quinta-feira, 8 de março de 2012


A força feminina na Universidade Estadual de Goiás  www.ueg.br 08/03 

-
A Universidade Estadual de Goiás em seus 12 anos de atuação vem demonstrando sua vocação para atender às necessidades educacionais de milhares de pessoas espalhadas por suas 42 Unidades Universitárias, em 38 municípios goianos. E cada vez mais, sua face vem se mostrando mais feminina. Um universo de alunas, professoras, servidoras e dirigentes que mostram sua força e dedicação, contribuindo para a construção dos pilares da Universidade: ensino, pesquisa e extensão.

Todos os anos ingressam na UEG, em dois processos seletivos, quase cinco mil novos alunos. E a presença feminina, há muitos anos, vem se destacando no perfil do aluno da Universidade. No último processo seletivo, por exemplo, das 4.156 vagas disponíveis. 3.130 foram conquistadas pelas mulheres. Elas ocupam os bancos nos cursos de Licenciatura, Bacharelados e Tecnológicos. E também ingressam em maior número nas especializações, nos mestrados e no ensino à distância. 

As servidoras também são maioria em todos os departamentos. Uma breve caminhada pelos corredores da Administração Superior da instituição, que fica em Anápolis, é suficiente para perceber como elas ocupam todos os espaços. Do quadro de dirigentes, que atualmente é composto por oito funções, cinco são ocupados por mulheres: a vice-reitora, Eliana França, a pró-reitora de Graduação, Maria Elizete de Azevedo Fayad, a pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis, Danúsia Arantes, a diretora do Núcleo de Seleção, Eliana Machado Nogueira e a chefe de gabinete, Juliana Almada.

Outro caminho trilhado pelas mulheres na UEG é o da pesquisa. De acordo com dados da Coordenação de Iniciação Científica , que é chefiada pela professora Joelma Abadia Marciano de Paula, a presença feminina também vem se firmando neste setor. Dos 482 bolsistas de Iniciação Científica da UEG, 252 são mulheres. Joelma destaca como características positivas dessa presença feminina na produção do conhecimento a dedicação, a organização e a capacidade de ser mais detalhista em todos os processos da pesquisa. “A Iniciação Científica é a porta de entrada no processo de produção do conhecimento. Neste sentido o aluno passa de leitor de conteúdos para produtor de novas experiências e a presença feminina em todos os campos da pesquisa leva a um rigor mais apurado da ciência”, destaca a pesquisadora.

O caminho até o diploma, muitas vezes penoso para quem ingressa numa faculdade, é percorrido com intensidade pelas alunas. Muitas, no decorrer do curso, casam-se, tornam-se mães e chegam ao mercado de trabalho empunhando com orgulho o sonhado diploma de curso superior. Desde 1999 a UEG já expediu 51.069 diplomas, sendo 42.956 para as mulheres.

As dificuldades nunca abalaram a confiança da servidora administrativa Adriana Cristina Mendonça Villa Real, que ingressou na instituição no ano de 1991 como aluna do extinto curso de Tecnologia em Processamento de Dados, da antiga UNIANA. Depois de formada, Adriana passou em dois concursos administrativos. Com 17 anos de atuação, ela se orgulha de fazer parte de uma Universidade que reconhece o valor do trabalho feminino. “Tenho orgulho de ter estudado nesta Universidade, de ter ingressado em seu quadro de servidores por concurso e de poder desenvolver meu trabalho num ambiente que valoriza a presença feminina”. Dos 13 funcionários coordenados por Adriana no setor de Desenvolvimento de Sistemas da UEG, seis são mulheres, que de alunas foram estagiárias e que se transformaram em funcionárias exemplares, mesmo passando pelos processos naturais da vida.

Uma Universidade que acolhe quem tem sonhos, que dá condições de trabalho às egressas de um curso superior e valoriza a mulher em seus quadros docente e administrativo. Assim é a força da UEG que cresce e se dinamiza rumo a uma sociedade plural. “Neste Dia Internacional da Mulher, a reitoria da UEG expressa o agradecimento a cada uma que com sua dedicação aos estudos e ao trabalho está contribuindo para a construção desta Universidade”, destaca o reitor Haroldo Reimer.

(Moema Ribeiro)

>>> 
VALORES EM CONFLITO.   Justiça gaúcha vai retirar crucifixos de seus prédios   Revista Consultor Jurídico - 07/03 
-
O Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul decidiu, de forma unânime, por retirar crucifixos e demais símbolos dos espaços públicos dos prédios da Justiça estadual gaúcha. A determinação atende pedido da Liga Brasileira de Lésbica. A sessão realizada nessa terça-feira (6/3) foi acompanhada por representantes de religiões e de entidades sociais. Nos próximos dias, será expedido ato determinando a retirada dos crucifixos.

O relator da matéria, desembargador Cláudio Baldino Maciel, afirmou em seu voto que o julgamento feito em uma sala de tribunal sob um expressivo símbolo de uma igreja e de sua doutrina não parece a melhor forma de se mostrar o estado-juiz equidistante dos valores em conflito.

"Resguardar o espaço público do Judiciário para o uso somente de símbolos oficiais do estado é o único caminho que responde aos princípios constitucionais republicanos de um estado laico, devendo ser vedada a manutenção dos crucifixos e outros símbolos religiosos em ambientes públicos dos prédios", explicou o desembargador, que também é o 2º vice-presidente do Tribunal de Justiça.

O caso
Em fevereiro deste ano, a Liga Brasileira de Lésbicas protocolou na Presidência do Tribunal de Justiça um pedido para a retirada de crucifixos das dependências do Tribunal e foros do interior do Estado.

O processo administrativo foi movido em recurso à decisão de dezembro do ano passado, da antiga administração do TJ-RS. Na época, o Judiciário não acolheu o pedido, por entender que não havia postura preconceituosa ao manter os símbolos. Com informações da Assessoria de Imprensa do TJ-RS.
>>> 
Mulheres à beira de um avanço.  Valor Econômico - 08/03/2012
 -

Em 2010, duas quenianas, Jamila Abbas e Susan Oguya, ficaram irritadas ao ler reportagens sobre a exploração de pequenos agricultores por intermediários. Em resposta, as duas profissionais de TI fundaram a M-Farm, uma empresa que envia em tempo real, para agricultores, os preços de produtos agrícolas e outras informações de mercado por meio de mensagens SMS, interligando-os diretamente a exportadores de alimentos e eliminando intermediários. Agora, menos de dois anos depois, a M-Farm chega a mais de 2 mil agricultores no Quênia, inclusive a muitas mulheres que cultivam pequenas propriedades - e ganhou vários prêmios internacionais.

Abbas e Oguya representam uma nova classe de mulheres inovadoras. Elas construíram um empreendimento lucrativo que dá poder às mulheres e contribui para uma sociedade mais aberta e inclusiva. São mulheres como elas - empreendedoras que fundam empresas, criam empregos e são pioneiras no estabelecimento de igualdade entre homens e mulheres no mundo em desenvolvimento - que comemoraremos no 101º Dia Internacional da Mulher, em 8 de março.

