terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
POLÍTICA CULTURAL » O FAC e a
burocracia
Falta
de objetividade nos projetos apresentados é principal entrave, além do pouco
número de técnicos para apreciação de propostas
O
subsecretário de Fomento, Leonardo Hernandes, afirma: "As pessoas não
conseguem ser objetivas" CORREIO 13.02
-
Os
artistas beneficiados com os editais do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) de 2011
tiveram trabalho. Para conseguir que os projetos concorressem aos R$ 35 milhões
disponíveis, precisaram enfrentar as “dificuldades” de um sistema informatizado
e uma série de mudanças que dificultaram o processo. Em vez de categorias divididas
por linguagens, o FAC contemplou finalidades. Seis no total, distribuídas por
criação e produção, circulação e difusão, registro e memória, montagem de
espetáculos, indicadores e formação, qualificação e manutenção de grupos e
espaços. A quantidade de inscritos habilitados a concorrer na primeira fase do
processo chegou a 848, mas a última etapa diminuiu o número para 283, total bem
inferior aos 458 aprovados em 2010. No cofre do FAC sobraram R$ 10 milhões, que
devem se somar ao montante de 2012 e engordar as duas etapas de editais, que
chegarão a R$ 53 milhões.
Para
Leonardo Hernandes, subsecretário de Fomento da Secretaria de Cultura, a
redução de aprovados se deu por causa das mudanças e da qualidade dos projetos
apresentados. “As pessoas não sabem o que é ‘objetivo’. O objetivo nunca é
objetivo. O cara não fala ‘vou fazer uma peça do teatro’, ele fala ‘vou
enaltecer o teatro da cidade’ porque acha que esse discurso vai encantar a
pessoa que vai analisar o projeto. As pessoas não conseguem ser objetivas, elas
não sabem o que é meta, por exemplo. A maior dificuldade é conseguir colocar as
ideias no papel.”
Outra
dificuldade diz respeito à burocracia exigida para concorrer aos recursos. Os
proponentes precisam apresentar três orçamentos diferentes — uma exigência da
Lei nº 8.666, que regulamenta contratos e licitações da administração pública —
e, na maioria das vezes, não usam nenhum dos valores apresentados. Hernandes
quer negociar uma mudança no decreto que institui o FAC de maneira a permitir o
uso de uma tabela de orçamentos da Fundação Getulio Vargas (FGV), a mesma
utilizada pelo Ministério da Cultura (MinC).
Mesmo
com as inscrições informatizadas, o FAC sofre com a falta de pessoal. Na
Secretaria de Cultura, não há servidores suficientes para tratar as propostas
com rapidez. O resultado é o atraso nos pagamentos e na liberação das
prestações de contas. São entraves que dificultam as produções das obras
contempladas, detalhes que Leonardo Hernandes quer tentar corrigir durante
gestão na Subsecretaria de Fomento. Abaixo, Hernandes fala sobre as maiores
dificuldades do FAC.
Resultados
da distribuição do dinheiro do FAC
»
Brasília e Sudoeste: 22%
»
Varjão: 4%
>>>
HISTóRIA » A primeira ruptura
brasileira
Pintores
falam sobre o legado e a atualidade da Semana de Arte Moderna de 1922, que
completa 90 anos
Milton
Marques enfatiza a liberdade de criar no modernismo CORREIO 13.02
-
Caiu
em uma segunda-feira aquele 13 de fevereiro de 1922. No saguão do Teatro
Municipal de São Paulo, Mario de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del
Pichia, Heitor Villa-Lobos e Anita Malfatti mudaram os rumos da arte
brasileira. Inaugurada em pleno carnaval, há 90 exatos anos, a Semana de Arte
Moderna provocou a elite paulistana e revelou ao Brasil a existência de uma
vanguarda em território nacional. Ali, a pintura deixou as amarras figurativas
acadêmicas para trás, a música ganhou harmonias bizarras inspiradas na
tropicalidade brasileira, a literatura passou a ser chamada de modernista e a
poesia abandonou o parnasianismo. Seis anos depois, o Manifesto Antropofágico
organizaria, em forma de estatuto, as ideias disseminadas no festival de três
dias instalado no templo paulistano da arte clássica.
