Seu Zé e elas
Pífanos, Juvelinas, sertão e Brasília estão misturados numa sinfonia brincante do artista nordestino. Fonte: correioweb.com.br 03/06
Três anos e meio depois de se conhecerem numa oficina de pífanos, no Departamento de Extensão da Universidade de Brasília (UnB), Zé do Pife e as Juvelinas celebram a amizade e a parceria musical num CD em que o mestre e suas discípulas exibem total afinidade artística. O álbum deve ser visto como um valioso documento, por conter o registro de um tipo de manifestação cultural, que passa distante do interesse da chamada indústria fonográfica.
Mestre Zé do Pife e As Juvelinas — De Brasília a São José do Egito é o nome do álbum, que será lançado hoje, com show às 19h30, na Casa do Cantador, em Ceilândia, com entrada franca. Ao fim da apresentação será passado o chapéu, para que os espectadores possam depositar algum tipo de contribuição. No dia 19, haverá nova apresentação, no Espaço Cultural Renato Russo, na 508 Sul.
O disco, gravado no estúdio Beco da Coruja, na região do Colorado, com produção musical, mixagem e masterização de André Togni, traz 16 faixas, sendo 15 de autoria de Zé do Pife, e uma, em homenagem ao mestre, assinada em conjunto pelas Juvelinas.
Valsa, baião, xote, coco, marchinhas e aboio são estilos musicais ouvidos no CD, aberto pelo tema instrumental Picote no morro. Chapéu de couro, Cajá Santana, Não vai Terezinha, Repenicado e Paradinha dão nome a outras faixas. Aboio do vaqueiro fecha o repertório. Teu olhar me faz chorar, permite a Zé do Pife fazer reminicências — lembranças de São José do Egito (PE) — e referências a Brasília. Num dos versos, ele diz: “É bonito ver, é bonito olhar/ A Praça da Alvorada muita gente a namorar/ É bonito ver, é bonito olhar/ Eu já vi as Juvelinas fazendo o povo chorar/As meninas Juvelinas que aprenderam a tocar.
Entrosamento
Antes de chegarem ao disco, eles adquiriram o necessário entrosamento, ao fazerem incontáveis apresentações em diferentes palcos da cidade e mesmo fora dos limites do Distrito Federal. “É um orgulho muito grande para um músico autodidata, como eu, que aprendeu a tocar pífano ouvindo velhos mestres nordestinos, dividir esse trabalho com as Juvelinas, meninas de formação acadêmica e que abraçaram minha causa aqui na capital”, afirma, emocionado, seu Francisco Gonçalo da Silva, que virou Zé do Pife ao longo da labuta como instrumentista, compositor e luthier.
Nascido em São José do Egito, no interior de Pernambuco, tido como a “capital mundial do repente”, Zé do Pife cresceu ouvindo Luiz Gonzaga, Abdias do Acordeon, Zé Calixto, Marinês e o Trio Nordestino. Na adolescência, já integrava a Banda de Pife do Riacho do Meio, criada pelo avô. Em 1973, mudou-se para São Paulo e lá passou a ganhar a vida vendendo pífanos que confeccionava e tocando em locais como a Praça da República, a Praça Ramos de Azevedo, e na Estação da Luz. “Me apresentei, também, na televisão, nos programas do Silvio Santos, do Raul Gil, do Barros de Alencar e do Chacrinha”, lembra.
Em 1993 veio para Brasília e instalou-se em Ceilândia. Embora inicialmente tenha trabalhado como ajudante de eletricista numa grande empresa e tocado em alguns forrós, foi como tocador de pífano e artesão que tornou-se conhecido na capital. “Eu fazia pífanos de bambu e saia vendendo nas quadras do Plano Piloto, na Escola de Música, no Uniceub e na UnB.”
Convidado para ministrar oficinas no Departamento de Extensão da universidade, conheceu, entre suas alunas, as futuras integrantes de As Juvelinas. “Foi seu Zé quem deu nome ao grupo que formaríamos logo depois. Ele ia fazer uma apresentação no foyer da Sala Villa-Lobos do Teatro Nacional e nos convidou para tocar com ele. A partir dali passamos a trabalhar com o mestre”, conta, reverente, Valéria Lehmann, bacharela em composição e com licenciatura em música, pelo Departamento de Música da UnB.
Nas Juvelinas, Valéria, coordenadora do projeto, toca rabeca e pífano; e tem como companheiras, Júlia Carvalho (zabumba e caixa do Divino), Luciana Bergamaschi (triângulo), Gutcha Ramil (violino), Isa Flor (zabumba e prato), Andressa Ferreira (caixa e pandeiro), Kika Brandão (pífano), Maísa Amorim (pífano) e Naira Carneiro (pífano e sanfona). Todas também cantam. “Nossa convivência com seu Zé é a melhor possível. Além de mestre do pife, ele é poeta, contador de história e luthier. Muito humilde e íntegro, além de nos transmitir muito conhecimento, nos passa uma energia boa e alegria de viver”, elogia a rabequeira.
