Marcos Coimbra
Pelo que conhecemos de nossa sociedade, ministros com problemas são coisas que não afetam o governo inteiro. Mas é razoável supor que alguns admiradores tenham se afastado da presidente
Fonte: correioweb.com.br 08/06
Dilma atravessou a crise causada pelas denúncias contra Antonio Palocci do mesmo modo que seus antecessores passaram pelas suas. No fundo, pouco houve de surpreendente na que ela viveu.
São raros os momentos em que tudo anda bem ou mal para qualquer governo. Os primeiros costumam ocorrer apenas nos meses iniciais, quando está no chamado “período de graça”. Ninguém se queixa, ninguém cobra, todos aplaudem. Sua bancada é dócil e vota disciplinadamente. A imprensa não procura assuntos para alfinetá-lo.
Tudo tende a se deteriorar no fim. Que o diga José Sarney, que passou seu quinto ano isolado no Palácio do Planalto, alvo de uma rejeição quase unânime. Ou Fernando Henrique, com menos de 20% de avaliações positivas ao longo de 2002.
É difícil dizer quanto dura a fase boa. Já tivemos casos em que, ao longo de todo o primeiro ano, prevaleceu uma alta tolerância da opinião pública e do sistema político para com o novo governo. Foi o que aconteceu com Lula em 2003. Era uma experiência tão nova, um presidente tão diferente do padrão, que a lua de mel chegou a dezembro. Os partidos derrotados estavam atordoados e não tinham traquejo para desempenhar o papel de oposição, depois de tantos anos acostumados ao outro lado da mesa. O PT estava com ele.
Com seu antecessor não havia sido igual. Como ex-ministro da Fazenda, tendo assumido o protagonismo do governo Itamar em seus últimos meses, a posse de FHC não representou descontinuidade e não lhe trouxe crédito para começar a administrar com a condescendência da sociedade. Desde o início, era encarado com desconfiança por parte relevante da opinião pública: com seis meses no cargo, apenas 30% avaliavam o governo como ótimo ou bom, segundo o Datafolha, em pesquisa de junho de 1995. (Para não falar de Collor, cujo período de graça durou algumas horas, entre a cerimônia de transmissão do cargo e o discurso em que anunciou o confisco da poupança.)
Talvez Dilma seja uma mistura de modelos. Por um lado, é diferente (no mesmo sentido de Lula), por ser mulher e não ter um perfil convencional, não se encaixando no estereótipo da “política profissional”. Por outro, no entanto, se propôs, na campanha, a fazer um governo de continuidade, montou sua equipe com uma maioria de caras conhecidas e não fez, nos primeiros meses, nada que representasse ruptura.
Sua lua de mel, portanto, pode ser menor que a de um e maior que a do outro. Em quanto?
Pelo que se lê na imprensa, o caso Palocci terá sido, para ela, o fim dessa etapa. A crer em seu coro quase uníssono, de agora em diante enfrentará problemas crescentes. Perdeu a iniciativa do jogo político e só lhe resta esperar até que sua popularidade comece a cair.
Será? O golpe na imagem do governo terá sido tão fundo? O caso atingiu uma proporção tão grande da população, de maneira tão severa, que não cicatrizará nunca mais?
Parece improvável. Pelo que conhecemos de nossa sociedade, ministros com problemas são coisas que não afetam o governo inteiro. Mas é razoável supor que alguns admiradores tenham se afastado da presidente.
Especialmente os recentes, os “agradavelmente surpresos” com seu desempenho e que diziam estar encantados com ela, depois de a terem rejeitado a vida inteira. É ruim perdê-los, embora o mais provável é que a abandonassem de qualquer maneira, mais cedo ou mais tarde. Esse “dilmismo” de verão, que contagiou classes médias e jornais, não tinha cara de ser duradouro. Logo, logo ia acabar, ou seja, no cômputo final, o prejuízo da crise terá sido apenas antecipar algo que aconteceria inevitavelmente. Por mais agradável que seja para quem está no poder, a unanimidade costuma ser artificial e é sempre passageira.
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CARLOS HEITOR CONY
O precioso líquido Fonte: folha.uol.com.br 09/06
RIO DE JANEIRO - Quando o assunto é corrupção, o exemplo mais banal que nos ocorre é o de Al Capone. Ele só foi punido por uma questão do imposto de renda. Seus múltiplos crimes, incluindo assassinatos, não deixavam pistas -ele chegava a ser um perfeccionista, sabia o que fazia.
Parece exagero citar Al Capone no caso que envolveu o Palocci. Mas a comparação é às avessas. Por falta de transparência nas declarações do ex-ministro, ninguém podia acusá-lo de algum crime, a não ser de improbidade administrativa, como deixou em aberto o parecer do procurador-geral da República, ao arquivar o processo.
Toda a contabilidade da empresa de Palocci (segundo a Procuradoria) está enquadrada nas leis em vigor. Ao contrário de Al Capone, a empresa pagava taxas e impostos.
Como empresário, ele cumpriu o seu papel: prestou consultoria no mercado, cumpriu as leis existentes e mantém o sigilo de suas fontes, quer dizer, dos clientes aos quais prestou serviços técnicos.
Acontece que houve uma superposição de funções. O esclarecido consultor, que abasteceu seus clientes de informações, é deputado e chefiou a equipe de transição dos governos Lula e Dilma. Na realidade, montou o governo.
Era o manobrista da água que abastece determinadas ruas e bairros: fechando ou abrindo registros, determina onde haverá falta ou abundância do decantado "precioso líquido".
Foi justamente esse "precioso líquido" que deu a Palocci um escandaloso faturamento empresarial. Em escala menor, dona Erenice, ex-braço direito e sucessora de dona Dilma na Casa Civil, também usou das regalias do precioso abastecimento e foi afastada por tráfico de influência. Seria bom a nossa presidente esquecer o braço direito e usar mais o esquerdo.
FSP
Tabela periódica ganha dois novos elementos químicos
Novatos são feitos em laboratório e duram só frações de segundo Fonte: folha.uol.com.br 09/06
A tabela periódica ganhouacaba de ganhar mais dois novos elementos. A Iupac ""autoridade mundial no reconhecimento e nomenclatura química"" oficializou ontem a adiçãoreconheceu dos elementos de número atômico 114 e 116.
Embora tenham sido descobertos há mais de dez anos, eles só agora entraram na tabela devido aos rigorosos critérios para comprovação de sua existência. Com a mudança, a tabela periódica passa a ter 114 elementos.
Os calouros são elementos superpesados e não existem na natureza. São feitos em laboratório a partir da colisão de átomos e duram apenas poucas frações de segundo.
"É um orgulho científico muito grande. Mas não tem impacto econômico, político ou de saúde", disse André Faria de Moura, do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos.
O último elemento descoberto na natureza foi o rênio, em 1925. Desde então, as novas adições à tabela periódica foram todos elementos desenvolvidosfeitos em laboratório.
Os dois mais recentes novos elementos receberam nomes provisórios: "ununquadium" e "ununhexium". Mas eles devem, em breve, ser mudados.
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A primeira ópera
Festival é oportunidade para estreantes no universo erudito descobrirem obras tradicionais do repertório clássico Fonte: correioweb.com.br 09/06
Brunna Caixeta, 19 anos, gosta de heavy metal e rock. Veste-se de preto, usa coturnos e mantém o cabelo bem comprido e o mais preto possível. Em um show de rock’n’roll não destoaria muito dos companheiros. Na terça-feira à noite, no entanto, a estudante de letras matou aula para realizar uma experiência diferente, Brunna resolveu checar o que é uma ópera e como funciona um concerto de música erudita. O fato de ter começado a estudar violino há seis meses motivou a garota. “Não é sempre que tem ópera de graça. Nunca ouvi falar disso em Brasília”, garante.
Brunna tem lá uma dose de razão. A última montagem com cenários e figurinos na Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional aconteceu há sete anos, quando a estudante tinha apenas 12. Ela faz parte de uma geração que terá a oportunidade de descobrir ao vivo e em cores a dinâmica de uma ópera caso a primeira edição do Festival de Ópera de Brasília seja seguida de outras. Iniciado na terça à noite com um programa dedicado a Mozart, o festival lotou a Sala Villa-Lobos e levou ao teatro muitos novatos no mundo do canto lírico. Na próxima semana o programa traz duas récitas de Pagliacci e, na última semana de junho, Cavaleria rusticana, com montagem completa que inclui figurinos e cenários.
Para Luiza Calasans, 19 anos, a noite foi de novidades e confirmações. Apresentado na segunda parte do concerto, o Réquiem, de Wolfgang Amadeus Mozart, não era inteiramente desconhecido. Luiza precisou pesquisar as origens da peça para auxiliar alunos do PAS dos quais é monitora, mas nunca ouvira a missa fúnebre de Mozart inteira até a noite de terça. A obra consta do programa e a estudante de enfermagem descobriu como o compositor se dedicou à peça com a certeza de que a escrevia para o próprio funeral. “O que mais me tocou é imaginar que era para morte dele. Você ouve com outros ouvidos”, reparou.
Na fila de quem aguardava uma oportunidade de entrar sem ingressos — que foram distribuídos gratuitamente na segunda-feira e esgotaram no mesmo dia —, o estudante Luís Guilherme, 19 anos, se empenhou para dar o primeiro passo em um novo hábito. “Estou começando. Tenho interesse por estudar algum instrumento e quero criar o hábito dos concertos.”
Luís Guilherme sabia que na ópera iria encontrar, pelo menos, uma narrativa. “Não sei muito de ópera, mas sei que envolve uma história, é um estilo que tem um diferencial, que envolve as pessoas de forma diferente do padrão porque tem uma encenação ao vivo. Devia ser feito mais vezes em Brasília.” Para o estudante, é preciso facilitar ainda mais o acesso à música erudita.
Mozart foi a estrela na abertura do 1º Festival de Ópera de Brasília. A primeira parte do programa trouxe árias das obras mais populares. Foi uma introdução ao universo operístico mozartiano, uma espécie de apresentação da gama de temas e personagens em que a versatilidade do músico conseguiu transitar durante seus 35 anos de vida. Bodas de Fígaro, Don Giovanni, Cosi fan tutte e A flauta mágica foram apresentados nas vozes de cantores de Brasília e outros estados com momentos de altos e baixos.
Emoção
A brasiliense Gabriela Correia pode não ter a voz suficientemente madura para interpretar uma ária tão cheia de agudos quanto A rainha da noite, de A flauta mágica, mas recuperou os deslizes no dueto de Don Giovanni com Marlon Maia. Aída Kellen emocionou na interpretação de D´oreste, d´aice, ária da pouco encenada de Idomeneo, e o alemão Tobias Hagge fez um trio delicado com Janete Dornellas e Renata Dourado para a romântica Soave sia il vento, de Cosi fan tutte. No Réquiem, o destaque ficou para o coro de 40 vozes, que deu corpo aos imponentes Rex tremendae e Lacrimosa, momentos em que a peça cresce e revela a maestria de Mozart.
A bancária Aline Chaves Ribeiro, 29 anos, se emocionou com a missa fúnebre, dedicada pelo regente titular Claudio Cohen ao maestro Sílvio Barbato, que regeu a orquestra por quase sete anos e morreu no acidente com o voo da Air France, há dois anos. “Fiquei arrepiada de imaginar a mãe do maestro ouvindo a peça”, contou Aline. “Nunca vi uma ópera, essa é a primeira vez. Nunca tive a oportunidade porque quase não tem ópera em Brasília. Vim porque é Mozart”, garante. A bancária estuda piano desde os 10 anos e resolveu compensar a falha no currículo ao lado do marido, Larry, e da filha Clara, 1 ano, também estreantes em ópera. “É emocionante a união do coro, a sincronia e como eles conseguem cantar juntos”, reparou Larry.
Formado especialmente para o festival, o coro voltará a se reunir nas próximas semanas para as récitas de Pagliacci e Cavalleria rusticana. Se a emoção do Réquiem fica por conta do volume das vozes do coro, nessas duas óperas um jogo intrincado de histórias de traições, cenários, figurinos e habilidade dos solistas em árias para virtuoses funciona como atrativo mais dinâmico e alegre.
Encomenda
Mozart recebeu a encomenda do Réquiem de um anônimo. Nunca soube exatamente quem pagava pela composição da peça, apenas que ela deveria se executada durante os funerais da mulher de um homem cuja identidade ficou secreta. Já doente e fragilizado, Mozart começou a compor o Réquiem no início de 1791 e ficou obcecado com a ideia de que preparava a peça para o próprio funeral. O compositor morreria em dezembro do mesmo ano, sem ter completado a obra. Foi um aluno, Franz Xaver Süssmayer, quem terminou o Réquiem, que se tornou uma das peças mais importantes da história da música sacra.
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MÚSICA
Duo do afeto Fonte: correioweb.com.br 09/06
Há quem veja dificuldade para que se estabeleça o diálogo entre o contrabaixo e o cavaquinho, dois instrumentos de acompanhamento — um de sonoridade grave e o outro, aguda. O mato-grossense Ebinho Cardoso e o brasiliense Pedro Vasconcellos desmitificaram essa assertiva ao gravar A comédia do coração, CD com sete faixas, a ser lançado hoje, às 19h, no Café Cultural, em show pelo projeto Outras Bossas.
O álbum, de produção independente, que contou com o apoio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), é resultado de dois anos de convivência fraterna e artística entre os dois instrumentistas, que se conheceram no Curso Internacional de Verão da Escola de Música de Brasília em 2008. “Há dois anos, o Ebinho estava na cidade e foi ao show em que eu estava participando no Café Cultural. Acabei dando uma canja. Naquela noite mesmo, propôs que gravássemos um disco juntos” conta Pedro.
Em fevereiro do ano passado, indo a Cuiabá para ministrar oficina de cavaquinho, Pedro reencontrou Ebinho e surgiu a possibilidade de os dois entrarem para um estúdio a fim de fazer registro do trabalho que vinha sendo projetado.
“Tinha alguns temas compostos e os apresentei ao Ebinho que viu neles algo que pudéssemos compartilhar. O processo foi rápido. Ao mesmo tempo, criamos os arranjos, ensaiamos e partimos para a gravação. Depois, no decorrer do ano, fomos fazendo retoques”, conta o cavaquinista.
Criações
Pedro assina Libra (a faixa que abre o repertório), Dos anjos, Tranquilo e Coisa boa, que ele classifica como “canções instrumentais”. No repertório, tem ainda Vasconcellos, que Ebinho compôs em homenagem à família do parceiro; Tudo acaba assim, de Rafael dos Anjos (violonista do grupo Choro Livre); e A comédia do coração, de autoria do compositor e arranjador Ian Guest, mestre das harmonias. “Achamos que esse tema tinha tudo a ver com a proposta do trabalho”, observa o músico candango, buscando justificar a escolha dela para título do CD.
Músico de intensa atividade em seu estado, onde desenvolve carreira solo e atua também como diretor musical e produtor, Ebinho tem forte ligação com instrumentistas brasilienses a quem acompanha mesmo à distância. Mas é com Pedro que ele tem maior afinidade musical. Em A comédia do coração, ele usa a voz como instrumento, fazendo vocalize em todas as faixas.
No Café Cultural, os dois vão mostrar cinco temas do disco: Libra, Dos anjos, Tranquilo, Vasconcellos e A comédia do coração. “O show está inserido no contexto do projeto Outras Bossas, que celebra grandes artistas da MPB. A mim e ao Ebinho, cabe homenagear Toninho Horta, um dos maiores músicos brasileiros. Dele, vamos interpretar Beijo partido; Céu de Brasília; Manuel, o audaz, tendo em nossa companhia a cantora Litieh”, anuncia Pedro. Em breve, ele lança mais um CD, o Transparente, que gravou com o pianista Ricardo Nakamura.
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MÚSICA
Criolina sacode a Europa
DJs da festa criada em Brasília embarcam para a sexta turnê internacional, com 14 apresentações na França e na Inglaterra
O dia a dia da turnê europeia será registrado pelos DJs e poderá ser acompanhado no site www.criolina.com. Fonte: correioweb.com.br 09/06
Passaporte na mão, mochila nas costas e discos embaixo do braço. Na terça-feira, os DJs da festa Criolina embarcaram mais uma vez para a Europa. Esta será a sexta turnê que eles fazem por lá, a terceira com o trio Pezão, Barata e Oops. O roteiro conta com 14 apresentações em 30 dias de viagem, passando por Londres (dia 23) e as cidades francesas de Paris, Marseille, Toulouse e Negrepelisse.
Para os DJs brasilienses, são vários os motivos para comemorar. “Estamos colhendo os frutos que plantamos nas viagens anteriores. Nesta turnê, teremos uma estrutura que não tivemos nas outras”, comenta Rodrigo Barata, 34 anos. “A nossa produtora na França montou um circuito que passa por vários festivais de verão europeus. Isso faz toda a diferença. Encontraremos o público em outra vibe. Além disso, vamos dividir o palco com muita gente incrível, que admiramos”, acrescenta Tiago Pezão, 33.
No festival Samba Al Pais, em Negrepelisse, eles receberão destaque como embaixadores de Brasília. Vão expor, inclusive, diversos cartazes que eles criaram, tendo a cidade como tema. Outro destaque da tour é a residência de quatro dias no festival Rio Loco, em Toulouse. Na quarta data do evento, os DJs apresentarão uma novidade, o Criolina Sistema, um projeto de Live P.A. “Fazemos mixagens ao vivo: o Pezão nas picapes, eu controlando as batidas eletrônicas e o Barata tocando percussão”, explica Rafael Oops, 26.
A ideia é passar o clima da festa para a apresentação, em criações autorais que utilizam samples de batidas de música brasileira e africana. “É um espetáculo para ser assistido e não apenas para dançar de olhos fechados”, comenta Oops. Os três também vão divulgar um CD de mixagens e mashups com nove faixas. A ideia é que ele sirva de amostra para um futuro disco do projeto Criolina.
A festa Criolina nasceu em Brasília, em 2005, com a proposta de trazer para a pista o suingue da música brasileira dançante de ontem e hoje. A festa cresceu, popularizou-se e expandiu seus horizontes — recebendo DJs e bandas do Brasil e do exterior. Atualmente, além das edições semanais, todas as segundas-feiras no Bar do Calaf, e das edições especiais em outros dias e locais, a festa tem residência em casas noturnas de São Paulo.
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