quarta-feira, 17 de novembro de 2010

LITERATURA

100 anos de Rachel

Fonte: correioweb.com.br 17/11

Editoras comemoram centenário da escritora, morta em 2003, com lançamento de livros e homenagem à modernista

Quando deitou de bruços no chão da sala de casa para escrever O quinze, sob a luz de um lampião, Rachel de Queiroz já conhecia o melhor da literatura mundial. Filha de intelectuais e gente que lia muito, riscou as páginas do caderno com algumas certezas. Uma delas era a de não escrever bobagens, “sentimentalismos”. A censura da família seria implacável. Afinal, foi a mãe quem tirou das mãos da menina um romance francês água com açúcar e tratou de substituí-lo por A cidade e as serras, de Eça de Queiroz. Rachel estava com 12 anos quando a mãe tomou a providência. Aos 19, escreveu O quinze e surpreendeu o país com um texto maduro, perfeitamente condizente com os ideais modernistas da literatura brasileira dos anos 1920, seco e conciso.

Nascida há exatos 100 anos, em 17 de novembro de 1910, Rachel não tinha ideia da importância do romance escrito para passar o tempo durante um repouso por conta de uma congestão pulmonar. O Quinze se tornaria o primeiro texto modernista brasileiro assinado por uma mulher. Seria celebrado por Mario de Andrade, Manuel Bandeira e toda a trupe moderna. E daria início ao fenômeno editorial que, ainda hoje, perdura por aí. Para aproveitar a efeméride do centenário, as editoras José Olympio e Demócrito Rocha, o Instituto Moreira Salles (IMS) e a Academia Brasileira de Letras (ABL) publicam biografias, ensaios e textos inéditos da menina de Quixadá (CE), além de reedições e exposições.

O IMS lança hoje Mandacaru, livro com 10 poemas escritos por uma Rachel muito menina, antes mesmo de se aventurar no romance. Os primeiros passos na busca de uma linguagem literária aconteceram com os versos dedicados à história do Nordeste. Aos 17 anos, já empregada como jornalista, falava da dureza do sertão, da distância do irmão rico do sul, de personagens históricos, como a revolucionária Bárbara de Alencar e o Padre Cícero, das migrações para o Norte em busca da riqueza da borracha, da seca. Temáticas que mais tarde apareceriam distribuídas pelos sete romances e centenas de crônicas publicados por Rachel. “Ninguém vai dizer agora que Rachel de Queiroz é uma grande poeta e não é isso que queremos com esses poemas. Ela é uma extraordinária prosadora, mas passou pela poesia quando estava tateando sua expressão”, avalia Elvia Bezerra, organizadora e autora do prefácio de Mandacaru.

A escritora confiou os originais à amiga Alba Frota, proprietária também de acervo de imagens e documentos de Rachel, mas nunca conseguiu publicar o livro. A edição em facsímile do IMS traz a escrita em letra cursiva elegante da menina, além de fotografias. “Nos poemas detectamos uma linguagem mais simples do que aquela pretendida pelo modernismo aos quais ela pretendia se juntar. No prefácio ela se dirige aos modernistas de São Paulo e se oferece para participar do movimento”, conta Elvia. Os poemas datam de 1928 e o modernismo já conhecia uma segunda fase. No entanto, os 3 mil quilômetros que separam o Ceará e São Paulo atrasaram os reflexos do movimento capitaneado pelos paulistas. O IMS também inaugura hoje no Rio de Janeiro uma exposição com fotografias, documentos e primeiras edições que integram o acervo da instituição.

Crônicas

No jornal O povo, de Fortaleza, o centenário de Rachel começou no início do ano. Graças a um acervo precioso, o diário tem publicado crônicas históricas da escritora. A Fundação Demócrito Rocha, pertencente ao jornal, também investiu na publicação de quatro livros. “O jornal tem um acervo de mais de 1.200 crônicas, textos de Rachel de Queiroz de 1928 a 2003. A vida inteira ela escreveu para jornal. Fui pesquisar e descobri que muita coisa não tinha sido publicada”, conta Regina Ribeiro, editora da Demócrito Rocha.

Parte do material foi confiado à romancista Ana Miranda,
que selecionou os textos de A lua de Londres, mas Regina ficou intrigada com a quantidade de crônicas sobre a terra e o homem nordestino e decidiu lançar também Do Nordeste ao infinito. Para completar a trilogia, sai ainda Uma escrita no tempo, coletânea de ensaios assinados por pesquisadores como Heloísa Buarque de Hollanda, Nélida Piñon e Luís Bueno. “A obra dela ainda é muito pouco estudada no Brasil”, lamenta Regina.

Rachel sofreu, de fato, um descaso por parte da crítica acadêmica, que passou a ignorá-la a partir dos anos 1960 por causa de posicionamentos políticos encarados pela esquerda como contraditórios. Desde menina a escritora alimentava simpatia pelo Partido Comunista. Chegou a realizar reuniões na casa dos pais, ainda adolescente, com militantes e intelectuais de esquerda. Mais tarde, quando decidiu integrar os quadros do partido, se decepcionou. Os dirigentes exigiam da escritora a mudança nos rumos de um personagem do romance João Miguel. A mocinha estuprada não podia ser campesina, era melhor que fosse burguesa. A escritora não cedeu e abandonou o partido.

Oposição ao getulismo

Em 1964, Rachel de Queiroz decidiu apoiar o general Castelo Branco no golpe militar como uma maneira de se opor a Jango, para ela “um representante do que restara do getulismo”, que tanto desprezava. “Meu papel em tudo isso foi pequeno, claro; de qualquer maneira, gosto de frisar que, depois da saída do Castelo, eu deixei de apoiar o governo militar.” O ato, no entanto, provocou o desprezo da crítica acadêmica da época.

É um pouco esse ponto que o jornalista Edmilson Caminha aborda em A senhora do Não me deixes, publicação da ABL prevista para dezembro. Cearense residente em Brasília, Caminha procurou abordar vida e obra da escritora com linguagem destinada a estudantes e professores. “Destaco no livro que, a par essa relação com os ocupantes do poder em 1964, ela não tinha nenhuma ambição de poder. Foi convidada para ser ministra da Cultura duas vezes e recusou. Indicou Gilberto Freyre, que estava insatisfeito porque achou que ia ser nomeado governador de Pernambuco pelos militares e não foi.”

Na editora José Olympio, detentora dos direitos de publicação dos livros de Rachel, as comemorações começaram em agosto com a publicação de Não me deixes. O nome da fazenda da autora dá título ao livro de receitas de família. Agora é a vez de Tantos anos, as memórias escritas em parceria com a irmã Maria Luiza e publicadas originalmente em 1998. Em 2011, a editora lança ainda ABC de Rachel de Queiroz, de Lilian Fortes, três livros de crônicas e dois infantis. Rachel de Queiroz faleceu dormindo em sua rede, no bairro do Leblon, na Zona Sul do Rio, em 4 de novembro de 2003. Ela foi vítima de um infarto do miocárdio, por volta das 6h. A escritora já havia sofrido um derrame em agosto de 1999.

Trechos de poemas de Mandacaru
Nheengarêçaua
Homem do Sul, você que conhece a geada e o frio,
você que já viu primavera,
inverno, outono como na Europa,
você não sabe o que é o sol!
Você não imagina
o que é o céu sem nuvens por meses seguidos;
o que é o sol bater de chapa na terra fulva
trezentos dias encarrilhados!…
Ao meio-dia
nos tempos de fogo em que o sol é rei,
o ar é tão fino e tão frágil,
que treme…
o sol fura-o de luz, igualzinho à rendeira
pinicando de espinhos a trama dos bilros…
Você nunca veio até cá…
“— Ceará!

Retirante, sol quente, miséria…”
O sol do Nordeste foi feito somente
pra os olhos com medo dos filhos da terra…
o filho da terra, pequeno e feioso,
que é como o mandacaru:
quando a tragédia seca escorraça a vida e absorve as seivas,
só ele, isolado
no meio da caatinga que se apinha
e estende para o céu a lamúria em cinza dos galhos secos,
luta, verdeja, encontra seiva e vive
macambúzio e erriçado…

E, entanto, essa gente que mora tão longe
é a mesma que mora nas terras do Norte…
Se o sangue do Sul caldeou-se com o branco imigrante
numa fecunda mistura,
ainda existe em suas veias mestiças
esta seiva que o Norte tem pura…

E, se somos irmãos,
por que um laço mais forte de amor não nos prende?
Irmão longínquo, senhor das fábricas,
dos cafeeiros, das minas, do ouro,
eu quero que o meu poema
faça as vezes de um vidro esfumado
através do qual seu olhar deslumbrado
possa ver esta terra candente do Norte…
Irmão longínquo, detentor da riqueza da Pátria,
eu quero que as folhas abertas de meu poema
sejam mãos estendidas
para um abraço de fraternidade!

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Destaques culturais

Fonte: opopular.com.br 17/11

Conselho Estadual de Cultura entrega hoje o Troféu Jaburu e diplomas a artistas e projetos culturais que se destacaram no ano

Personalidades da área cultural recebem homenagem hoje com a entrega do Troféu Jaburu e das Medalhas de Mérito Cultural e Diplomas de Destaque Cultural do Ano, em solenidade às 20 horas, na Sala Dona Gercina, do Palácio das Esmeraldas. As comendas do Estado integram a homenagem conferida pelo Conselho Estadual de Cultura. Concedido há 30 anos, o Troféu Jaburu é um reconhecimento a artistas que se destacam no cenário de Goiás. O primeiro troféu foi entregue à escritora Cora Coralina. A estátua, fundida em bronze, é uma obra da artista Neuza Moraes.

A solenidade que reconhece a produção cultural do Estado é realizada sempre no dia 17 de novembro desde a morte da pianista Belkiss S. Carneiro de Mendonça, em 2005. A data foi estabelecida como oficial com o objetivo de perpetuar a memória da musicista e valorizar a premiação dos artistas que se destacam a cada ano.

Este ano, a principal homenageada com o Troféu Jaburu é Lena Castello Branco Ferreira de Freitas, historiadora, pesquisadora, educadora e escritora. Lena é professora aposentada da Universidade Federal de Goiás e lançou, recentemente, a biografia Poder e Paixão: A Saga dos Caiado, entre obras.

HOMENAGENS

TROFÉU JABURU- Lena Castello Branco Ferreira de Freitas


MEDALHAS DE MÉRITO CULTURAL

- Eudaldo Guimarães (Audiovisual)- Antônio Cesar Caldas Pinheiro (Patrimônio e Memória)- Eli de Camargo (Música)- Cia. de Teatro Nu Escuro (Artes Cênicas)- Maria Eloá de Souza Lima (Literatura)- Noé Luiz da Mota (Artes Visuais)

DIPLOMAS DE DESTAQUE CULTURAL DO ANO

- Alyne Fratari Veloso- Associação Comunitária de Projetos e Ações Práticas por um Monte Alegre Melhor - ONG Acpromam- Secretaria de Cultura de Anápolis- Bruno Quirino Peixoto- Cláudia Nunes Almeida- Suplemento Literário/Academia Goiana de Letras/ Diário da Manhã- 2ª Expoarte - Departamento de Cultura e Lazer de Alvorada do Norte- Edival Lourenço de Oliveira- Eliseu Ferreira da Silva- Grupo de Teatro Trem de Doido- Irmandade Nossa Senhora do Rosário da Vila João Vaz- Juraildes da Cruz Rodrigues- Marcus Fidélis Ferreira Castro- Museu de Arte de Britânia- Em Cada Canto Uma História/ Rodrigo Hirose Rocha/O POPULAR- Paula Cristina dos Santos Oliveira- Ações culturais - Prefeitura de Jaraguá- 8ª Semana do Museu - Diretoria do Centro Cultural - Prefeitura de Porangatu- Projeto Criar e Tocar- Rodrigo da Silva e Cruz e Rodrigo Cunha Tocantins

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Novo padrão de mudança social

Fonte: folha.uol.com.br 17/11

MARCIO POCHMANN

O terceiro padrão de mudança relaciona-se à opção pelo desenvolvimento da produção de bens e serviços e pela defesa do Estado de bem-estar social

Do final do Plano de Metas de Juscelino Kubitschek (1956-61) ao segundo governo Lula (2006-10), o Brasil conviveu com três distintos padrões de mudanças sociais, identificados por um conjunto amplo e profundo de transformações econômicas (estruturas produtiva, ocupacional e distributiva) e de reorientação nas políticas públicas (Estado de bem-estar social).
Ao se considerar a evolução de indicadores-sínteses da realidade brasileira, como os da renda per capita nacional e da desigualdade na repartição da renda pessoal, nota-se o ineditismo do momento atual, de conteúdo não esboçado plenamente no primeiro e no segundo padrões de mudanças sociais.
Entre as décadas de 1960 e 1970, o Brasil apresentou o primeiro padrão de mudança social, caracterizado pela forte expansão nacional da renda per capita, acompanhada de significativo aumento no grau de desigualdade na repartição da renda pessoal, responsável por brutal diferenciação no movimento de mobilidade social.
Na toada do projeto de industrialização nacional, sem planejamento e sem reforma agrária, houve excessiva transição populacional do campo para a cidade. Além do excedente de mão de obra gerado nos grandes centros urbanos, o valor real do salário mínimo registrou queda média anual de 1,6%, diante da elevação média de 4,6% ao ano do PIB per capita, entre 1960 e 1980.
Mesmo com a presença da informalidade, a cada ano a ocupação total aumentou 3,1% e a taxa nacional de pobreza decaiu 1,3%, enquanto a escolaridade dos brasileiros passou de 2,1 para 3,9 anos (3,1% de aumento anual) e o grau de desigualdade na renda pessoal cresceu 1%.
Em síntese, um contraste visível entre a rápida elevação da renda nacional por habitante e o forte aumento das iniquidades, especialmente na divisão dos frutos do crescimento econômico.
O segundo padrão de mudança social, ocorrido entre os anos de 1981 e 2003, foi demarcado pela estagnação na evolução da renda per capita e no grau de desigualdade na repartição da renda pessoal.
A vigência do regime de superinflação (até 1994) e de crises econômicas seguidas fez regredir a renda nacional em vários períodos (1981-83, 1990-92, 1998-99 e em 2002-03).
Sem a sustentação do crescimento da renda nacional per capita (variação de 0,2% ao ano), o grau de desigualdade praticamente não mudou (variação negativa de 0,1% ao ano), enquanto o desemprego cresceu fortemente (5,6% ao ano) e o valor real do salário mínimo foi reduzido 1,8% ao ano, em média.
Além disso, a cada ano a taxa de pobreza caiu apenas 0,8%, e a escolaridade foi ampliada somente em 2,1% (de 3,9 para 6,3 anos). Resumidamente, a interrupção da mobilidade social e das oportunidades econômicas.
Desde meados da década de 2000, percebem-se sinais de novo padrão de mudança social no país.
Esse terceiro padrão possui como características principais a combinação da expansão média anual da renda nacional per capita (de 2,9%) com a queda na desigualdade pessoal da renda (de 1,5%) desde 2004.
Simultaneamente, registra-se a redução média anual nas taxas nacionais de desemprego (5,2%) e de pobreza (4,8%), com forte elevação do salário mínimo (7,1%), da ocupação total (3,2%), sobretudo formal, e dos anos de escolaridade (aumento de 3,8%).
Em especial, o novo padrão de mudança social relaciona-se à opção atual pelo desenvolvimento da produção de bens e serviços em detrimento da financeirização da riqueza -como observado nos anos de vigência do segundo padrão de mudança social- e pela defesa do Estado de bem-estar social, ausente durante o primeiro padrão de mudança social.