Forbes publicou na sua lista das "100 Mulheres Mais Poderosas" um novo elenco de mulheres: capitalistas de risco, CEOs de jovens empresas de TI e engenheiras na dianteira de inovações tecnológicas

De acordo com o Relatório de Desenvolvimento Mundial de 2012, do Banco Mundial, que analisa a igualdade entre os sexos, os 3,5 bilhões de mulheres e meninas no mundo ainda enfrentam desigualdades nos campos da educação, emprego, salário e poder de decisão.

O relatório mostra que a desigualdade entre homens e mulheres tem um custo, ao passo que para as mulheres a igualdade pode criar oportunidades econômicas e aumentar a eficiência e a produtividade. Por exemplo, a Organização de Alimentos e Agricultura (FAO, sigla em inglês) das Nações Unidas estima que se as mulheres no meio rural tivessem o mesmo acesso a tecnologia, terra, serviços financeiros, educação e mercados que têm os homens, a produção agrícola poderia ser aumentada e o número de habitantes famintos seria reduzido em 100 a 150 milhões de pessoas.

Há sinais animadores no horizonte. A lista publicada pela revista Forbes - "100 Mulheres Mais Poderosas" - no ano passado listou seu tradicional elenco de autoridades, ativistas e líderes empresariais, mas também incluiu um novo elenco de mulheres no setor de tecnologia: capitalistas de risco, administradoras de jovens empresas de TI e engenheiras na dianteira de inovações tecnológicas.

Mulheres empreendedoras nos países em desenvolvimento enfrentam dificuldades especiais para fundar empresas na economia formal e expandí-las para formar empresas com potencial de crescimento. O relatório do Banco Mundial "Mulheres, Negócios e Direito" (2011), observou que as mulheres em 103 das 141 economias analisadas ainda sofrem discriminação jurídica com base em sexo. O fato de a M-Farm ter se originado no Quênia não é coincidência: segundo o mesmo relatório, o Quênia liderou o mundo em reformas promovendo igualdade entre os sexos nos últimos dois anos.

Novas tecnologias de comunicação também ajudam, não apenas como meio de fazer negócios, mas também em baixar as barreiras sociais. Abbas e Oguya conceberam a M-Farm como membro da AkiraChix, uma organização sediada em Nairóbi constituída por mulheres empresárias e tecnólogas determinadas a "mudar o futuro de África".

Programas de desenvolvimento inteligentes também desempenharam um papel. O programa Criação de Negócios Sustentáveis, um esforço colaborativo criado pelo governo finlandês, pela Nokia e pela InfoDev - uma parceria do Banco Mundial em nível internacional - apoiou a AkiraChix com verbas visando reforçar esse modelo para outras incubadoras empresariais e polos sociais sob gestão de mulheres.

Novas tecnologias também podem gerar empregos para o bilhão de mulheres mais pobres do mundo. Pessoas com nível de escolaridade limitado podem gerar sua própria renda realizando microtarefas, como entrada de dados. Isso muitas vezes requer acesso a um computador, mas um número crescente de firmas estão distribuindo microatividades que podem ser executadas via telefones celulares. Nos países em desenvolvimento estão 80% dos atuais seis bilhões de telefones celulares no mundo, e microatividades podem resultar na criação substancial de emprego e oportunidades para jovens, mulheres e pessoas com deficiências.

A população mundial está hoje em sete bilhões de pessoas e precisamos de homens e mulheres para reagir aos desafios de nosso tempo, como alterações climáticas, segurança alimentar e crescimento econômico sustentável. A história de Abbas e Oguya no Quênia pode ser uma inspiração para as mulheres em todo o mundo. O Dia Internacional da Mulher é uma oportunidade para homenagear mulheres como elas - e lembrar que, tendo em vista que as mulheres representam metade das soluções do mundo, tecnologia e inovação também devem ser de sua alçada. (Tradução de Sergio Blum)

Heidi Hautala é ministra de Desenvolvimento Internacional da Finlândia e foi membro do Parlamento Europeu de 1995 a 2003 e de 2009 a 2011.

Janamitra Devan é vice-presidente de Desenvolvimento dos Setores Financeiro e Privado no Banco Mundial.

>>> 

O risco do protecionismo.  Wallenberg elogia estabilidade do Brasil.  Valor Econômico - 08/03/2012

-
Para Marcus Wallenberg, da família que detém ativos equivalentes a quase 6% do PIB da Suécia, a flutuação do câmbio não preocupa tanto quanto a tendência mundial de protecionismo


Elas estão no Brasil há até um século, foram fornecedoras do primeiro bondinho do Pão de Açucar e de turbinas para Itaipu; têm nomes familiares como Ericsson, Electrolux, AstraZeneca, Asea Brown Boveri (ABB), Saab; e o presidente da holding maior acionista individual dessas empresas veio ao Brasil nesta semana. Marcus Wallenberg, cuja família detém, na holding Investor, ativos equivalentes a quase 6% do Produto Interno Bruto de toda a Suécia, disse ao Valor que os altos e baixos do câmbio não o preocupam tanto quanto a tendência - "mundial", diz ele - de protecionismo comercial.

"É importante para as empresas suecas que sejamos tão a favor do livre comércio e dos acordos internacionais", comenta ele, ao falar da tendência de aproveitar cada vez mais o Brasil na cadeia produtiva global de empresas como Ericsson, de comunicações, ou a gigante de automação e energia ABB, resultado da fusão de uma empresa suíça e outra sueca. "Estamos preocupados em ver que esses acordos deixaram de ser prioridade globalmente".

Outro fator essencial é a garantia do governo de que manterá a responsabilidade nas contas públicas, diz o executivo, que vê na estabilidade de regras componente fundamental nas decisões de investimento. "A estabilidade fiscal tem sido muito boa para atrair investimentos ao Brasil", afirma.

Para brasileiros acostumados com a exuberância e onipresença de um Eike Batista, os membros da família Wallenberg, considerados uma dinastia secular na Suécia, impressionam pelo oposto: o lema é "essere no videre", frase latina que significa "ser; não ser visto". Marcus, que, com o Investor, detém 22% do segundo maior banco sueco, o SEB, fica corado ao responder se é verdade que costuma viajar de avião em classe econômica. "Viagens de lazer, com filhos, sim", garante. Apesar do crescente desconforto da classe econômica? "Não para mim", diz, sorrindo.

Os dividendos e gratificações das principais companhias da carteira da Investor são aplicados em uma fundação da família, que usa os recursos para financiar bolsas de estudo, pesquisa e desenvolvimento no país. A manutenção da fortuna em trusts familiares, sem que nenhum membro da família controle os ativos diretamente, é apontada como uma das razões para a longa duração do poder dos Wallenberg. O bisavô do executivo, também Marcus, pressionou o governo a permitir que bancos detivessem o controle de empresas e ajudou a formação da Escola de Economia de Estocolmo, em 1909, cinco anos após queixar-se de que a Suécia tinha ótimos engenheiros e bons trabalhadores, mas carecia de empreendedores.

