro esportivo da mulher por puro fervor romântico.

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ARTES VISUAIS

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Quando o sinal fecha Fonte: correioweb.com.br 05/07

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A bola de vidro repousa na palma da mão: a imagem da sutileza. “Queria mostrar uma coisa que não se sabe muito bem o que é nem onde se passa”, explica Guy Blanc diante da imagem de 1m20 por 80cm que abre sua exposição. Com uma máquina fotográfica na mão, o francês de 80 anos flanou pelos cruzamentos e ruas de Brasília. “Na L2, eles se apresentam somente pela manhã”, detalha o fotógrafo a partir de suas visitas pela cidade. Ele captou imagens de malabaristas, equilibristas e palhaços de rua. O prazer estético do início virou a mostra Sinal vermelho, aberta para visitação a partir de hoje na Galeria de Exposições do Espaço Cultural da Câmara dos Deputados.

Após um ano e meio de trabalho, 31 fotografias foram selecionadas para compor a exposição. A fim de ilustrar a diversidade e valorizar os detalhes, o artista incluiu outras 50 em tamanho reduzido, organizadas em tiras de 20cm de altura. A exposição foi batizada há apenas quatro semanas. “Procurava e não achava nada. Até que achei o nome Sinal vermelho e foi evidente. Afinal, é ele que permite tudo isso”, conta o artista.

“Comecei a fazer as fotografias sem pensar o que fazer com elas. Simplesmente gostei do que vi”, revela. Não foram as danças aéreas das tochas em chamas e das facas cortantes que seduziram o olhar do fotógrafo, mas a elegância dos movimentos daqueles que os manipulavam. Blanc decidiu transformar a paixão em mostra fotográfica no meio do ano passado. A partir daí ele resolveu se aproximar dos artistas invisíveis que parecem congelar o tempo, tal como o registro fotográfico. Para o francês, não foi difícil conseguir a confiança dos artistas. “Oitenta por cento deles são estrangeiros, assim como eu”, disse. Mais de 20 aventureiros, entre eles chilenos, argentinos, peruanos, uruguaios e colombianos, foram registrados em cena. “Alguns eu vi uma única vez. Muitos são jovens e vivem viajando”, conta Blanc. Apesar do pouco contato com os artistas, sempre atentos ao ritmo das cores do semáforo, ele se comprometeu a enviar as imagens por e-mail a todos. Ele garante que a promessa foi cumprida.

Ângulos

Os artistas de rua manipulam bolas, balões, claves, tochas em chamas, facas e bola de vidro, estão à caráter ou apenas disfarçados com um nariz de palhaço, são de menores de idade a maiores de 40 anos. Todos entram em ação quando o trânsito para. Além da habilidade como artistas, impressionam pelo mistério que carregam. O palhaço dançarino que sempre perambulava pela W3 Sul sumiu com sua boneca, e agora ninguém sabe onde ele dança. Na L2 Sul a menina que brinca com fogo consegue alguns trocados para pagar a viagem. Ela vem de Goiânia e faz cursos de malabarismo e teatro em Brasília. Um dia sonha trabalhar em circo. “Um dos primeiros retratos que eu fiz não ficou bom. Dois meses depois passei de carro no final da W3 e vi o mesmo homem. Na mesma hora a gente se reconheceu. Eu estacionei e refiz as fotografias do diabolô”, conta o fotógrafo.

Mas o caminho de Blanc não contou apenas com momentos poéticos. Oito horas da manhã… meio-dia… e no entardecer… o fotógrafo estava atento às manifestações circenses na W3 Sul, no Eixo Monumental, na L2 e na Rodoviária. A maioria das performances registradas ocorre na Asa Sul. É trabalhoso encontrá-los. Segundo Blanc, os artistas se apresentam em turnos de duas horas e, no fim de semana, geralmente não trabalham. Os melhores ângulos foram alcançados à custa de muitos cliques. Além disso, Blanc decidiu que os rostos não deveriam ficar em evidência. Em um mundo de fantásticos anônimos, o que interessa não é a pessoa, mas o que ela é capaz de fazer.

O fotógrafo diz que em Paris não é comum encontrar apresentações circenses da rua. Mas no metrô da cidade é praxe se deparar com músicos, todos estão previamente autorizados pela empresa de transporte. “Deve existir uma tradição de malabarismo na América Latina. Apresentar-se no sinal vermelho é uma coisa especial daqui”, disse Blanc. Esses artistas resgatam uma tradição antiga, a dos saltimbancos. Há séculos, antes de hipnotizarem plateias em teatros e arenas de circo, eles percorriam as feiras com seus números inusitados. Quando Blanc chegou a Brasília, em 1994, era difícil encontrar malabaristas no semáforo. “Mas com o aumento do tráfego, amplia o tempo do sinal vermelho. Acho que esse fenômeno aconteceu em função de uma mudança de trânsito”, destaca.

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