LEGADO DE CANOTILHO. “Os problemas não estão nos artigos da Constituição” CONJUR.COM.BR
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“Você não precisa de muitos heróis se você escolhe cuidadosamente”, disse John Hart Ely, célebre jurista norte-americano, para honrar a memória de Earl Warren, presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos, nas décadas de 1950 e 1960. No Brasil, alegando falta de heróis, não nos envergonhamos de celebrizar todos os dias gente cuja maior contribuição à humanidade jamais ultrapassará as quatro linhas de um campo de futebol, ou os 15 minutos de fama que lhes confere a tela plana das televisões, ou dos computadores. Contudo, num país cuja história é, desde suas origens, protagonizada por personagens como Anchieta, Zumbi dos Palmares, Tiradentes, Ruy Barbosa, José Bonifácio, Machado de Assis, Oswaldo Cruz, Villa-Lobos, Irmã Dulce e Juscelino Kubitschek, talvez fosse o caso de escolhermos um pouco mais cuidadosamente os nossos ícones.
A propósito, 19 de outubro de 2011 há de ser lembrado, por todos os juristas que se comprometeram com o aperfeiçoamento democrático e com a concretização da Constituição de 1988, como o dia em que o famoso constitucionalista português José Joaquim Gomes Canotilho, um grande amigo do Brasil, cessa suas funções como professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
O notável professor edificou uma vida voltada ao estudo do Direito, onde o que mais ressalta é o compromisso permanentemente renovado com a dignidade da pessoa humana, com a consolidação da democracia e com a efetivação dos direitos fundamentais. Herdeiro da tradição iluminista, sempre confiante na capacidade do homem de conformar o próprio destino, Canotilho acabou tendo profunda influência no desenvolvimento do Direito Constitucional que se ensina nas Academias brasileiras e que tem aplicação em nossos tribunais. Divergindo de um antigo costume de intelectuais estrangeiros, entretanto, jamais ministrou conselhos, ou receitas, para os nossos problemas. Ao contrário, vezes sem conta, repetiu lá fora que via nos juristas brasileiros o que havia de mais criativo no estudo do Direito Constitucional e, comprovando essa admiração, dedicou a sua principal obra, Direito Constitucional e Teoria da Constituição, aos seus alunos brasileiros.
Nada mais adequado, pois, do que prestar uma justa homenagem ao professor Canotilho, precisamente, no momento em que a Constituição de 1988 se vê ameaçada por mal explicadas propostas de assembléias constituintes. A Constituição brasileira, no resumo do grande jurista português, “foi um grito de modernidade ouvido trinta anos depois da criação de Brasília, um estatuto de contraste com a ditadura da qual o país se libertou.” Mas a nossa Constituição, como qualquer outra, lembra o mestre português, não tem capacidade suficiente, só por si, para fazer transformações sociais. Portanto, “o desencanto que pode haver, embora se debite à Constituição, é, na verdade, com os agentes concretos da vida do país. Os problemas estão nas ruas do país, não nos artigos da Constituição”.
Talvez seja essa a lição menos compreendida do mestre português: a Constituição não cria o paraíso pelo simples fato de existir, pois, aqui, como no Fausto do Goethe, a vida e a liberdade não são dádivas atribuídas por qualquer governo, ou documento escrito, e só as fazem por merecer os povos que as tem de conquistar todos os dias.
Néviton Guedes é desembargador federal do TRF da 1ª Região e Doutor em Direito pela Universidade de Coimbra.
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Professora defende tecnologias para fortalecer movimentos sociais. Dione Moura defendeu que celulares e redes sociais podem ser usados como instrumentos de cidadania unb.br
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Promover a inclusão digital não se limita a difundir tecnologias de informação e comunicação entre as classes baixas. É preciso também saber usar esse recurso para melhorar a qualidade de vida das pessoas. A professora Dione Moura, da Faculdade de Comunicação da UnB, defendeu no último dia do XIV Congresso Internacional de Humanidades a apropriação da tecnologia pelas comunidades para mudar a própria realidade. “As grandes corporações divulgam um uso de celulares e computadores que se limitam a entretenimento e como símbolos de status”. Segundo ela, essas tecnologias podem ser mais que isso: um instrumento de cidadania. Dione dividiu a última mesa do evento com o jornalista Luiz Cláudio Cunha, que fez uma retrospectiva de como as ditaduras da América Latina temeram e reprimiram o poder da palavra.
O evento reuniu durante três dias 172 debatedores em torno do tema “Palavra e cultura na América Latina: Heranças e Desafios”. Para Dione, um desses desafios é que a tecnologia possa empoderar as comunidades e movimentos sociais. Luiz Cláudio, por sua vez, relembrou a herança maldita das ditaduras da América Latina. As duas visões vão fazer parte da Revista Intercâmbio dos Congressos de Humanidades. A publicação vai reunir todos os trabalhos do congresso no site http://unb.revistaintercambio.net.br.
Para Dione Moura, o acesso à tecnologia deve ser acompanhado de um plano de uso que privilegie as necessidades e interesses da comunidade. “O computador sozinho não educa ninguém”, alerta. Segundo ela, as tecnologias devem ser usadas para capacitar, educar e defender as demandas das comunidades. “Elas possibilitam um registro e fazer com que o mundo conheça a realidade delas”. Dione destacou que já existem exemplos em que a tecnologia é realmente apropriada por esses grupos. “Algumas aldeias indígenas já registram em vídeo seu cotidiano e divulgam na rede”, destaca.
Alexandra Martins/UnB Agência
Jornalista Luiz Cláudio Cunha apresentou artigo que fará parte da revista
Luiz Cláudio Cunha recordou como a palavra resistiu a truculência da época dos regimes militares. “A palavra ensina e revela, por isso teve que ser silenciada por esses governos”, conta. O jornalista - que recebeu em maio o título de notório saber e já trabalhou nas principais redações do país – leu para plateia o artigo que fará parte da revista. No texto, o jornalista brinca com as palavras para mostrar como os regimes ditatoriais da América Latina distorceram o sentido delas para fazer valer o arbítrio nesses países.
O XIV Congresso Internacional de Humanidades é o resultado de uma parceria entre a UnB e a Universidad Metropolitana de Ciência de la Educación de Chile. O evento é realizado todo ano, alternadamente em Brasília e em Santiago.
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Código Tributário Nacional
O Código Tributário Nacional hoje completa 45 anos. Instituído em 1966, com a Lei nº 5.172, o instrumento, responsável por regular as normas gerais de Direito Tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios, estabelece as regras gerais de Direito Tributário que são exigidas pelo artigo 146, inciso III da Constituição brasileira. O popular / GO 25.10
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Só até a graduação. A 3ª Turma do STJ decidiu que o pai não precisa pagar alimentos à sua filha maior que está cursando mestrado. Para a ministra Nancy Andrighi, o estímulo à qualificação profissional dos filhos não pode ser imposto aos pais de forma perpétua. Para ela, o dever de alimentos pode se prorrogar após cessar o poder familiar e com a maioridade, mas essa missão deve terminar quando o alimentando conclui sua graduação. O popular / GO 25.10
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Lançamento de CD e livro. Sons que curam. Cantor e compositor Naire Siqueira lança hoje, em show no Sesc, livro e CD sobre música terapêutica O popular / GO 25.10
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A edição desta noite do Projeto Vozes de Goiás, do Sesc, será diferente. O show dos cantores e compositores Naire Siqueira e Tibério Gaspar marcam não só uma noite com boa música, mas também o lançamento de um livro e um CD sobre a relação entre música e terapia. Antes da apresentação, por volta das 20h30, haverá um momento que mostrará essa outra faceta de Naire, que é o autor da música Companheiro, que foi entoada por Maria Eugênia na abertura da novela Araguaia, da Rede Globo. O evento será no Sesc Cidadania, no Jardim América, com entrada franca.
Antes do show, Naire vai falar sobre a relação entre música e terapia, área na qual se tornou consultor e pesquisador. Os resultados desse interesse pelos estudos da ação da música no auxílio à cura dos males do corpo são o livro O Ser Humano Orquestra e um CD com músicas relaxantes, próprias para momentos de relaxamento. Além disso, Naire vai ministrar a palestra O Som em Benefício da Saúde – Menos Estresse e Mais Criatividade.
Na palestra, Naire vai falar de sua experiência como terapeuta que usa a música como instrumento de trabalho, mostrando que os sons podem ser grandes aliados no combate ao ritmo frenético que, tantas vezes, levam a situações de tensão e a doenças. Ao lançar seu CD, ele também vai mostrar que exercícios simples podem fazer toda a diferença no cotidiano das pessoas.
Seu livro também falam de maneiras de gerenciamento do estresse, que incluem dicas para respirar mais adequadamente e dormir melhor, o que faz toda diferença na qualidade de vida e na saúde do corpo. Depois de ouvir sobre saúde, o público poderá curtir as canções de Naire e Tibério Gaspar, que estarão acompanhados de banda no palco. O que não faltam são sucessos para recordar, muitos deles gravados por grandes nomes da MPB, como Wilson Simonal, e parcerias, como a com Roberto Menescal. Há ainda a inesquecível canção Teletema, composta por Tibério Gaspar.
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Brasil proporá na Rio+20 acordo sobre transparência de informações ambientais Valor Econômico - 25/10/2011
A diplomacia brasileira está estudando propor uma convenção internacional - ou uma declaração - sobre a transparência de informações ambientais, a ser apresentada na Rio+20, a conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável que será realizada no Rio de Janeiro, em junho.
A informação foi dada ontem por Gilberto Câmara, diretor-geral do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), durante a Fapesp Week, em Washington. A proposta de um acordo internacional sobre a disponibilidade ambiental de dados seria uma forma de tornar transparente os esforços de todos os países. "Com transparência se cria governança", disse Câmara, explicando à plateia como os dados do Inpe sobre o desmatamento da Amazônia estão, há anos, disponíveis na web para quem quiser acessar. Esse tipo de atitude é indispensável para o desenvolvimento sustentável global, reforçou. "Será interessante saber de qual lado estarão os Estados Unidos", provocou. "Nós (o Brasil) queremos disponibilizar informações sobre ambiente."
A falta de consenso na transparência dos esforços ambientais dos países foi uma das travas da conferência do clima de Copenhague, em 2009. Na ocasião, os Estados Unidos pressionaram a China para que aceitassem uma espécie de auditoria internacional (conhecida pela sigla MRV) sobre os resultados de seus esforços em reduzir emissões de gases-estufa. A China entendia que aceitar a cláusula significava permitir uma ingerência em sua soberania. Os EUA pressionaram, mas nunca deixaram claro se o país também se submeteria ao mesmo princípio.
A Fapesp Week é um congresso científico que começou ontem, no Wilson Woodrow International Center for Scholars, em Washington, e que reunirá, até amanhã, 53 palestrantes brasileiros e americanos. São especialistas em temas como mudança climática e biodiversidade, biocombustíveis, pesquisas genéticas ou vacinas e doenças tropicais. O encontro, promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), tem mais de cem pesquisadores, professores universitários e funcionários de empresas, de ambos países, na plateia.
Em sua apresentação, Câmara lançou outra provocação. "É um equívoco sem precedentes dos ambientalistas serem contra Belo Monte", disse. Trata-se, segundo ele, de um engano político. "Está claro que a presidente Dilma considera que a segurança energética brasileira passa por Belo Monte", continuou. "A oposição a enfraquece politicamente", analisou.
Durante o evento, pesquisadores da Fapesp apresentaram seus projetos de pesquisa. O programa de mudança climática, por exemplo, foi iniciado em 2008, significa um investimento de US$ 30 milhões e durará dez anos, mapeando diversos aspectos do fenômeno - mudança do uso da terra, impacto da pecuária, adaptação e mitigação na emissão de gases-estufa, por exemplo. Há 21 projetos em andamento, informou Reynaldo Victoria, da USP e coordenador do programa da Fapesp.
"A extensão da internacionalização da Fapesp tem sido uma das minhas preocupações fundamentais", disse Celso Lafer, presidente da fundação.
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VISãO DO CORREIO » Brasília precisa reagir a riscos ao tombamento CorreioBsB 25.10
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Tombada em 1987, aos 27 anos, como Patrimônio da Humanidade, Brasília entrou para a história como primeira cidade moderna a ostentar o título. Mas só agora, quase um quarto de século depois, começa a discutir a definição de um plano diretor para a preservação de seu conjunto urbanístico. Enquanto isso, multiplicam-se as agressões ao projeto original de Lucio Costa: as passagens livres sob os pilotis dos prédios residenciais das superquadras são fechadas por grades e cercas vivas, áreas verdes viram estacionamento ou são ocupadas por ambulantes, comércios invadem espaço público com puxadinhos, construções irregulares surgem impunes na orla do Lago Paronoá, terrenos têm destinação e gabaritos mudados de modo descontrolado, e por aí vai.
Em 2001, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) enviou missão à capital brasileira para checar os cuidados com a preservação. A cidade escapou de ser incluída na lista de patrimônio em risco, mas os especialistas observaram as intervenções indesejadas e fizeram uma série de recomendações. Dez anos depois, a aprovação do plano diretor, então apontado como “prioridade absoluta”, não se concretizou. Muito menos a melhoria do transporte público, indicada para reduzir o número de veículos em circulação na área tombada. Tampouco cuidou-se de criar um cinturão de proteção em que fosse proibida a construção de arranha-céus, para manter a amplitude do horizonte.
Resultado: Brasília está prestes a, no mínimo, levar um puxão de orelhas da Unesco. Reunido em Paris, o Conselho do Patrimônio Mundial avaliou a situação e aprovou o envio de nova missão (falta marcar a data) ao Distrito Federal. A vistoria será acompanhada pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos), cuja presidente no Brasil, Rosina Parchen, adverte: desta vez, não está descartada a possibilidade de a cidade ser inserida no rol daquelas com patrimônio em risco, “já que está na iminência de perder as suas características originais”. Ela lamenta a degradação e o fato de as recomendações de 2001 terem sido “todas ignoradas”. Ou seja, a reação precisa vir rápido — para conter o desvirtuamento dos conceitos do projeto urbanístico de Lucio Costa, mas, sobretudo, para garantir qualidade de vida ao brasiliense.
Não adianta olhar apenas a área tombada. O Plano Piloto sofre as mazelas do inchaço do DF e do Entorno. A situação fundiária indefinida dá vez a ocupações desordenadas e à devastação do meio ambiente. Perto de 60% da cobertura vegetal foi destruída, os recursos hídricos e energéticos estão no limite e multiplica-se o número de áreas de risco, sujeitas a inundações e desabamentos. Em suma, Brasília envelhece precocemente, embora cumpra sua missão de centro do poder nacional. Reverter o quadro de deterioração é uma urgência da qual nem os governos local e federal nem o brasiliense podem se furtar de participar.
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MÚSICA » Depois do silêncio. Marcelo Lobato, Falcão, Lauro Farias e Xandão formam O Rappa: retorno aos palcos com plateia de 12 mil fãs CorreioBsB 25.10
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Rio de Janeiro — Depois de dois anos longe dos palcos, O Rappa voltou. A turnê Valeu a pena — referência à música Pescador de ilusões — deu o ponta pé da itinerância, na Marina da Glória, e fez jus às duas apresentações no último fim de semana. O retorno, previsto para o sábado, foi adiantado para sexta-feira, tamanha procura dos fãs que lotaram a orla carioca. “É muito importante estar aqui, na nossa cidade, celebrando esse momento com vocês, o nosso maior legado”, agradeceu Falcão ao público estimado em 12 mil pessoas (em cada dia), segundo a organização do evento.
Com o mesmo gás dos tempos de o Silêncio que precede o esporro — álbum lançado em 2003 e ganhador do Disco de Ouro (mais de 50 mil cópias vendidas), o grupo tocou músicas do último trabalho Rappa — Ao vivo (2010), gravado na favela da Rocinha, e os hits Mar de gente, O que sobrou do céu, Homem amarelo e Lado B lado A. O produtor Liminha fez uma participação especial na guitarra de Hey Joe, e Pescador de ilusões ganhou uma versão acústica, em um dos momentos mais emocionantes do show. “Na verdade, nestes anos todos, a gente não soube o que era não estarmos juntos. E a nossa proximidade foi fundamental para o retorno. O Rappa é maior que todos nós. Só no olhar a gente sabe quando uma música começa ou quando ela termina”, disse Falcão.
Passavam das 4h do sábado e, com quase três horas de show, O Rappa se despedia com a Minha alma incendiando a madrugada. Depois do Rio de Janeiro, a banda passará por São Paulo, Belo Horizonte, algumas capitais do Nordeste e do Sul do país, para enfim, em 3 de dezembro, chegar em Brasília. E a capital pode esperar. Eles voltaram com tudo.
Longa trajetória
“Foi uma pausa necessária. Dizem que o mais importante da música é a pausa, o silêncio. E a gente que vive num mundo de barulhos, de aparelhos buzinando, de internet, oferecendo várias coisas que a gente não sabe aproveitar. Por isso, a nossa preocupação sempre foi viver bem de música, de ter a sabedoria de não saturar”, comenta o tecladista Marcelo Lobato, sobre a importância dos intervalos entre os álbuns lançados (em 18 anos de estrada foram nove CDs).
E tempo parece ser a fórmula do O Rappa. A nova turnê, que viaja pelo Brasil até janeiro, será como um laboratório para o próximo disco Voltamos para fazer o mundo acabar, previsto para o fim de 2012. “Foram 18 anos tocando juntos e, amadurecemos tanto, que tínhamos que registrar aquela sonoridade em um DVD. Mas, depois daquele momento, a distância também foi importante para vivenciar outras coisas: ler livros, ouvir discos, fazer pesquisas ligadas à música para contribuir para o próprio grupo”, completa o baixista Lauro.
* A repórter viajou a convite da produção do evento
Set list do show
Lado B Lado A
Meu mundo é barro
Hóstia
Homem Amarelo
O que sobrou do céu
Monstro invisível
Fininho da vida
Papo de surdo e mudo
Tribunal de rua
Súplica cearense
Documento
O salto
Linha vermelha
7 vezes
Meu santo tá cansado/Rodo cotidiano
Mar de gente
Reza vela
Minha alma
Pescador de ilusões
Hey Joe
Cristo e Oxalá
Me deixa
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Judicialização da política. Correio Braziliense - 25/10/2011
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A pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) está carregada de temas relacionados à "grande política". Não por acaso, uma vez que a correlação de forças entre o governo Dilma e a oposição leva o Congresso a se enredar na "pequena política", já que os assuntos de grande interesse nacional são pouco debatidos e resolvidos na base do rolo compressor da maioria governista.
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COOPERAÇÃO. Brasil e EUA querem parceria em satélite para monitorar florestas Folha SP 25.10
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DE WASHINGTON - Cientistas do Brasil e dos EUA apresentaram hoje a proposta de um satélite para entender melhor a dinâmica entre a atmosfera e os ecossistemas do planeta. O projeto ajudará, no Brasil, a determinar com mais precisão como a Amazônia está reagindo ao aquecimento global.
O satélite, batizado de GTEO (Observatório Global de Ecossistemas Terrestres), terá uma câmera infravermelha capaz de separar dados com uma precisão sem precedentes. Enquanto satélites de observação brasileiros captam esse tipo de radiação em dez faixas de frequência diferentes, o novo instrumento as enxergaria em 250. O custo estimado é de US$ 250 milhões. A contraparte brasileira, providenciada pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), seria de US$ 100 milhões, e a Nasa providenciaria US$ 150 milhões.
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ARTE, S.O.S. Arqueólogos com treinamento militar e agentes de restauro vão a zonas de guerra pelo mundo para proteger obras de arte em risco. Folha SP 25.10
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Dias antes de deflagrarem os primeiros ataques aéreos à Líbia em março, na guerra que levou à morte o ditador Muammar Gaddafi na semana passada, tropas da Otan receberam um relatório com coordenadas dos sítios arqueológicos do país para evitar que fossem bombardeados.
Quando o conflito avançou e rebeldes tomaram Trípoli, dois agentes militares com especialização em arqueologia foram à Líbia para ver de perto os estragos da guerra.
Agora, com o leste do país sob controle das forças aliadas, uma nova missão, com restauradores e outros especialistas, está sendo planejada, para ver o que ficou de fora das primeiras inspeções.
Cada vez que uma guerra ou desastre natural ameaça o patrimônio histórico e artístico de um país, agentes do Escudo Azul, órgão internacional que tem o mesmo peso que a Cruz Vermelha nas Nações Unidas, entram em ação em missões desse tipo.
"Este foi um momento intenso para nós, com a Primavera Árabe, o tsunami no Japão e as ações de rescaldo do terremoto no Haiti", afirmou France Desmarais, diretora do International Council of Museums (Icom), que representa museus de 140 países, numa entrevista em Brasília.
Ela é uma canadense fluente em árabe, que, de Paris, coordena as ações do Escudo Azul e do conselho global de museus. Desmarais esteve em Brasília na semana passada num seminário sobre prevenção de risco a obras de arte.
"Quando algo acontece, fazemos uma advertência oficial e uma lista de obras em perigo", diz Desmarais. "Uma das listas já evitou que 1.500 peças históricas fossem traficadas do Afeganistão para Londres, todas apreendidas no aeroporto de Heathrow."
Em tempos de guerra, esse é o segundo destino mais comum de obras de arte. Ou são destruídas no conflito ou acabam surrupiadas para engrossar coleções ilegais -o tráfico de obras movimenta, segundo Desmarais, cerca de R$ 10,6 bilhões a cada ano.
E agentes trabalham nas duas frentes. Foi o Escudo Azul que repassou as coordenadas de sítios históricos aos militares na Líbia, enquanto o Icom, associado a esse órgão, elabora listas de peças em risco e repassa a informação a agentes da Interpol.
No levante contra o ditador Hosni Mubarak, no Egito, houve saques ao Museu Egípcio e sítios arqueológicos também estavam ameaçados.
"Houve um grande tumulto e danos graves aos museus", conta Thomas Schuler, cérebro das missões à Líbia e ao Egito e responsável pelo recrutamento dos agentes do Escudo Azul.
"Nem a Interpol sabia o que estava havendo. Precisávamos entrar como observadores e ver se boatos de destruição eram verdadeiros."
DESASTRES NATURAIS
Em casos de desastres naturais, como o terremoto que arrasou o Haiti no ano passado, grupos como o Escudo Azul ou o Instituto Brasileiro de Museus, órgão do Ministério da Cultura, também coordenam ações de resgate.
Na presidência rotativa do Ibermuseus, conselho dos museus ibero-americanos, o Brasil está envolvido na reconstrução de um museu de arte naïf em Porto Príncipe.
Nos primeiros dias depois da catástrofe, homens do Escudo Azul foram à ilha avaliar os danos, convocando arquitetos de todo o Caribe numa equipe de 80 pessoas.
"Havia enormes rachaduras nas paredes e não pudemos entrar em muitos museus", lembra Schuler. "Tivemos de trazer mais especialistas para resgatar objetos."
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Biografia revela Jobs rebelde, atrevido e tenaz. 'Steve Jobs', lançado ontem, mostra fundador da Apple desde a criança-problema até a luta contra a doença Folha SP 25.10
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Imagine um cara tão inteligente e tecnológico adiar a cirurgia do câncer em favor de tratamentos alternativos porque não queria ter seu corpo aberto.
Este era Steve Jobs: filho adotado, criança-problema e talento criativo, que não terminou nenhuma faculdade, amava eletrônicos, fazia molecagens como grampear todos os cômodos da casa da família para ouvir num headphone ou coisas encantadoras como criar shows de laser acoplados às caixas de som nas festas juvenis, mas não sabia escrever programas de computador. Entretanto, ele criou com um amigo mais velho e engenheiro genial chamado Stephen Wozniac o que veio a ser a empresa mais valiosa do mundo. E mudou profundamente a maneira como as pessoas lidam com computadores e com entretenimento. A biografia "Steve Jobs", lançada ontem, é um livro de encomenda, escrito por um biógrafo que hesitou em aceitar o pedido do biografado.
Walter Isaacson hesitou pelos altos e baixos da carreira de Jobs, mas aceitou a incumbência com a promessa de que o fundador da Apple não leria nem censuraria o livro antes de sair. Exceto a capa, que Jobs pediu para ver, não gostou e devolveu com contraproposta. Genioso, tenaz, vaidoso e às vezes rude, controlava de perto a criação dos produtos, o marketing, a publicidade e o departamento financeiro. Dizia que produtos quase bons não eram bons. Que queria apenas produtos insanamente bons.
O livro foi feito com base em cerca de 40 conversas recentes entre os dois, além de mais de cem entrevistas com familiares, amigos, adversários, concorrentes e colegas. Sabemos então detalhes como os problemas que causava na escola primária, a forma como uma professora soube seduzi-lo a estudar, subornando-o com pirulitos e dólares em troca de exercícios extras de matemática.
Depois recomendaram que pulasse dois anos à frente, mas o pai só aceitou que pulasse um. Transferido de escola, conviveu com gangues e sofreu bullying, ajudou a pôr explosivo na sala de aula e outras desgraças que, lá pelas tantas, o fez implorar ao pai que o mudasse de novo.
O pai, mecânico, a quem admirava profundamente, deu um jeito, pois o achava realmente especial. Deixou de frequentar a igreja luterana com a família aos 13, quando viu crianças famintas na capa da revista "Life" e confrontou o pastor, perguntando se Deus estava ciente daquilo. O pastor respondeu que sim.
Aos 15, tinha um carro e começou a fumar maconha. Depois fez viagens com LSD e foi à Índia, namorou Joan Baez, que, por sua vez, tinha namorado seu ídolo Bob Dylan. Tudo no contexto da contracultura embebida de silício. Nunca quis contato com seu pai biológico, de origem síria, um homem estudado e bem-sucedido que chegou a se gabar de gerenciar um restaurante frequentado pelas melhores cabeças do Vale do Silício. "Até por Steve Jobs", disse uma vez sem saber que falava de seu próprio filho biológico, a quem nunca procurou e a quem sobreviveu.
Briguento, Jobs ameaçou recentemente gastar todo o caixa da Apple, se preciso fosse, para destruir o Android, sistema operacional do Google que imita o da Apple. Mas ele mesmo tirou a ideia do mouse numa visita à Xerox. Alguém que ele admirava era Mark Zuckerberg, pois, se todos falam em rede social, para Jobs só há realmente uma: o Facebook. E Mark até hoje não vendeu a empresa.
Sobre a morte, comentou: "Às vezes acho que é como um botão liga-desliga. Se muda para desligar, você se vai".
STEVE JOBS
AUTOR Walter Isaacson
EDITORA Companhia das Letras
QUANTO R$ 49,90 (624 págs.)
TRADUÇÃO Berilo Vargas, Denise Bottmann e Pedro Maia Soares
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Cidades avançam com economia verde. Em vez de esperar resultados de negociações globais, municípios criam agendas próprias de sustentabilidade . Objetivo é não ficar dependendo de decisões tomadas em gabinetes; Argentina adota Índice de Sustentabilidade Folha SP 25.10
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Enquanto acordos globais que estimulem a transição da economia para um modelo de desenvolvimento sustentável não saem do papel, cidades e regiões autônomas de várias partes do planeta vêm se antecipando e criando agendas próprias de sustentabilidade, boa parte delas por meio de regulações e legislações que extrapolam as paredes de secretarias e ministérios do ambiente.
Redigida e debatida ao longo de dois anos, a Estratégia de Desenvolvimento Sustentável do País Basco 2020, recentemente aprovada, é uma mostra interessante de regulação construída de maneira coparticipativa, envolvendo representantes de diversos segmentos da sociedade.
Agregando princípios de sustentabilidade e desenvolvimento social, o documento inclui metas objetivas de redução de emissões de gases do efeito estufa, aumento do emprego e investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação para a sustentabilidade, entre outros, que servirão como plataforma de integração para o conjunto de políticas setoriais do governo.
"Em vez de esperar grandes e complexos resultados das negociações globais, achamos mais prático e eficiente avançarmos com as regulações em regiões menores, que podem inclusive ser replicáveis em outros locais", afirma a diretora-geral da Coordenação do Governo Basco, Koldobike Uriarte.
Há outros exemplos bem-sucedidos de regulações locais que caminham nessa direção. A cidade de Buenos Aires vem implementando um plano de desenvolvimento sustentável urbano com a criação do Índice de Sustentabilidade Urbana, que reúne indicadores sociais, ambientais, culturais, político-institucionais e econômicos.
Até 2060, segundo o plano, nenhuma residência da cidade ficará a menos de 350 metros de uma área verde, ante os 612 metros atuais. A quantidade de lixo reciclado deverá chegar à metade do total (hoje, somente 0,5%) e o consumo de água por habitante baixará dos atuais 622 litros para 80 litros por ano, entre outros aspectos.
O índice de sustentabilidade reúne ainda indicadores pouco usuais na área, como a redução no nível de ruído nas zonas centrais da cidade. "Depois de tanto anos, podemos ouvir os pássaros cantando no centro", afirma o secretário de Desenvolvimento Urbano de Buenos Aires, Daniel Chaín.
Além do retorno socioambiental, o programa também começa a gerar resultados econômicos. O impulso de negócios gerado pelo calçamento em vias centrais da cidade no comércio e no turismo, por exemplo, incrementou em 22% as receitas locais em menos de um ano de implementação.
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Site brasileiro oferece 'caronas' para a aula. Folha SP 25.10
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Transporte compartilhado para universitários e executivos, sites que promovem trocas de brinquedos, além de empresas de acessórios que se apresentam coletivamente em feiras e eventos, são somente alguns dos exemplos de setores que já praticam os conceitos da economia compartilhada no Brasil.
A iniciativa Criadores Brasil Acessórios é um exemplo interessante do conceito. Com diversas empresas do ramo de acessórios e bijuterias (Acessórios Modernos, Claudia Arbex, Falso Brilhante, Madamismo e Rose Benedetti, entre outras), o projeto uniu forças para que as marcas tivessem maior representatividade em feiras e eventos no Brasil e no exterior.
A ideia é promover também uma rica troca de fornecedores e materiais. "O mais interessante é que as empresas não perderam identidade própria, virando um grande conglomerado. Pelo contrário, o compartilhamento de estruturas e conhecimentos gerou mais força para todas as marcas e reforçou a identidade de cada uma", diz a especialista em Economia Criativa e Sustentabilidade Lala Deheinzelin.
Inaugurado em 2009, o serviço de compartilhamento de carros ZazCar é também uma experiência bem sucedida. De lá para cá, somou 48 mil horas utilizadas e viu sua base de clientes pular de 40 para 550 usuários em pouco mais de dois anos. Até dezembro, a empresa expandirá os serviços para mais regiões de São Paulo e aumentará sua frota de veículos.
"Temos um índice de satisfação muito alto, com mais de 90% dos usuários classificando o serviço como bom ou excelente. Ao mesmo tempo que representa geralmente um ganho da qualidade de vida, cada carro compartilhado tira, em média, cinco veículos particulares das ruas", afirma Felipe Barroso, fundador da empresa.
O site Campus Aberto, que permite aos universitários compartilhar o transporte para a faculdade, é um outro exemplo. Por meio de um sistema inteligente que mapeia as rotas e horários de cada pessoa, a página oferece opções para estudantes que querem tomar ou oferecer carona na hora de estudar.
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MBAs oferecidos no Brasil estão entre os cem melhores do mundo. Ranking do 'Financial Times' aponta curso da China no topo da lista pelo 3º ano seguido Folha SP 25.10
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Lista considera cursos executivos, para profissionais com pelo menos cinco anos de experiência no mercado
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Três programas de MBA executivo -para alunos com pelo menos cinco anos de experiência profissional- oferecidos no Brasil estão na lista dos cem melhores do mundo, de acordo com ranking do "Financial Times".
A lista é encabeçada por um curso da China fruto de parceria entre a Kellogg School of Management (EUA) e a Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong.
É o terceiro ano seguido em que o curso lidera o ranking, que considera critérios como percentual de aulas ministradas fora do país e de alunos e professores estrangeiros.
O MBA executivo ministrado no Brasil com melhor avaliação (26º lugar na lista) é o OneMBA, resultado de uma cooperação entre a FGV (Fundação Getulio Vargas) de SP e quatro instituições estrangeiras, de Hong Kong, Monterrey (México), Roterdã (Holanda) e Carolina do Norte (EUA).
Em 21 meses de curso -com custo total de R$ 118 mil-, os alunos fazem quatro viagens internacionais e participam de grupos de estudo virtuais com os colegas de outras nacionalidades. As aulas são 100% em inglês.
"O programa das cinco escolas é totalmente integrado. Somos um consórcio", diz Marina Heck, diretora acadêmica do OneMBA no Brasil. Em 41º lugar no ranking, aparece o curso da Universidade de Pittsburgh (EUA), também oferecido no Brasil. Na 57ª posição vem o MBA da FIA (Fundação Instituto de Administração), instituição brasileira. São 18 meses de curso, com 80% das aulas em português e 20% em inglês e custo de R$ 67 mil.
"Temos hoje alunos de 13 nacionalidades, além da brasileira. Principalmente dos EUA e da Europa", diz James Wright, coordenador dos MBAs internacionais da FIA.
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'Batidas, Rimas & Vida' revela o encontro do rap com o jazz Folha SP 25.10
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Para um documentário musical, "Batidas, Rimas & Vida: As Viagens de A Tribe Called Quest" é convencional.
Principalmente por se tratar da trajetória de um grupo de hip-hop, movimento cultural que já foi retratado em produções como "Scratch" (2001) -neste longa, o diretor Doug Pray editou as imagens no mesmo vaivém frenético executado pelos DJs quando arranham os discos.
Já Michael Rapaport, ator de dezenas de filmes e séries, optou pelo formato quadrado, de entrevistas e cenas de arquivo, para relembrar a história do grupo de rap nova-iorquino A Tribe Called Quest.
A história, no entanto, é essencial para entender as transformações pelas quais passou o estilo nos anos 1980, quando A Tribe, De La Soul e Jungle Brothers, entre outros, passaram a flertar com o suingue do jazz.
Juntos, eles formavam o coletivo Native Tongue que, além de referências jazzísticas, fazia um hip-hop "positivo", com letras que destacavam o afrocentrismo.
Os integrantes (os MCs Q-Tip, Phife Dawg e Jarobi White e o DJ Ali Shaheed Muhammad) traçam seu caminho desde a adolescência no Queens, em Nova York, ao estrelato e às brigas que levaram ao rompimento, nos anos 90, até o retorno em 2006.
Fica-se sabendo que a reunião teve mais motivos financeiros do que fraternais, já que nenhum deles engoliu o fato de Q-Tip se tornar a estrela da tribo.
O registro vale pelo depoimentos deles e de "fãs", como os Beastie Boys, Mos Def e Common, além da trilha sonora do produtor Madlib.
BATIDAS, RIMAS & VIDA
DIREÇÃO Michael Rapaport
PRODUÇÃO EUA, 2011
QUANDO hoje, às 18h, no Centro Cultural São Paulo; amanhã, às 14h, no Reserva Cultural; dias 28, às 15h50, no Espaço Unibanco; e 2/11, às 18h40, no Cine Livraria Cultura
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