O atual Marcus Wallenberg veio ao Brasil acompanhando missão empresarial liderada pelo presidente do parlamento sueco, Per Westerberg, que teve, entre outros objetivos, o lobby pelo caça sueco Gripen, da Saab, na disputa pelo fornecimento de novos aviões-caça à Força Aérea Brasileira (FAB). Ao comentar a necessidade de investir em inovação e tecnologia para escapar à crise, tanto Wallenberg quanto Westerberg encontram uma maneira suave de lembrar a proposta da Saab, que envolve intensa participação da engenharia brasileira no desenvolvimento do novo caça.

"O Gripen não é uma caixa-preta", lembrou o presidente do parlamento sueco, ao ser recebido, ontem, pelo presidente do Senado, José Sarney e pela senadora Marta Suplicy. A condição de país neutro, em plena Guerra Fria, fez a Suécia dar grande atenção à independência tecnológica, diz ele. Os suecos estiveram também com o presidente da Câmara, Marco Maia, e com o secretário-executivo do ministério do Desenvolvimento, Alessandro Teixeira. "Ouvi no Brasil o mesmo que na Suíça: não podemos esquecer a necessidade de criar um ambiente que beneficie a inovação, e a preocupação em pensar globalmente", diz Wallenberg.

Não é apenas discurso: os Wallenberg atribuem a longevidade de seus negócios ao esforço em planejar para o longo prazo, mas buscando agilidade na resposta às mudanças. "A disposição de mudar e de se adaptar é uma parte importante: temos de reconhecer que as coisas mudam hoje muito mais rápido", diz Wallenberg, para quem o foco em empresas de alta tecnologia faz parte da estratégia de desenvolvimento da Suécia.

Wallenberg elogia os governos Lula e Dilma Rousseff pela disposição em investir em bolsas de estudo, universidades e centros de pesquisa. "São questões que tomam tempo, como construir empresas; mas o importante é que a disposição de enfrentar o desafio está aí", defende.

As pressões de custo sentidas pelo Brasil, com a moeda valorizada também foram sentidas, em menor grau, pela Suécia, e as empresas tiveram de se adaptar, comenta ele. Wallenberg dá o exemplo da Electrolux, que, há vinte anos, tinha 50 fábricas em território sueco, onde, hoje, só mantém duas. São Paulo costuma ser apontada pela família como o maior parque industrial da Suécia hoje em dia, pela forte presença das empresas suecas que empregam seis mil funcionários no Brasil.

As companhias das quais a Investor é sócia têm planos de expandir atividades no Brasil, garantiu. "As companhias suecas aprenderam há tempos que, para fazer negócios na América e no Brasil, devem estar muito consciente da situação cambial, das mudanças nos parâmetros econômicos", minimiza Wallenberg. "Temos muita experiência nessas dificuldades".

>>>>> 
Entrevista/Tânia Alves.  ‘A música erudita fez muita diferença na minha base'   O POPULAR/GO  07/03 .
 -
Hoje, no Dia Internacional da Mulher, a cantora Tânia Alves é a atração musical do Shopping Bougainville, com show às 19h30. Atriz, dançarina e cantora, a artista sobe ao palco com o show A Era de Ouro do Rádio, no qual ela passeia de boleros e músicas românticas e samba, com pitada de forró e cancioneiro regional. Tânia Maria do Rego Alves nasceu em 1953, na cidade de Bonito de Santa Fé, no interior do Rio de Janeiro. A artista traz na bagagem mais de 20 CDs. Ao POPULAR, Tânia Alves adiantou como será o show A Era de Ouro no Rádio, falou da sua relação com a música erudita e confessou que adora novelas e já está com saudades de atuar na TV.

Como será o show no Shopping Bougainville?

Eu vou levar pela primeira vez a Goiânia o show A Era de Ouro no Rádio, que não fica restrito aos boleros. Viajo com show pelo Brasil há uns três anos. O repertório tem samba e termina em alto astral, com marchinha de carnaval. O repertório é romântico e faz um passeio por pérolas do rádio dos anos 40. Adoro cantar em Goiânia, acho o público interativo.



Você improvisou alguma música para este show no Dia da Mulher?

Sim. Eu combinei com o violonista para a gente dar de presente para as mulheres a música Dom de Iludir, bolero do Caetano Veloso.



Como sua formação em música erudita lhe auxiliou ao longo da carreira?

Eu comecei a tocar aos 4 anos de idade, por influência do meu pai, que era músico amador. Depois, ele nem queria que eu seguisse a carreira artística, ficou sem falar comigo, aquela velha história... Na adolescência, fiz parte de quarteto de música barroca, estudei barroco alemão no Instituto Cultural Brasil Alemanha. A música erudita fez muita diferença na minha base, aprendi muito. Quando ia gravar em estúdio, fazia questão de interferir em arranjo e tudo ficou mais fácil, na música, no palco, locais que se tornaram minha praia. Recentemente, vi uma entrevista da Lady Gaga e fiquei sabendo que ela também estudou música erudita (risos), que tinha o canto lírico como base. Podemos ver que ela é inteligente por trás daquele visual e atitude.



Tem vontade de retornar à TV?

Sim. Adoro fazer novela e estou à espera de convites. No momento, tenho convites para dois musicais em São Paulo e uma comédia no Rio. Estou avaliando, pois ainda tenho de cuidar do meu spa.



Qual a receita para tanta energia?

Acho que é saúde mesmo, com boa alimentação e exercício físico. Tem mais de 40 anos que não como carne, peixe e frango. Como mais verduras, raízes como aipin e batata, grãos e brotos germinados, castanhas. Arroz, só como cerca de uma vez por mês.



Durante muito tempo as pessoas achavam que você era nordestina por conta de personagens como a Maria Bonita...

Acho que este rótulo já não existe mais. Isso foi mesmo muito forte, mas nunca me incomodei, pois ganhei muito dinheiro com os trabalhos que iam aparecendo. Lógico que eu sempre gostei de desafios, gostaria de ter feito muito mais papéis diferentes, mas não poderia recusar o que surgia e até sou grata pois acabei montando um spa com o nome Maria Bonita.
>>>> 
Os raios e a nossa fragilidade.  Washington Novaes é jornalista O POPULAR/GO  08/03

-
Na semana passada, quando se iniciava a Conferência Estadual de Meio Ambiente, foram comentados neste espaço relatórios do Ministério do Meio Ambiente, com números alarmantes sobre a perda de vegetação no Cerrado e as consequências que isso poderá ter para o regime de chuvas, a produtividade do solo, a disponibilidade de água, a produção agropecuária e outros problemas – desprezando também o imenso potencial da biodiversidade cerratense.

Um novo documento, preparatório para a reunião mundial Rio + 20 (junho próximo), escrito por 20 cientistas e personalidades que já receberam o prêmio Blue Planet (considerado o Nobel do meio ambiente), traz agora conclusões muito inquietantes sobre o estado do planeta e as perspectivas nas próximas décadas. Elas serão comentadas aqui nas próximas semanas. Mas vale a pena destacar apenas algumas das palavras iniciais: “População, crescimento e os padrões de consumo com eles relacionados são os elementos críticos da maior parte da degradação ambiental e dos problemas sociais que enfrentamos (...) Crescimento material sem limites em um planeta com recursos finitos e frequentemente frágeis será insustentável”.

Estas linhas são escritas no momento em que o país enfrenta vários “desastres naturais”, muitos deles relacionados com mudanças de clima (geradas por ações humanas): o Estado do Acre enfrenta inundações recordes, com número de vítimas também inédito; o Paraná perde quase 20% da safra de feijão, por causa de seca, assim como o Rio Grande do Sul também enfrenta perda histórica nas colheitas de grãos; o Ministério da Agricultura acredita que as perdas agrícolas na região, por causa de estiagem ou inundações, poderão até ultrapassar 20%, com 6% da população diretamente atingidos. Em Minas Gerais, foram 2,8 milhões de pessoas atingidas pelas chuvas em 182 municípios, com 122 deles em estado de emergência, 25 mil pessoas desalojadas.

No ano passado, 883 municípios brasileiros foram atingidos por fenômenos como esses. Só na região serrana fluminense morreram mais de 900 pessoas. E outros fenômenos indesejáveis se seguiram, com poucas notícias e repercussão, como a de que o nível do mar no norte do Estado de São Paulo sobe cada vez mais rapidamente e já chegou a 74 centímetros entre 1944 e 2007, segundo o Departamento de Engenharia Hidráulica e Ambiental da Universidade de São Paulo; em um século, a perda poderá chegar a um metro, com graves consequências na perda de praias, fluxos hídricos, altura das ondas, etc.

A elevação do nível do oceano já está levando, aliás, vários países-ilhas do Pacífico a entrar na Corte Internacional de Haia com pedido de sanções contra os países industrializados, que com suas emissões seculares de poluentes têm participação decisiva no fenômeno, que poderá levar ao desaparecimento dos queixosos: “A culpa não é nossa, é de vocês”, têm repetido eles na Convenção do Clima. Outro estudo da Universidade de São Paulo mostra que entre 2003 e 2010 as geleiras e outras áreas cobertas na Terra têm perdido 536 bilhões de toneladas de gelo a cada ano – e isso se traduz em elevação de 12 milímetros no nível dos oceanos, segundo a Universidade do Colorado, EUA. Tal derretimento equivale ao dobro da água contida no Rio Amazonas.

Também por aqui há problemas. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), o aquecimento da Terra está acelerando a erosão do solo e sua capacidade de reter carbono, além do processo de formação de matéria orgânica, criação de nutrientes, regulação dos regimes hidrológicos. Na verdade, o solo retém três vezes mais carbono que a atmosfera (Planet Ark, 14/02/12). E tudo se relaciona com o aquecimento, que, segundo cinco institutos de pesquisa da França (France Presse, 10/02/12), dificilmente se conterá no limite de 2 graus Celsius ao longo deste século (além daí, as consequências serão ainda mais dramáticas); até 2100, a elevação poderá chegar a 5 graus.

Talvez algumas das informações mais surpreendentes sobre consequências do clima e influência, neles, de ações humanas, esteja em relatório do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Diz ele (23/02) que a incidência de descargas (raios) no Brasil tem aumentado consideravelmente. Nas cidades com mais de 200 mil habitantes, o crescimento foi de 11% entre 2009 e 2010 (nas cidades com menor população, aumento de 5%). Na cidade de São Paulo, a incidência média de raios tem sido de 14 por quilômetro quadrado ao ano, ou 60% mais que há 60 anos. A cidade onde eles mais caem é Porto Real (RJ) (27 por km²/ano), seguida de São Caetano do Sul (22,8 por km²/ano). Em mais meio século, o número de tempestades vai dobrar em São Paulo e Campinas, assegura o ELAT. O motivo é a formação de ilhas urbanas de calor, a presença de construções muito altas, torres de telecomunicações e outras – que podem atrai-los. E o Brasil já é o país com maior número de descargas elétricas: 57,8 milhões por ano, média de mais de 150 mil por dia.

Pela primeira vez, em 2011, o Elat conseguiu captar imagens de raios ascendentes, que nascem no solo, ao contrário da regra geral, quando nascem nas nuvens e caem para o solo. As imagens captadas (4 mil quadros por segundo) foram conseguidas no alto do pico do Jaraguá, em São Paulo, o ponto mais alto do município. No Japão, o mesmo fenômeno está levando a estudos sobre a localização de pás de usinas eólicas, torres de comunicação, aglomerações urbanas, etc.

A ação humana, como dizem os sábios do Blue Planet, precisa ser revista – na terra, no ar, na água, no mar e até onde nascem os raios.
>>>> 
Guerras ganham destaque na Coleção Folha.   Oitavo livro chega às bancas neste domingo, com fotografias tiradas entre 1864 e 1945 FOLHA SP 08/03
-
Distantes da realidade da maioria dos brasileiros, as guerras costumam ser vistas hoje como fatos mais relacionados ao cotidiano de outros países. Mas houve um tempo em que o Brasil se transformava à custa da violência.

Apesar da imagem pacífica do povo brasileiro, os registros históricos mostram que ele não deixou de se envolver em conflitos.

As fotos do oitavo volume da Coleção Folha Fotos Antigas do Brasil retratam as batalhas mais importantes de que o país participou entre 1864 e 1945.

Das guerras externas -como a do Paraguai (1864-1870) e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)-aos confrontos internos, como a Revolução Constitucionalista de 1932, as imagens testemunham eventos desde o século 19 até os anos 1950.

A obra está dividida em cinco seções temáticas ("Guerras e Batalhas", "Confrontos e Registros Oficiais", "Império", "República Velha" e "Era Vargas").

Alternam-se nas páginas imagens registradas por anônimos e cliques de pioneiros como Marc Ferrez (1843-1923) e Claro Jansson (1877-1954). Muitas delas, vale ressaltar, foram feitas sob encomenda -para legitimar a ação dos vencedores.

A coleção, dedicada a apresentar algumas das fotografias mais importantes realizadas no país entre 1840 e 1960, tem 20 volumes. O resultado da compilação de grandes acontecimentos e cenas comezinhas é uma história ilustrada do país, uma narrativa do cotidiano através da fotografia.

As cenas foram captadas por fotógrafos que entraram para a história como testemunhas oculares e protagonistas da consolidação da técnica como arte no Brasil.

O conjunto de cerca de 900 imagens da coleção é oriundo dos principais acervos do país, como o do Instituto Moreira Salles (apoiador da coleção), o do Arquivo Público do Estado de São Paulo e o da Fundação Pierre Verger.

