Patubatê na África
O grupo de percussão brasiliense faz maratona de oficinas e apresentações em Camarões, Botsuana, Quênia e Gabão e reúne uma coleção de histórias como lembranças da viagem Fonte: correioweb.com.br 05/06
Orelhão, panelas, raladores de queijo, baldes, porcas e parafusos, chapas de caminhão, bolas de basquete. Citados assim, os objetos não trazem muita coisa em comum, mas o grupo de percussão Patubatê os transformou em itens complementares. Afinal, é deles que os músicos extraem a batida, que se casa com o som operado pelo DJ, em performances frenéticas e vigorosas. A fórmula já é sucesso em terras brasileiras. A agenda do grupo vive lotada, convites não param de chegar na caixa de e-mail. E o prestígio anda cruzando oceanos. Depois de passar por Estados Unidos, Europa e Burkina Faso, o Patubatê voltou à África para mais uma maratona de oficinas e apresentações.
O roteiro incluiu as capitais de Camarões, Botsuana, Quênia e Gabão, num périplo de 15 dias. A oportunidade surgiu quando uma aluna da oficina que eles mantêm desde 2009, no colégio Inei, contou sobre um projeto do Itamaraty, que estimula a divulgação cultural do país no exterior. “Agora estão dando prioridade à África, porque na Europa e nos Estados Unidos já conhecem bastante o trabalho dos brasileiros”, destaca Fred Magalhães, um dos integrantes do Patubatê. Durante o tour, eles aproveitaram para travar contato com brasileiros saudosos das raízes, submeteram-se à curiosidade de estrangeiros e arranharam expressões nos diversos dialetos locais. Além, é claro, de conhecer músicos, ritmos e instrumentos locais.
Em Gaborone, capital de Botsuana, os músicos conheceram um grupo de dança tribal em que homens de tanga (que os fizeram lembrar o filme Os deuses devem estar loucos, de James Uys) fazem uma dança ritmada, com chocalhos amarrados nas pernas. “Alguns tocam tambor, marimba e xilofone e outros dançam com chocalhos. Mas é uma dança ritmada, que faz parte da música”, conta Fred Magalhães. No país, também experimentaram a aprovação da plateia. “Um grupo de americanos que estava hospedado no nosso hotel viu nossa performance e disse que somos melhores que o Blue Man Group”, diverte-se Leandro Ferrer, responsável pela batida eletrônica dos shows.
Já em Nairóbi, no Quênia, eles descobriram um grupo com proposta semelhante ao deles: fazer música com sucata e objetos inusitados. Além dos baldes e tampas de lixo, encontraram material que não fazia parte dos “instrumentos” que já conheciam, como uma cuscuzeira africana que, cheia de pedras, vira chocalho. No Quênia, eles se apresentaram em um restaurante de carnes exóticas da capital, o Carnivore, e visitaram uma aldeia global, onde as crianças já os aguardavam com material separado para a confecção de instrumentos musicais.
Criançada
A experiência que mais os entusiasmou, no entanto, foi a passagem por Camarões. “Percebemos a participação mais intensa da meninada”, conta Fernando Mazoni, outro integrante da banda. O comportamento dos meninos e meninas nas oficinas também impressionou os músicos. “Dávamos o instrumento na mão deles e eles ficavam quietinhos observando, esperando nosso comando para que começassem a tocar. É muita disciplina”, elogia Magalhães.
Em Iaundê, capital dos Camarões, o grupo se apresentou em um antigo bordel, desativado para dar lugar a uma casa de shows. Toda refeita em pau a pique e palha, com uma árvore ao lado do palco, o espaço, chamado Terra Bati, parecia um cenário cinematográfico. O problema é que as instalações elétricas não fizeram jus à beleza do lugar. Ainda durante a passagem de som, a energia caía a todo instante. Uma hora e meia depois, companhia elétrica local convocada, um homem subiu no telhado de uma casa e fez um “gato”, puxando a energia de um poste de eletricidade. O show transcorreu sem maiores transtornos, e como ocorreu em todas as apresentações, teve direito a presente no fim: um engradado de cerveja, colocado no meio do palco e compartilhado com a plateia.