O
legado do movimento pode ser superficialmente descrito como uma libertação da
arte brasileira em relação ao academicismo vigente naquelas primeiras décadas
do século 20. O Brasil engatinhava na descoberta de uma arte com identidade
própria e figuras como Anita Malfatti e Tarsila do Amaral, que se juntaria ao
movimento em 1924, trouxeram as ideias libertárias da vanguarda europeia para
as telas ao mesmo tempo em que revisitavam a própria cultura brasileira. Ideias
como liberdade, identidade nacional e mistura de referências regionais e
globais não se esgotaram na Semana. É difícil pensar na arte brasileira
contemporânea sem esses componentes. Se hoje os artistas brasileiros agitam
casas de leilões e figuram nos mais importantes museus do planeta é porque um
grupo de destemidos impulsionou a locomotiva que mudaria a arte brasileira.
A
antropofagia como proposta de digestão de inúmeras referências está hoje em boa
parte da produção contemporânea. “Para mim, uma das coisas mais importantes é
essa noção de antropofagia, mais que as questões pictóricas propostas naquela
época”, diz a artista Karina Dias. “A antropofagia inverte a lógica do
submisso, o submisso é que tem a voz e devora o opressor.” Karina gosta de
reler o Manifesto de vez em quando e pensar nessa deglutição quando se apropria
das paisagens para construir o próprio trabalho.
Brasilidade
Para
o artista plástico André Santangelo, a brasilidade proposta na Semana de 22
precisou de um tempo até amadurecer na produção artística. “A gente foi
vivenciar isso mais pra frente, na década de 1990, na transvanguarda na década
de 1980. Não tem como pensar nos artistas da Geração 80 sem pensar na Semana de
22.” De fato, muitos artistas integrantes do movimento de retomada da pintura
que culminou com a exposição Como vai você, Geração 80? em 1984, no Rio de
Janeiro, se recusaram a embarcar no anúncio da morte dessa linguagem e não
tiveram problemas em ousar por caminhos pictóricos e figurativos quando era de
bom tom ser abstrato ou geométrico.
A
liberdade, o artista Milton Marques aponta, é outro legado importante dos
modernistas. “O caráter de liberdade era muito empregado no que era
desenvolvido na época: não ser obrigado a criar baseado no que era a arte
europeia”, diz Marques, cujos trabalhos já foram expostos na Bienal
Internacional de São Paulo e na Bienal do Mercosul, as duas maiores exposições
periódicas de arte contemporânea do país. “O movimento modernista acabou
criando uma coisa mais referencial por ter sido o grande movimento que culminou
em diversas alterações no modo como o artista produzia.”
Pagu,
Anita Malfatti, Benjamin Peret, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Elsie
Houston, Álvaro Moreira e Eugenia Álvaro Moreira: Semana de 1922
Raquel
Nava e Moisés Crivellaro, dois pintores da geração de jovens artistas
brasilienses, também encontram no modernismo âncoras importantes. “A
antropofagia é cada vez mais recorrente no contexto geral da informação que
circula mais rápido pela internet, nas redes sociais”, repara Raquel. As
fronteiras entre a pintura figurativa e abstrata fazem Crivellaro pensar sobre
as rupturas provocadas pelos artistas de 22. Ele mesmo se vê como um pintor
necrófilo, sempre manipulando uma linguagem cuja morte é anunciada há anos e um
cadáver que ressuscita na mesma proporção. “E nesse ponto vejo um total contato
com a antropofagia.”
O
pintor Glênio Bianchetti nasceu em 1928 e começou a pintar aos 14 anos, no
interior do Rio Grande do Sul, mas somente aos 18 se deparou com o legado de
22. Na capital gaúcha, Bianchetti conviveu com o escritor modernista Pedro
Wayne, muito amigo de Mario e Oswald de Andrade. “A Semana de 22 foi a coisa
mais importante que houve no Brasil em matéria de artes”, garante Bianchetti,
que chegou em Brasília no início da década de 1960 para dar aulas no então
recém-fundado Instituto de Artes da Universidade de Brasília (UnB). “Até 22, a
arte era convencional e a preocupação principal dos modernistas foi quebrar com
tudo e fazer uma coisa brasileira.”
