quinta-feira, 25 de novembro de 2010

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A questão étnico-racial na educação do país

Fonte: folha.uol.com.br 25/11

ANTONIO CARLOS C. RONCA, FRANCISCO APARECIDO CORDÃO e NILMA GOMES

É preciso considerar quem são os leitores e que efeitos de sentidos, usos e funções serão atribuídos a uma determinada obra literária na atualidade


O Conselho Nacional de Educação (CNE) tem função normativa e é sua atribuição, como órgão de Estado, pronunciar-se sobre temas relativos à educação nacional. A questão étnico-racial é um desses temas.
Recentemente, a Câmara de Educação Básica (CEB) aprovou, por unanimidade, o parecer CNE/CEB nº 15/2010, com orientações quanto às políticas públicas para uma educação antirracista, no qual faz referência ao livro "Caçadas de Pedrinho", de Monteiro Lobato.
O referido parecer foi elaborado a partir de denúncia recebida, e no seu posicionamento apresenta ações e recomendações; dentre estas, reafirma os critérios anteriormente definidos pelo MEC para análise de obras literárias a serem adotadas no Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE).
Em nenhum momento a CEB cogitou a hipótese de impor veto a essa obra literária ou a outra similar, impondo qualquer forma de censura, discriminação e segregação, seja com relação a grupos, segmentos e classes sociais, seja com relação às suas distintas formas de livre criação, manifestação e expressão.
O CNE entende que uma sociedade democrática deve proteger o direito de liberdade de expressão e, nesse sentido, não cabe veto à circulação de nenhuma obra literária e artística. Porém, essa mesma sociedade deve também garantir o direito à não discriminação, nos termos constitucionais.
Reconhecendo o importante valor literário da obra de Monteiro Lobato, especificamente do livro "Caçadas de Pedrinho", mas também sendo coerente com todos os avanços da legislação educacional brasileira, o parecer discute a presença de estereótipos raciais na literatura e apresenta sugestões e orientações ao MEC, à editora e aos que atuam na formação de professores.
Uma dessas orientações é a de que a editora tome o mesmo cuidado em relação à temática étnico-racial como o que já foi adotado em relação à questão ambiental no livro, sugerindo a inclusão, na apresentação, de uma nota de esclarecimento, a fim de contextualizar a obra, sem perder de vista o seu valor literário.
Mais do que focar a análise no autor em si, o que está em questão é colocar em pauta a necessária discussão sobre a temática étnico-racial na educação e sua efetivação como política pública.
O CNE está aberto ao debate. A repercussão do seu posicionamento revela o quanto ainda é preciso falar sobre a questão racial e discutir formas de superação do racismo e o quanto esse é um tema de interesse nacional.
Os receios, as ressalvas e os apoios feitos ao parecer são compreendidos pelo CNE, especialmente no que tange à necessidade de se contextualizar obras clássicas.
Entendemos que, assim como é importante o contexto histórico em que se produziu a obra, tão ou mais importante é o contexto histórico em que se produz a leitura dessa obra. É preciso considerar quem são os leitores e que efeitos de sentidos, usos e funções serão atribuídos a determinada obra na atualidade. A obra permanece, mas os leitores e a sociedade mudam.
É em função desse novo contexto que cabe, sim, interrogar em que condições a sociedade e, sobretudo, a escola lerão obras produzidas em momentos nos quais pouco se questionava o preconceito racial e o racismo. O propósito central do parecer e do CNE é, portanto, pautar a questão étnico-racial como tema relevante da educação nacional.


ANTONIO CARLOS CARUSO RONCA é presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE).
FRANCISCO APARECIDO CORDÃO é presidente da Câmara de Educação Básica do CNE.
NILMA GOMES é a relatora do parecer nº 15 da Câmara de Educação Básica do CNE.

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NINA HORTA

Fonte: folha.uol.com.br 25/11


Leituras e línguas

No final, as receitas típicas são mais gostosas com ingredientes do quintal e feitas por uma sábia avó

DIZ-SE, COM razão, que se devoram os livros bons. Como devoramos boa comida. Começamos com chás e papinhas, tudo que escorra pela garganta abaixo sem problemas.
Depois descobrimos o gosto da surpresa. Nessa primeira fase tudo é novidade das melhores, nos entupimos do que gostamos, temos indigestões homéricas, não voltamos a provar daquele amendoim torrado porque um dia ele nos fez mal.
Assim, com as leituras. E tudo que cai na rede é peixe, nossa língua é tão curiosa quanto nossos olhos. Na casa de um você experimenta a língua defumada, na casa de outro, a alcachofra, e o macarrão feito à mão pela nonna de alguém e as sementes secas de abóbora e o pão com alho e o pão com chocolate e uvas, o picles de pepino, um mundo de infinitas possibilidades.
Ler outras línguas é quase uma obrigação. Muitos caçoam, acham elitista, snob. Não. Existem pessoas que não têm pendor para línguas. Essas devem aprender inglês de qualquer jeito e basta. Existem aquelas que têm facilidade. Estou falando só em ler, é uma habilidade diferente de falar e escrever. Não é preciso ser rico para aprender línguas, asseguro.
Minha mãe, ao se casar, deixara sua especialidade que eram as crianças mongolóides, hoje, crianças com síndrome de Down. Fez-se amiga de uma inglesa que tinha uma filha para ser alfabetizada. Pois as duas fizeram um escambo. Rosemarie ficava com minha mãe e eu com Thekla Hartmann. Rosemarie foi bem mais rápida do que eu no escambo. Em pouquíssimo tempo lia perfeitamente bem.
Comecei com as histórias de Heidi, e meu pai, muito esperto, me convidou a ler um livro da Agatha Christie com ele. No auge do mistério parou, disse que perdeu a paciência. Fiquei doida, leria até russo se precisasse para descobrir quem era o culpado no livro que em inglês tinha um nome bastante português. "And then there were none" (e acabaram-se todos), que contava o fim da história.
Bem daí não teve parada, as leituras passaram para o inglês, na maioria, não sem antes ter lido Humberto de Campos e Coelho Neto, muito famosos naquela época, assim como Eça. Eça de Queiroz era uma descoberta infinitamente boa, um mestre nos meandros do português.
Francês não apresenta dificuldades grandes para nós. Alemão, juro que é uma das línguas mais fáceis para quem sabe inglês e para quem é birrento, que decora os gêneros e tempos de verbo obsessivamente. Para ler é procurar no dicionário uns prefixos, sufixos, que até são poucos, e começar com livros de ação. Se o autor se põe a descrever paisagens o negócio complica, mas James Bond está sempre preparando alguma e logo se aprende ler alemão com ele.
Italiano não exige mais que três meses. Espanhol talvez não seja preciso ter aulas, e Cortázar noutra língua não tem graça. É um cronópio argentino. Até nisso a nossa comilança se parece com as leituras, vamos incorporando a comida de outros países como se fosse nossa, ainda sem muito discernimento mas com boa vontade e alegria de viajar. Mas, no final, as receitas típicas são mais gostosas com ingredientes colhidos no quintal e feitas por uma sábia avó. Falaremos dos livros de outro terroir logo depois.

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Petição contra Jabuti de Chico Buarque tem nomes falsos

Fonte: folha.uol.com.br 25/11

Entre as assinaturas há Madame Bovary e Paul McCartney


A petição on-line que pede que o escritor e compositor Chico Buarque devolva o Prêmio Jabuti de Livro do Ano de Ficção que ganhou pelo romance "Leite Derramado" (Companhia das Letras) tem diversos nomes falsos.
Entre as 8.908 assinaturas que compunham o abaixo-assinado até o fechamento desta edição havia nomes como Madame Bovary (personagem de escritor francês Gustave Flaubert), Barack Obama e referência aos Beatles, como "JOHNN -RINGO -GEORGE E PAUL".
Há também muitos nomes simples (Elza, Denise).
Para fazer parte da lista basta fornecer nome e e-mail.
A petição contesta o resultado do Jabuti por considerar injusto que Chico, segundo lugar na categoria romance, ganhe o troféu de Livro do Ano de Ficção.
O primeiro colocado entre os romances foi "Se Eu Fechar os Olhos Agora" (Record), livro de estreia do jornalista Edney Silvestre.
O site (www.petitiononline.com/1c2d3o4j/petition.html) foi criado em 13/11 por Anderson Santana.
Por e-mail, ele disse ser economista, ter 57 anos e viver há 15 em Maceió (AL).
Santana conta que a ideia da petição surgiu ao ler o blog de Reinaldo Azevedo, colunista da revista "Veja".
Azevedo contestava o resultado do Jabuti e seria o terceiro a assinar a lista.
"Lendo os comentários postados no blog do Reinaldo, notei que havia um clamor, entre os leitores, para que ele [Chico] "devolvesse" o prêmio", diz Santana.
"Quando li um comentário sugerindo que o Programa "Pânico na TV" fizesse uma campanha pela devolução do Jabuti, lembrei-me do site www.petitiononline.com e resolvi experimentar para ver o acontecia", completou.

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CRÍTICA FOTOGRAFIA

Fonte: folha.uol.com.br 25/11


Mostra sobre Brasília traça painel crítico da história do país

Nesse momento de certa euforia econômica, a exposição "As Construções de Brasília" traz um componente que provoca reflexões. A mostra organizada por Heloisa Espada, do Instituto Moreira Sales (IMS), exibe dois momentos da capital: um da construção, que culmina na inauguração com fotos de Thomas Farkas em torno do apoio popular a Juscelino Kubitscheck (1956-1961); o outro, de uma visão crítica sobre o que se tornou Brasília, até a posse de Lula na série "Empossamento" (2003), de Mauro Restiffe.
Do primeiro momento, além de Farkas, a mostra traz imagens de Marcel Gautherot, o fotógrafo oficial da construção de Brasília, e de Peter Scheier, todas da coleção do IMS.
Se, por um lado, elas reforçam um sentido utópico na construção dos edifícios de Niemeyer, por outro, não escondem a precariedade que envolvia a empreitada.
Isso é visto tanto nas imagens do Núcleo Bandeirante, favela que surge com a cidade, registro de Farkas, como na miséria da Sacolândia, moradias improvisadas ao redor do lago Paranoá, em fotos de Gautherot.
Essa aparente contradição entre moderno e arcaico, já captada na origem da cidade, será tema central do segundo núcleo da mostra, composta basicamente por artistas contemporâneos, como Jac Leirner, Regina Silveira e Cildo Meireles.
Esse grupo aborda da ditadura militar, como a simbólica fotografia de Orlando Brito que confunde os edifícios da Câmara e do Senado com as botas de um soldado, aos registros do italiano Robert Polidori, que problematizam a modernidade decadente.
Ao explorar as diversas construções de Brasília nesses seus 50 anos, a mostra acaba por traçar um painel crítico da história recente do país.
(FABIO CYPRIANO)

AS CONSTRUÇÕES DE BRASÍLIA

QUANDO seg., das 11h às 20h, de ter. a sáb., das 10h às 20h, e dom., das 10h às 19h
ONDE Galeria de Arte do Sesi (av. Paulista, 1.313 , SP, tel. 0/xx/11/ 3146-7405)
QUANTO grátis
CLASSIFICAÇÃO livre
AVALIAÇÃO ótimo

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CONTARDO CALLIGARIS

A coerência é um valor moral?

Fonte: folha.uol.com.br 25/11

A coerência é o último refúgio de quem tem pouca fantasia e, talvez, de quem tem pouca coragem


NO FIM de semana retrasado, estive em Olinda, na Fliporto (Feira Literária Internacional de Pernambuco). No sábado, Benjamin Moser, que escreveu uma linda biografia de Clarice Lispector ("Clarice,", Cosac Naify), lembrou que, na famosa entrevista concedida à TV Cultura em 1977, a escritora afirmou que não fizera concessões, não que soubesse.
Moser acrescentou imediatamente que ele não poderia dizer o mesmo. E eis que o público se manifestou com um aplauso caloroso.
Talvez as palmas de admiração fossem pela suposta coerência adamantina de Clarice, que nunca teria feito concessões na vida. Talvez elas se destinassem a Benjamin Moser pela admissão sincera de que ele (como todos nós) não poderia dizer o mesmo que disse Clarice.
Tanto faz. Nos dois casos, o pressuposto é o mesmo. Que as palmas fossem pela força de caráter de Clarice ou pela honestidade de Moser ao reconhecer sua própria fraqueza, de qualquer forma, não fazer concessões parecia ser, para os presentes, uma marca de excelência moral.
A pergunta surgiu em mim na hora: será que é mesmo? Posso respeitar a tenacidade corajosa de quem se mantém fiel a suas convicções, mas no que ela difere da teima de quem se esconde atrás dessa fidelidade porque não sabe negociar com quem pensa diferente e com o emaranhado das circunstâncias que mudam? Aplicar princípios e nunca se afastar deles é uma prova de coragem? Ou é a covardice de quem evita se sujar com as nuances da vida concreta?
Como muitos outros, se não como todo mundo, cresci pensando que não fazer concessões é uma coisa boa.
Fui criado na ideia de que há valores não negociáveis e mais importantes do que a própria vida (dos outros e da gente). Talvez por isso me impressionasse a intransigência dos mártires cristãos (embora eu tivesse uma certa simpatia envergonhada por Pedro renegando Jesus para evitar ser reconhecido e preso).
Durante anos admirei os bolcheviques por eles serem homens de ferro (a expressão é de Maiakóvski, nada a ver com "Iron Man") e desprezei Karl Kautsky, que Lênin estigmatizou para sempre como "o renegado Kautsky", por ele ter mudado de opinião sobre a Primeira Guerra, sobre a revolução proletária, sobre o bolchevismo etc.
Vingança da história: Lênin se tornou quase ilegível, mas a obra principal de Kautsky, que acaba de ser traduzida, "A Origem do Cristianismo" (Civilização Brasileira), continua crucial.
Mas voltemos ao assunto. Hoje, estou mais para Kautsky do que para bolchevique; até porque descobri, desde então, que Mussolini se vangloriava gritando: "Eu me quebro, mas não me dobro". Ele se quebrou mesmo, enquanto eu me dobro e posso renegar ideias minhas que pareçam ser, de repente, inadequadas ao momento (dos outros, do mundo e meu).
Olhando para trás, descubro (com certo orgulho) que, ao longo da vida, fiz inúmeras concessões, inclusive na hora de escolhas fundamentais. Poucas vezes lamentei não ter sido coerente. Mas muitas vezes lamento não ter sabido fazer as concessões necessárias, por exemplo, na hora de ajustar meu desejo ao desejo de pessoas que amava e de quem, portanto, tive que me afastar.
Alguém dirá: espere aí, então a fidelidade a princípios e valores não é uma condição da moralidade?
Estou lendo (vorazmente) "O Ponto de Vista do Outro", de Jurandir Freire Costa (Garamond). O livro é, no mínimo, uma demonstração de que a forma moderna da moral não é o princípio, mas o dilema. E, no dilema, o que importa não é a fidelidade intransigente a valores estabelecidos; no dilema, o que importa é, ao contrário, nossa capacidade de transigir com as situações concretas e com os outros concretos.
A coerência é uma virtude só para quem se orienta por princípios. Para o indivíduo moral, que se orienta (e desorienta) por dilemas, a coerência não é uma virtude, ao contrário, é uma fuga (um tanto covarde) da complexidade concreta. Oscar Wilde, que é um grande fustigador de nossas falsas certezas morais, disse que "a coerência é o último refúgio de quem tem pouca fantasia" e, eu acrescentaria, de quem tem pouca coragem.
Resta absolver Clarice. Aquela frase da entrevista era, provavelmente, apenas uma reverência retórica a um lugar-comum de nosso moralismo trivial.

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Papéis revelam projeto inédito de Glauber

Fonte: folha.uol.com.br 25/11

Cineasta baiano, que morreu em 1981, pretendia realizar um filme inspirado na vida de Napoleão Bonaparte

Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, encontrou as anotações no livro "O Império de Napoleão", de Stendhal

O último projeto do cineasta Glauber Rocha (1939-1981) era fazer um filme inspirado na vida de Napoleão Bonaparte (1769-1821).
Um mês antes de morrer, ele escreveu um roteiro em francês, até hoje inédito, com as principais ideias do longa. Também mencionou o tema em cartas a amigos.
Há algumas semanas, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, encontrou em sua biblioteca mais uma peça que ajuda a remontar esse projeto: a versão italiana do livro "O Império de Napoleão", de Stendhal (1783-1842), com anotações e rasuras feitas pelo cineasta.
A obra chegou às suas mãos em 1981, quando ele era presidente da Embrafilme. Glauber, que estava morando em Portugal, queria sensibilizá-lo a apoiar a produção. A estatal já havia patrocinado seu último filme, "Idade da Terra"-cuja recepção pela crítica nacional e internacional foi terrível.
"Ele estava bastante deprimido por causa disto, mas falava de muitos planos", diz Amorim, que doou o livro à família de Glauber.
Os documentos não trazem uma ideia acabada e são, por vezes, contraditórios. Mas deixam claro que o longa teria muito pouco da biografia de Bonaparte e se prestaria a discutir temas comuns na obra do cineasta, como liderança messiânica e revolução.
Nas margens do livro, ele anotou ideias gerais: "Os impérios materializam o inconsciente coletivo do povo através de seus patriarcas, que realizam as guerras purificadoras e fortificantes".
Também guardou, entre as páginas, um recorte de jornal falando de um leilão da Sotheby's com armas do período napoleônico.
Já no roteiro, a história se passa nos anos 1980, num território "real e imaginário" chamado Trafalgar, na divisa entre Portugal e Espanha.

REENCARNAÇÃO
O personagem central é Napoleão Viravante, proprietário de terras que se achava a reencarnação do general francês. Cercado por um exército de mercenários, ele pretendia conquistar a independência de seu país e dominar o mundo.
O texto é uma amostra típica do cinema conceitual de Glauber Rocha: "Na Caverna da Morte, protegidos por uma aranha gigante, estão guardados os títulos de propriedade de terra de Trafalgar". Irmã Vitória dos Ressuscitados, camponesa que fundou uma ordem religiosa, tem a missão de resgatá-los.
Em meio a intrigas políticas, Napoleão abandona sua mulher espanhola e decide se casar com uma amante africana. Napoleão é morto pela amante. O filme termina com um dançarino do balé Bolshoi assumindo o poder.
O roteiro, aparentemente nonsense, e com o qual o cineasta tentava levantar patrocínio na Europa, era apenas uma de suas ideias para este filme.
Antes de escrevê-lo, em carta a Celso Amorim, Glauber diz que já havia feito uma versão no Brasil, e pretendia fazer uma segunda.
"Este é o filme que vou fazer este ano, embora não saiba como [...] Se eu voltasse ao Brasyl, filmaria também "O Império de Napoleão" com o título de "O Império de D. Pedro II'", escreveu.

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Acervo pessoal de Glauber irá para a Cinemateca

Fonte: folha.uol.com.br 25/11

O acervo pessoal do cineasta baiano Glauber Rocha, atualmente arquivado no Tempo Glauber, fundação criada pela sua família, no Rio de Janeiro, está prestes a ser adquirido pelo Ministério da Cultura e será transportado para a Cinemateca Brasileira, em São Paulo.
No conjunto estão os 22 filmes feitos por Glauber, além de 80 mil documentos, que incluem sua correspondência pessoal, roteiros de filmes, peças de teatro, poemas e romances.
Deste total, 223 roteiros e projetos de livro permanecem inéditos.
Segundo o ministro da Cultura, Juca Ferreira, a compra está praticamente fechada e deve ser anunciada até o final do mês. "A família tem plena noção da importância de Glauber para a cultura brasileira, e nós temos condições melhores para preservar este material", diz.
De acordo com Ferreira, a negociação faz parte de uma política maior de aquisição de acervos do cinema brasileiro por parte do ministério, que vai disponibilizá-los ao público na Cinemateca.
"Boa parte da memória do cinema nacional se perdeu, porque a preservação sempre foi precária. E, hoje, na Cinemateca, temos os melhores equipamentos do mundo para isto", diz.
A Cinemateca está restaurando o filme "O Leão de Sete Cabeças", feito por Glauber em 1970. Será relançado em cópias de 35 milímetros.
Em julho deste ano, o ministério adquiriu o acervo da Companhia Atlântida Cinematográfica, com mais de 60 longas-metragens produzidos entre 1942 e 1974.
(MB)

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