A estadia no Gabão, em Libreville, foi um prato cheio para a pesquisa de instrumentos típicos. Lá, eles travaram contato com o grupo Scenart, cujo cantor tinha um timbre que os agradou em cheio e ainda tocava berimbau de boca (em que a cabaça é a cavidade bucal do músico). O grupo também usava uma harpa pequena, com uma sonoridade que fazia lembrar cânticos religiosos. Outra descoberta foi um estudioso de kalimba, instrumento cujo corpo é cravejado de pinos metálicos, tocados pelo músico com os dois polegares.
De volta a Brasília, o grupo se organiza para manter a rotina em alta rotatividade, sem deixar de compartilhar as melhores lembranças da viagem. “A facilidade para tocar é igual em todos esses países, mas cada lugar tem uma percussão diferente”, conta Fernando Mazoni. “Para eles, a percussão é muito importante. Nos eventos, feiras, festas, tudo é percussão. Estávamos em casa”, completa Fred Magalhães.
Agenda cheia
Trabalho não vai faltar ao Patubatê nos próximos meses. Ainda este mês, eles se apresentam no Rio Quente Resort, em Caldas Novas. Em julho, farão oficinas em Joinville (SC). Para setembro, estão previstos um show no Rio de Janeiro e a participação no festival Espírito Mundo, realizado na Espanha por uma produtora capixaba. “Ainda precisamos de patrocínio para as passagens”, avisa Fred Magalhães. Em 2012, eles farão parte de um projeto português, o Lusofonia, que reunirá oficinas de artistas de Cabo Verde e Timor Leste, além de Brasil e Portugal. A primeira edição será no país europeu, mas a ideia é estender o evento aos demais países participantes. Além de Fred, Fernando, Leandro e Gustavo Lavoura, o Patubatê ganhou um novo integrante: o percussionista baiano Pablo Maia.
&&&
INTERCÂMBIO
Viagem de escritores a Portugal
Fonte: correioweb.com.br 05/06
“Por que o brasileiro vai para Orlando comprar badulaques e não para Portugal conhecer a suas raízes?”, provoca o escritor e editor Victor Alegria. Dono da editora brasiliense Thesaurus, Victor organiza, desde 2008, excursões para o país onde nasceu. Mas tanto os “turistas” que o acompanham quanto o roteiro que fazem têm um diferencial. São viagens culturais das quais participam escritores de Brasília com objetivo de promover intercâmbio entre autores daqui e de lá.
Na próxima quarta, o grupo parte rumo a uma temporada de 10 dias em Portugal (alguns deles também irão à Galiza), onde visitarão bibliotecas, livrarias, participarão de debates e sessões de autógrafos. Fazem parte da excursão os escritores Carlos Magno de Melo, José Jeronymo Rivera, Adriana Kortlandt, Angela Maria de Menezes Delgado, Manuel Mendes, José Santiago Naud, Edilene Gasparini Fernandes, João Alfredo Sinicio e Marcos Linhares. Maria Cecília Costa Velho se junta a eles representando o marido, Roldão Simas Filho. Completa a excursão o fotógrafo Hermínio Oliveira.
“A viagem promove mais do que a aproximação afetiva, mas uma consciência cultural com Portugal”, pontua José Santiago Naud. “Estou levando 40 livros para doar para bibliotecas”, conta Manoel Mendes. Carlos Magno enxerga uma oportunidade de expandir seus leitores: “De lá, eu espero que a gente consiga visibilidade na Espanha, Itália, França, países de línguas latinas. Vamos conversar com distribuidores, livreiros”.
Interesse comum
“Em quatro anos, teremos levado 100 autores brasilienses para Portugal”, contabiliza Victor Alegria. Ele acredita em um interesse comum a respeito da literatura de brasileiros e portugueses. “Mas não há contato entre as partes”, reconhece. “A produção literária brasiliense é pouco conhecida fora da cidade, menos ainda fora do país. Por outro lado, da literatura portuguesa contemporânea também chega muito pouco para nós. Anualmente, não devem ser lançados muito mais do que 10 títulos de autores portugueses no Brasil”, lamenta.
Outro objetivo da viagem é mostrar, com a exposição das fotos feitas por Hermínio Oliveira, a Brasília de hoje. “Só foi divulgada no exterior a Brasília da inauguração. A de hoje é desconhecida pelos estrangeiros”, acredita o fotógrafo.
&&&
JOSÉ SIMÃO
Ueba! Palofi é o Eike Petista!