>>> 
Cientistas confirmam relação entre calvície precoce e problemas de próstata   FSP 07/03

-
Um grupo de cientistas espanhs confirmou a existcia de uma relao entre a calvie precoce e a hiperplasia benigna da prtata (HBP), um crescimento n maligno da prtata que, geralmente, aparece nos homens com mais de 40 anos.

Segundo a Universidade de Granada, situada no sul da Espanha, esta doen ?registrada em 50% dos homens com mais de 60 anos e pode ser identificada com uma excessiva de vontade de urinar.

O estudo cientico, publicado na revista da Academia Americana de Dermatologia e ganhador do primeiro prio do 68?Congresso Anual desta mesma instituio americana, explica que os homens que sofrem calvie precoce t mais possibilidades de sofrer de HBP do que os demais.

A calvie precoce ocorre com mais frequcia nos homens do que nas mulheres e apresenta um componente hereditio que evolui progressivamente sem tratamento.

A hiperplasia benigna tamb costuma ser frequente e provoca um crescimento anormal e desordenado das gldulas que est em contato direto com a uretra, sendo que a formao de um tumor (benigno) acaba obstruindo a saa da urina.

Para a realizao deste estudo, os cientistas analisaram 87 homens, 45 deles diagnosticados com calvie precoce e outros 42 ss. A partir da? os resultados demonstraram que existia uma relao clara e direta relao entre os sujeitos com calvie precoce e os que sofriam de HBP.

A pesquisa foi realizada atrav de estudos de pesquisadores da Universidade de Granada, do Hospital Universitio San Cecilio de Granada e do Hospital St. Thomas de Londres.
>>> 
Clássica e contemporânea.  Estreia de Marin Alsop na Osesp lança holofotes sobre a orquestra no cenário internacional FOLHA SP 08/03

-
-
Tendo à frente Marin Alsop, considerada a melhor maestrina da atualidade, a Osesp (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo) estreia hoje sua temporada de 2012 pensando grande.

Alsop conciliará sua atividade como regente titular da Osesp com o posto de diretora musical da Sinfônica de Baltimore, uma das dez melhores orquestras dos EUA.

Ex-aluna do maestro e compositor Leonard Bernstein (1918-1990), ela também coordena um festival de música contemporânea na Califórnia e desenvolve projetos em comunidades carentes.

Substituindo o francês Yan Pascal Tortelier, conduzirá a Osesp por 12 semanas neste ano, em uma programação com recortes ousados para quem tem ainda pouca familiaridade com a música erudita brasileira: obras de Camargo Guarnieri e Villa-Lobos (com Nelson Freire como solista) estarão sob sua batuta. Ela será também a curadora do Festival de Inverno de Campos do Jordão.

"A Osesp é uma das principais orquestras emergentes da atualidade. A vinda de Alsop a coloca imediatamente no mapa da música erudita internacional. É um casamento promissor", diz James Jolly, editor da revista "Gramophone", que, com outros cinco jornalistas estrangeiros, veio ao Brasil conferir a estreia.
>>>> 
Festival de Campos deve ter compositor mexicano.  Enrico Chapela, expoente da música contemporânea, será convidado.  Outros planos incluem gravações de música sinfônica para crianças, e dos repertórios brasileiro e latino FOLHA SP 08/03
-
Marin Alsop chegou ao Brasil na segunda-feira ao meio-dia e já às 14h trabalhava com a orquestra, intensificando uma rotina de ensaios que, na gestão anterior, foi alvo de reclamação por parte de músicos que a consideravam "frouxa".

Indagada sobre os motivos que a levaram a aceitar o convite da Osesp, ela explica: "Foi um passo não convencional. Eu me empolguei com as possibilidades, que aqui parecem mais amplas do que em outros lugares onde a cultura erudita está mais estabelecida. Aqui, os músicos parecem mais animados".

O fato de ser mulher em um meio predominantemente masculino é tema recorrente em qualquer alusão que se faça a seu trabalho. "Na nossa sociedade, há escassez de mulheres em posições de liderança em todos os campos, não só nas orquestras", diz.

Ela enumera seus planos na Osesp: "Além do ciclo de sinfonias de Prokofiev, pretendo gravar música para crianças e explorar os repertórios brasileiro e latino".

Sobre o Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, adianta: "Ainda estou me familiarizando com o conceito, mas pretendo trazer um compositor para dar uma 'master class'. Deverá ser Enrico Chapela".

O mexicano Chapela terá a estreia mundial de seu concerto para violoncelo elétrico e orquestra sendo executada pela Osesp em julho. Ele é um dos jovens expoentes da música contemporânea atual, gênero pelo qual Alsop tem particular afeição, apesar do preconceito que o cerca.

"Quem menos oferece resistência a este tipo de música são os jovens ou mesmo as crianças", diverte-se. "O ideal na programação de uma orquestra é balancear o contemporâneo com a música clássica tradicional", diz.

De acordo com Alex Ross, crítico musical da revista "New Yorker", "Alsop sempre mostrou aptidão para atrair tanto músicos como plateias a apreciar músicas das quais achavam que não iriam gostar. Ela se tornou uma estrela fazendo dos compositores as estrelas".

Buscando melhor sonoridade, e com ajuda de um engenheiro acústico, Alsop conta que trocou de lugar algumas seções da orquestra para este início de temporada.

Os metais ficaram mais perto da plateia e os naipes de cordas foram colocados em alturas diferentes. "A acústica da Sala São Paulo é muito boa e com esta configuração ficou ainda melhor."

O programa de abertura não podia ser mais adequado: uma das mais belas peças do repertório mozartiano, o "Concerto Nº 22" para piano, compõe a primeira parte. Na sequência, a quinta sinfonia de Shostakovich evocando os contrastes da primeira metade do século 20. A abertura fica por conta de uma peça assinada pela brasileira Clarice Assad, filha do violonista Sérgio Assad, utilizando como tema o hino nacional brasileiro. (MORRIS KACHANI)

OSESP
QUANDO hoje e sex., às 21hs, sáb., às 16h30; dom., às 11h
ONDE Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, 16; tel. 0/xx/11/3223-3966); no dom., no parque da Independência (r. dos Patriotas, s/n)
QUANTO R$ 26 a R$ 149; grátis no domingo.
CLASSIFICAÇÃO sete anos; livre no domingo.

>>> 

Cultura de SP quer cotas para ter mais controle sobre OS.   Entidades privadas gestoras de orquestras e teatros poderão ter representantes do Executivo no conselho FOLHA SP 08/03
-

Para quatro diretores de organizações ouvidos pela Folha, proposta é "intervencionista" e "desnecessária"

-
O governo de São Paulo estuda criar cotas para membros do Executivo nos conselhos de administração das OS (Organizações Sociais), entidades privadas sem fins lucrativos que administram teatros, orquestras, hospitais e ambulatórios no Estado.

A proposta faz parte de um estudo em elaboração na pasta da Cultura, que no ano passado transferiu R$ 384 milhões para 22 organizações.

