sábado, 18 de fevereiro de 2012
Música na escola
A
rigor, a lei que determina música no currículo do ensino fundamental não está
sendo ainda cumprida. A lei foi sancionada pelo então presidente Lula em agosto
de 2008, com um prazo de três anos para as escolas se adaptarem. Música era
ensinado décadas atrás nas escolas brasileiras, introduzida por força de
proposta do compositor Villa-Lobos. No começo da década de 1970, sob o regime
militar, saiu do currículo. Coluna Memorando, Jorn. Hélio Costa, O popular/GO 11.02.12
ENTREVISTA CARREIRA
Funcionário
precisa gerenciar relação com chefe, diz consultor
Livro
mostra como criar diálogo efetivo com gestores FOLHA SP 18.02
-
Não
ter supervisão, orientação, retorno sobre suas atividades no trabalho e uma
recompensa adequada. Se esse cenário parece familiar, você pode estar vivendo
uma situação de "subgerenciamento", segundo o consultor empresarial
Bruce Tulgan, autor de "Não Tenha Medo de Gerenciar Seu Chefe" e de
"Não Tenha Medo de Ser Chefe" (Sextante).
Como
sobreviver nessa situação? Para Tulgan, a solução é saber gerenciar o próprio
chefe. À Folha ele falou sobre o que os funcionários devem fazer para conseguir
sucesso em ambientes assim. Confira os principais trechos da entrevista.
Folha
- Qual o maior problema do gerenciamento hoje?
Bruce
Tulgan - É o que eu chamo de "subgerenciamento": os líderes não
supervisionam, não dão orientações, não dão treinamento a seus empregados. Essa
situação traz resultados negativos para a empresa e frustrações tanto para o
chefe como para o empregado.
Isso
tem aumentado?
Sim.
Os gerentes hoje têm múltiplas direções. Sempre foi difícil gerenciar, mas tem
sido bem mais hoje. Uma razão é macroeconômica. Presumia-se que o que era
sucesso no trabalho no passado era obter uma relação longa e estável.
O
empregado fazia suas tarefas, trabalhava duro e, com o tempo, era recompensado,
conseguindo mais e mais reconhecimento e segurança.
O
problema é que não há mais segurança no trabalho, não há mais certeza nas
recompensas de longo prazo.
Então,
de repente, as relações de trabalho ficaram mais de curto prazo e
transacionais. Então, com essa lógica, as pessoas não estão mais dispostas a
sofrer, cometer erros desnecessários e aprender com eles.
Por
que isso acontece?
A
maioria dos gerentes sente não ter tempo suficiente no dia para balancear suas
próprias responsabilidades com a atribuição de gerenciar e, às vezes, acabam
sacrificando suas funções de gerenciamento.
O
que também torna a coisa difícil para eles é que muitos movem para a posição de
responsabilidade porque são bons no que fazem, mas talvez eles não sejam tão
bons em gerenciar.
Sinto
que nós também não ensinamos suficientemente aos gerentes como gerenciar nem às
pessoas como seguir os chefes.
Outra
coisa é que às vezes eles tentam gerenciar e percebem que isso causa conflitos.
Muitos, simplesmente, não querem esse conflito, querem ser amigos de todos. Meu
conselho aos empregados é: "A vida é sua, a carreira é sua, você precisa
ter certeza de que está conseguindo o que precisa".
Como
evitar essa situação?
Você
precisa descobrir primeiro a quem responde, quem é o seu chefe naquele momento.
Depois, precisa de quatro coisas. Uma é expectativa clara para seu desempenho:
o que e como eu devo fazer, quais são minhas responsabilidades, meus objetivos.
A
segunda é um "feedback" contínuo sobre como você está indo em relação
às expectativas. A terceira é um diálogo permanente sobre recursos para
realizar aquela tarefa. E, quarto, de alguém que lhe dê credito e recompensa
pela sua performance.
Você
tem de assumir responsabilidade sobre como conduz a si mesmo nessa relação,
desenvolver regras básicas de como vai criar um diálogo com essa pessoa.
Como
fazer isso sem ter problemas?
Você
quer mostrar a qualquer chefe com quem você trabalhe -durante qualquer período
de tempo- que falar com você é um bom uso do tempo dele, porque você faz
perguntas boas.
Mas
é preciso ser bom. Você não chega ao seu chefe e só pergunta. Você fala:
"Esse é um trabalho que estou fazendo, fiz uma lista de procedimentos para
como eu devo fazê-lo". Você pode dizer: "Criei meu próprio sistema,
sempre que fizer esse trabalho, vou checar esses itens".
Você
precisa de expectativas claras porque não vai querer trabalhar três semanas em
um projeto e, no final, descobrir que deveria ter feito de outro jeito. Então,
precisa chegar no chefe antes e dizer: "Eu acho que deveria fazer dessa
forma, o que você acha?".
NÃO
TENHA MEDO DE GERENCIAR SEU CHEFE
AUTOR
Bruce Tulgan
EDITORA
Sextante
QUANTO
R$ 19,90 (176 págs.)
TRADUÇÃO
Cláudio Figueiredo
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LIVROS
Volume revê a história do samba no Rio
"Escolas
de Samba do Rio de Janeiro", de Sérgio Cabral, conta surgimento de
agremiações e entrevista músicos.
Nova
edição de livro de 1974 foi revista e atualizada; conversas com Cartola e
Ismael Silva são destaques FOLHA SP 18.02
-
"Um
motivo de constrangimento é ver meus próprios erros repetidos em jornais e
livros", diz, no prefácio da nova edição de "Escolas de Samba do Rio
de Janeiro", seu autor, Sérgio Cabral.
Com
o subtítulo (agora extirpado) "o quê, quem, quando, como e por quê",
o livro foi lançado originalmente em 1974. E, desde então, é obra de referência
sobre o tema.
A
nova versão corrige muitos desses "erros". E amplia o espectro
temporal, incluindo lista com todas as escolas vencedoras nos Carnavais -de
1932 ao ano passado.
As
correções dizem respeito sobretudo a essa lista.
"Você
não pode imaginar como foi difícil levantar essa lista, na ocasião. Não existia
quase nada escrito sobre os desfiles", diz Cabral à Folha. "Só com o
passar dos anos vi que as informações que colhi ali estavam erradas."
A
narrativa parte do primeiro registro conhecido da palavra "samba",
escrito em 1838 por frei Miguel do Sacramento Lopes Gama (1791-1852) na revista
pernambucana "Carapuceiro", definindo "vários tipos de música e
dança introduzidos pelos negros escravos no Brasil".
Esmiúça,
a seguir, a origem do Deixa Falar, primeiro bloco carnavalesco da história,
criado em 1928 pelo compositor fluminense Ismael Silva (1905-1978), entre
outros. É a raiz de todas as agremiações que estavam por vir.
O
desfile inaugural das escolas aconteceria em 1932, a partir de uma ideia do
jornalista Mário Filho (1908-1966), irmão de Nelson Rodrigues.
Dono
do jornal "Mundo Sportivo", Mário inventou a competição sambista para
suprir a falta de notícia nas entressafras dos campeonatos de futebol. Na
estreia, desfilaram apenas quatro: Estação Primeira (hoje, Mangueira), Vai Como
Pode (Portela), Para o Ano Sai Melhor (Estácio de Sá) e Unidos da Tijuca.
ATUALIZAÇÃO
"Escolas
de Samba..." ganhou atualização em 1996, quando foi reeditado pela
primeira vez. Entraram novos capítulos, enfocando o pós-1974: o Carnaval
"de Joãosinho Trinta, das vedetes, dos bicheiros" e, a partir de
1984, do Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio.
Cabral
diz não ter interesse em atualizar a pesquisa ao Carnaval dos dias atuais
porque, "desde 1996, pouca coisa mudou" nesse cenário.
"A
tendência de escola de samba que se mantém é a de 'O Maior Espetáculo da
Terra'", afirma. "A estrela não é mais o sambista, como antes. A
estrela agora é a parte visual, as alegorias, as fantasias. E as vedetes, os
artistas."
O
Carnaval mais artesanal era muito superior ao industrializado de hoje?
"É
preciso tomar cuidado com essa afirmação, não há campo mais fértil para o
saudosismo do que o Carnaval", desvia. "Não há quem não diga que
'Carnaval bom era o do meu tempo'. Mas, com o tempo, concluí que as pessoas não
têm saudade do Carnaval, mas de seus 18 anos."
PINGUE-PONGUE
O
livro vai além das escolas, dedicando mais de 200 páginas a entrevistas com
alguns dos compositores mais relevantes da primeira metade da década passada.
Nomes
como Ismael Silva, Cartola, Carlos Cachaça, Alvaiade, Bide, Mano Décio da
Viola, Aniceto Menezes, Raul Marques, Duduca, Dona Ivone Lara, Candeia, Mestre
Marçal e Zé Kéti.
"São
entrevistas feitas em períodos diferentes. Vi que ali estavam representadas
todas as épocas das escolas de samba", diz. "Essas conversas, por
elas mesmas, contam a história do Carnaval."
ESCOLAS
DE SAMBA DO RIO DE JANEIRO
AUTOR
Sérgio Cabral
EDITORA
Lazuli/ Editora Nacional
QUANTO
R$ 50 (496 págs.)
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CRÍTICA MÚSICA CLÁSSICA
Óperas
no Municipal resgatam legado de 22
"Magdalena"e
"Pedro Malazarte" ganham montagens para celebrar os 90 anos da Semana
de Arte Moderna FOLHA SP 18.02
-
"Vou
me levantar e dizer: Esta não é minha música!" Embora estivesse nos Estados
Unidos em julho de 1948, Villa-Lobos (1887-1959) não cumpriu a promessa:
recém-operado, não foi à estreia do musical-ópera "Magdalena".
A
produção, em cartaz no Theatro Municipal de São Paulo, é parte da celebração
dos 90 anos da Semana de Arte Moderna, e conta com regência de Luís Petri à
frente da Sinfônica Municipal.
Mas
o fraco libreto, aliado à costura descontextualizada de trechos de diferentes
obras, tornam tudo provisório, nem ópera nem musical.
"Valsa
da Dor" transforma-se em "Bonsoir Paris", e "Canto do
Sertão" agora serve ao catolicismo piegas de uma comunidade de índios
colombianos explorados por um general glutão.
O
uso de microfones ainda não foi bem resolvido no Municipal: sobrou orquestra,
faltou voz. Ainda assim, Luciana Bueno destacou-se como a chef Teresa,
personagem construída com tempero certeiro entre graça e emoção.
Aquém
e além das inseguranças pós-modernas, o espetáculo "Andradianas",
composto por um prólogo e dois quadros, retoma 1922 com unidade e categoria.
Antes
de tudo, o Coral Paulistano -criado pelo próprio Mário de Andrade (1893-1945)-
espalhou música por diferentes espaços do teatro, do saguão aos banheiros.
Dentro
da sala, a noite foi da "Suíte Vila Rica" (1958), de Camargo
Guarnieri (1907-1993), músico que encarou como projeto de vida a busca pela
"inconsciência nacional" proposta por Mário.
Coreografada
por Lara Pinheiro, a "Suíte" foi dirigida por Carlos Moreno, que
acentuou suas sutilezas.
Enfim,
"Pedro Malazarte" (1932), ópera em um ato, parceria entre Guarnieri e
Mário, evita a vanguarda europeia sem estancar no nacionalismo ingênuo.
Há
quem diga que o pós-modernismo começou com Hiroshima em agosto de 1945. Mas,
para nós, o fio que amarrava risco e estranhamento havia ficado frágil meses
antes, com a prematura morte de Mário de Andrade.
MAGDALENA
QUANDO
amanhã, às 18h; 23/2, às 20h; 25/2, às 20h
ONDE
Theatro Municipal (praça Ramos de Azevedo, s/nº; tel. 0/xx/11/3397-0327)
QUANTO
de R$ 40 a R$ 100
CLASSIFICAÇÃO
10 anos
AVALIAÇÃO
bom
ANDRADIANAS
QUANDO
hoje, às 20h; 24/2, às 20h; 26/2, às 18h
QUANTO
de R$ 40 a R$ 100
CLASSIFICAÇÃO
10 anos
AVALIAÇÃO
ótimo
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CGU quer proibir servidores do Ministério da
Cultura de receberem ingressos. Após auditoria no Ministério da Cultura,
Controladoria-Geral da União determina que a pasta proíba a distribuição aos
servidores de entradas gratuitas de eventos beneficiados com dinheiro público
ou incentivos fiscais CORREIO BSB 18.02.12
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Servidores
do Ministério da Cultura receberam ingressos para acompanhar o Rock in Rio, em
setembro: o festival conseguiu incentivo fiscal
A
Controladoria-Geral da União determinou que o Ministério da Cultura (MinC)
revise seu código de ética para que os servidores da pasta fiquem proibidos de
receber ingressos gratuitos para eventos que tenham recebido dinheiro público.
A exigência surgiu após o Correio revelar que funcionários do MinC, incluindo o
secretário de Fomento e Incentivo à Cultura, receberam convites para ir ao Rock
in Rio, em setembro do ano passado. O festival havia sido autorizado pelo MinC
a captar R$ 12,3 milhões em incentivos fiscais.
No
relatório de auditoria, os técnicos da CGU condenam o fato de o secretário
Henilton Parente de Menezes e os demais servidores terem recebido os ingressos.
“Em razão dos princípios constitucionais que norteiam os atos da Administração
Pública, os servidores do MinC não podem figurar entre os beneficiários dos
ingressos de programações culturais incentivadas, pois atuam na aprovação,
acompanhamento, fiscalização e certificação das prestações de contas das
proponentes”, critica o texto.
A
CGU também exigiu que o MinC listasse os projetos culturais entre 2010 e 2011
pelos quais já foram distribuídos ingressos gratuitos aos servidores da pasta,
arrolando, inclusive, quem foi beneficiado e os valores das entradas. Em sua
defesa, o secretário Henilton, porém, afirmou que seria impossível saber
quantos ingressos foram dados. “Não há condições de identificar quais os
eventos/projetos culturais que tiveram ingressos distribuídos, uma vez que, em
geral, chegam ao gabinete do secretário de dois a quatro ingressos a cada evento,
que são cedidos aos servidores que tenham interesse e condições de comparecer a
eles”, justificou o secretário.
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