Festival de Brasília premia filme inédito e outro já exibido
"Hoje", de Tata Amaral, e "Meu País", de André Ristum, dominam a 44ª edição com cinco prêmios cada um folhaSP 05/10
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Em um ano marcado pelo fim da exigência do ineditismo como critério de seleção, o 44º Festival de Brasília dividiu seus principais prêmios de forma salomônica entre um filme totalmente novo e outro já exibido antes.
Na cerimônia de entrega, ocorrida na segunda à noite, foram cinco troféus Candango para o novíssimo "Hoje", de Tata Amaral, e outros cinco para "Meu País", de André Ristum, que já fora apresentado no Festival de Paulínia, em julho, de onde saiu sem prêmio nenhum. O filme entra em cartaz nesta sexta.
"Hoje" sagrou-se como melhor longa e embolsou R$ 250 mil. Sua trama revisita a ditadura militar sob o olhar de uma mulher que acaba de comprar um apartamento com a indenização do companheiro dado como morto durante o regime.
"Vamos usar todas as nossas forças para que a Comissão da Verdade se efetive e consiga contar nossa história com dignidade e respeito. Que nunca mais haja tortura no nosso país", afirmou Tata Amaral no discurso de premiação, referindo-se ao órgão que investigará abusos ocorridos durante a ditadura.
O filme ganhou também nas categorias de direção de arte, fotografia e roteiro. Houve ainda o prêmio de melhor atriz para Denise Fraga, que, conhecida por seus papéis cômicos, agradeceu à cineasta pela oportunidade de viver um personagem dramático complexo. Em 1995, ela já recebera esse mesmo Candango por "Felicidade É...".
Entre as premiações extraoficiais, "Hoje" também foi apontado como melhor longa pelo júri da crítica. Já "Meu País" foi tido como melhor filme pelo júri popular e levou os prêmios de montagem, trilha sonora e direção. O fato surpreendeu o próprio Ristum, que estreia em longas com esse título.
Rodrigo Santoro foi escolhido melhor ator por "Meu País" -ele já recebera o título em 2000, pela atuação em "Bicho de Sete Cabeças". Quando seu nome foi anunciado, houve um princípio de vaia, logo abortada.
A consagração de "Meu País" foi recebida com surpresa por ter sido avaliado pela crítica em geral como frio e asséptico.
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Poeta sírio lidera apostas para o Nobel. Listas de casas britânicas de jogos incluem Ferreira Gullar e Paulo Coelho; resultado será divulgado amanhã
Se o poeta maranhense for escolhido, quem tiver apostado nele o equivalente a R$ 100 vai receber R$ 5.000 folhaSP 05/10
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Ferreira Gullar é azarão.
Na casa inglesa de apostas Ladbrokes, o poeta brasileiro e colunista da Folha consta em 50º lugar na lista de possíveis ganhadores do Nobel de Literatura 2011.
Se for escolhido, cada libra apostada nele vai render um retorno 50 vezes maior ao apostador. Quem investir o equivalente a R$ 100 volta para casa com R$ 5.000.
O resultado do Nobel de Literatura será divulgado amanhã pela Academia Sueca. Por ter um caráter imprevisível (em 2004, por exemplo, premiou-se a até então desconhecida Elfriede Jelinek), o prêmio mais importante da literatura mundial acaba gerando especulações. Além da Ladbrokes, maior casa inglesa de apostas, outras duas -Unibet e Victor Chandler- aceitam palpites para o Nobel. As apostas fecham amanhã cedo, a não ser que o resultado vaze.
Alex Donohue, porta-voz da Ladbrokes, diz que a casa usa os serviços de um especialista em literatura, o sueco Magnus Puke, escalado para determinar quais são os autores com maior chance.
É de Puke, portanto, a lista que coloca o poeta sírio Adonis em primeiro, à frente dos consagrados Philip Roth (EUA) e Amós Oz (Israel).
De acordo com Donohue, nos últimos anos, a Ladbrokes acertou seis dos dez premiados. A casa não pretende expandir a aposta para outras áreas do Nobel: "As pessoas demonstram mais interesse pelos candidatos de literatura".
Na Unibet, os favoritos são encabeçados pelo japonês Haruki Murakami. De acordo com o gerente Charilaos Alexopoulos, a lista de nomes foi escolhida pela mesma equipe responsável por fazer estatísticas esportivas.
"Eles olham os arquivos de vencedores do passado. Por exemplo, já que o [peruano] Mario Vargas Llosa ganhou em 2010, é pouco provável que se escolha alguém da América Latina neste ano."
Para o público, a lógica é inversa. Até agora, na lista da Unibet, o candidato que mais votos recebeu -25% do total de apostas- vem justamente do continente americano.
Seu nome é Paulo Coelho.
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JOSÉ SIMÃO
Uau! Hebe compra gramofone 5!
Rarará! Esse pessoal da Apple devia ser preso. Numa solitária. Pra não inventar mais nada!
Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República!
E esta: "Brasil dá o primeiro passo para definir slogan pra Copa 2014!". Eu já tenho dois! "Copa 2014! Vamos pegar uma gringa". Argentina não vale! E outro: "Copa 2014! Vamos roubar um gringo". Rarará! E a bola oficial vai se chamar Jabáculê! E diz que o aeroporto de Cuiabá estará pronto para a Copa. Pra Copa de 2018 na Rússia.
E a Dilma na Bulgária, tá gorda, né? Tá quase um PACderme. Rarará! Ela deve estar enquadrando todo mundo lá na Europa! E adoro esta manchete do Sensacionalista: "Voz de Justin Bieber começa a engrossar e ameaça shows no Brasil". Ainda bem que eu não comprei ingresso! Rarará!
E o julgamento do Berlusconi? Começou a fase oral do julgamento. E quando vai ter a fase anal? Quando começar a fase anal, me avisa! E diz que o Berlusconi, num ato falho, e por força do hábito, chamou a juíza de meretríssima! Rarará!
E a Apple lançou o iPhone 5! E já tem fila pra comprar o iPhone 6! E quando você estiver passando o cartão da compra do iPhone 6, a Apple lança o iPhone 7! Em represália eu vou comprar um gramofone! Como eu já disse: a Hebe não é do tempo do iPhone, é do tempo do gramofone. Vai comprar um gramofone da Apple. Rarará! Esse pessoal da Apple devia ser preso. Numa solitária. Pra não inventar mais nada!
E esse metrô de São Paulo? "Linha Amarela tem segunda pane em 3 dias". A Linha Amarela amarelou. Placa na porta do metrô: "Tá com pressa? Vá de ônibus!". É o famoso metrô genérico! E essa linha amarela não é aquela que desabou? É feita com areia, cuspe e meleca! E sabe o que o marido duma amiga minha falou depois do sexo? Estou com o pinto em frangalhos! Rarará! E este anúncio: "Troco sogra por víbora. Pago a diferença".
E mais um para a minha série Os Predestinados. Sabe como se chama o autor do documentário "O Mineiro e o Queijo"? Helvécio RATTON! E diz que o mineiro encontrou o Gênio da Lâmpada e fez três pedidos. Primeiro pedido: um queijo. Segundo pedido: um queijo. Terceiro pedido: uma mulher. E aí o gênio perguntou: "Por que você pediu dois queijos e depois uma mulher?". "Porque fiquei com vergonha de pedir ouro queijo." Rarará! Nóis sofre, mas nóis goza!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!
simao@uol.com.br folhaSP 05/10
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Triste fim da Oficina Perdiz
Esquecido pelo governo do DF e por artistas, o mecânico que transformou o local de trabalho num palco alternativo vê cada vez mais distante o sonho de reerguer o espaço. CORREIOWEB 05/10
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O design moderno e as fachadas imponentes dos prédios que se multiplicam ao redor da comercial 708/709 Norte vão, pouco a pouco, engolindo a frente modesta da oficina do mecânico paulista José Perdiz, quase 80 anos de vida dedicados aos tornos, ás soldas e ao mecenato informal do teatro em Brasília. “A coisa está ficando feia para o meu lado”, avalia. Os clientes já não surgem como antigamente, atraídos por oficinas informatizadas. O telefone está bloqueado por falta de pagamento e só recebe chamadas. Até a energia elétrica pode ser cortada a qualquer momento. Repleto de vazamentos, o telhado está ainda mais danificado depois que a marquise da construção vizinha avançou três metros sobre o terreno de Perdiz.
O cenário de dificuldades em nada lembra o tempo de glória, em que seu reino de graxa, parafusos e ferragens vivia repletos de atores, figurinos e plateia — gente que queria um espaço alternativo para mostrar e consumir arte, e foi acolhida pelo mecânico. Para completar o prognóstico negativo, o acordo com a construtora Ipê-Omni, mediado pela Secretaria de Cultura do GDF e pela Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (Prodema), para mudar sua oficina-teatro para terreno da 710 Norte está paralisado.
Interessada em expandir e erguer uma área de lazer no espaço onde hoje fica a oficina-teatro, a construtora Ipê-Omni, proprietária do prédio vizinho, aceitou comprar um lote, adaptá-lo às necessidades de Perdiz e transferir seu patrimônio para lá. Mas, recentemente, um mecânico afirmou que utilizava a área destinada à mudança e pediu usucapião. A Ipê-Omni, por sua vez, luta na Justiça pela reintegração de posse. “Se o processo realmente for adiante, pode levar uns três anos. Estou sugerindo à construtora que providencie outro terreno para transferir o Perdiz. Estou visando a saúde e o bem-estar dele”, afirma o advogado do mecânico, Dennis Mostacatto.
Alheio à discussão jurídica, Perdiz sente falta mesmo é da agitação que o rodeava. “Tem momentos, à noite, em que fico olhando em volta, dá uma tristeza. Esse lugar era de uma vivacidade…”, relembra. Hoje, as arquibancadas (que ele ergueu com as próprias mãos, em poucas horas) só são ocupadas por tábuas, equipamentos eletrônicos e objetos que faz por encomenda (como uma armação de cenário para um espetáculo).
História de cinema
O teatro nunca foi seu projeto de vida. Num gesto de generosidade, ele cedeu o espaço para que o enteado (filho de sua ex-mulher) encenasse um espetáculo com os colegas da Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, em 1975. A peça Esperando Godot, sob a direção de Mangueira Diniz, foi um sucesso, lotou a oficina por três meses. “Depois, começou uma correria de gente querendo fazer teatro aqui. Dando certo ou não, eles agradeciam e iam embora. Eu decidi: agora vão usar o espaço e pronto. Se der certo, deu. Se não der, paciência. Continuo aqui, trabalhando como torneiro mecânico”, conta.
A iniciativa cultural de Perdiz sempre ganhou eco na classe artística e apoio da imprensa. Nas constantes ameaças de derrubada, as pessoas se mobilizavam e conseguiam evitar o pior. Em setembro de 2002, houve até um cordão humano em torno da oficina. A história de Perdiz foi eternizada em dois curtas-metragens: Oficina Perdiz, de Marcelo Díaz, e Zé(s), que propõe um encontro entre Perdiz e Zé Celso Martinez Corrêa, do Teatro Oficina, sob a direção de Piu Gomes. “Aclamadas e premiadas, as duas produções não conseguiram mudar a situação”, destaca ele.
Hoje, Perdiz vive na oficina e atende, a qualquer hora, clientes e amigos que buscam pequenos consertos. Os artistas, que antes engrossavam o coro de sua devoção ao teatro, quase não aparecem mais. A única preocupação do mecânico é com a filha Júlia, de 14 anos, que vive com sua mulher, no Paranoá.
“É engraçado. Morreu”, desabafa ele, olhando ao redor e referindo-se a oficina-teatro, que já foi destaque nacional no programa Fantástico, da TV Globo. Mas o que foi que morreu? O sonho de ajudar as pessoas a fazerem teatro? “O sonho do teatro pode se tornar um pesadelo, e já está virando. Mas não há como matar um sonho”, conclui. A Secretaria de Cultura do GDF, por meio da assessoria de imprensa, informa que “toda manifestação cultural é de extrema importância e deve ser preservada. É preciso, no entanto, observar a legislação vigente”. Ou seja... ainda está em cartaz “o triste fim da Oficina Perdiz”.
Peleja
Usucapião, derivado do latim, quer dizer “adquirir pelo uso”. Quando um cidadão usa durante determinado tempo, um bem móvel ou imóvel, tem o direito de requerer sua posse. Existem variados tipo de usucapião previstos em lei. O direito, no entanto, só se aplica a bens privados.
Sem saída
A Oficina Perdiz sofreu ameaças por estar localizada em área pública. Em 2007, o problema se agravou, quando a construtora começou obras e teve problemas na confecção das marquises, que afetaram o telhado da oficina-teatro. Um ano depois, a Prodema determinou que a empresa deveria providenciar terreno e custear as obras de transferência do espaço.
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Blues, baião e maracatus. O guitarrista cearense Cristiano Pinho apresenta suas harmônicas misturas de ritmos e clássicos da música nordestina CORREIOWEB 05/10
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Integrante da banda de Raimundo Fagner há quase 15 anos, o guitarrista cearense Cristiano Pinho tem uma carreira solo como instrumentista, compositor, arranjador e produtor. Em 1997 lançou Pessoa, o primeiro CD individual, e agora vem trabalhando na divulgação de Cortejo, álbum que saiu no ano passado. O repertório desse disco, temas do anterior e a releitura de Amoroso (Garoto) servem de base para o show que o músico fará de hoje a sexta-feira, às 21h, no Clube do Choro, onde se apresenta pela primeira vez.
“Tocar no Clube do Choro é algo que todos os instrumentistas brasileiros almejam. Tenho assistido na tevê a shows que grandes músicos têm feito nesse palco e, agora, chegou a minha vez de mostrar ali o meu trabalho, depois do honroso convite recebido”, afirma Cristiano. Em sua companhia estarão Denilson Lopes (bateria), Miquéias dos Santos (baixo), Marcos Vinie (teclados) e Hoto Júnior (percussão).
Cristiano fala da proposta de Cortejo. “O que busquei foi promover o encontro da guitarra elétrica, originalmente ligado ao blues e ao pop rock, com a musicalidade nordestina, na qual instrumentos como rabeca e acordeom e a percussão do maracatu se fazem presentes. Uso, também, a viola portuguesa.” No disco, ele faz um passeio por baiões, maracatus, blues e baladas.
Nas 11 faixas do CD, predominam temas compostos por Adriano, entre os quais Mar do sertão, Devoto e Cortejo, que serão tocadas no show, assim como os medleys de que juntam músicas autorais e clássicos da obra de Luiz Gonzaga: Caldeirão e Juazeiro, O menino e o cego e Volta da Asa Branca. “Há ainda a adaptação de Fagner para Capineira, extraída do folclore nordestino”, anuncia.
O multi-instrumentista tem participado de vários festivais, principalmente na região serrana do Ceará. No Festival de Música de Ibiapaba, atuou também como professor, no comando de oficinas. Já no Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga, esteve ao lado de João Donato, Léo Gandelman, André Christovam, Leny Andrade, do norte-americano Kenny Brown e da sueca Lina Nyberg.
Com Torquato Mariano, Vitor Biglione e Rildo Hora, gravou a coletânea Brazilian nights, lançada nos Estados Unidos pela gravadora Vision. Cristiano já foi também músico convidado da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, sob a regência do maestro Roberto Minczuk, atualmente dirigindo a Orquestra Sinfônica Brasileira. Álbuns de Fagner (Fortaleza), Fausto Nilo (Casa tudo azul) e Kátia Freitas (Ellemento) o tiveram como produtor.
CRISTIANO PINHO
Show do guitarrista cearense e banda de hoje a sexta-feira, às 21h, no Clube do Choro (Eixo Monumental, ao lado do Centro de Convenções Ulysses Guimarães), pelo projeto Clube do Choro do Brasil. No Clube do Choro (Eixo Monumental). Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia para estudantes). Informações: 3224-0599. Não recomendado para menores de 14 anos.
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