MARCIO POCHMANN, economista, é presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e professor licenciado do Instituto de Economia e do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Unicamp. Foi secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Solidariedade da Prefeitura de São Paulo (gestão Marta Suplicy).

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Por mudanças no currículo das engenharias

Fonte: folha.uol.com.br 17/11

JOSÉ ROBERTO CARDOSO

É comum o engenheiro mudar de atividade mais de cinco vezes ao longo da carreira, de modo que não basta mais ter só formação tecnológica sólida


A Escola Politécnica da USP pratica uma estrutura curricular concebida sob diretrizes que datam de meados da década de 80. Naquela época, era muito forte a política da especialização, fruto do milagre econômico. O objetivo era colocar no mercado um engenheiro produzindo logo após sua formatura.
Essa política se tornou paradigma das estruturas curriculares de várias faculdades, de modo que houve uma proliferação das especialidades, a ponto de o Crea (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) registrar mais de 300 habilitações.
Tal prática se tornou danosa para os estudantes deste século, pois nossos engenheiros precisam estar habilitados a trabalhar em equipes multiprofissionais, abertos para um mundo em que a prática da inovação é a palavra de ordem.
Outra questão vital que justifica a formação generalista são as novas características do mercado. A longa permanência no emprego é coisa do passado. Mesmo no Japão isso não acontece mais.
É comum o engenheiro mudar de atividade mais de cinco vezes ao longo de sua carreira, de modo que não basta mais uma formação sólida nas disciplinas tecnológicas.
Exige-se também boa formação em economia e em psicologia, para ter condições de avaliar a viabilidade econômica e as questões de marketing de seus projetos, pois essa é a tríade que leva à inovação.
O enfoque deve ser temático, pois todos os cursos devem ser focados para os grandes desafios da humanidade neste século: a energia, a sustentabilidade, a água e a saúde. Os estudantes precisam ser estimulados a realizar projetos em que tais desafios sejam discutidos.
Nossa tradição é apresentar uma disciplina em detalhes, restando pouco para o aluno buscar uma informação por meio do autoaprendizado. Na Europa e nos EUA, a permanência em sala de aula é bem menor do que a nossa, mas os projetos sob orientação são intensos, exigindo uma presença maior do aluno na escola.
Para tanto, a escola deve prover condições adequadas de vivência, como salas de projeto, rede de computadores, oficinas com livre acesso e professores em tempo integral.
Uma integração com a pós-graduação é fundamental nesse cenário.
A mobilidade deve ser facilitada, e a equivalência de disciplinas deve ser revista, para que mudanças de cursos afetem minimamente a vida do aluno, pois a resolução 1.010 do Crea, que regulamenta o âmbito de atuação dos profissionais, pode não fornecer mais as mesmas atribuições a estudantes de uma mesma habilitação.
A atribuição de créditos também deve ser revista. Várias atividades extraclasse, tais como visitas planejadas e iniciação científica, podem ser creditadas.
Por fim, as ferramentas de ensino à distância devem ser utilizadas, pois não há mais um período específico para o jovem se dedicar aos estudos. Sua agenda mudou muito: deve haver espaço para lazer, para atualizar a rede de relacionamento e, por que não, para exercer atividade remunerada em tempo parcial.
Creio que, assim, poderemos tornar nossos cursos de engenharia mais atraentes e úteis para os grandes desafios deste século.


JOSÉ ROBERTO CARDOSO é diretor da Escola Politécnica da USP.

