quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Especialistas defendem propostas concretas para a Rio+20

Cristovam Buarque propôs a criação de um tribunal internacional para julgar crimes ambientais
Francisco Brasileiro - Da Secretaria de Comunicação da UnB 24.10

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O senador e ex-reitor da Universidade de Brasília Cristovam Buarque, um dos maiores defensores da preservação da natureza no Congresso, acredita que a busca por soluções para a crise ambiental não pode parar. Para manter o debate aceso, ele propõe a criação de um instituto, fórum permanente de especialistas de todo o mundo em busca de um modelo de desenvolvimento menos predatório. Cristovam também sugere a criação de um tribunal internacional para julgar crimes cometidos em nome do desenvolvimento. Seu discurso marcou a abertura do seminário Preparando Rio+20, nesta segunda-feira, 24 de outubro. Ele quer que as propostas sejam levadas pelo governo brasileiro à Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20, que será realizada no ano que vem.

“Uma decisão tomada por um Banco Central ou a construção de usinas nucleares seriam objeto das discussões desse tribunal”, disse o professor. Segundo ele, o tribunal não teria um caráter punitivo, mas moral. “Se apenas uma dessas propostas for acatada na Rio+20 podemos dizer que a conferência foi um sucesso”, afirmou. Já o instituto internacional trabalharia para manter as questões ambientais na ordem do dia. “Em vez de discutirmos essa pauta de dez em dez anos, a reflexão seria permanente”, defendeu.

Ao lado de Cristovam, na mesa de abertura, Sandrine Menard, representante do Ministério do Meio Ambiente da França, disse que é preciso reforçar os valores criados a partir da Conferência Rio 92. “Ideias como agir localmente e pensar globalmente precisam ser retomadas com o fortalecimento da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU”, destacou. “Isso dialoga com as propostas que foram apresentadas aqui.”

O secretário de políticas e programas de pesquisa e desenvolvimento do Ministério de Ciência e Tecnologia, Carlos Nobre, acha que o Brasil deve apresentar na Rio+20 uma nova visão do desenvolvimento. “Teremos que apostar na filosofia e não na diplomacia”, afirma. Para ele, com a crise econômica as chances de um acordo efetivo entre os países são mínimas. “Por outro lado, a reflexão sobre o tema vai ter um papel fundamental.”

O Seminário Preparando Rio+20 reúne especialistas do mundo todo em busca de posições a adotar e o debate sobre as propostas do Brasil na conferência mundial. Estão representados países desenvolvidos, como a França, e em desenvolvimento, como Índia, África do Sul e Chile. Alguns deles participaram do plantio de 50 mudas de árvores nativas nas proximidades da obra da nova sede do Centro de Desenvolvimento Sustentável da UnB. As árvores vão neutralizar as emissões de carbono da organização do evento. O seminário vai até quarta-feira com mesas e debates sobre o desenvolvimento sustentável.

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Como identificar um Sindicato de Servidor Público com direção pelega

VALE PARA O JUDICIÁRIO, MAS PODERIA SER PARA QUALQUER ENTIDADE SINDICAL): http://www.sindijufe.org.br/index.php?pg=ler&id_con=10689

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Entre na internet e vá para o portal do Sindicato

1) Verifique se a direção do Sindicato fica falando mais de convênios

do que das Lutas;

2) A direção do Sindicato não faz críticas ao governo;

3) A direção do Sindicato não faz críticas às Centrais que apoiam o governo;

4) A direção do Sindicato não faz críticas a deputados, senadores,

prefeitos e governadores da base aliada do governo;

5) Sempre estão dizendo que o acordo está fechado e não precisa de Greve;

6) Sempre estão defendendo os diretores da administração superior;

7) Morrem de medo de Assembleia;

8 ) Sempre estão dizendo que a Greve não deve ser utilizada, pois a

Greve pode queimar o governo;

9) Não falam em Greve Geral;

10) Sempre acham uma desculpa para elogiar o governo.

Diagnóstico:

Para cada resposta SIM: 1 PONTO

De 0 a 3 pontos: PELEGO (não participa do governo, mas adoraria e faz

tudo que o governo quer)

De 4 a 6 pontos: PELEGO PRÓ-ATIVO (é o próprio governo, participa de

partido ligado ao governo e defende o governo abertamente).

De 7 a 10 pontos: NEO-PELEGO EXTREMISTA (é mais governista que o

governo e quando sair do Sindicato vai direto ocupar uma vaga no

governo).

Qualquer pontuação acima de zero, significa que o seu Sindicato é

inimigo da Classe Trabalhadora, principalmente dos Servidores Públicos

e são agentes do governo/patrão. São lobos em pele de cordeiro.

E aí? Seu Sindicato foi bem pontuado? Se foi, é hora de mudar a

direção do seu Sindicato.

Fonte: SINDIJUFE - MATO GROSSO

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Resistência poética. De hoje até sexta, a primeira edição da Bienal do B leva poesia e música de graça para ruas e calçadas da quadra comercial da 312 Norte. Thiago de Mello é o grande homenageado CORREIOWEB 26.10

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O poeta Thiago de Mello será o patrono da bienal e participará de um bate-papo com o público hoje

Em Brasília, lugar de poesia agora é na rua. Com a extinção da Bienal Internacional de Poesia, os artistas da cidade, liderados pelo Movimento Viva Arte, montaram, às pressas, a Bienal do B, evento gratuito agendado para hoje, amanhã e sexta, sempre a partir das 18h, na quadra comercial da 312 Norte, endereço do Açougue Cultural T-Bone. Luiz Amorim, proprietário da casa, reforça a vocação do festival poético, que deve ter uma segunda edição já em junho do ano que vem — “desobedecendo” assim à periodicidade de dois anos. “Estamos calculando, nas três noites, que podemos ter cerca de 10 mil visitantes. Talvez aqui seja a primeira bienal de rua. A cidade vai ganhar muito com ela”, conta o empresário.

O poeta amazonense Thiago de Mello será o patrono da programação e participará de bate-papo com o músico Jorge Mautner na abertura da bienal. Mais de 50 poetas — entre eles, os estrangeiros Luis Serguilha (Portugal) e Milagros Terán (poetisa da Nicarágua), escritores e músicos locais e de outros estados, como Kiko Zambianchi e Fernando Porto, além de artistas plásticos e livreiros, confirmaram presença na festa.

Segundo Amorim, nem a chuva vai atrapalhar a celebração cultural. “Teremos muitos toldos. A chuva não vai incomodar. O local será bem fechado”, avisa. As três noites estão reservadas para homenagens a três figuras importantes da cultura literária da cidade: hoje, Ivan Silva, da Livraria Presença, no Conic, recebe as honras dos convidados. Amanhã é a vez de Maria da Conceição Moreira Sales, coordenadora da Biblioteca Demonstrativa de Brasília. Por último, o poeta carioca Ézio Pires, que completa 84 anos de idade dia 29, logo após o término da bienal, será lembrado pela organização. E ele promete aproveitar a oportunidade para desabafar sobre a situação cultural da cidade.

“O encontro tem que ser libertário, marginal. Nós estamos na marginalidade. Antes, era só a poesia. Agora são todas as linguagens. Vou agradecer às homenagens com posicionamento crítico”, comenta o escritor, que publica livros desde 1958 e está em Brasília desde 1962. “A relação do Estado com a cultura está cada vez mais dificultada. Eles dizem que gastam em cultura, mas o verbo correto é investir”, antecipa.

Ele se prepara para lançar o livro Tempo surdo, uma volumosa seleção de poemas que, segundo o autor, tem muito a dizer sobre os desentendimentos entre comunidade artística e representantes de governo. “A gente fala, grita, mas o burocrata está surdo. O Estado é que criou esse tempo surdo”, observa.

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SHOW » Música entre amigos. Paulinho Pedra Azul volta a Brasília, onde se sente em casa, para comemorar 30 anos de carreira no Feitiço Mineiro. No Feitiço, o mineiro lançará CD com regravações de 12 de seus sucessos CORREIOWEB 26.10

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Quando se apresentou em Brasília pela primeira vez, em 1981, cantando no bandejão do Sindicato dos Bancários, Paulo Hugo Morais Sobrinho, o Paulinho Pedra Azul, ainda não havia lançado Jardim da fantasia, seu primeiro LP. Trinta anos depois, o cantor e compositor originário do Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, volta à capital exatamente para comemorar três décadas de carreira, com show no Feitiço Mineiro, hoje e amanhã, às 22h.

“O brasiliense acompanhou passo a passo minha trajetória. Sempre tive acolhida calorosa nos incontáveis shows que fiz na cidade. Lancei aqui os meus 22 discos e alguns dos 15 livros. Houve época em que eu ia a Brasília e ficava quase um mês, pois os amigos não me deixavam voltar para Belo Horizonte. Então, sinto-me em casa quando faço show aí, principalmente no Feitiço Mineiro, consagrado e acolhedor palco da MPB”, festeja Paulinho, antecipadamente.

Para celebrar as três décadas de música, Pedra Azul vai lançar uma coletânea, na qual reuniu 12 canções. O repertório inclui três clássicos de sua obra: Ave cantadeira, Jardim da fantasia, ambas de sua autoria, e Cantar, valsa com a assinatura de Godofredo Guedes (pai de Beto Guedes). “Na nova gravação de Jardim da fantasia — mais conhecida como Bem-te-vi — há a participação do Padre Fábio de Melo, meu amigo há mais de 10 anos”, conta.

A coletânea inclui outras músicas conhecidas, como Olha para mim, composta em parceria com o violonista Juarez Moreira; Pequeno samba e Chico, o imortal, “uma eu compus em homenagem a Paulinho da Viola; a outra, a Chico Buarque”, anuncia o cantor. Há ainda composições mais recentes, entre as quais o xote De dois, o baião Dois sabiás e a balada Luz do amor, faixas do CD Lavando a alma, lançado há dois anos pela Som Livre — a mesma que lança o disco comemorativo, Paulinho Pedra Azul — 30 anos. “Como tenho feito ao longo da carreira, vou levar esses dois discos para autografar ao fim do show”, acrescenta.

Artista inquieto, Paulinho Pedra Azul tem usado o talento em outras áreas. Sua veia literária já rendeu 15 livros — um deles, Delírio habanero — Pequeno diário em Cuba, escrito durante visita à ilha de Fidel Castro. O mais recente, porém, é Poesia noite e dia. Cinco tiveram como foco o público infantil. Desses, Soltando os bichos e Uma fada nos meus olhos foram transportados para o teatro e viraram roteiro para dois musicais.

“Estou com o 16º pronto, intitulado A canção do circo, que deve ser lançado em 2012”, adianta. Uma outra faceta criativa de Pedra Azul é a de artista plástico, que pode ser apreciada em mais de 500 quadros, espalhados por galerias, museus e coleções particulares. “Minha técnica é a do óleo sobre tela, mas faço, também, pintura e caricatura”, explica.

PAULINHO PEDRA AZUL

Show comemorativo dos 30 anos de carreira do cantor e compositor mineiro, hoje e amanhã, às 22h, no Feitiço Mineiro (306 Norte). Couvert artístico: R$ 30. Informações: 3272-3032. Não recomendado para menores de 18 anos.

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INSTRUMENTAL » Entre o clássico e o popular.Turíbio tocará choro, composições espanholas e "alguma coisa de Bach" CORREIOWEB 26.10

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Turíbio Santos é quase devoto de Heitor Villa-Lobos. Ele regravou, em 12 discos, a obra completa do compositor para violão, e por 24 anos — entre 1986 e 2010 — esteve à frente do museu que leva o nome do criador da Bachianas. Rara é a apresentação em que o violonista maranhense não interpreta uma peça do compositor. No álbum mais recente de Turíbio, Ritmos, sonhos e danças, como era de se esperar, Villa-Lobos comparece com Concerto para violão e orquestra — a composição divide o disco com o Concerto para violão e orquestra de Ricardo Tacuchian e com a Suíte de danças concertantes, de autoria do próprio violonista.

Mas o instrumentista, que tem presença assídua nos projetos anuais do Clube do Choro, volta a fazer concerto naquela sala de hoje a sexta-feira, às 21h, e desta vez não tocará nenhuma obra de Villa. “Ultimamente, tenho feito cada vez mais a aproximação do clássico com o popular. Na apresentação do ano passado em Brasília, havia tocado choro e peças do barroco. Agora, preparei um programa do qual fazem parte choros, músicas dos espanhóis Isaac Albéniz e Joaquim Rodrigo, e alguma coisa de Johann Sebastian Bach” adianta.

Músico desde os 16 anos, Turíbio conta que, pouco a pouco, foi descobrindo o violão como um instrumento “crossover”, por ser portador das melodias, desde o século 16 até os dias de hoje. Para ele, o choro é a referência mais representativa do violão. “Está presente na Suíte popular brasileira, de Villa-Lobos e, também, na obra de Dilermando Reis e João Pernambuco. O maestro, aliás, dizia que Bach não teria vergonha de assinar nenhum dos temas criados por João”, ressalta.

Considerado pela crítica como um dos maiores violonistas clássicos da atualidade, Turíbio Santos já se apresentou em importantes salas de concerto do Brasil e do exterior e dividiu o palco com celebridades como M. Rostropovich, J. P. Rampal, Yehudi Menuhin e Victoria de los Ángeles. Foi acompanhado por grandes orquestras, entre as quais a Royal Philarmonic, a English Chamber, a National de France, a L’Opera de Monte Carlo, e a Sinfônica Brasileira.

Em cinco décadas de carreira, gravou 65 discos para companhias brasileiras e da Europa. Em 1983, criou a Orquestra de Violões do Rio de Janeiro, com seus alunos da Uni-Rio e da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ). Dois anos depois, fundou a Orquestra Brasileira de Violões. Membro fundador do Conseil d’Entraide Musicale, da Unesco, ostenta as comendas de Cavaleiro da Legião de Honra da França e de Oficial da Ordem do Cruzeiro do Sul.

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Livro de Maria Rita Kehl reúne crônicas publicadas na mídia. Em prefácio, autora discute o papel de psicanalista ao escrever para a imprensa FOLHA SP 26.10

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A psicanalista Maria Rita Kehl lança hoje "18 Crônicas e Mais Algumas", seleção de artigos publicados em jornais, entre eles a Folha, revistas e sites de 2002 a 2010.

No prefácio, a autora discute a função social de seus textos, que muitas vezes caminham na contramão do que esperam os editores. "O que distingue o lugar do psicanalista na imprensa não é o número de vezes que ele se refere a Freud ou a Lacan", escreve, mas "o modo como sua experiência clínica pode ajudá-lo não a explicar, mas escutar o sintoma social".

As 18 crônicas do título foram publicadas no espaço quinzenal que mantinha em "O Estado de S. Paulo" -cancelado depois de "Dois pesos", texto sobre os voto dos beneficiados pelo programa Bolsa Família e o preconceito de alguns setores da classe média em torno da questão. Na ocasião, o jornal disse que a demissão se deveu ao fato de colunistas se revezarem e cumprirem ciclos. "Nunca uma coluna minha foi tão lida. Foi o assunto mais discutido no Twitter. Impactou gente de outros Estados, juventude... Mas, claro, fiquei triste de perder aquele espaço", contou a autora em entrevista em seu consultório, no bairro de Perdizes. Quinzenalmente, ela atende também na Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST.

Os textos reunidos em "18 Crônicas..." levantam a voz contra a proibição do aborto ou a especulação imobiliária, mas sobretudo contra a violência social brasileira, a injustiça e o abuso de autoridade -que define como "naturalização da desigualdade". "A elite brasileira sempre foi muito pouco cumpridora de direitos. Somam-se a isso três séculos de escravidão e duas ditaduras, sendo que a última delas encerrou-se sem nenhum tipo de condenação. A Comissão da Verdade hoje não é a que queremos ter."

As críticas se estendem à própria imprensa e à hierarquia que estabelece para os fatos. "A imprensa dá a primeira página, e acho que tem que dar mesmo, para o assassinato de um morador de um bairro de classe média, enquanto muitas outras mortes viram notinhas de rodapé."

Kehl põe o dedo em feridas que acredita que o Brasil ainda não curou, mesmo que o país lhe pareça melhor depois dos oito anos de governo Lula. "Dói a violência inscrita na ordem social brasileira. Dói o jogo cínico da política."

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