07.10 Palestra JURÍDICA no IDP/ L2 SUL. O Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) realiza hoje, a partir das 19h, uma palestra do doutor em direito tributário Jonathan Barros Vita, que vai falar sobre planejamento tributário internacional envolvendo medidas de contraste ao abuso de convenções em matéria tributária. O evento, que ocorrerá no auditório da instituição, é gratuito. CorreioBsb 07.10
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Incentivo a CULTURA. O setor produtivo do Distrito Federal quer a volta da Lei do Incentivo à Cultura, que prevê redução de impostos para quem investir na área. A Associação Comercial do DF e a Secretaria de Cultura do GDF fizeram a primeira reunião para discutir uma nova proposta a ser entregue à Câmara Legislativa. A expectativa é de que o projeto seja aprovado até dezembro. CorreioBsb 07.10
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Sustenta a pisada. 7º Festival de Cultura Popular celebra a diversidade de Brasília e apresenta 11 grupos nordestinos, como Filhos de Gandhy e a rabequeira Renata Rosa CorreioBsb 07.10
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Ao som da percussão forte do samba pisado do grupo Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro, uma dezena de bonecos iluminados e coloridos invadirá o Complexo Cultural da Funarte, atrás da Torre de TV, até domingo. Um cortejo de seres mitológicos do cerrado anunciará a 7ª edição do Festival Brasília de Cultura Popular.
O encontro reúne brincantes e músicos de todos os cantos do país, numa festa em homenagem ao mais moderno mito do folclore brasileiro, o Calango Voador — “uma brincadeira que traduz a cidade para a cidade, fortalecendo nossas raízes com o cerrado”, define o pai do mito e fundador do grupo, Tico Magalhães.
Durante os três dias de apresentação, oito artistas de Brasília e 11 grupos nordestinos de renome, como a rabequeira Renata Rosa (Prêmio da Música Brasileira de melhor cantora regional em 2009) e Filhos de Gandhy, que este ano completou 62 anos de existência, ocuparão o teatro de terreiro para celebrar a cultura brasiliense e suas origens.
A chegada do Calango Voador, hoje no festival, promete ser uma festa especial de cor e música. Com um cortejo formado por 70 pessoas, entre artistas, gente da comunidade do Fuá do Terreiro e 15 bonecos gigantes — como o Calango Voador, de 12m de comprimento, Seu Estrelo receberá a chave da cidade, abrindo oficialmente o festival. O cortejo está marcado para ocorrer depois da apresentação do tradicional bloco baiano de afoxé, que traz para Brasília um elenco de 17 músicos.
Para amanhã, a festa também está garantida com apresentações de maracatu, frevo e bumba-meu-boi — com o mestre Teodoro (DF), a Orquestra Marafreboi e o pernambucano Piaba de Ouro. A grande atração da noite será a pernambucana Renata Rosa, importante compositora e pesquisadora de maracatu-rural e cavalo-marinho. As musas Aurinha do Coco (PE), Ana Lúcia do Coco do Amaro Branco (PE) e Martinha do Coco (DF) fecham a noite.
Pernambuco volta ao tablado no terceiro e último dia de festival com o som de Siba (ex-vocalista do Mestre Ambrósio) e o grupo Fuloresta, formado por músicos da Zona da Mata pernambucana, de onde Siba bebe da fonte. Domingo também é dia para ouvir a sambada de Seu Estrelo. Batizadas de samba pisado, as fontes sonoras e estéticas do grupo também estão nas tradições dos maracatus e cavalos-marinhos nordestinos.
Mas não só. Tico admite até a influência do grafite dos gêmeos paulistanos Otávio e Gustavo Pandolfo, do Cirque du Soleil, assim como do candomblé, em seu trabalho. “Daqui, abraçamos a invenção. Aqui, as pessoas se reinventam o tempo todo; fazemos isso com nosso trabalho”, elogia o pernambucano. Enamorado do cerrado, ele chegou a penhorar um carro para pagar dívidas com os gastos de festivais anteriores. Na edição deste ano, os bonecos do Seu Estrelo revelarão até uma remota influência oriental e, assim como as lanternas chinesas, serão iluminados internamente.
Considerada por Tico guardiã da diversidade cultural brasileira, Brasília começa a abraçar seu mito. A escola de samba Unidos do Varjão anunciou que fará em 2012 uma homenagem ao Calango Voador levando para o carnaval de Brasília o folclore do cerrado.
Criador e criatura
Tico Magalhães é um batuqueiro e pesquisador pernambucano de 34 anos que, sentindo a falta de algo popular, genuinamente do cerrado, resolveu brincar de criar um grupo inspirado em Mestre Salustiano (falecido em 2008), folclórico músico brincante, fundador do Maracatu Piaba de Ouro. A terra vermelha de Brasília gerou encantamento em Tico assim que ele chegou, há 15 anos.
Maravilhado com a cidade e suas histórias “de criação e invenção”, ele resolveu escrever histórias com características folclóricas que dessem conta das figuras do cerrado e de Brasília: o lobo-guará, o calango, a cachoeira, as matas, a seca, a cidade, o homem, a destruição, o fogo, a criação, a reinvenção. “Faltava a Brasília uma tradição própria, que unisse os elementos da cidade”, diz.
Há sete anos, o batuqueiro de Recife reuniu 10 amigos e o que seria um grupo de oficina de maracatu, ritmo do qual Tico é bem relacionado, virou a turma que levaria adiante a saga de Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro.
A proposta é misturar origem com atualidade, influências daqui e de fora. Para ele e o grupo, a arte é viva e a cultura popular precisa ser compartilhada. “Fizemos o festival para dividir o brinquedo, para que todos pudessem participar”, destaca.
Inspirados nos bonecos de Olinda e no trabalho dos “bois” maranhenses, os bonecos de Seu Estrelo, porém, foram transformados pela vida e pela arte dos brincantes do grupo. Na sede, ou melhor, no terreiro do Seu Estrelo, ficam guardadas essas criaturas elaboradas por mestres bonequeiros, como o gaúcho Paulo Nazareno e “seu” Gilvan, artesão do também folclórico Boi de Seu Teodoro. Munidos de arame, mulungu, papel, madeira e malha colorida, eles dão vida ao mito do Calango Voador.
Programe-se
Hoje
20h » Helder Vasconcelos com o espetáculo Espiral, brinquedo meu (PE) — no Teatro Plínio Marcos, com retirada de ingresso
21h » Mestre Zé do Pife e as Juvelinas (DF)
22h » Filhos de Gandhy (BA)
23h » Chegada do Calango Voador: cortejo de bonecos gigantes com Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro (DF) e entrega da chave da cidade
0h » Samba de Coco Raízes de Arcoverde (PE)
Amanhã
17h » Grito de Liberdade (DF)
18h » Badia Medeiros (DF)
19h » Boi do Mestre Teodoro (DF)
20h » Orquestra Marafreboi (DF)
21h » Maracatu Piaba de Ouro (PE)
22h » Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto (CE)
0h » Renata Rosa (PE)
1h » Encontro de coquistas com
Aurinha do Coco (PE), Ana Lúcia do Coco do Amaro Branco (PE) e
Martinha do Coco (DF)
Domingo
17h » Encontro do Mamulengo Presepada (DF) com Palhaço Alegria (CE)
18h » Maracatu Patrocínio dos Brejão (SE)
19h » Afoxé Oxum Pandá (PE)
20h » Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro (DF)
21h » Siba e o Fuloresta (PE)
7º Festival Brasília de Cultura Popular
De hoje a domingo, no Complexo Cultural da Funarte (Eixo Monumental, atrás da Torre de TV). Entrada franca. Classificação indicativa livre.
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POLíTICA CULTURAL » Lei de incentivo pode sair em 2012
Encontro entre comerciários e secretário de Cultura discute a volta de mecanismo que abate ICMS das empresas CorreioBsb 07.10
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O secretário Hamilton Pereira e Danielle Moreira, presidente da ACDF, discutem os caminhos da futura lei
O debate em torno da Lei de Incentivo à Cultura, que oferece oportunidades de investimentos de empresas na área a partir da redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), ganhou outra preposição na manhã de ontem. Em encontro de filiados da Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF) com o secretário de Cultura, Hamilton Pereira, foram discutidas ideias e apresentadas informações sobre o andamento da proposta de lei, que deve ser enviada à Câmara Legislativa pelo governador Agnelo Queiroz ainda este mês. A expectativa de representantes do empresariado local é que a lei, presente em 19 estados da Federação, entre em vigor no primeiro semestre do ano que vem.
Para o secretário, a aprovação do ofício pode significar a criação de mais uma frente de fomento à cultura na capital, e com atuação mais presente do setor empresarial. “Estamos trabalhando a percepção dos deputados e articulando os empresários. A lei vai completar um tripé de estruturação da economia cultural, junto ao Fundo de Apoio à Cultura (FAC) e à Lei Orçamentária (acrescida de emendas parlamentares)”, disse o líder da pasta.
Além da discussão em pauta, Pereira adiantou que a porcentagem no orçamento do DF reservada à cultura, atualmente fixada em 0,6%, pode ser elevada a até 1%. A conversa entre poder público e privado, ainda segundo o secretário, deve diminuir o descompasso que existe entre orçamento e emendas parlamentares, que respondem por cerca de 70% da receita da secretaria.
Danielle Moreira, presidente da ACDF, classificou a proposta como positiva e destacou a profundidade do elo cultural e financeiro entre empresas, sociedade e poder. “Os empresários entendem que é uma necessidade para o crescimento e desenvolvimento da cidade. O incentivo favorece a cultura e é importante para o comércio”, falou. “A proposição cria um entrosamento entre a demanda da sociedade por cultura e o interesse dos empresários”, completou.
Diálogo necessário
Segundo Helder Aragão, proprietário do Balaio Café (201 Norte), a medida iniciou uma conversa fundamental entre as expectativas dos agentes culturais da cidade e a gestão governamental do setor. “Todo movimento para viabilizar as coisas é bem-vindo e válido. O crédito, além de apoiar eventos e produtores, ajuda no balanço das empresas. A integração é essencial. Tem gente que produz, mas precisa de encontros, de agregação”, opinou.
Carmen Gramacho, conselheira da ACDF e coordenadora do projeto Casa do Saber, que recolhe livros doados e organiza bibliotecas com apoio empresarial, disse que o governo precisa ajudar na manutenção dos espaços. “Nosso trabalho é voluntário. Recebemos cerca de 2 milhões de livros em quatro anos de projeto e temos 100 bibliotecas montadas, em escolas, presídios e outros locais. Necessitamos de ajuda para manter esses lugares abertos, funcionando”, pontuou.
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LITERATURA - Flip acontece entre 4 e 8 de julho de 2012
A organização da Festa Literária Internacional de Paraty divulgou a data da 10ª edição, que vai homenagear o poeta Carlos Drummond de Andrade. O escritor norte-americano Jonathan Franzen, autor dos livros "Correções" (2001) e "Liberdade" (2011), é o primeiro nome confirmado. CorreioBsb 07.10
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PESOS E MEDIDAS - A reação à tentativa de diminuir os poderes do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) deve resultar em proposta radical na Câmara: deputados da Frente de Combate à Corrupção vão propor, na emenda constitucional para fortalecer o conselho, que ele tenha poderes até para decretar que magistrados envolvidos em desvios percam definitivamente seus cargos. CorreioBsb 07.10
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Tomas quem? Poeta sueco desconhecido no Brasil, Tomas Tranströmer ganha Nobel de Literatura CorreioBsb 07.10
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O poeta sueco Tomas Tranströmer, 80, ganhou ontem o Nobel de Literatura.
Psicólogo que já trabalhou com adolescentes infratores e pianista, o autor já foi traduzido para mais de 60 idiomas, segundo a Academia Sueca, que concede o prêmio.
Tranströmer não tem livros publicados no Brasil. Conhece-se no país apenas um poema traduzido, por Marta Manhães de Andrade, na coleção "Poesia Sempre", da Fundação Biblioteca Nacional.
Desde 96, quando ganhou a polonesa Wislawa Szymborska (que só veio a ser editada no Brasil mês passado), o Nobel não ia para um poeta.
Além dela, outros nomes poucos conhecidos venceram nos últimos anos, como Herta Müller e Elfriede Jelinek.
Mas Tranströmer não é de todo uma surpresa. Principal poeta vivo em seu idioma, era cotado havia anos e um dos favoritos ao prêmio nas casas de apostas inglesas.
A Academia Sueca negou ter beneficiado o compatriota, lembrando que o país não era agraciado desde 1974, com a premiação de Eyvind Johnson e Harry Martinson.
O Nobel jamais foi dado a um autor brasileiro -o português José Saramago é o único ganhador em nossa língua.
Dos últimos dez premiados, oito são da Europa -as exceções foram o sul-africano J.M. Coetzee e o peruano Mario Vargas Llosa-, pelo que a Academia já foi acusada de pouco enxergar além das fronteiras do continente.
Em curta nota, como de costume pouco esclarecedora, a academia afirmou ter dado o prêmio a Tranströmer "porque, através de suas imagens condensadas e translúcidas, ele nos dá um acesso renovado à realidade".
O novo Nobel sofreu um derrame em 1990 que lhe paralisou parte do corpo e afetou sua fala. Numa entrevista por escrito ao jornal espanhol "El País", Tranströmer disse que "o poema não é outra coisa senão um sonho que realizo na vigília".
Na mesma entrevista, conta por que escolheu a psicologia como carreira. "Percebi que não poderia alimentar uma família escrevendo poesia, de modo que escolhi uma profissão que não perturbasse a escrita, mas que lhe agregasse experiência."
Não terá mais essa preocupação: receberá o equivalente a R$ 2,68 milhões pelo prêmio. (FABIO VICTOR, AMANDA QUEIRÓS E MARCO RODRIGO ALMEIDA)
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