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Estado e diversidade
»
JAQUELINE GOMES DE JESUS
Psicóloga
e doutora em psicologia social e do trabalho pela Universidade de Brasília
Mudanças
na sociedade demoram, e só ocorrem quando há mobilização de quem pretende mudar
algo. CORREIO 13.02
-
Nos
últimos anos, testemunhamos a ascensão ao poder de pessoas oriundas de grupos
sociais excluídos, mas não necessariamente de um número significativo de
representantes de tais grupos. Um negro e uma mulher foram eleitos,
respectivamente, presidentes dos Estados Unidos da América e do Brasil.
No
Brasil, as mulheres conquistaram o direito de votar, com restrições, por meio
do Código Eleitoral Provisório, de 24 de fevereiro de 1932, e sem restrições em
1946. Nos Estados Unidos, somente em 1965, com a promulgação da Lei dos
Direitos Civis, foi garantido o direito de voto aos negros.
Essa
distância de décadas entre o direito ao voto e a eleição para o cargo máximo da
nação não é tão longa se pensada em termos de sociedades que definiram regras
ou procedimentos em torno da exclusão de uma parcela de sua população.
O
Estado, esse conjunto das instituições que controlam e administram o povo e que
transcende os diferentes governos, busca organizar e controlar a nação por meio
de vários mecanismos; porém, aquele no qual se destaca, como ensinou o
sociólogo Max Weber, é o do monopólio da violência legítima, que não se
restringe à força policial: também está presente na coerção inerente às leis,
que obrigam os cidadãos a cumprirem determinados deveres e lhes outorgam
determinados direitos.
Ora,
o Estado é uma entidade que não concorda plenamente com as individualidades, e
que ,apesar de se relacionar e depender da sociedade, é diferente da sociedade
que o sustenta. A sociedade muda, é flexível, feita de paixões e desejos. O
Estado é rígido, pouco flexível, racional e burocratizado; seu objetivo é controlar
a sociedade, organizá-la, para tentar legitimá-la como nação.
Não
necessariamente o Estado representa todas as individualidades, pois, como
ensinou Marx, a luta de classes incorre em que os interesses de classes
dominantes determinam as ações do Estado, que impõe às classes dominadas essa
organização, perpetuando preconceitos e exploração.
O
psicólogo social Serge Moscovici defende, por meio da Teoria das Minorias
Ativas, que, apesar do domínio de um grupo sobre o outro, o grupo marginalizado
pode influenciar o grupo dominante, por meio de uma ação coletiva e organizada
que envolva a difusão de novas ideias e concepções de mundos diferenciadas
daquelas da maioria.
Penso,
extrapolando as fronteiras entre a psicologia social e a ciência política, que
essa teoria concorda com o pensamento de Antônio Gramsci, para quem, resumindo,
a única forma de modificar as estruturas aí estabelecidas é conhecê-las e
dentro delas fazer mudanças.
Pessoas
e grupos que reflitam sobre a sua realidade e criem novas moralidades, por meio
da demonstração intelectual à sociedade e da participação política, não
necessariamente partidária, de que um Estado não une pessoas e classes, são
cruciais para se poder justificar, a médio e a longo prazos, reformas em
Estados excludentes.
Essa
ação coletiva é entendida, pelos psicólogos sociais Taylor e McKirnan, como o
estágio mais avançado das relações entre grupos, e se define pelo aumento da
consciência do grupo em desvantagem acerca da injustiça de sua condição,
percepção que leva os membros desse grupo a reavaliarem a forma como se
reconhecem e são reconhecidos, a buscarem identificar as suas particularidades
e a inovar em suas estratégias de competição.
O
compromisso que os agentes governamentais podem assumir no combate à discriminação
e à violência contra grupos sociais não ocorre desassociado da mobilização
desses grupos para influenciar o Estado.
Na
realidade brasileira, ainda é um desafio estimular a participação política de
alguns contingentes da população, para se formar um grupo consistente de atores
sociais influentes. Educação e consciência de suas próprias características e
carências poderão se tornar os instrumentos para que homens e mulheres, membros
de grupos excluídos, mudem a visão que a sociedade tem deles, e para que se
diversifiquem os papéis que a sociedade lhes reserva.
Essa é uma análise realista: quando falamos em
mudanças sociais, o termo “longo prazo” pode se referir a séculos.
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Projetos ambientais tem novas linhas de crédito
Valor Econômico - 14/02/2012
O
Ministério do Meio Ambiente e o BNDES anunciaram a liberação de R$ 560 milhões
em linhas de crédito para estimular projetos tecnológicos que reduzam emissões
de gases de efeito estufa ou inovem na adaptação as mudanças climáticas. Os
empreendimentos podem ser privados, municipais ou estaduais. Os recursos fazem
parte do Fundo Clima, constituído com a verba do ministério obtida pela
Participação Especial do Petróleo.
Desse
total, R$ 530 milhões serão de linhas reembolsáveis, direcionadas a ações
ligadas aos planos setoriais e a projetos de adaptação que tenham potencial de
retorno financeiro. Os tipos de projetos que se enquadram no perfil de
empreendimentos requeridos pelo fundo são modais de transporte eficientes,
máquinas e equipamentos eficientes, energias renováveis, resíduos com
aproveitamento energético, carvão vegetal, e combate a desertificação.
As
seis linhas reembolsáveis serão operadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social, com juros que variam de 2,5% a 9,5% ao ano. Os prazos de
financiamento podem chegar a 25 anos e variam de acordo com o projeto. As
alíquotas mais baixas serão cobrados nos projetos de maior risco.
Luciano
Coutinho, presidente do BNDES, explica que as alíquotas mais baixas serão
voltadas para o desenvolvimento de projetos que ainda inexistentes ou pouco
difundidos no país. "Por exemplo, energias solar e dos oceanos são menos
desenvolvidas no país do que a eólica e a biomassa. Por isso, as duas primeiras
poderão ter uma taxa de juros menor. A ideia é criar e desenvolver",
afirmou Coutinho.
Os
outros R$ 30 milhões do fundo serão operados pelo Ministério do Meio Ambiente.
São recursos reembolsáveis, para projetos ou estudos e financiamento de
empreendimentos que vis em a minimização da mudança climática e seus efeitos.
"Esse fundo é extremamente estratégico, porque baseia-se na inovação
tecnológica", afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
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JORNALISMO
Edson
Flosi lança hoje livro de reportagens FOLHA SP 14/02
-
O
jornalista, advogado e professor Edson Flosi lança hoje, às 19h, o livro
"Por Trás da Notícia" (Summus Editorial, 168 págs., R$ 51), na
Livraria Martins Fontes (av. Paulista, 509, tel. 0/xx/11/2167-9900). A obra
reúne 15 grandes reportagens escritas entre 1968 e 1980, parte delas publicadas
na Folha.
>>>
BNDES financia projetos para redução de emissões
Criado
em 2009, Fundo do Clima terá R$ 200 mi para tecnologias de energia limpa FOLHA SP 14/02
-
Empresas
brasileiras interessadas em desenvolver tecnologias de energia limpa finalmente
poderão contar com crédito barato. O BNDES lançou ontem uma linha de R$ 200
milhões para projetos que reduzam emissões de gás carbônico na atmosfera.
O
dinheiro faz parte do Fundo Clima, uma iniciativa do Ministério do Meio
Ambiente para cumprir a meta brasileira de reduzir suas emissões em 2020 em até
39% em relação à tendência.
A
verba é pouca e chega tarde: o fundo foi criado em 2009, com previsão de até R$
800 milhões por ano. O dinheiro -cerca de um quarto do previsto- existe desde
outubro de 2010, mas problemas burocráticos entre o ministério e o BNDES
fizeram com que ele só fosse repassado ao banco no final de 2011.
O
fundo terá seis linhas principais de financiamento: eficiência em transporte,
energia renovável, combate à desertificação, siderurgia limpa, aproveitamento
energético do lixo e eficiência energética em máquinas e equipamentos. Os juros
vão de 2,5% a 7% ao ano.
Segundo
Mauro Pires, secretário de Mudança Climática do ministério, uma das prioridades
do fundo é o desenvolvimento de equipamentos de energia de ondas e marés. Esse
tipo de projeto terá as taxas mais baixas. "Queremos estimular as opções
mais inovadoras."
O
ministério já foi procurado por grupos interessados no aproveitamento de
energia dos oceanos, fonte com grande potencial no Brasil e só um projeto
instalado.
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Grammy segue previsível e dá troféus a quem vende mais
Adele
foi a grande vencedora da noite, que homenageou Whitney Houston FOLHA SP 14/02
-
CRÍTICO
DA FOLHA
A
morte de Whitney Houston ajudou a adicionar ao Grammy, sempre uma premiação
tediosa e previsível, um tom reverente.
Ontem
vários astros citaram a cantora, morta no sábado, aos 48, em Los Angeles, em
seus discursos e apareceram rezando em momentos "introspectivos"
-sempre diante das câmeras, é claro.
A
primeira apresentação da noite foi de Bruce Springsteen, que tocou sua nova
música, "We Take Care of Our Own". A canção, mais um brado patriótico
desses de bater no peito e cantar em estádio de beisebol, à "Born in the
USA", pode ser traduzida por "Nós Cuidamos dos Nossos". O que
poderia muito bem ser o bordão dos Grammys.
Muito
mais um concurso de popularidade, o Grammy sempre premia quem vende mais.
Diferentemente do Oscar, que, por pior que seja, de vez em quando surpreende.
Quem não lembra do pequeno "Guerra ao Terror" batendo o gigantesco
"Avatar"?.
Com
o Grammy não tem erro: ganha que vende mais. A lavada de Adele, portanto, não
foi nenhuma surpresa.
Neste
ano, o grupo que organiza o Grammy ainda fez questão de limitar ainda mais os
vencedores, cortando quase um terço das categorias (de 109 para 78) e
eliminando prêmios considerados menores, como o de jazz latino e de música
havaiana.
Um
grupo de jazzistas latinos entrou com um processo, alegando discriminação.
Nenhuma
apresentação ao vivo realmente se destacou na noite. Paul McCartney tocou e
depois dividiu o palco com Springsteen e Tom Petty, numa "jam
session". Os remanescentes dos Beach Boys foram homenageados, e Jennifer
Hudson fez um tributo à cantora que ela mais imita, Whitney Houston.
Entre
os momentos mais bizarros, houve um número musical que emendou o DJ francês
David Guetta com o Foo Fighters, e uma esquisitíssima apresentação da
rapper
Nicki Minaj, com um clipe que citava o filme de terror "O Exorcista"
(1973).
SEM
SINTONIA
A
falta de sintonia do Grammy com o estágio atual da cultura pop continua
impressionante. O Foo Fighters ganhou cinco prêmios por um disco bom, mas que
nenhum fã ousaria colocar entre os melhores da banda. E Bon Iver venceu como
"revelação", quatro anos depois do disco que o revelou. O Grammy é
isso aí.
>>>>>
Especialistas
defendem mudanças nas regras sobre propaganda eleitoral Jornal do Brasil. http://www.jb.com.br 5.2.2012
-
Brasília
– A propaganda eleitoral está entre os principais fatores de judicialização das
campanhas, segundo evidenciam números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em
2010, mais de 300 representações reclamaram da conduta de presidenciáveis e
seus aliados na Justiça. Especialistas acreditam que o excesso de pedidos para
interferência do Judiciário está relacionado a uma legislação muito rigorosa,
que precisa ser aperfeiçoada para melhorar o debate ente candidatos.
Embora
a movimentação em torno dos pré-candidatos seja intensa desde o início do ano
eleitoral, a legislação só permite propagandas a partir do dia 6 de julho. No
TSE, 29 representações apresentadas em 2010 tratavam de supostos desvios
cometidos antes do período permitido por lei. Os delitos de pré-campanha são
punidos com multas.