Continua o bullying com o Palofi! Eu acho que peguei a gripe Palofi: desde ontem aumentou 20 vezes Fonte: folha.uol.com.br 05/06
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta: "TRE de Minas faz recontagem de eleitores". Em que cidade? MARMELÓPOLIS! "Produtor rural colhe mandioca gigante". Em que cidade? GLÓRIA DE DOURADOS!
E saiu a nova definição da Hebe: Palmirinha com acessórios da H. Stern. E o Silvio Santos é o único ser vivo que ainda fala "que rufem os tambores". "Agora vamos sortear dois carros! Que rufem os tambores". Rarará!
E no Pará estão matando tanto líder ambiental que não é mais desmatamento, é matamento. Matamento no Pará. Então o Brasil está com dois problemas na Amazônia: desmatamento e matamento!
E o Palofi? Continua o bullying com o Palofi! Eu acho que peguei a gripe Palofi: desde ontem aumentou 20 vezes. E o Palofi tá ampliando os negócios. Vai lançar o Fermento Palofi: aumente seu bolo em 20 vezes. E um poderoso Viagra; o PAULOCCI. Aumenta 20 vezes! Rarará.
E uma amiga disse que mulher de TPM é como o Palocci: tudo multiplica por 20! E o site QMerda disse que o Palofi é o Eike Petista. Não é o Eike Batista, é o Eike Petista!
E adorei a charge do Pelicano com a Dilma numa calculadora: "Bem, eu prometi tirar 16 milhões de brasileiros da pobreza. Descontando o Palocci que vale por 20, vai dar...". Vai dar merda! Rarará!
E o FHC Boca de Sovaco? Fernando Henrique defende a descriminalização da maconha. Fumando Henrique Cardoso ou Fernando Henrique Chapado. Meio chapadão ele sempre foi! E o recado de um amigo: "Avisa pro FHC que a última vez que eu fumei maconha eu votei nele". Rarará! E ele tá certo, porque esse é o único efeito colateral da maconha: quando a polícia chega!
E o Gabeira disse que até as velas das caravelas eram de maconha. Por isso que ele saíram pras Índias e acabaram batendo no Brasil. Não foi calmaria, foi leseira! Rarará!
E mais dois predestinados. É que o técnico de elevadores Schindler se chama: Ronaldo SEGURA! Quando o elevador estiver caindo, todo mundo grita: Ronaldo, SEGUUUURA!
E tem uma funcionária da TIM que se chama Natália ALÔ! É verdade! Natália Alô Brito. "Natália! Alô! É da Tim?". Rarará.
E em Juazeiro na Bahia tem uma loja de CDs chamada Toca Gostoso Pra Nós Dois. Rarará. Nóis sofre mas nóis goza.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
&&&&
Legalizar drogas é respeitar escolhas
MARCOS FERNANDES G. DA SILVA
A legalização diminuiria sensivelmente o tráfico de drogas e a rentabilidade do crime; a política repressiva gera aumento dos lucros Fonte: folha.uol.com.br 05/06
O uso de narcóticos é antediluviano, como mostra brilhantemente Richard Davemport-Hines em seu clássico "The Pursuit of Oblivion". Por essa razão, deve-se lidar com esse fato com realismo e sem qualquer preconceito.
Fernando Henrique Cardoso, corretamente, defendeu recentemente a liberalização da maconha para consumo próprio, alinhando-se com alguns ex-presidentes latino-americanos e com Mario Vargas Llosa (Nobel de Literatura 2010).
Todavia, há que se ter um debate envolvendo todas as drogas.
A vida de um viciado e de sua família é um fardo. O consumo delas possui efeitos colaterais, físicos e sociais, é fato. Mas apenas poucos usuários tornam-se viciados, inclusive os de drogas ditas "pesadas".
Mesmo assim, a dependência, que psicológica seja, é prejudicial, como no caso das drogas legais.
Mas o consumo e a venda de drogas vêm acompanhados de corrupção e violência. A melhor solução para esses problemas talvez seja a legalização dos mercados.
Os economistas conservadores Milton Friedman (Nobel, 1976), já falecido, e Garry Becker (também Nobel, 1992) são defensores da legalização do mercado de todas as drogas devido a dois argumentos, um prático e outro ético.
O primeiro argumento é que ela diminuiria o crime. Isso é relativo: essa é uma atividade especializada e, portanto, os criminosos migrariam para outros mercados ilegais com a descriminalização.
Contudo, os lucros do tráfico são enormes, incentivando essa atividade ilegal mais do que outras. Por exemplo, a cada ano, entram na Europa e nos Estados Unidos algo em torno de mil toneladas de cocaína pura, que rendem uma margem de lucro de 2.000% ao atacadista.
A proibição do mercado cria incentivos tortos, e a política repressiva gera o resultado oposto ao almejado: aumento do lucro dos traficantes. O consumo de drogas vai ocorrer de qualquer forma; melhor então que o mercado seja legal.
A legalização diminuiria sensivelmente o tráfico de drogas e a rentabilidade do crime. Ela também geraria o benefício da regulação e da arrecadação tributária, cujos recursos seriam usados para combater a demanda no longo prazo, via informação ao consumidor.
O segundo argumento está fundamentado em John Stuart Mill, filósofo, lógico e economista clássico inglês. Ninguém tem o direito de violar a liberdade de uma pessoa, nem o Estado: se um indivíduo, com autonomia, vai fazer algo que o prejudique, tanto faz, isso é um direito inviolável dele, desde que as suas ações não causem danos para os outros indivíduos.
A legalização do mercado de drogas é um mal, mas menor e necessário. Do ponto de vista moral, contudo, trata-se, nesse caso, de respeitar a autonomia e a liberdade de escolha individuais.
MARCOS FERNANDES G. DA SILVA, economista da FGV, é autor dos livros "Ética e Economia", "Economia Política da Corrupção no Brasil" e "Formação Econômica do Brasil: Uma Reinterpretação Contemporânea".
E-mail: mfgdasilva@uol.com.br.
-
&&&&&
ENTREVISTA
Sustentabilidade até no sexo? Fonte: folha.uol.com.br 05/06
.
Jornalista, escritora e esperta, a norte-americana Stefanie Iris Weiss está propondo uma outra "revolução sexual" em seu livro "Eco-Sex: Go Green Between the Sheets and Make Your Love Life Sustainable" (algo como Eco-Sex: fique verde entre os lençóis e torne sua vida amorosa sustentável).
A obra traz informações bem pragmáticas, que vão desde como escolher brinquedos eróticos ecologicamente corretos até uma lista de cidades onde encontrar ecologistas solteiros.
A autora de "trinta e poucos" anos conta que decidiu não ter filhos para ajudar a conter a superpopulação planetária. Sua contribuição será adotar uma criança no futuro, diz. De sua casa em Nova York, ela tentou convencer a reportagem da Folha de que é possível e importante ser sexualmente ecológico.
Folha - Por que um livro sobre sexo sustentável?
Stefanie Iris Weiss - Há alguns anos comecei a notar que meus amigos faziam tudo certo: eles reciclavam lixo, seguiam uma dieta vegana, usavam menos o carro e mais a bicicleta. Mas suas vidas sexuais não entravam nessa equação. Quando os assuntos eram lubrificantes e brinquedos eróticos, ou simplesmente encontrar namorados com ideias parecidas com as deles, eles não pensavam verde.
Para mim, o sexo faz parte da vida da mesma forma que comer, dormir ou trabalhar. Pensei: como ajudar a acabar com essa apatia que algumas pessoas têm em relação à ecologia? Com sexo, lógico! Se falando de aquecimento global eu não consigo que mais pessoas pensem em sustentabilidade, talvez eu consiga falando de sexo.
Qual é o maior erro sexual da humanidade, hoje, falando em termos ecológicos?
Ter filhos indesejados. A superpopulação é o problema número um no planeta, porque simplesmente não há recursos suficientes para todos. Então, antes de continuar com isso, pense se você está financeira e emocionalmente preparado para ter filhos, ou não os tenha. Tudo bem se você não quiser tê-los, isso não faz de alguém uma má pessoa.
Você decidiu não ter filhos para ajudar na preservação do planeta. Há quem considere uma decisão radical.
Não acho radical, é totalmente lógico. Sei que meu coração é grande o suficiente para amar uma criança que não foi gerada em meu útero. O que é radical são as estatísticas sobre superpopulação e superconsumo. A ONU diz que em 2050 seremos 9 bilhões de pessoas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário