terça-feira, 19 de julho de 2011

Literatura

História recriada

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Naqueles Morros, Depois da Chuva, de Edival Lourenço, narra com vigor fatos conhecidos da história goiana Fonte: opopular.com.br 19/07

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O ano é 1739. Adentrando o sertão das Minas dos Goyases, uma grande comitiva acompanha o nobre d. Luís de Assis Mascarenhas em sua missão de avançar até o Arraial de Santana - hoje cidade de Goiás - e torná-la uma província autônoma na extração do ouro, grande parte do qual seria naturalmente enviado para Portugal. Este fidalgo, governador-geral designado pelo próprio rei, é o chefe desses homens e será o mandatário oficial desses ermos, ricos em lavras, índios rebeldes, florestas, cobras, doenças e algum diminuto verniz de civilização conservado pelas autoridades já aqui assentadas.

E de D. Luís, diz Edival Lourenço, no seu recém-lançado romance, Naqueles Morros, Depois da Chuva : "Pelo menos à primeira vista parece do naipe do homem que é mais dado a ser do que a estar, pois, para se sentir bem, basta-se a si mesmo. Do tipo que, a qualquer hora e a qualquer ângulo que vossenhor repará-lo, vai lhe parecer à vontade e bem assentado sobre os estaleiros e os andaimes do próprio corpo, no equilíbrio dos escoramentos da alma."

A história é conhecida, claro, é a história. Mas Edival a recria com um vigor, uma graça, uma força, que me fez lembrar Mario Vargas Llosa na Guerra do Fim do Mundo , sobre Canudos, cuja leitura também nos faz esquecer todos os fatos já relatados e passarmos a fruir uma nova história, um novo mundo criado por sua ficção e domínio da linguagem.

Edival não requentou os fatos, ele os refez. A gente lê com gosto, do começo ao fim, pelo humor onipresente, pela consistência dos personagens, pelo desenrolar da trama, pelo que é previsível, mas que se retarda, no colorido da narrativa. A passagem e a permanência da comitiva de d. Luís pelo Arraial de Meia Ponte - hoje Pirenópolis - têm muito sabor e vida, em função de personagens interessantíssimos, como vigários corruptos, autoridades receosas, loucos peregrinos, politicagem, rixas e entreveros, pessoas interesseiras e embusteiras.

O narrador é um filho bastardo do próprio Anhanguera, bandeirante descobridor de Goiás, que se define: "Nessas andanças, peguei experiência em muitos afazeres da vida: aprendi a falar, ler e escrever a língua dos reinóis e a falar a língua dos bugres, além, é claro, do idioma geral que é o que se fala longe dos portugueses e dos índios. Não raro me confundo. Enfio uma palavra de uma língua no meio da outra e deixo o escutador meio aturdido (...). Peguei amor pelas sutilezas de qualquer espécie: seja do mundo natural, da leitura dos alfarrábios, das conversas etéreas e, sobretudo, pelas informações que circulam entre as pessoas que se aventuram por este mundo conturbado de ouro." Quer dizer, aliado ao fato de ocupar o posto de vigia na expedição do governador-geral, traz também em si as qualidades básicas para um contador de histórias.

Mistérios

Como há uma guerra em curso entre índios e homens brancos, Edival penetra a tribo, as ocas, os mistérios dos indígenas, de cujo jovem e recém aclamado cacique diz: "Apesar do pouco tempo de cacicado, não apresenta mais nenhum traço, pelo menos visível, de acanhamento dos novatos e já puxa todo o bailado guerreiro com a mesma ginga, com a mesma desenvoltura de seu velho pai, com a diferença de que apresenta nos gestos maior agilidade e furor guerreiro."

E assim segue a narrativa, saborosa e ao mesmo tempo ágil, com outros personagens que vão surgindo, alguns hilários, como o guarda-mor do Arraial de Meia-Ponte, Antonio de Souza Bastos - "homem de extraordinária presença, a começar pelo tamanho tanto de comprido quanto de largo, barriga pra dentro, feito um crocodilo empinado"; o secretário de D. Luís - "Depois que o grupo de ordenanças bota panos quentes no entrevero, o secretário dr. Manoel Pedro de Macedo, que é homem curtido por delongosas paciências e ajeitamentos vários, consegue apaziguar o homem, sem reerguer de imediato o facho dos demais convivas..." E mais, muito mais.

Já eram quase 11 horas da noite quando terminei de ler Naqueles Morros, Depois da Chuva , de Edival Lourenço. Quando comecei, não consegui largar mais. Recomendo a leitura. E, ao autor, pediria que ampliasse a história, construísse uma saga vigorosa da história de nosso Goiás.

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A alma de Emiliano na provocação de Plínio Marcos

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Rosto marcante nas artes cênicas, o ator fala da sua interação com a obra de um dos principais dramaturgos brasileiros Fonte: correioweb.com.br 19/07

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Todos eles, de certa maneira, melhoraram muito a mim como pessoa”, pensa o ator cearense Emiliano Queiroz, que veio ao mundo no primeiro dia do ano de 1938. Em Brasília para participar de Mitos do Teatro Brasileiro — Plínio Marcos, amanhã, às 20h, no CCBB, ao lado de Nelson Xavier, Queiroz olha para o passado como quem olha para o futuro: sem arroubos de melancolia, sem murmurações angustiadas, mas com a sensação de quem já fez muito e sente que pode fazer mais.

Precoce, ele é intérprete desde os 14 anos e fez parte da primeira turma do curso de artes dramáticas da Universidade Federal do Ceará. Com experiência no rádio e na tevê, conheceu o teatro revolucionário de Plínio Marcos. E se impressionou com o texto provocador do dramaturgo.

“Ele trabalhava dentro de uma marginalidade dos verdadeiros deserdados da sociedade. Aquela gente considerada desprezível pela sociedade nunca tinha sido abordada”, define Queiroz. Quando imergiu no papel do gay Veludo, de Navalha na carne (1967), o cearense percebeu a força daquela ficção. Ambientada num bordel, a montagem, dirigida por Fauzi Arap, exibia três tipos tratados como “imorais”: a prostituta Neusa Sueli, o cafetão Vado e, por fim, Veludo.

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A censura emperrou a estreia, depois liberada pelo esforço da atriz Tônia Carrero, integrante do espetáculo. A classificação indicativa: 21 anos, três acima da maioridade penal. Um absurdo que não evitou que a peça rodasse o país e, um par de anos mais tarde, chegasse aos cinemas, com direção de Braz Chediak.

Também incluído no elenco de Dois perdidos numa noite suja, outra obra essencial de Plínio que também conquistou a tela grande, Queiroz orgulha-se de ter participado de um dos momentos mais brilhantes (e combativos) da dramaturgia brasileira, em que “o público jovem ia ao teatro em marcha”. “O texto me permitiu dar uma guinada no meu trabalho. Já tinha feito muita tevê, muito teatro.

Era comum na época se fazer o homossexual em cima da caricatura, do ‘ai, ai, ai’, batendo o pezinho. Fui feliz porque pude colocar os meus sentimentos no personagem. O que estava no meu trabalho e no da Tônia e do Nelson era a alma das pessoas. O texto do Plínio não permitia nenhuma estética imaginada, exigia sinceridade total”, conta.

Tonho, de Dois perdidos, e Veludo precederam um período amargo da produção nacional. Segundo o próprio Queiroz, a estreita liberdade de expressão foi sufocante. Depois de Dr. Getúlio: sua vida e sua obra (1969), de Dias Gomes e Ferreira Gullar, ele considera que só voltou a fazer algo tão contundente em 1978, com A Ópera do Malandro, de Chico Buarque.

No ano seguinte, o ator pôde dirigir o único musical escrito por Plínio, Feira livre. Produzida por Maria Letícia, então esposa de Queiroz, a montagem “era completamente diferente do processo de dramaturgia dele”. “Minha entrada na obra de Plínio Marcos foi um divisor de águas para minha carreira. Gosto de falar sobre como senti na pele a ressonância dos textos dele, como a plateia me devolvia o que eu jogava para ela. Enquanto tiver a lucidez de ter feito esses trabalhos e a minha memória estiver ativa, vou ter profunda admiração e me sentir privilegiado de fazer a obra dele no teatro e no cinema”, constata.

A face da telinha

Queiroz também sempre esteve ligado à tevê. Pioneiro na inauguração da TV Ceará, em 1960, ele passou pela Tupi, Cultura e Paulista, até se firmar como um dos nomes mais relevantes da teledramaturgia na Globo, desde 1965. Em O bem-amado (1973), de Dias Gomes, a primeira novela em cores do país, ele mergulhou na sua persona mais conhecida: Dirceu Borboleta. “Era secretário do prefeito, tinha problemas com a virgindade, era um filhinho da mamãe. Tinha a peça que serviu de escada para a novela. Então, sabia começo, meio e fim, o que é raro”, lembra.

As possibilidades da paleta de cores acrescentaram vivacidade ao personagem. Foi possível, diz Queiroz, dominar a interpretação por meio da cor: percebeu que podia ficar vermelho quando se mostrava nervoso, e aparentar mais timidez à medida que a escrita de Gomes avançava e deixava Dirceu cada vez mais reprimido. “Era tão impactante que você podia tirar partido daquilo dramaticamente”, aponta.

Queiroz e seus quase 200 personagens — e ele tenta enumerar, mas não consegue — revelam um criador que recusa o estrelato. “Quando comecei, meu sonho era sobreviver dessa profissão. E até hoje sobrevivo. Tudo que fiz foi com muita satisfação. Estou com 75 anos. E acho que há 61 teimando nesse ofício”, diverte-se. Na vida longe dos palcos e das câmeras, ele assume um papel inédito: o de bisavô do pequeno Sami, filho de Hugo, seu neto.

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ESPAÇO CHATÔ

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Imagens retorcidas do Cerrado Fonte: correioweb.com.br 19/07

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O Cerrado é um bioma que guarda surpresas àqueles que o observam. As árvores de galhos retorcidos, a vegetação baixa, os insetos, as corujas e as cachoeiras inspiraram o fotógrafo brasiliense Gabriel Romeo, 35 anos, a clicar algumas impressões sobre a natureza da capital. O resultado pode ser conferido na exposição Imagens do Cerrado, que começa hoje no Espaço Chatô.

São 21 imagens que contemplam a fauna e a flora do Cerrado. A maioria das fotos tem como pano de fundo o Jardim Botânico de Brasília e o Parque da Cidade. O diferencial do trabalho de Gabriel é o uso da fotografia analógica. “É um pouco diferente, mas ajuda na hora de selecionar. Clico as paisagens, revelo e aí escolho as que merecem ir a uma exposição, não tem mistério.”

A ligação de Gabriel com o Cerrado é antiga. Desde os 18 anos, o menino começou a percorrer as trilhas da vegetação da cidade, sempre com uma câmera nas mãos. No começo, as fotos não saíam exatamente como ele queria, mas, ao longo dos anos, e com muito treino, as imagens começaram a encantá-lo. “Sou meio autodidata, aprendi isso tudo sozinho, fotogrando o que me interessava nas caminhadas”, comenta.

Nascido e criado em Brasília, Gabriel conhece a cidade como poucos e, para não perder nenhum lance, anda sempre com sua máquina na mão. “A câmera já é extensão do meu corpo e eu sempre estou caminhando pelo Cerrado. Faço isso desde mais novo, assim acabo clicando um pouco de tudo, da fauna, da flora e algumas paisagens.” Na exposição, o fotógrafo vai apresentar fotos que começaram a ser tiradas em 2008.

Em uma dessas caminhadas, o artista se deparou com uma cena que acabou se transformando em uma de suas obras prediletas. Após uma das inúmeras queimadas, Gabriel notou um resquício de vida em um dos troncos de aparência morta. Ele notou que alguns cupins se aproveitaram daquela madeira para construir uma casa. “Gosto muito dessa porque mostra como na natureza tudo está conectado. É uma troca natural.”

Gabriel, que também trabalha com educação ambiental, é estudante de agroecologia no Instituto Federal de Brasília (IFB), em Planaltina. Ele reconhece que as fotografias hoje expostas podem no futuro servir de material didático. “Mais adiante, penso em utilizar esse material para ensinar as pessoas sobre o Cerrado”, explica.

Imagens do Cerrado

Exposição de 21 imagens do fotógrafo Gabriel Romeo, até 5 de agosto, no Espaço Chatô (SIG, Q. 2, Lt. 340, sede do Correio Braziliense; 3214-1350). Entrada Franca. Classificação livre.

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POLÍTICA CULTURAL

Ministra confirma o tombamento do Oficina Fonte: folha.uol.com.br 19/07

DE SÃO PAULO - Foi publicada ontem, no "Diário Oficial da União", a homologação do tombamento do Teatro Oficina. A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, ratificou a decisão do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) de junho de 2010.

O Oficina abriga em seu prédio no Bexiga, no centro de São Paulo, o grupo teatral dirigido por José Celso Martinez Corrêa desde 1958.

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ENTREVISTA PAUL BLOOM

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Crenças e preconceitos moldam reação das pessoas a prazer e dor

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UM VINHO BARATO COM RÓTULO DE BEBIDA CARA PARECE SER MAIS GOSTOSO, DIZ PSICÓLOGO, ASSIM COMO O MESMO CHEIRO PODE SER AGRADÁVEL OU NOJENTO DEPENDENDO DO CONTEXTO EM QUE É ENCONTRADO POR DIFERENTES PESSOAS Fonte: folha.uol.com.br 19/07

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Paul Bloom, professor do Departamento de Psicologia da Universidade Yale (EUA), quer entender por que o conhecimento e as nossas crenças interferem na forma como sentimos prazer, seja ao beber um vinho, ver uma obra de arte ou fazer sexo.

Autor do livro "How Pleasure Works" (Como o Prazer Funciona), Bloom diz que, ao sentirmos prazer, respondemos a coisas mais profundas do que gosto, cheiro ou aparência. Na verdade, diz, nosso prazer é guiado pelo que sabemos, ou julgamos saber, sobre o objeto ou a pessoa com os quais interagimos.

"Mesmo nos prazeres mais animais, somos influenciados por aquilo em que acreditamos", diz o pesquisador.

Bloom, 47, também estuda o comportamento moral de bebês e diz que a crença de que todas as crianças são anjos está errada. "São humanos como eu ou você. Têm impulsos bons e maus."

O psicólogo, cuja disciplina de introdução à psicologia está disponível de graça para download (oyc.yale.edu/psychology/introduction-to-psychology), esteve na semana passada em Edimburgo, onde participou da TEDGlobal, série de palestras sobre inovação.

Após falar para uma plateia de 850 pessoas, ele conversou com a Folha. Confira os melhores trechos da conversa abaixo.

Folha - Como o prazer funciona? O que afeta a forma como apreciamos as coisas?

Paul Bloom - Ao obter prazer, não respondemos apenas aos aspectos superficiais de um objeto ou pessoa, como gosto, cheiro, aparência. Nosso prazer é afetado pelo conhecimento e pelas crenças que temos. Por exemplo, se achamos que um vinho é caro, teremos mais prazer em tomá-lo. No caso da pintura, você pode amar um quadro se acredita que é um Picasso ou um Chagall e não dá a mínima se pensa que é uma falsificação. Mesmo que o original e a cópia sejam iguais.

No caso das pessoas, juntamos à aparência outros fatores que julgamos conhecer sobre elas, que podem ser idade, vida profissional etc.

E com relação à comida? Por que uma pessoa gosta de queijo e outra não?

Queijo é um bom exemplo. Muitos têm cheiro muito forte. Se você disser a alguém que o cheiro que está sentindo é de um animal, ela ficará enojada. Mas se disser que é de um queijo, e que ele é caro, a pessoa pode salivar.

Como é esse processo dentro do cérebro?

Ninguém sabe. Sabemos pouco sobre o que acontece no cérebro. Mas o conhecimento direciona nossas sensações de uma forma que sejam prazerosas ou não.

É possível ensinar alguém a ter prazer?

Fazemos isso o tempo todo por meio da educação. Poucas crianças apreciam, a princípio, música clássica. Mas algumas desenvolvem o gosto por esse tipo de música. Ninguém nasce com apreço por arte moderna.

É possível controlar esse sistema de prazeres?

Depende. Eu não gosto de queijo. Nada me faz gostar de queijo. Por outro lado, se você quer mesmo desenvolver o gosto por algo, a melhor maneira é adquirir conhecimento sobre essa coisa.

Por exemplo, pegue uma pessoa que gosta de música clássica e não goste de rap. Mas essa pessoa, por alguma razão, quer gostar de rap. O melhor caminho é pesquisar, aprender sobre esse movimento cultural.

E os prazeres sexuais, são inatos ou desenvolvidos?

O ser humano, como todos os animais que dependem de reprodução, tem desejo sexual. Mas sexo é outro exemplo interessante de como o conhecimento e as crenças definem o desejo, o prazer.

Imagine um homem heterossexual vendo um vulto nu à distância. Se ele acreditar que é uma estrela de cinema, uma modelo, ficará muito excitado. Mas se de repente pensar que é um homem, ou sua mãe, sua irmã, sua filha, o desejo, a excitação, acabará imediatamente.

É possível separar o que já apreciamos ao nascer de prazeres desenvolvidos depois?

Sim. O gosto por açúcar, por exemplo, que já aparece em bebês, aparentemente é algo inato. Já o gosto por música clássica é adquirido.

Muitos dos prazeres e desprazeres originais estão relacionados com a evolução, com coisas boas do ponto de vista animal. Por exemplo, animais não gostam de bater a cabeça na parede, porque machuca. Já humanos adultos podem desenvolver prazeres que não estejam ligados ao bem-estar. O masoquismo é um desses casos.

O senhor diz que há a mesma relação entre conhecimento e dor. É possível, então, ensinar alguém a tolerar a dor ou sentir menos dor?

Não há dúvidas de que a dor é influenciada pelo conhecimento. Pesquisas mostram que sentimos mais dor se soubermos que a pessoa que nos causa essa dor o faz de propósito.

Por outro lado, há o caso de atletas. Corri uma maratona há alguns anos e senti muita dor, mas sabia por que estava doendo. Porém, suponha que tivesse acordado um dia com as mesmas dores. Seria muito mais intolerável, porque desconheceria a causa.

O senhor também estuda bebês e moralidade. O que já descobriu?

Que mesmo bebês de seis meses fazem escolhas baseadas em conceitos morais. Preferem, por exemplo, pessoas que são amigáveis.

Em outros institutos de pesquisa, já mostraram que bebês não gostam de ver pessoas sendo agredidas ou feridas, e que, se já têm mobilidade, tentam ajudar.

Muitos defendem que a moral está relacionada com conceitos religiosos. A pesquisa desmente isso?

Já sabemos que a moral não está diretamente ligada a religiões. Os ateus não são piores que os religiosos. O conceito de [Fyodor] Dostoiévski, a ideia de que, se não houvesse Deus, tudo seria permitido, é completamente falso. O fato de uma pessoa não crer em Deus não faz dela um assassino.