No
período de propaganda permitido por lei, que abrange os três meses antes das
eleições, algumas regras devem ser seguidas. Há práticas expressamente
proibidas, como, por exemplo, showmícios e outdoors. A legislação ainda protege
a imagem dos políticos garantindo direito de resposta para quem se sentir
ofendido por seu adversário. No TSE, 287 representações registradas em 2010 são
relativas a desvios cometidos na fase de propaganda liberada. Para o cientista
político David Fleischer, da Universidade de Brasília (UnB), o modelo
brasileiro é distorcido por criar um início fictício da campanha eleitoral.
Norte-americano naturalizado brasileiro, ele defende as regras adotadas no seu
país de origem, onde não há prazo para início da propaganda.
Embora
entenda que todos seriam beneficiados com regras mais flexíveis para a exposição
de candidatos, inclusive a própria sociedade, Fleischer acredita que falte
vontade política para colocar isso em prática. “Os partidos não fazem nada para
mudar porque acham que conseguem levar ou maneirar, pensando em também não dar
vantagem para os opositores, mas todo mundo acaba se enrolando”.
O
cientista político Valeriano Costa, da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), também reclama do excesso de regras sobre propaganda, que acaba
ocupando a Justiça Eleitoral com temas pouco importantes. “Fica-se discutindo
limites se pode ou não citar uma pessoa, que é política e vai acabar aparecendo
de alguma forma, quando o que tem que ser impedido é o uso da máquina pública
em campanha e a compra de votos, temas que ficam esperando anos até serem
julgados”.
O
professor da Unicamp também acredita que há um engessamento do debate político
sem uma boa contrapartida, já que, na opinião dele, a propaganda não define as
eleições. “Achar que, só porque ouviu um elogio, o eleitor foi contaminado, é
considerar que ele é incapaz de pensar por conta própria”.
Para
o ministro Marco Aurélio Mello, que integra o TSE até maio deste ano, a Justiça
só é rigorosa porque cumpre o que a lei determina, mas a conduta dos
candidatos, muitas vezes, transforma a decisão em “faz de conta”. “Há situações
políticas em que vale a pena transgredir a lei porque a multa não é tão gravosa
assim”, observa. O ministro também critica leis que anistiam as multas ou
facilitam o seu pagamento de tal forma que o “efeito pedagógico” da punição
perde o sentido.
O
presidente do TSE, ministro Ricardo Lewandowski, também já se declarou
contrário ao sistema atual de multas, que de tão baixas acabam incentivando
práticas fora da lei. Além do limite da punição ter sido reduzido em 2009 – do
máximo de cerca de R$ 50 mil para R$ 25 mil –, os valores não são atualizados
com o passar dos anos e a dívida só é um problema real para futuros candidatos,
já que aqueles que não estão quites com a Justiça Eleitoral não podem pleitear
registro. Lewandowski defende a antecipação do início da propaganda eleitoral
por acreditar que os candidatos já são conhecidos muito antes de julho.
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Amam
defende magistrados estaduais na composição dos TRE’s http://www.24horasnews.com.br 11/02
-
O
presidente da Associação Mato-grossense de Magistrados (Amam), Agamenon
Alcântara Moreno Júnior, defende que juízes estaduais componham as Cortes
Eleitorais nos Estados.
Agamenon
lembra que os argumentos apresentados por aqueles que defendem que os juízes
federais estariam melhores preparados para conduzir as eleições devido ao
distanciamento das questões locais, não são plausíveis. “Não podemos deixar que
o aprimoramento da Justiça Eleitoral seja uma disputa política”, diz Agamenon.
“Se usarmos do mesmo argumento, podemos então questionar a participação dos
magistrados federais nas eleições presidenciais, já que eles servem à
Federação”, indaga.
Lembrando
uma citação do juiz Ronnie Herbert Barros Soares, da 14ª Vara Cível Central de
São Paulo, Agamenon é enfático. “A questão moral é subjetiva. Não se pode expor
de maneira pejorativa os trabalhos realizados pelos juízes estaduais nas
atribuições de juízes eleitorais”, afirma. “O fato dos juízes estaduais estarem
teoricamente expostos as pressões locais não significa que reflete na sua
atividade jurisdicional, uma vez que os magistrados são preparados para lidar
com situações adversas”, completa.
A
Amam, inclusive, já se manifestou contra uma proposta semelhante da Associação
dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). Em ofício encaminhado à Associação dos
Magistrados Brasileiros (AMB), no ano passado, Agamenon colocou a Amam à
disposição da AMB para tomar as medidas que entendessem cabíveis no sentido de
evitar a concretização da referida proposta. “Tal medida é descabida e visa,
unicamente, enfraquecer a Justiça Estadual que sempre foi a responsável por
todo processo eleitoral, garantindo a regularidade das eleições e,
consequentemente, a democracia do país”.
No
Brasil, há cerca de três mil zonas eleitorais, com o número correspondente de
juízes eleitorais atuando em primeiro grau. De acordo com o relatório “Justiça
em Números” do Conselho Nacional de Justiça, há no Brasil cerca de 1,7 mil
juízes federais, atuando em 1º grau, um
número bem aquém dos 11,3 mil magistrados estaduais. Lembrando que, conforme
foi estabelecido pelo TSE, os juízes estaduais são designados em sistema de
rodízio para exercerem a função eleitoral. “Dessa forma, nos mais distantes
municípios de Mato Grosso e do país, a população é prontamente atendida com
esse serviço em meio às eleições enquanto que os membros da Justiça Federal
estão instalados apenas nos grandes centros”, pontua Agamenon.
Manifestação
- Em março do ano passado, a AMB protocolizou no TSE um documento contra
Justiça Federal, expondo os motivos pelos quais a Justiça Eleitoral deve
continuar sendo atribuição da Justiça Estadual. Do outro lado, a Associação dos
Juízes Federais do Brasil (Ajufe) reivindica a indicação de magistrados
federais para atuarem nas Varas eleitorais. Na época, o presidente da AMB,
Nelson Calandra, esteve com o relator da matéria, o ministro do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), Hamilton Carvalhido, e apresentou uma manifestação
elaborada pelo vice-presidente de Assuntos Legislativos, Diógenes Ribeiro, e
pelo coordenador da Justiça Estadual da Associação, Walter Pereira de Souza,
que é magistrado em Mato Grosso.
Há
jurisprudências e dispositivos legais que asseguram essa atribuição dos
magistrados estaduais. “A Justiça Eleitoral merece permanecer com os seus
criadores, com aqueles que dela cuidaram com imensa atenção até que atingisse
esse patamar de excelência, os Juízes de Direito, os Juízes dos Estados”,
defendeu o presidente da AMB na manifestação.
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Educação. Faculdades poderão ser obrigadas a emitir
diploma provisório
Agência Câmara 14/02
-
A
Câmara analisa o Projeto de Lei 2995/11, do deputado licenciado Aguinaldo
Ribeiro (PP-PB), que obriga as instituições de ensino superior públicas ou
privadas a fornecer ao aluno uma declaração provisória gratuita imediatamente
após a conclusão do curso universitário. Essa declaração teria validade até a
emissão do diploma definitivo e poderia ser utilizada para comprovação de
escolaridade em concursos e empresas.
O
deputado lembra que a emissão do diploma definitivo, em geral, leva meses,
prejudicando o ingresso de recém-formados no mercado de trabalho. “É
absolutamente necessário que os interessados, após o término dos cursos,
recebam documentos provisórios que os habilitem a exercer sua profissão ou a
comprovar a conclusão dos estudos junto a órgãos, entidades e instituições que
assim o exijam”, afirma.
A
instituição que descumprir a norma, de acordo com a proposta, estará sujeita a
multa e, em caso de reincidência, detenção do responsável por três meses ou
prestação de serviços.
Hoje,
a legislação não estabelece prazo para entrega do diploma por instituições de
ensino superior. Segundo informações do Ministério da Educação, nesses casos,
são aplicadas as punições previstas no Código Civil, e a instituição pode
entrar em situação de descumprimento culposo mediante interpelação formal do
interessado.
O
projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado pelas comissões de
Educação e Cultura; e Constituição e Justiça e de Cidadania.
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