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ARTES VISUAIS
Mercado dos sentidos Fonte: correioweb.com.br 03/06
Durante dois meses, oito xilogravuras resistiram firmes sobre o talho de peixe de uma feira em Belém, no Pará. Impregnadas pelo suor dos feirantes e até mesmo pelo sangue e os odores dos pirarucus, as peças fazem parte, a partir de hoje, da exposição Labirinto Ver-o-Peso, do paranaense Armando Sobral. As paredes da Galeria Fayga Ostrower do Complexo Cultural da Funarte (ao lado da Torre de TV), acolhem as 12 telas de 2,37m de altura por 1m de largura, cada uma. Elas representam as mantas, isto é, a carne de pirarucu que ficava dependurada nos antigos açougues do mercado popular do Ver-o-Peso, em Belém. O miolo do espaço é preenchido pelas quatro urnas de cerâmica suspensas em estruturas de madeira. Os vasos foram confeccionados por um mestre artesão de Icoaraci, distrito situado a cerca de 20km do centro da cidade, a partir de um protótipo desenvolvido por Sobral.
Ver-o-Peso é uma oportunidade de apreciar uma estética expressionista com temática brasileira. “A exposição é um encontro entre duas linhas de pesquisa”, explica Sobral. Enquanto as xilogravuras em grandes dimensões retratam uma cultura popular desaparecida, a escolha pela cerâmica valoriza um conhecimento tradicional, herdado dos ancestrais indígenas.
O Ver-o-Peso é considerado o maior mercado a céu aberto da América Latina. Construído em 1625, ele compõe uma série de construções históricas da área conhecida como Cidade Velha, em Belém. Sobral, que voltou a morar na cidade onde nasceu, passou a perceber a feira com o olhar de artista em 1997. “Lá seus sentidos ficam em alerta, percorrê-la é um caminho tortuoso. Algumas informações nos sensibilizam e são elas que nos aproximam do espaço”, descreve.
Para reproduzir o impacto físico e emocional das mantas sobre o observador, o artista optou pela maximização das imagens. Já a dimensão lúdica do espaço é proporcionada pela disposição dos vasos, que deslocados do chão, permitem outros ângulos de visão em relação ao objeto.
Apesar de recriar a visualidade histórica de uma paisagem que ele tem como materna, Sobral garante que a obra adquiriu autonomia. “O trabalho não precisa dizer de onde vem, porque ele é. Na contemplação, são exploradas as experiências de cada um. Essa é a magia da arte”, reflete.
Finalizada após mais de 10 anos de pesquisa, a exposição Ver-o-Peso é uma das vencedoras do Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2010 — Ocupação dos Espaços Funarte. O concurso selecionou 15 projetos para ocupar os espaços da instituição no Rio de Janeiro, em Belo Horizonte, São Paulo e Brasília. “Escolhi Brasília por ser uma oportunidade de apresentar o meu trabalho à cidade”, justificou o artista que expõe individualmente pela primeira vez na capital brasileira, onde morou durante um ano, em 1971.
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JOSÉ SIMÃO
Ueba! O Neymar é aerodinâmico!
E adoro a ficha técnica dos Meninos da Vila. Se juntar todos, não dá a idade do Rogério Ceni Fonte: folha.uol.com.br 03/06
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta: "TRE-Minas fará recontagem de eleitores". Em que cidade? MARMELÓPOLIS! E esta: "Transexual Lea T. desfila de engana-mamãe no Fashion Rio". Engana mamãe, papai e um monte de marmanjo. Rarará!
E mais um pra minha série Os Predestinados. É que em Candeias, na Bahia, tem um ginecologista chamado Ary Toledo das Dores! Rarará! Esse deve ficar contando piada até passar as dores!
E o Santos? E o Neymar? O Neymar é aerodinâmico. Aquele cabelo dele parece flap de avião! Seu Galeão Cumbica! Impressionante! O Neymar não tem osso! E o técnico Muricy Ramalho que levou uma pedrada paraguaia na cabeça. Intifada paraguaia. Mas aquilo não era pedra, não! O povo do Twitter diz que era um pirocóptero!
Quem lembra do pirocóptero? Um pirulito que vinha com uma hélice! Pirulito voador. O Muricy foi atingido por um pirulito voador. A Globo disse que era pedra. Bem, pra Globo tudo que voa é pedra. Lembra do caso Serra que bolinha de papel virou pedra na Globo?
E o coitado ficou bem xoxo! Mudou de nome pra Esmoreci. Esmoreci Ramalho. Rarará! E quebrar cabeça de técnico é dificil. Porque todo técnico é cabeça-dura! Rarará!
E adoro a ficha técnica do Santos. Dos Meninos da Vila! Faixa etária: bezerro desmamado. Escolaridade: maternal incompleto. Se juntar todos, não dá a idade do Rogério Ceni! Rarará!
E a torcida santista é acusada de roubar a lanchonete dum argentino. Como é o nome do argentino? Mario Grana! Raparam a grana do Grana. Rarará! Depois falam dos corinthianos! E essa: "Vídeo de sexo do goleiro do Sport vaza na internet". Onde ele nasceu? Piranhas, Alagoas! Rarará!
E o Brasileiro é Cordial. Olha a placa do Gervásio na empresa em São Bernardo: "Se eu souber que alguém daqui fica simulando doença ou dorzinha pra ficar em casa vagabundeando, vou fazer esse bipolar insano ficar uma semana algemado no pé da cama junto com a minha sogra. Conto com todos. Assinado: Gervásio".
E aí um cara escreveu com bic: "Se você já é assim, imagine a sua sogra". Rarará! Nóis sofre mas nóis goza
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
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Documentário vai contar vida de Dominguinhos
"Dominguinhos, Volta e Meia" apresentará duetos com Hermeto Pascoal, João Donato, Gilberto Gil e Lenine
Filme foi idealizado pela cantora Mariana Aydar e tem estreia prevista para o segundo semestre de 2012 Fonte: folha.uol.com.br 03/06
"Dominguinhos, me esclareça uma dúvida: foi [Luiz] Gonzaga quem lhe botou esse seu nome, não foi?"
"Foi Gonzaga, Hermeto. Numa gravação. Ele me disse que esse nome que mãe dá pra filho não serve quando a gente vira artista."
"E qual era o nome que sua mãe lhe deu?"
"Era Neném, Hermeto."
"Rapaz, isso não serve mesmo pra artista não..."
O diálogo entre os músicos Dominguinhos e Hermeto Pascoal aconteceu domingo passado, na cozinha de um estúdio em São Paulo.
Na sequência, ambos seguiriam para seus instrumentos e fariam uma série de duetos -todos de improviso, como é do gosto dos dois.
Tanto a conversa da cozinha quanto os números musicais foram gravados em som e imagem e farão parte do documentário "Dominguinhos, Volta e Meia", dirigido por Felipe Briso, que já toma dois anos de trabalho e deve ser lançado em 2012.
O projeto é ideia da cantora Mariana Aydar, com a colaboração -e a direção musical- dos instrumentistas Duani e Eduardo Nazarian.
Pretende dar um panorama da história de Dominguinhos, mestre da sanfona, pernambucano de Garanhuns, retratando seu dia a dia entre o aniversário de 70 anos, neste ano, e o de 71, em fevereiro do ano que vem.
"Filmamos situações de todo o tipo", diz Briso. "Desde um encontro importante com a Jazz Sinfônica, até um dia comum, em que nada acontece. E ensaios, gravações. Também estivemos em momentos bem pessoais, como o aniversário da filha."
ENCONTROS
Além de Hermeto, já gravaram duetos com Dominguinhos os músicos João Donato e Lenine. Gilberto Gil já agendou sua participação.
Briso conta que usará um quase nada de imagens de arquivo. A intenção é que o passado do músico seja contado por meio desses encontros musicais e conversas.
"Hermeto diz respeito à primeira fase, à infância, a ser autodidata, a essa música universal", diz. "Um não conhecia o outro quando moleques, mas eles têm background muito parecido e essas vidas dialogam."
Donato, conta o diretor, vai espelhar a "fase do Beco das Garrafas" de Dominguinhos, quando ele tinha que tocar todos os gêneros, em bares, para ganhar a vida.
Gil representa o momento em que a música nordestina é resgatada pelo mainstream e o sanfoneiro ganha fama nacional, passa a acompanhar Gal Costa e começa a gravar seus trabalhos autorais mais importantes.
"Lenine é fase posterior, da fusão, das pontes internacionais, do Brasil vendendo música para o mundo", diz. Dominguinhos, que acaba de concluir o tratamento de câncer no pulmão, chega bem disposto às gravações.
Ter a vida revista no filme o faz mais forte, ele diz.
Lembra que chegou ao Rio com o pai, aos 13, atrás de trabalho. Foram logo a Nilópolis, à procura de Gonzagão, que o havia visto tocar ainda em Garanhuns e prometeu ajuda quando precisasse.
"A gente não tinha sanfona e a esperança do meu pai era que ele nos desse uma", diz. "Não deu outra. Em cinco minutos meu pai estava com uma sanfona de 50 baixos na mão. Posso me considerar um sujeito de sorte."
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Secretário do MinC critica texto atual do Procultura
Debate no MIS reuniu representantes da área Fonte: folha.uol.com.br 03/06
Dilemas envolvendo a reforma da Lei Rouanet e as alternativas de financiamento para a cultura foram o centro do debate promovido pela Folha anteontem, no MIS.
O secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do MinC, Henilton Menezes, insistiu na necessidade de rever a Lei atual, mas criticou o texto do Procultura -projeto que tramita no Congresso para substituir a Lei Rouanet. Diferentemente dela, o Procultura prevê percentuais de captação definidos de acordo com o retorno para a sociedade.
Menezes dividiu a mesa com o dramaturgo Léo Lama, com o consultor de políticas culturais Leonardo Brant e com André Sturm, que assumirá a diretoria do MIS.
Sturm sugeriu o incentivo ao consumo cultural e não apenas à produção.
Brant apontou a necessidade de expandir a infraestrutura cultural do Estado e de combater os grandes conglomerados. Lama descreveu um sistema cultural marcado pela corrupção e pela falta de critérios artísticos.
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