"É dinheiro público. Por isso, precisamos passar para uma segunda geração do modelo de gestão das OS, para aprimorar o sistema e dar segurança jurídica", disse à Folha Andrea Matarazzo, secretário estadual da Cultura.

Diretores de quatro entidades, ouvidos sob a condição de anonimato, dizem que modificar a lei atual é uma ideia "intervencionista" e "desnecessária", pois a fiscalização já é "exagerada".

No mês passado, o governo estadual criou um grupo de trabalho com membros de cinco secretarias e da Procuradoria-Geral do Estado. O objetivo é elaborar propostas sobre as entidades e enviá-las à Assembleia Legislativa de São Paulo. Serão discutidas também mudanças como novos indicadores para avaliar as entidades (veja ao lado).

GESTÃO

O modelo de OS foi criado em 1998 durante o governo do então presidente FHC para dar mais agilidade administrativa a áreas como saúde e cultura sem as amarras burocráticas do Estado.

Para o promotor Silvio Marques, que investiga supostas irregularidades envolvendo OS, mudanças como membros do Executivo no comando das entidades não impedem desvios de recursos.

"A corrupção e o ralo de dinheiro público continuam. O governo deveria administrar esses equipamentos via Lei de Licitações", afirmou.

Já o professor Flávio Alcoforado, que atuou na criação do modelo, diz que a fiscalização dos gastos na Lei das OS é um avanço em relação à Lei de Licitações.

"Há auditorias independentes, prestações de contas. A Lei de Licitações usa regras gerais para serviços diferentes. Com as OS, podem ser usadas regras próprias para cada setor, o que deixa as contratações e os custos de serviço mais transparentes."

<>>>> 
MICHELLE BACHELET
O ASSUNTO É  DIA DA MULHER.   Empoderar as mulheres rurais FOLHA SP 08/03

-
No campo, elas trabalham muitas horas e recebem pouca ou nenhuma remuneração, mas produzem grande parte dos alimentos colhidos no mundo

Neste Dia Internacional da Mulher, solidarizo-me com as mulheres do mundo todo pelos direitos humanos, pela a dignidade e pela a igualdade, um sentimento que milhões de pessoas compartilham.

Neste primeiro aniversário da ONU Mulheres, saúdo a todas as pessoas, governos e organizações que trabalham pelo empoderamento das mulheres e pela igualdade de gênero.

A criação da ONU Mulheres coincidiu com profundas mudanças no mundo, que vão desde os crescentes protestos contra a desigualdade até as mobilizações pela liberdade e a democracia no mundo árabe.

Tais eventos reafirmaram nossa convicção de que um futuro sustentável só poderá ser alcançado por mulheres, homens e jovens que desfrutem da igualdade plena.

Desde os governos que modificam leis até empresas que oferecem empregos decentes e remunerações iguais, passando por pais e mães que ensinam seus filhos e filhas que todos os seres humanos têm que ser tratados do mesmo modo, a igualdade depende de cada um de nós.

No século passado, desde que se começou a celebrar o Dia Internacional da Mulher, testemunhamos transformações nos direitos legais, bem como avanços na educação e na participação das mulheres na vida pública. Atualmente, há mais mulheres liderando na política e nos negócios, mais meninas frequentando a escola, mais mulheres sobrevivendo aos partos e podendo planejar suas famílias.

No entanto, apesar dos enormes avanços, nenhum país pode se declarar totalmente livre da discriminação de gênero. Essa desigualdade manifesta-se em persistentes hiatos de gênero nos salários e oportunidades, na baixa representação de mulheres nos postos de liderança, nos casamentos precoces e na violência contínua contra as mulheres, em todas as suas formas.

Em nenhum contexto as disparidades e obstáculos são mais importantes para as mulheres e meninas do que nas áreas rurais. Trabalham muitas horas com pouca ou nenhuma remuneração e produzem uma grande parte dos alimentos colhidos. São agricultoras, empresárias e líderes. Suas contribuições mantêm famílias, comunidades, países e todos nós.

Apesar disto, elas enfrentam algumas das piores desigualdades no acesso aos serviços sociais, à terra e a outros bens de produção. Isso impede a elas e ao mundo o desenvolvimento do seu potencial pleno, o que me leva ao tema principal desde Dia Internacional da Mulher.

Nenhuma solução duradoura será encontrada para as principais mudanças que enfrentamos -desde mudanças climáticas até a instabilidade política e econômica- sem o pleno empoderamento e sem a participação das mulheres do mundo todo.

Sua participação plena na esfera política e econômica é fundamental para a democracia e a justiça. A igualdade de direitos e oportunidades é a base das economias e sociedades saudáveis.

Dar às agricultoras o mesmo acesso aos recursos oferecido aos homens tiraria da fome entre 100 e 150 milhões de pessoas.

Se dessem renda, direito à terra e crédito às mulheres, haveria menos meninas e meninos desnutridos. Estudos demonstram que os maiores níveis de igualdade de gênero guardam uma correlação positiva com números mais elevados de Produto Interno Bruto per capita. Abrir as oportunidades econômicas às mulheres incrementaria o crescimento econômico e reduziria consideravelmente a pobreza.

Hoje, Dia Internacional da Mulher, reafirmemos nosso compromisso com os direitos das mulheres e caminhemos em direção ao futuro com coragem e determinação. Defendamos os direitos humanos, a dignidade e o valor inerente a todas as pessoas, bem como os mesmos direitos para homens e mulheres.

MICHELLE BACHELET, 60, é diretora-executiva da ONU Mulheres. Foi presidente do Chile (2006-2010)

>>> 

Falta ambiente na Rio +20, afirma Ricupero.  Ex-ministro e negociador na Eco-92 vê dispersão de objetivos em conferência da ONU FOLHA SP 08/03

-
Um grupo coordenado pelo embaixador Rubens Ricupero deve encaminhar ao governo brasileiro um documento criticando a pauta da Rio +20, conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável que acontecerá em junho, no Rio.

De acordo com Ricupero, a organização da Rio +20 está marginalizando o tema ambiental e erra ao abordar vários assuntos relacionados ao desenvolvimento sustentável de maneira desfocada.

Isso significa, por exemplo, centrar a agenda da conferência no debate sobre a possível criação de uma agência da ONU para o desenvolvimento sustentável.

"O Brasil vive insistindo que temos de ver o lado econômico, o ambiental e o social do desenvolvimento sustentável. Mas qual é o foco? Ninguém sabe. O foco é tudo", disse Ricupero durante uma reunião sobre a Rio +20 promovida pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

"Essa abordagem é incorreta. As pessoas não percebem que o ambiente é a condição de possibilidade dos pilares econômico e social. O foco da conferência Rio +20 deve ser ambiental", disse.

Para o embaixador, a agenda da Rio +20 deixa de fora um alerta sobre problemas ambientais urgentes, como a extinção acelerada de espécies por causa de mudanças que afetam o clima.

ERA GLACIAL

"O que nos separa da última era glacial é uma diferença de 5 graus Celsius. Se nós tivermos mais 5 graus Celsius a partir de agora, não sabemos o que vai acontecer."

A movimentação de Ricupero contra a pauta da conferência é simbólica. Ele foi um dos principais nomes da Eco-92, responsável pelo capítulo financeiro do documento resultante da reunião. Ricupero também já foi secretário-geral da Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento) e ministro da Amazônia e do Meio Ambiente de 1993 a 1994.

O texto contra a Rio +20, de acordo com Ricupero, está começando a ser preparado por ele e por colegas como o físico José Goldemberg, da USP, e o ex-deputado ambientalista Fábio Feldmann.

Antes de ser enviado ao governo, o documento será revisado por cientistas e pelo Fórum dos Ex-Ministros do Meio Ambiente, criado para discutir o Código Florestal.

A ideia é que o texto seja incluído na agenda do encontro no Rio. "Mas, se isso não acontecer, queremos que ele seja incluído no debate da sociedade civil", disse.

-
Magistratura/ O papel da Magistratura e do Judiciário Brasileiro na consolidação dos Direitos da Mulher será discutido hoje, em Brasília, durante o encontro “Por um Brasil sem violência contra a mulher”, realizado pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). Na ocasião, serão apresentados relatos e depoimentos sobre os cinco anos da Lei Maria da Penha.Coluna azedo.df@dabr.com.br CORREIO BSB 08.03
>>> 
Mortes.  Estima-se que 5,3 milhões de mulheres no Brasil já tenham abortado ilegalmente, das quais 55% precisaram ficar internadas em hospitais públicos para recuperação. Segundo o Ministério da Saúde, em decorrência do aborto ilegal, morrem por ano no Brasil pelo menos
250 mulheres. Coluna luizazedo.df@dabr.com.br CORREIO BSB 08.03
>>> 

POLÍTICA CULTURAL / »  Arrocho no FAC.   Secretaria de Planejamento "contingencia" R$ 20 milhões que seriam destinados ao fundo usado pelos artistas da cidade para apresentar suas produções à comunidade CORREIO BSB 08.03
-
É com insatisfação e revolta que a classe artística tem recebido a última novidade sobre o Fundo de Apoio à Cultura (FAC). Dentro do plano de corte de gastos do Governo do Distrito Federal, o fundo sofreu um contingenciamento, que começou em fevereiro, de R$ 19.812.264, valor que equivale a cerca de 38% do total de recursos disponíveis para este ano (R$ 53 milhões). Segundo a Secretaria de Planejamento e Orçamento, que empreendeu a retenção da verba, a decisão é “preventiva, que visa garantir o cumprimento das metas fiscais previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias”.

À medida que a arrecadação (receita) for aumentando, os recursos serão liberados, informou o secretário Edson Ronaldo Nascimento, por meio da assessoria de imprensa. Na superfície, não parece grave. Mas os representantes da cultura do DF temem pelo pior: desvio do dinheiro para outras áreas e atraso na aprovação de novos editais. Hoje, às 19h30, membros do Fórum de Cultura reúnem-se no auditório do Museu Nacional da República, para debater o futuro do FAC.

Leonardo Hernandes, subsecretário de fomento da Secretaria de Cultura, vê problemas no calendário de editais do FAC. “Quem tem projetos aprovados não será afetado. O prejudicado será o nosso planejamento para 2012. Tínhamos feito uma discussão com movimento cultural para fazer dois blocos de editais. O do primeiro semestre, inclusive, já estamos finalizando para enviar à procuradoria.” Segundo ele, a ideia era dividir em dois para melhorar a aplicação da política e o impacto que a gente ia ter pelo número de propostas. “Não ia pesar tanto no caixa do GDF. Com o contingenciamento, vamos ter que segurar um pouco mais. A gente fica sem orçamento para lançar os editais. Praticamente nos obriga a fazer apenas um bloco de editais, de julho a agosto”, detalha. A Secretaria de Cultura já entrou em contato com a pasta de Planejamento, para pedir a anulação da medida.

Corte em debate
Para o maestro Rênio Quintas, coordenador do Fórum de Cultura, o controle orçamentário é um absurdo, já que atinge o único amparo governamental direcionado aos artistas locais. “Estamos ampla, total e profundamente consternados com o tratamento que a cultura está sofrendo nesta gestão. É inaceitável que qualquer governo que tenha um olhar para a cultura faça qualquer tipo de contingenciamento na única política cultural que está funcionando, mesmo assim muito precariamente”, lamentou. O assunto também chegou à pauta de discussão dos parlamentares distritais, na Câmara Legislativa do DF.

Na última quarta, o deputado Cláudio Abrantes (PPS), líder da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura, se pronunciou contra a providência tomada pelo GDF, e iniciou um debate sobre outros temas concernentes à cultura, como a necessidade de abertura de edital de concurso público para a Secretaria de Cultura e a tramitação, ainda lenta, da Lei de Incentivos Fiscais, que está no Executivo, mas ainda não chegou à Câmara. “A cultura, que já sofre com orçamento, na minha opinião…, a expressão que posso usar é que o orçamento é ridículo. Na sua principal fonte de financiamento, o FAC tem esse corte de uma maneira inexplicável e inadmissível”, disse o parlamentar, que já encaminhou requerimento ao governo, assinado pelos 24 distritais, para imediato descontingenciamento dos recursos.

No bojo de discussões, que contou com a fala de poucos deputados — o plenário estava com cerca de um terço das cadeiras ocupadas —, Wasny de Roure (PT) cobrou relatórios das finanças do FAC 2011 e lembrou a farra das emendas orçamentárias, que incham o calendário apenas de eventos “supostamente” culturais e outros assuntos irrelevantes, como a consolidação de datas comemorativas. Na sua vez, Chico Vigilante (PT) disse que a situação na área da “cultura está um pouco pior que a do transporte”.

O ator de teatro Adeilton Lima, presente no plenário com outros agentes da cultura, lembrou a Abrantes as 13 promessas (veja quadro) do governador Agnelo Queiroz anunciadas quando este fazia campanha eleitoral. Entre elas, está a criação de um sistema e um plano distrital de Cultura, para integrar a capital às políticas do Ministério da Cultura. Por enquanto, a ideia não saiu do papel. “Por que não há contingenciamento para as obras da Copa do Mundo de 2014? ”, questionou Lima.

As 13 propostas de Agnelo
» Criar o Sistema e o Plano Distrital da Cultura, inserindo o DF nas políticas do Ministério da Cultura

» Descentralizar a cultura com a incorporação das Diretorias Regionais de Cultura (DRC)

» Reestruturar o Conselho Distrital de Cultura e efetivar os Conselhos Regionais eleitos nas Conferências

» Promover conferências regionais e distrital da cultura a cada dois anos

» Revitalizar a Secretaria de Cultura para a administração dos bens e equipamentos culturais públicos do
Distrito Federal

» Democratizar o acesso e dar transparência aos recursos públicos

» Implantar nova gestão para o Fundo de Apoio à Cultura garantindo a aplicação de 0,3% da receita líquida corrente do DF e a criação de novos mecanismos de financiamento

» Ampliar para 200 os pontos de cultura em todas as cidades do DF

» Criar o ambiente político/administrativo necessário para a melhor forma de gerir os espaços e equipamentos públicos culturais e sua programação, com participação dos conselhos paritários e dos agentes do governo. O objetivo é qualificar os serviços e priorizar a produção artística local

» Incorporar as diretrizes da Conferência Distrital às Leis Orçamentárias do DF

» Criar ações de desenvolvimento para a economia criativa,

gerando emprego, renda e previdência para os trabalhadores das artes
» Revitalizar, reaparelhar e/ou construir equipamentos culturais permanentes em todas as cidades do DF

» Desenvolver programas e projetos transdisciplinares com outras áreas do governo — comunicação, turismo, educação, saúde, meio ambiente e direito humanos etc
>>> 
A primeira visita de JK CORREIO BSB 08.03

-
A Fazenda Gama foi o primeiro local visitado pelo presidente Juscelino Kubitschek (na foto, de paletó e gravata) na região escolhida para a construção da nova capital do Brasil. A visita ocorreu em 2 de outubro de 1956, quase quatro anos antes da inauguração da nova cidade. A sede da fazenda ficava perto do local onde está o Catetinho, a primeira residência oficial de Kubitschek. Brasília foi instalada a oito quilômetros desse ponto.

A decisão de transferir a capital para o interior do país levou à desapropriação de quatro fazendas, entre elas a Gama. A responsabilidade da desapropriação coube à Comissão Goiana de Cooperação para a Mudança da Capital do Brasil. A região do Gama surgiu posteriormente para abrigar excedentes populacionais decorrentes da construção de Brasília.

Em 1955, uma pista de pouso e um rancho para passageiros foram criados por Bernardo Sayão. Era o chamado Aeroporto Vera Cruz, onde hoje está a Rodoferroviária. Sayão abriu uma trilha que ligava o aeroporto à Fazenda Gama. A visita de Kubitschek ocorreu no ano seguinte.

A área correspondente à antiga Fazenda Gama é bastante extensa. Engloba o Riacho Fundo 2, o Núcleo Bandeirante, o Park Way, a região do Catetinho, o Aeroporto Internacional JK, parte do Lago Sul e a Vargem Bonita, segundo a Terracap. Alguns pontos da região se tornaram focos constantes de grilagem, como a chamada Ponte Alta do Gama. A Terracap reconhece a existência de “problemas jurídicos” na região. (VS)

>>> 


CONGRESSO »  Código Florestal flexível.  Relator do projeto na Câmara apresenta proposta com 28 alterações em relação ao texto aprovado no Senado. Ministro da Agricultura admite que "correções" serão necessárias CORREIO BSB 08.03

-
Protesto de ambientalistas em frente ao Congresso: ONGs pedem que Dilma vete o Código Florestal

Preocupado com o pesado clima político em torno da votação do novo Código Florestal, o Palácio do Planalto enviou ontem à Câmara a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e da Agricultura, Mendes Ribeiro, para tentar costurar um acordo sobre o texto que deve ir a votação no plenário da Casa na próxima semana. Sem sucesso. Em meio à divisão entre partidos da base aliada, o relator na Câmara do projeto que cria o novo Código Florestal, Paulo Piau (PMDB-PR), apresentou um parecer “provisório”, com itens em aberto para negociação e pontuado por discordâncias entre ruralistas, ambientalistas e governo.

De acordo com Piau, o texto preliminar traz 28 alterações em relação à versão aprovada pelo Senado no ano passado. Entre as mudanças estão a exclusão dos apicuns e salgados, que são áreas de mangue utilizadas para a criação de camarões, da classificação de áreas de preservação permanente (APPs) e a liberação de pastagens e plantios nas áreas entre 25 graus e 45 graus de inclinação. Até a última terça-feira, o governo recusava qualquer tipo de mudança em relação ao texto aprovado no Senado. Agora, mostra-se mais flexível. “Todo mundo sabe que a versão do Senado avançou em relação à Câmara, mas existem falhas no texto que precisam ser corrigidas”, admitiu o ministro Mendes Ribeiro, depois de participar de reunião com líderes governistas, na Câmara.

Multas
O governo tem pressa em aprovar o novo código para evitar uma prorrogação do decreto presidencial que suspende a aplicação de multas aos produtores rurais que descumpriram regras ambientais estabelecidas em 2008 e para minimizar a pressão política da realização da Rio +20 sobre a discussão do texto

Ontem, manifestantes de cerca de 250 entidades ambientais e organizações de pescadores e camponeses se reuniram em frente ao Congresso. Exibindo faixas defendendo a preservação dos mangues e pedindo o veto presidencial ao novo código, eles protestaram contra a proposta que tramita na Casa. “Não aprovar o código ou atrasar sua votação é o pior dos cenários. Será muito mais complexo negociar acordos com a proximidade da Rio +20”, avalia Piau.

No momento, são as discórdias que marcam o texto do novo código. O governo quer evitar a aprovação, por exemplo, de um artigo que obriga a recomposição florestal nas áreas de expansão urbana na razão de 20 metros quadrados por habitante. A exigência tem impacto direto sobre programas sociais de habitação, como o Minha Casa, Minha Vida, por conta do encarecimento dos projetos. Os ambientalistas defendem o artigo. “Pessoalmente, eu também concordo. Mas a pressão sobre o preço do lote virá”, reconhece Piau.

Contra o governo, os ruralistas defendem o retorno da Emenda nº 164, que anistiava plantações e pastos feitos em APPs até 2008, e do texto da Câmara na definição de regras para a recomposição florestal nas APPs em margens de rios. A versão da Câmara determinava apenas uma metragem mínima para a recomposição, de 15 metros, para rios de 10 metros de largura. No caso de rios maiores, os limites ficariam a critério da União e de legislações estaduais. O Senado definiu faixas de recuperação entre 30 e 100 metros de vegetação para rios maiores de que 10 metros de largura.

Principais polêmicas
Confira os entraves para a aprovação do Código Florestal
Obrigatoriedade de recomposição ambiental de 20 metros quadrados para cada habitante, nas chamadas zonas de expansão urbana. O governo quer retirar o item do código.

Regras para recomposição de Áreas de Preservação Permanente (APPs) nas margens dos rios. Governo e ambientalistas concordam com a versão do Senado, com metragens de recomposição variáveis segundo a extensão do rio. Ruralistas querem de volta o texto da Câmara, que estabelece uma metragem mínima para a recomposição, de 15m, e deixa limites maiores a critério da União e dos estados.

A bancada ruralista quer retomar a chamada Emenda nº 164, que libera totalmente plantações e pastos feitos em APPs até 2008. O governo é contra e quer liberar apenas atividades de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental.

Nenhum comentário: