segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
CINEMA. Prêmio ABC recebe inscrições até quinta FOLHA SP 27.02
As
inscrições para o prêmio ABC de cinema terminam na quinta-feira, no site abcine.org.br.
Concorrem longas nacionais exibidos em 2011. As categorias são direção de
fotografia e de arte, montagem e som. Os membros da Associação Brasileira de
Cinematografia escolhem os vencedores. FOLHA SP 27.02
>>>
Os três brasileiros que derrotaram o neoliberalismo
Coluna
Econômica - 24/02/2012. www.luisnassif.com.br
O
jogo da economia é uma mistura de teorias fundamentadas, teses mal comprovadas
e chutes teóricos, utilizados para legitimar ganhos de setores.
É
o caso do chamado neoliberalismo, a ideia de que bastaria deixar os mercados
soltos que eles encontrariam os preços de equilíbrio. Aos governos bastaria
remover todos os empecilhos ao funcionamento dos mercados e tentar atingir os
chamados preços de equilíbrio através das taxas de juros do Banco Central.
***
Agora,
um pequeno livro recém lançado - "O Universo Neoliberal do
Desencanto", do economista José Carlos de Assis e do matemático Antonio
Dória - narra uma história extraordinária de como três brasileiros, no início
dos anos 90, já tinham derrubado os pilares centrais nos quais se sustentava o
neoliberalismo.
Os
três são o próprio Antonio Dória, o matemático e lógico Newton da Costa e o
jovem economista Marcelo Tsuji.
***
A
ideia de que a matemática poderia explicar todos os fenômenos foi questionada
em 1931 pelo matemático alemão Kurt Gödel, radicado nos Estados Unidos.
Colocava-se
em xeque, assim, a ideia de que a matemática poderia calcular tudo.
***
John
Nash (personagem principal do filme "Uma mente brilhante"), através
da teoria dos jogos, demonstrou que é possível uma situação tal em que todos os
jogadores, perseguindo cada qual sua estratégia individual, chegariam a um
ponto ótimo de equilíbrio.
Dois
matemáticos – Kenneth Arrow (1921) e Gérard Debreu (1921-2004) - beberam no
“equilíbrio de Nash” e o transportaram para a economia: demonstraram que, na
economia, o "equilíbrio de Nash" correspondia aos preços de
equilíbrio.
Esses
estudos serviram de base para toda a parafernália econométrica que sustentou o
modelo atual de economia neoliberal e de atuação dos bancos centrais.
***
No
início dos anos 90, Alain Lewis - um matemático negro genial, chamado de "o outro Nash" - mostrou
que, em alguns casos específicos, os preços chegavam ao "equilíbrio de
Nash" só que não era possível calcular o momento em que isto se dava.
***
Desde
os anos 80, Dória e Newton da Costa vinham buscando respostas para um desafio:
como prever quando um corpo entraria em caos (por exemplo, a asa de um avião
vibrando cada vez mais, ou o movimento de um barco balançando de um lado para o
outro até virar). E chegaram à conclusão
que não existia um critério geral que pudesse calcular o momento em que
situações entrariam em estado de caos.
***
Em
1991, Doria foi abordado por um aluno, Marcelo Tsuji, que trabalhava na
consultoria de Delfim Neto. Tsuji contou que, utilizando a metodologia
desenvolvida por Doria e Da Costa, tinha encontrado uma prova mais geral para o
"teorema de Lewis" (que se aplicava para casos específicos).
Em
síntese dizia que em mercados livres, de uma maneira geral chega-se ao tal
"equilíbrio de Nash". Só que é impossível calcular o momento em que
se dá esse equilíbrio. Se não dá para calcular, joga por terra toda a
mistificação sobre taxa de juros neutra e PIB potencial - os principais pilares
teóricos a sustentar a taxa Selic brasileira.
***
O
trabalho ficou pronto em 1993, só foi publicado em 1998 e, hoje em dia, começa
a ganhar reconhecimento internacional. Mas apenas depois que os fatos
comprovaram as falácias das planilhas que legitimaram esses tempos de esbórnia
e especulação.
Educação
afeta desempenho do IPC-S
O
IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) aponta um avanço de 0,27%,
segundo a Fundação Getúlio Vargas. O resultado ficou 0,03 ponto percentual
abaixo do registrado na última divulgação. Quatro das oito classes de despesa
que formam o índice perderam força ao longo do período, com destaque para o
grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja taxa passou de 1,69% para 1,01%,
seguido por Despesas Diversas (de 0,50% para 0,30%) e Alimentação (de 0,02%
para -0,09%), entre outros.
Empresas
melhoram pontualidade de pagamento
A
pontualidade de pagamento das micro e pequenas empresas chegou a 94,8% em
janeiro - a cada 1 mil pagamentos efetuados no período, 948 foram quitados à
vista ou com atraso máximo de sete dias, segundo a Serasa Experian. As micro e
pequenas empresas do setor comercial apresentaram o maior nível de
pontualidade, com 95,7%. As empresas industriais registraram pontualidade de
94% e a pontualidade de pagamentos das micro e pequenas empresas do setor de
serviços atingiu 93,5% em janeiro de 2012.
BC
01: Balanço de pagamentos atinge US$ 363 milhões
O
balanço de pagamentos de janeiro apresentou um superávit de US$ 363 milhões,
segundo o Banco Central. As transações correntes foram deficitárias em US$ 7,1
bilhões, acumulando uma perda de US$ 54,1 bilhões nos últimos doze meses, valor
equivalente a 2,17% do PIB. A conta financeira apresentou ingressos líquidos de
US$ 7,3 bilhões, com destaque para os ingressos líquidos de investimentos
estrangeiros diretos (IED) e em carteira, no valor de US$ 5,4 bilhões e US$ 4,9
bilhões, respectivamente.
BC
02: Investimento estrangeiro atinge US$ 5,4 bi
Os
investimentos brasileiros diretos no exterior registraram retornos líquidos de
US$385 milhões, sendo US$ 462 milhões em participação no capital de empresas no
exterior e US$ 847 milhões em retornos. Ao mesmo tempo, dados do Banco Central
indicam que os investimentos estrangeiros diretos somaram US$ 5,4 bilhões - os
ingressos líquidos em participação no capital de empresas no País atingiram US$
5 bilhões, e os desembolsos líquidos de empréstimos intercompanhias totalizaram
US$ 407 milhões.
Confiança
da indústria fica estável
O
Índice de Confiança da Indústria (ICI) apurado na prévia da Sondagem da
Indústria de fevereiro de 2012 sinaliza estabilidade, em 102,3 pontos, ante os
dados do mês anterior, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com o
resultado, o índice permaneceria abaixo da média desde 2003, de 103,8 pontos.
De acordo com os dados preliminares, o Índice da Situação Atual (ISA) teria
avançado 0,6%, para 103,6 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) recuaria na
mesma proporção, para 101,1 pontos.
INCC-M
atinge 0,42% em fevereiro
O
Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M) registrou uma variação de
0,42% em fevereiro, taxa inferior à apurada no mês anterior, quando atingiu
0,67%, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ao longo do período, o índice
relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços registrou variação de 0,40%,
pouco acima dos 0,35% apurados no mês anterior. O índice referente a Mão de
Obra registrou variação de 0,43%, ante 0,98% de janeiro.
>>>>
Barbárie em Brasília.. Jovens
ateiam fogo em dois moradores de rua. Um morreu CORREIO 27.02
<>>>>>
Baixe
aqui o programa para preencher a declaração do Imposto de Renda 2012
>>>>>>
Amigo eternizado na poesia. Manoel
de Barros celebra o camarada Bernardo com Escritos em verbal de ave, um
belíssimo livro-brinquedo, ilustrado pelo próprio poeta CORREIO 27.02
-
“Bernardo
é quase árvore/Silêncio dele é tão alto que os passarinhos/ouvem de longe/E vêm
pousar em seu ombro./Seu olho renova as tardes.” Desde o livro O guardador de
águas, o poeta mato-grossense Manoel de Barros celebra, em desconcertantes
poemas, o seu amigo Bernardo, uma espécie de São Francisco de Assis sertanejo
delirante, que abriga os passarinhos nos ombros, apascenta as águas e fala a
língua das pedras ou das rãs. O personagem surreal percorre vários livros de
Manoel com seu impulso indomável de invenção e reinvenção, em guerra permanente
contra o senso comum. Mas, com a morte de Bernardo, Manoel eterniza o amigo em
Escritos em verbal de ave (Leya). Não é um livro convencional; é um
livro-brinquedo, livro-casulo, livro-borboleta (projeto de Luciana Facchini)
que se abre em dobraduras de muitas surpresas aos olhos do leitor, com
sugestivos desenhos do próprio Manoel, incrustados na página como inscrições
ruprestes.
Manoel
de Barros escavou uma das vozes mais originais da poesia brasileira. A sua
trajetória vai na contramão da maioria dos poetas que, ao se consagrarem,
tendem a vestir camisola e fardão acadêmicos, no corpo e na alma. Com 95 anos,
Manoel se esmera, cada vez mais, em reacender o menino arteiro que anima a sua
poesia. De fato, o livro-borboleta poderia ser adotado como obra poética para
as crianças. Esse ponto de vista lúdico é celebrado em Escritos em verbal de
ave por Manoel com uma honrosa epígrafe pinçada na obra do poeta brasiliense Nicolas
Behr: “A infância/É a camada/Fértil da vida”.
Manoel escavou uma voz impregnada de voo de
borboletas, canto de passarinhos, fala de águas e silêncio de pedras. É uma
poesia em prosmiscuidade com a natureza: “Queria que um passarinho/escolhesse
minha voz/para seus cantos”. Escrito em verbal de ave está dividido em três
seções: a apresentação de Bernardo, os desobjetos (do acervo de Bernardo) e os
supostos escritos de Bernardo, vazados em estrofes de três versos como se
fossem hai-kais dos trópicos, hai-kais sertanejos, sensuais e surreais: “Quem
não vê/o êxtase do chão/é cego”.
É difícil delimitar com precisão realista a
biografia de Bernardo, pois embora o personagem tenha existido no Mato Grosso e
inspirado Manoel com o estado de delírio poético quase permanente, o seu perfil
se situa no território nebuloso do mito. E é o próprio Manoel de Barros quem
faz questão de embaralhar o jogo, ao apresentar o amigo no livro por meio de
uma desbiografia, uma biografia inventada: “Bernardo morava de luxúria com as
suas palavras./(…) Nossa linguagem não tinha função/explicativa, mas só
brincativa. Como seja: ontem Bernardo fez para nós/Um ferro de engomar gelo!”.
Manoel
tem sido alvo de críticas por incorrer no pecado da repetição. Em um dos seus
poemas, ele próprio respondeu ao reparo: “Repetir, repetir até ficar diferente.
Repetir é um dom do estilo”. Ou seja: a sua repetição sempre subverte algo da
própria obra, revela um novo matiz, desvela uma nova faceta, reinventa um novo
sentido.
A
gente lê vários poetas com prazer de apreciar a verve, a trama engenhosa das
palavras e algum verso precioso sustentando toda a arquitetura. No entanto,
Escritos em verbal de ave provoca o estremecimento de algo que emana da mais
pura inspiração de um orfeu caboclo a encantar seres humanos, animais e plantas
com o seu canto, soprado, com certeza, pelas musas: “Palavra abençoada/pela
inocência/é ave”.
-
Escritos
em verbal de ave
De
Manoel de Barros. Leya, 14 páginas. R$ 34, 90
»
Os desobjetos
(Do
acervo de Bernardo)
1
Prego que farfalha
2
Uma púa de mandioca
3
O fazedor de amanhecer
4
O martelo de pregar água
5
Guindaste de levantar vento
6
O ferro de engomar gelo
7
O parafuso de veludo
8
Alarme para o silêncio
9
Presilha de prender silêncio
10
Formiga frondosa com olhar de árvore
Silêncio
das pedras é o início das palavras?
Privilégio
dos ventos: semear borboletas
Acho
uma coisa cândida conversar com as águas
Vi
na solidão um silêncio de concha
>>
Vácuo
de ideias O Globo - 27/02/2012
-
A
política brasileira está dando mostras de um cenário deprimente, cuja
característica principal é um vácuo total de ideias. Partidos se digladiam por
tempo de rádio e televisão, estando dispostos às mais distintas alianças,
sempre e quando esse tempo seja preservado. Alianças não obedecem a nenhum
imperativo de programas, valores e ideias, mas tão somente a ganhos pragmáticos
imediatos. É como se partidos renunciassem a si mesmos. O que fazer com o Poder
conquistado, além de preservá-lo, não entra minimamente em consideração.
Denominações
de "esquerda" e "direita", se já não tinham muito
significado, perdem o pouco que conservavam, pois partidos de
"esquerda" fazem sem o menor pudor alianças com partidos de
"direita", como se isso fosse a coisa mais natural do mundo. Alianças
impensáveis há apenas poucos anos tornaram-se corriqueiras, tudo sendo
virtualmente possível. Se não há menor apego a ideias e valores, não surpreende
que negociações partidárias sejam feitas nas mais distintas direções. É o
terreno do vale-tudo porque valores nada valem.
Não
deveria, portanto, causar tanto impacto que as igrejas evangélicas estejam
progredindo eleitoralmente, agindo à revelia dos partidos, segundo os seus
próprios interesses específicos. Partidos são, para elas, meros instrumentos, o
que valeria para praticamente todas as agremiações, nenhuma delas apresentando
uma proposta abrangente que valha para toda a sociedade. Partidos deveriam
mostrar que seus interesses particulares, por exemplo, têm validade para toda a
sociedade, fazendo, neste sentido, a passagem do particular para o universal e
o coletivo.
Nesta
perspectiva, as igrejas evangélicas estão ocupando um espaço deixado vazio
pelos partidos, assumindo valores que são reconhecidos não somente por sua
clientela tradicional, mas ganham também amplos setores dos eleitores. Estão,
desta maneira, redesenhando, na sua ótica própria, as relações entre política e
valores, tanto mais eficazmente que os partidos têm abdicado da defesa dos
valores.
Tomemos
o caso da discussão sobre o aborto e a união homossexual. Independentemente da
consideração de se ser contra ou a favor, o mais relevante é que se tenha
posições a respeito, sendo essas discutidas e defendidas em praça pública. As
igrejas evangélicas defendem as suas posições e não por serem essas retrógradas
ou atrasadas, o que pressuporia que os defensores do aborto e da união
homossexual seriam tidos por "progressistas", mas porque veiculam
ideias da vida (a ser considerada desde a fecundação) e da família (baseada na
união entre homem e mulher).
Ocorre
que os partidos políticos estão fugindo dessas questões, pois, sendo
essencialmente controversas, produzem efeitos políticos e eleitorais. Ninguém,
incluindo os partidos, está infenso a assumir consequências decorrentes da
defesa de posições a favor ou contra. Isto seria, aliás, natural. O que não
poderia acontecer - mas é o que está acontecendo - é que os partidos políticos
não sejam a favor, nem contra, mas muito antes pelo contrário. Ao desertarem do
campo das ideias, deixaram o campo vazio para que outras organizações o ocupem.
Questões
públicas exigem exposições de princípios. Nessas questões em pauta, há
considerações relevantes sobre a liberdade de escolha e os seus limites, sobre
o que é considerado como natural, sobre a concepção da vida, estando essa
dotada ou não de uma finalidade própria, sobre o que é saúde pública, sobre o
que é o exercício legítimo da diferença e assim por diante. Trata-se de
questões públicas que requerem um tratamento eminentemente racional,
independente de orientações religiosas.
O
recurso a um texto sagrado não deveria ser aqui de nenhuma valia, pois é de sua
natureza ser válido para aqueles que nele creem. Logo, se valesse somente a
orientação religiosa, apenas os fiéis deveriam seguir as diretrizes relativas
ao aborto e à união homossexual, não devendo ser elas objeto de uma lei
pública.
Os
partidos políticos, no entanto, estão fugindo desse debate, atentos somente aos
seus interesses eleitorais mais imediatos. Nas últimas eleições presidenciais,
o espetáculo foi deprimente tanto no que concerne ao PT quanto ao PSDB, ambos
partidos assumindo posições ao sabor das oscilações de opinião pública, cujo
único pilar era a conquista do voto. Aliás, ambos partidos já foram - ou são -,
por exemplo, favoráveis ao aborto ou à união homossexual, porém se recusam a
assumir essa postura por medo das consequências eleitorais. O espaço não
ocupado por eles termina sendo ocupado por outros.
Referi-me,
na abordagem dessas questões, principalmente aos evangélicos, por serem esses
os mais claros e aguerridos, não se envergonhando de suas posições. A Igreja
Católica, embora sua corrente hoje principal assuma também essas posições,
tinha abandonado parcialmente esse campo em proveito de posicionamentos mais
propriamente sociais e políticos, inclusive com o marxismo ganhando posições em
seu seio em detrimento do cristianismo propriamente dito.
Em
nome da revolução, bem tido por maior, chegou a fazer concessões a valores
então tidos como menores. A partir do momento em que setores seus passaram a se
comportar como se fossem partidos políticos, em estreita vinculação com
movimentos sociais que propugnam pela abolição do capitalismo e da propriedade
privada, criaram vínculos ideológicos e abandonaram o terreno que veio a ser
ocupado pelos evangélicos.
Isto
faz também com que os partidos políticos estejam, agora, tentando se aproximar
cada vez mais da classe média ascendente, a dita classe C, pois essa está
abrindo o seu próprio caminho, defendendo os seus próprios valores, muitos
desses sendo considerados como "conservadores". Ela tem uma visão
própria da relação entre política e valores, relação essa que os partidos
políticos têm uma nítida dificuldade em abordar. A natureza, dizia Aristóteles,
tem horror ao vácuo.
DENIS
LERRER ROSENFIELD é professor de filosofia na Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.
-
>>
Escritores assinam manifesto contra Correa O Globo - 27/02/2012
-
Mais
de 100 autores de Espanha e América Latina defendem jornalistas e acusam
presidente do Equador de abuso de poder
-
MADRI.
Mais de cem escritores espanhóis e latino-americanos assinaram um manifesto em
defesa dos jornalistas equatorianos Emilio Palacio, Juan Carlos Calderón e
Christian Zurita. O presidente do Equador, Rafael Correa, entrou na Justiça
contra os jornalistas e conseguiu indenizações milionárias sob a alegação de
dano moral.
Emilio
Palacio foi editor de Opinião do jornal "El Universo" e escreveu a
coluna "Não às mentiras", na qual acusava o presidente equatoriano de
dar ordens ao Exército para abrir fogo contra civis durante a revolta policial
de 30 de setembro de 2010. Palacio, que pediu asilo político com sua família em
Miami, foi condenado - junto com dois diretores do jornal - a três anos de
prisão e a pagar multa de US$ 40 milhões. Calderón e Zurita são os autores do
livro "O grande irmão", que denuncia os milionários contratos do
Estado envolvendo o irmão do presidente, Fabricio Correa. Os jornalistas devem
pagar US$ 1 milhão ao presidente.
O
manifesto, assinado por 140 autores, entre eles Fernando Savater, Javier
Cercas, Rosa Montero e Juan Villoro, chama de "intimidação política"
as atitudes de Correa e de "desmedida" a indenização pedida.
"São sinais evidentes de um abuso de poder voltado não apenas a corrigir
alegados danos morais e a obter um rápido enriquecimento pessoal, mas também
para intimidar todos os escritores e jornalistas", diz o texto.
A
Organização dos Estados Americanos (OEA) exigiu que o presidente equatoriano
volte atrás nas sentenças. Correa, por sua vez, qualificou de "disparate
total" o pedido, mas anunciou que teria "uma decisão tomada"
sobre a sentença contra o jornal "El Universo" e que a divulgará nos
próximos dias.
Artigo
de Vargas Llosa ataca medidas de Correa
Ontem,
o governo equatoriano disse que consultará a Corte Interamericana de Direitos
Humanos para saber se a Comissão Interamericana extrapolou suas funções ao
emitir medidas cautelares para impedir a execução da sentença contra o jornal.
A comissão pediu que o governo de Correa "suspenda de imediato os efeitos
da sentença de 15 de fevereiro de 2012, a fim de garantir a liberdade de expressão".
No
programa de rádio e TV "Diálogo com o presidente", transmitido
sábado, Correa afirmou que o pedido de medidas cautelares da comissão não deve
ser levado a sério, por se basear numa declaração de princípios realizada pela
própria comissão.
"Vamos
tomar as medidas desde a nossa América para não sermos submetidos a certas
burocracias internacionais", disse o presidente, sem dar mais detalhes.
Correa
lamentou que o ex-presidente americano Jimmy Carter tenha assinado uma carta de
apoio à Comissão Interamericana, e perguntou por que ele não tomou medida
semelhante quando estava na Casa Branca. No programa, Correa disse que
responderá a Carter com cortesia e firmeza, devido ao respeito que tem pelo
ex-presidente.
Em
artigo publicado ontem no jornal espanhol "El País", o escritor
peruano Mario Vargas Llosa afirma que a ação do presidente equatoriano é um ato
político, feito para minar os pilares da democracia, que são a liberdade de
expressão e o direito de crítica. "O presidente do Equador, Rafael Correa,
acaba de ganhar uma importante batalha legal contra a liberdade de imprensa em
seu país e deu um grande passo para a conversão de seu governo num regime
autoritário", escreveu o ganhador do Nobel de Literatura em 2010.
Em
seu texto, Vargas Llosa frisa que a intimidação e a ameaça para instalar a
autocensura no mundo da informação, obrigando jornalistas e formadores de
opinião a tornarem-se censores de si mesmos, são métodos praticados por todos
os ditadores modernos. Ele cita os casos de Cuba, do venezuelano Hugo Chávez e
da argentina Cristina Kirchner - às voltas com disputas com a imprensa. E
considera o método "hipócrita, mas mais eficaz do que a anacrônica censura
prévia ou o mero fechamento dos meios de comunicação avessos à subserviência política."
Para o escritor peruano, "o desaparecimento da imprensa livre e sua
substituição pelo jornalismo neutro e incapaz de exercer a crítica é o sonho
também das pseudodemocracias demagógicas e devastadas pelo populismo, do qual o
governo Correa é distinto representante."
>>>>>
LANÇAMENTOS JURÍDICOS
ORÇAMENTO - Processo Legislativo e Orçamento
Público, de Luiz
Gustavo Bambini de Assis, publicado pela Saraiva, tem por foco o estudo do
processo legislativo de formação das leis orçamentárias e a maneira como essa
ativida, exercida pelo Congresso, pode ser um fonte de fortalecimento do
Legislativo.
DIREITO INTERNACIONAL - A Revista dos Tribunais
lança Curso de Direito Internacional Público. A obra de Valerio de Oliveira Mazzuoli dá atenção
especial a temas como tratados, direitos humanos, nacionalidade e extradição.
PRIVACIDADE - Em Tutela e Privacidade na Internet, Macel Lonardi propõe uma nova maneira de
interpretar o direito à privacidade na era digital. Lançamento da Saraiva.
ÉTICA - Marco Antônio Araújo Júnior é o autor de
Elementos do DIREITO
- Ética Profissional publicado pela Revista dos Tribunais. O livro traz o tema
esmiuçado de forma clara de didática para alunos de graduação e pós-graduação. O POPULAR/GO 27.02
>>>
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário