sexta-feira, 25 de março de 2011

CRÍTICA DRAMA

Longa de Claude Miller ensina boa lição ao cinema brasileiro
Fonte: folha.uol.com.br 25/03


Claude Miller é uma boa herança da escola François Truffaut (1932-1984).
Em especial quando dirige filmes em que infância e adolescência estejam em questão, o diretor consegue associar sensibilidade (do olhar) e eficácia (da narrativa).
No caso, estamos às voltas com Thomas, garoto adotado por uma família quando tinha cinco anos, que aceita muito mal a situação.
Thomas menino, adolescente, adulto: tudo consiste para ele no hipotético reencontro com a mãe. Ao contrário do irmão menor, Patrick, ele não namora: sua única paixão parece ser essa busca.
Miller (que desta vez faz de seu filho, Nathan, codiretor) trabalha a partir dos olhos de seu ator (Vincent Rottiers, quando ele tem 20 anos): olhos odientos, mas que podem se transformar em perplexos num instante.
O mundo aqui é visto por ele. É seu olhar. É sua peregrinação de adolescente em busca de Julie, a verdadeira mãe. É também a impossibilidade de afrontá-la no primeiro encontro (ele foge).
E Miller mostrará sua habilidade ao conduzir o espectador ao mundo tumultuado desse garoto que não sabe se ama a mãe que buscou por tanto tempo ou se odeia a mulher que o abandonou.
De certo modo somos chamados a ver o mundo como Thomas, a partilhar suas fantasias, a quase compreender seu moralismo.
É preciso deixar claro que este não é um filme psicológico. Não volta ao passado na tentativa de explicar as coisas (como "Bruna Surfistinha" ou "Vips").
"Feliz que Minha Mãe Esteja Viva" começa, como eles, por "uma história baseada em fatos reais", mas dedica-se a mostrar esses fatos antes de explicá-los.
A mise-en-scène em lugar da psicologia. Boa lição a boa parte do cinema brasileiro atual. (INÁCIO ARAUJO)

FELIZ QUE MINHA MÃE ESTEJA VIVA

DIREÇÃO Claude Miller e Nathan Miller
PRODUÇÃO França, 2009
COM Vincent Rottiers, Sophie Cattani
ONDE nos cines Espaço Unibanco Augusta e Reserva Cultural
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO bom

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Jornais brasileiros se opõem a condições impostas pela Apple Fonte: folha.uol.com.br 25/03



UnB e Harvard abrem caminho à parceria internacional

Em encontro inédito, reitora de Harvard anuncia interesse em compartilhar conhecimento e pesquisa científica

Fonte: UnB.br 25/03


Talento de Wagner Moura é trunfo de "Vips"

Baseado em fatos reais, filme perde boas sugestões da história ao abusar de clichês, metáforas e psicologismo Fonte: folha.uol.com.br 25/03

"Vips" é, por todos os motivos, aquilo que se pode chamar um filme de ator. Primeiro, porque Marcelo é um ator. E como o próprio do ator é ser outro, ele pode encarnar Dênis, Renato Russo, Carrera, o homem do PCC no presídio, Henrique, "o filho do presidente da Gol", ou até mesmo Marcelo com o mesmo desembaraço.
Em segundo lugar, a sorte de "Vips" depende diretamente de seu ator, Wagner Moura, que é hoje, possivelmente, o melhor ator em atividade no cinema brasileiro, o mais versátil desses bons intérpretes que surgiram nos últimos anos. Ser vários, sempre outro, sempre o mesmo, é um atributo que desenvolve muito bem.
A história que se conta é ótima, porque é a de um homem que não aceita ser apenas quem é. Nenhum problema de identidade. Ele será feliz tendo todos os destinos a seu alcance: aviador, contrabandista, cantor etc.
Qualquer um serve, pois é um homem que vive nas suas fantasias e para elas. "Vips", essa ótima história baseada em fatos reais, padece de uma noção mais segura de mise-en-scène -e, portanto, de uma estratégia para o que mostrar e o que omitir.
Por conta disso, temos que voltar à explicação da vida em família, da infância, da influência das palavras paternas. Enfim, a clicheria toda. Que nada explica, mas ao menos nos dá a impressão confortável de que algo está sendo explicado.
Do mesmo modo, o filme deixa escapar as sugestões mais preciosas que tem à mão, como no lance em que Marcelo se faz passar pelo "filho do dono da Gol" apenas pelo prazer de fazer bem um papel difícil e de passar um Carnaval agradável, como dono de um camarote.
É uma sequência-chave em que, entre outras, Marcelo elogia o desempenho de um ator na novela.
Um ator, como ele, sabe do que fala: ele é um "fake" entre "fakes", nesse momento em que o filme se aproxima desse estranho estrato social conhecido como "celebridades", que reúne ricos, artistas, vigaristas, cafonas, modelos e bocós.
A sugestão está lá, embora o filme não a aproveite muito: entre o contrabandista de fronteira e o filho do magnata, que diferença real existe? Ou, mais amplamente: que sociedade é esta a nossa? (Aliás, não é o dono da Gol, o verdadeiro, que vive encrencado com a Justiça?).
Em troca de um olhar mais agudo, o filme se dedica a tomadas submarinas meramente exibicionistas, explicações psicologistas (ah, a infância...), o simbolismo insistente das máscaras -na melhor hipótese, nada disso serve para nada.
Ou antes: permite que "Vips" perca, no terço final, a bela oportunidade de desenvolver o humor de seu protagonista tão bem-humorado em troca de um corre-corre meramente convencional.
A bem da verdade, boa parte dos problemas aqui apontados é abafada pela presença de Wagner Moura, que faz e acontece nesta, afinal, boa história.

VIPS

DIREÇÃO Toniko Melo
PRODUÇÃO Brasil, 2010
COM Wagner Moura, Gisele Froes e Juliano Cazarré
ONDE nos cines Bristol, Iguatemi, Marabá e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO bom

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UnB e Harvard abrem caminho à parceria internacional

Em encontro inédito, reitora de Harvard anuncia interesse em compartilhar conhecimento e pesquisa científica

Fonte: UnB.br 25/03



A UnB quer ampliar a internacionalização dos cursos de graduação e pós em todas as áreas com a Universidade de Harvard. Este objetivo, um dos pontos estratégicos da gestão universitária, foi estabelecido nesta quinta-feira, 24, em São Paulo, em reunião liderada pela reitora de Harvard, Drew Faust, com 18 representantes das principais universidades (reitores) e agências de fomento e pesquisa do Brasil, na sede do Iate Clube de Santos.

“Foi aberto hoje um grande espaço para acordos de longa duração”, avalia o vice-reitor da UnB, João Batista de Sousa. Segundo ele, o financiamento à pesquisa e o desenvolvimento das áreas de ponta no âmbito científico – como saúde, ciências biológicas e farmacêuticas e tecnologia – foram os principais temas do encontro em que predominou a presença das instituições públicas federais e estaduais, entre elas USP, Unifesp, UFMG, Fapesp, UFSC, UFBA e ITA. A iniciativa de Harvard pretende abrir caminho para conhecer e associar-se ao sistema de educação superior brasileiro, de acordo com João Batista. O convite foi feito em meados deste mês, pouco antes da visita ao país do presidente dos EUA, Barack Obama.

DIVERSIFICAÇÃO – “Ela queria saber como e quais as possibilidades de estabelecer parcerias e acordos entre as universidades, quais as áreas mais fortes nas diversas instituições de pesquisa e ensino, o perfil dos estudantes brasileiros e os desafios que temos enfrentado”, apontou o vice-reitor da UnB.

Nesta primeira reunião de prospecção foram abordadas as formas de operação das universidades, a mobilidade estudantil (intercâmbio) e as profissões mais procuradas no Brasil. Na opinião de João Batista, “os reitores colocaram muito bem a questão da diversificação das nossas instituições; o diferencial entre as confissionárias, públicas, privadas, filantrópicas e comunitárias”.

Os reitores e acadêmicos expuseram à colega norte-americana as bases do sistema de educação, enfatizando as contradições que se desdobram ao longo das últimas décadas. Por exemplo, o fato de apenas 13% dos jovens de até 27 anos frequentarem o ensino superior. “Ainda há o disparate de que, embora o Brasil produza um grande número de doutores e mestres, a educação básica não se desenvolveu da maneira como desejamos”, ressaltou o vice-reitor da UnB.

AVANÇOS – “Nesta aproximação com um pequeno grupo de importantes universidades, como classificou a própria reitora, todos nós reconhecemos, entretanto, que houve um aumento significativo do acesso à educação superior nos últimos cinco anos”, declarou João Batista. Ele revelou que foram destacadas a criação de cursos técnicos e a interiorização das instituições universitárias, “um aspecto positivo e um grande avanço para a educação”.

Para ele, o desafio agora é melhorar a qualidade do ensino fundamental e médio e direcionar um olhar cuidadoso ao magistério, uma vez que “quem teve melhor educação básica não quer seguir a carreira de professor: este tem sido um dos nossos gargalos, um obstáculo para elevar o padrão nas salas de aula”.

Drew Faust disse que ficou satisfeita com a realização da iniciativa. “Tivemos um encontro positivo, de dimensão política e acadêmica. Uma feliz oportunidade de trocar idéias e experiências da nossa universidade, forte e respeitada em todas as áreas, desde ciências biológicas a relações internacionais, com a reitora da maior do mundo e das mais prestigiosas”, assinalou o vice-reitor da UnB.

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Jornais brasileiros se opõem a condições impostas pela Apple Fonte: folha.uol.com.br 25/03



DE SÃO PAULO - A ANJ (Associação Nacional de Jornais) decidiu ontem apoiar a Associação Europeia de Editores de Jornais e se posicionou contrariamente à Apple, que estaria impondo condições às empresas jornalísticas para a venda de seus conteúdos pelo iPad.
Em fevereiro, a associação europeia afirmou que a Apple estava impondo, de forma unilateral, "condições contratuais para o acesso ao conteúdo de jornais por meio de equipamentos eletrônicos" -no caso, o iPad.
Segundo a entidade, a Apple informou suas regras para a divisão de valores cobrados pelos conteúdos jornalísticos digitais acessados via iPad e estabeleceu que o contato com os assinantes dos jornais seria feito pela própria Apple. A associação não revelou como seria a divisão dos valores cobrados. A ANJ e a associação europeia não concordam com o modelo de negócio para venda de conteúdo via iPad.
Para a ANJ, os jornais devem ter liberdade para definir o preço cobrado por seus conteúdos digitais e escolher a melhor forma de pagamento.
A Apple não se pronuncia sobre o assunto.

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OAB não pode intervir em ação por dano moral contra advogado

Fonte: stj.jus.br 25/03

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) impediu a intervenção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em ação de indenização por danos morais na qual um de seus associados figura como réu. Segundo o relator do caso, ministro Massami Uyeda, não há interesse jurídico que justifique a atuação da OAB.

A ação foi ajuizada por um promotor do Ministério Público de São Paulo contra advogado que o acusou de conduta incompatível com o cargo, atribuindo-lhe, inclusive, o crime de prevaricação (fazer ou deixar de fazer algo, contra disposição de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal). As acusações haviam sido feitas pelo advogado em representação à Corregedoria do Ministério Público, que acabou arquivada.


Para o promotor, o advogado deveria ter que indenizá-lo porque sua representação foi ofensiva e lhe causou dano moral. Para o advogado, qualquer pessoa pode se dirigir à Corregedoria do MP para relatar eventual irregularidade cometida por um promotor. Na defesa, o advogado disse ainda que sua conduta foi compatível com o exercício profissional.


Antes que a Justiça se manifestasse sobre o mérito da controvérsia, a seccional paulista da OAB pediu ao juiz da 2ª Vara Cível de Santos (SP) para entrar no processo como assistente do advogado, alegando que a demanda seria derivada do exercício profissional. O juiz não aceitou o pedido, mas o Tribunal de Justiça de São Paulo, ao julgar recurso da OAB, considerou que a entidade tinha direito à intervenção.


De acordo com o tribunal estadual, se trataria de “defesa de direito individual que diz respeito às prerrogativas do exercício profissional”, havendo no caso “interesse jurídico que não se confunde com interesse econômico”. Contra essa decisão, o promotor entrou com recurso especial no STJ, pretendendo excluir a OAB do processo.


Caráter individual

Em voto acompanhado integralmente pela Terceira Turma, o ministro Massami Uyeda afirmou que “a discussão, nos termos em que foi proposta, tem caráter eminentemente individual e não institucional, o que afasta a possibilidade de intervenção da seccional paulista da OAB”. Segundo ele, “eventual sentença de procedência do pedido indenizatório não irá repercutir na esfera jurídica da OAB, porque o deslinde da causa concerne a apenas um de seus associados”.


O relator lembrou que a assistência é uma forma de intervenção processual prevista pelo artigo 50 do Código de Processo Civil, mas observou que é sempre necessário verificar a existência de interesse jurídico que legitime a atuação de terceiros. “Não será a própria OAB que se responsabilizará por qualquer determinação oriunda do Poder Judiciário. Daí porque o requisito específico do interesse jurídico, apto a justificar a intervenção por meio da assistência, não se faz presente”, acrescentou.


O ministro destacou que o respeito às prerrogativas do advogado “constitui garantia da própria sociedade”, uma vez que ele “desempenha papel essencial na proteção e defesa dos direitos e liberdades fundamentais”. Mas lembrou que tais prerrogativas não são absolutas, e que a eventual ocorrência de ofensa moral contra membro do Ministério Público é um assunto cuja solução não afeta interesse jurídico da OAB.


O relator do recurso especial ainda rebateu a hipótese de aplicação, no caso, do artigo 49 do Estatuto da Advocacia (Lei n. 8.906/1994), o qual diz que os dirigentes da OAB têm legitimidade para “intervir, inclusive como assistentes, nos inquéritos e processos em que sejam indiciados, acusados ou ofendidos” os profissionais inscritos na entidade.


O dispositivo, segundo Massami Uyeda, “não leva à conclusão de que tal preceito possa ser elastecido para abarcar intervenções em processos cíveis, tal como na espécie, até sob enfoque de que, em tese, haveria interesse da instituição em todos os feitos em que advogados constassem no polo passivo da demanda”.


Quando a conduta individual de um advogado o leva a ser incluído no polo passivo de uma ação cível, isso não significa – disse o relator – que a OAB seja necessariamente afetada. “Fosse assim, qualquer advogado que, por exemplo, cause dano material ou moral a outrem, poderia suscitar intervenção sob argumento de defesa de prerrogativa, o que contraria a razoabilidade”, acrescentou o ministro.

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Para especialistas, lei da Ficha Limpa ainda pode ser questionada

Fonte: folha.uol.com.br 25/03


A discussão sobre a constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa não acabou após a decisão de anteontem do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmam especialistas ouvidos pela Folha.
"O STF decidiu a partir de quando a lei pode ser aplicada, mas outros aspectos, como a presunção da inocência, não foram analisados e podem, em tese, levar à declaração de inconstitucionalidade", diz André Ramos Tavares, do Instituto Brasileiro de Estudos Constitucionais.
Carlos Velloso, ex-presidente do STF, diz não ter dúvidas de que as próximas eleições trarão ações sobre pontos não resolvidos, gerando novos debates sobre a constitucionalidade da lei.
Na mesma direção vai Luiz Tarcísio Teixeira Ferreira, professor da PUC-SP, para quem a lei é tecnicamente ruim e contém vários dispositivos inconstitucionais.
O juiz Marlon Reis, representante do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, é voz dissonante. Para ele, o STF, ao não declarar agora a inconstitucionalidade da lei, resolveu a questão "de forma implícita", num "silêncio eloquente".
De acordo com Reis, a questão está resolvida: "É possível dizer que foi uma derrota na última das batalhas, mas a guerra foi ganha a favor da sociedade civil".

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O Fórum Social Mundial e as surpresas

ODED GRAJEW

A revolta no mundo árabe por mais democracia e liberdade não foi surpresa para quem acompanha os encontros do processo Fórum Social Mundial Fonte: folha.uol.com.br 25/03


Foi realizada entre os dias 6 e 11 de fevereiro, em Dakar, no Senegal, com representantes de 123 países e 1.205 organizações, mais uma edição unificada do Fórum Social Mundial. Os encontros unificados se realizam a cada dois anos e, entre um fórum centralizado e outro, são realizados diversos fóruns locais, regionais, nacionais, continentais e temáticos.
Como acontece desde o lançamento do Fórum Social Mundial, em 2001, em Porto Alegre, a grande mídia internacional e brasileira, salvo poucas e honrosas exceções, não cobriu ou cobriu de forma superficial também esta edição.
Apesar de os fóruns contarem com a participação de milhares de pessoas, lideranças sociais e organizações e promoverem inúmeros eventos, como debates, oficinas, assembleias e encontros de articulação política e planejamento de futuras ações, a cobertura da mídia se concentra geralmente em aspectos frívolos e sensacionalistas.
Paralelamente, o Fórum Econômico Mundial de Davos (onde nem a crise financeira mundial foi prevista) tem recebido uma ampla cobertura desta mesma mídia.
Os principais líderes mundiais, a grande mídia e os participantes de Davos (entre os quais Saif al Islam, filho de Gaddafi) confessaram que foram pegos totalmente de surpresa pelos recentes acontecimentos no mundo árabe.
Isso apesar dos fantásticos recursos investidos na busca de informações pela mídia, pelos governos e pelas empresas nos mais diversos serviços de "inteligência" e análises! O jornalista Clóvis Rossi escreveu em sua coluna de 27 de fevereiro, nesta Folha: "Se alguém disser que previu a onda de revoltas que começou em dezembro na Tunísia ou está mentindo ou fez em voz tão baixa que ninguém ouviu".
Até hoje, muitos jornalistas e analistas políticos, por falta de interesse ou por preconceito ideológico, não perceberam a novidade política representada pelo Fórum Social e o que ele produz de concreto.
Não entenderam que o processo engendrado pelo Fórum Social Mundial abre espaço para que organizações sociais das mais variadas regiões e áreas (social, ambiental, direitos humanos, democracia etc.) se encontrem, organizem livremente suas atividades, se aglutinem em torno de interesses comuns, apresentem propostas, se articulem em torno delas e formem redes locais, nacionais e globais, que fortalecem seu poder político para atingir seus objetivos.
O processo do Fórum potencializa o poder da sociedade civil nas suas ações e mobilizações.
A revolta no mundo árabe por mais democracia e liberdade não foi nenhuma surpresa para quem acompanha os diversos encontros da sociedade civil e do processo Fórum Social Mundial. Várias organizações desses países têm participado ativamente nos diversos fóruns.
Só em 2010 foram realizados, no âmbito do processo do Fórum Social Mundial, 55 fóruns sociais pelo mundo, dos quais oito no Egito e em países do norte da África.
Não seria difícil, para qualquer observador despido de preconceitos ideológicos, com vontade de conhecer novos processos políticos, que se dispõe humildemente a rever conceitos e métodos de trabalho, perceber que é fundamental acompanhar menos superficialmente os processos da sociedade civil (e o Fórum Social Mundial é um processo importante, entre vários outros) e que as diversas ações e mobilizações que acontecem hoje no mundo, como aquelas no mundo árabe, não acontecem por acaso.

ODED GRAJEW, 65, empresário, é coordenador-geral da secretaria-executiva da Rede Nossa São Paulo, fundador e presidente emérito do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, idealizador do Fórum Social Mundial, idealizador e ex-presidente da Fundação Abrinq (1990-1998). Foi assessor especial do presidente da República (2003).

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