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'Cartório eletrônico' pode destravar mercado

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A criação de uma espécie de cartório eletrônico para registrar os contratos negociados entre os bancos é a aposta do sistema financeiro para destravar o mercado de cessão de crédito. Fonte: folha.uol.com.br 19/07

Idealizada pelos bancos, a C3 (Central de Cessão de Crédito) deveria ter começado a funcionar no início do ano.

Depois de ser adiada duas vezes, a expectativa é que ela entre em operação neste mês.

Os grandes bancos praticamente deixaram de financiar menores, via compra de carteiras, após o PanAmericano, afirma o presidente da ABBC (Associação Brasileira de Bancos), Renato Oliva.

"Passamos de uma situação de zero cessão pra uma situação em que as negociações até acontecem, mas de forma muito parcimoniosa."

Segundo executivos de grandes bancos, praticamente só Bradesco e Banco do Brasil estão comprando crédito. E o BB concentra compras no Votorantim, do qual detém metade do controle.

A C3 vai identificar quantos e quais contratos foram negociados para evitar que o mesmo crédito seja vendido mais uma vez.

Enquanto não ela entra em vigor, bancos -como Cruzeiro do Sul e BMG- compensam a baixa de recursos disponíveis no mercado com associações ou captações externas.

Antonio Carlos Bueno, do FGC, diz que com a C3 o mercado será retomado. "Haverá controle eletrônico. Aí o negócio volta a fluir."

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INVESTIGAÇÃO

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Associação de juízes deu cheques a agiota, afirma processo

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Investigações da Justiça Federal apontam que o agiota Cezário Braga, de Brasília, recebeu 38 cheques de R$ 387,4 mil da Associação dos Juízes Federais da 1ª Região. Fonte: folha.uol.com.br 19/07

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Quatro juízes que dirigiram a entidade são suspeitos de firmar empréstimos da Fundação Habitacional do Exército em nome de outros magistrados. O envolvimento do agiota foi relatado pelo desembargador Cândido Ribeiro, corregedor da Justiça Federal da 1ª Região.

O juiz Hamilton Sá Dantas disse ao depor que "muitos cheques foram assinados em branco", em confiança ao juiz Moacir Ramos. A juíza Solange Salgado afirma que a investigação foi aberta a seu pedido.

Procurados, os juízes Hamilton Dantas e Charles Moraes, também investigados, não retornaram, assim como o advogado de Moacir Ramos. Ramos foi o único juiz afastado da Associação.

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JUDICIÁRIO

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Servidora do TRF em Porto Alegre ganha direito de trabalhar da Espanha Fonte: folha.uol.com.br 19/07

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DE PORTO ALEGRE - Uma servidora do Tribunal Regional Federal da 4ª Região conseguiu o direito de trabalhar à distância na Espanha por dois anos.

Cristiane Meireles Ortiz, 32, é analista judiciária na sede do TRF, em Porto Alegre e, a partir desta semana, irá trabalhar em Madri. O marido, delegado da Polícia Federal, foi destacado para missão na Europa.

Pela internet, ela receberá ordens da juíza para quem trabalha, Maria Lúcia Luz Leiria.

A iniciativa foi da própria juíza, que diz que não poderia ficar sem uma servidora e que há meios para que ela trabalhe à distância. O pedido foi aceito pelo conselho que administra o tribunal. O órgão considera que há "uma mudança de referenciais no ambiente profissional" e que deveria acompanhar "os novos tempos".

A analista judiciária é responsável por ajudar a juíza a fazer relatórios e pesquisas para fundamentar suas decisões.

Despesas, como internet, serão pagas pela funcionária.

Normas internas não permitiriam contratar um substituto por dois anos ou realocar outro servidor, diz o tribunal.

A servidora tinha direito a tirar licença não remunerada. Um analista judiciário do TRF ganha a partir de R$ 6.550 ao mês.

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