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Grupo pede permanência de Juca Ferreira no MinC

Fonte: folha.uol.com.br 17/11

Movimento "Fica Juca" surge após divulgação de possíveis ministeriáveis

Como reação, ex-secretário responsável por pontos de cultura vem a público defender mudança na pasta

Nas áreas econômicas do governo seria impensável algo assim. Mas, na cultura, as discussões em torno do nome a ser apontado por Dilma Rousseff para o ministério ganham contornos de performance. De intervenção, até.
O dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa propôs-se a organizar a cena mal começaram a vir à tona os nomes dos possíveis candidatos ao Ministério da Cultura (MinC).
Em entrevista à Folha, o criador do Oficina desfiou o conceito de antropofagia para defender a permanência de Juca Ferreira, segundo homem de Gil que, há dois anos, assumiu o posto.
"O PT vê a cultura como instrumento político", diz Corrêa. "O Gil e o Juca [Ferreira] acabaram com a política de balcão, fizeram uma revolução. O voto na Dilma foi pela continuidade. Esse ministério tem que continuar."
Outro a defender, de modo enfático, a atual gestão é o maestro John Neschling. "A gestão do Juca foi, antes de mais nada, democrática. Ele teve posições claras, se expôs a críticas", diz o ex-diretor da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). "Por que a sanha de mudar?"
Cabe lembrar que Nes- chling lidera a Companhia Brasileira de Ópera, nascida com o apoio do MinC.
A unir os nomes pró-Juca -o dramaturgo Aderbal Freire Filho e o estilista Ronaldo Fraga entre eles- está o argumento de que, na prática, ele teve apenas dois anos à frente da pasta. Os outros seis foram conduzidos por Gilberto Gil.
Haveria, além disso, o temor de que o MinC vire, de novo, mera moeda política ou assento confortável para intelectuais.
Conforme o movimento pró-Juca foi vindo a público, porém, seu antídoto também começou a ser preparado. O ex-secretário do MinC, Célio Turino, que cuidou dos pontos de cultura, escreveu um texto que começou a circular nestes dias pela internet.
"Oito anos de gestão continuada é muito tempo, gera vícios, pequenos grupos de interesse e patotas", escreve. "Uma mudança seria muito saudável e não significa deixar de lado as conquistas."
Ferreira, por ora, não fala sobre o assunto, mas, aqui e ali, faz suas aparições. Hoje, vem a São Paulo para encerrar um encontro sobre cultura digital, na Cinemateca.

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Londres indenizará presos de Guantánamo

Fonte: folha.uol.com.br 17/11

Acordo é com 16 ex-detentos que processam o Estado por sessões de tortura que afirmam ter sofrido na prisão

As cifras a serem pagas não foram informadas, mas especula-se que sejam cerca de R$ 2,7 milhões para cada um

O governo do Reino Unido fechou um acordo e irá indenizar 16 ex-prisioneiros de Guantánamo. Eles processam o Estado britânico por participação ou cumplicidade nas sessões de tortura que afirmam ter sofrido na prisão, que é controlada pelos Estados Unidos.
Todos foram detidos por agentes britânicos após o 11 de Setembro, sob acusação de terem ligações com redes terroristas.
Segundo o governo, foi melhor fazer um acordo agora que enfrentar um processo demorado que poderia ser ainda mais custoso para os cofres públicos.
Além disso, a ação judicial iria tornar públicos métodos utilizados pelos serviços de inteligência e ocupar pessoal envolvido na segurança nacional, afirmou o ministro da Justiça, Ken Clarke.
Segundo ele, havia o risco de colocar em xeque a reputação dos britânicos como um povo que defende os direitos humanos.
Não foram fornecidos detalhes sobre os valores das indenizações.
Segundo o ministro, foi firmado um acordo de confidencialidade entre as partes que proíbe a revelação das cifras. Especula-se que cada um possa receber mais de 1 milhão de libras (cerca de R$ 2,7 milhões).
Os ex-detentos afirmam que foram presos com falsas acusações e que eram submetidos a privação de sono, excesso de barulho e de frio, que ficavam pendurados e que sofriam ameaças de que seriam mortos durante os interrogatórios.
O governo diz que o acordo não significa uma admissão de culpa.
Um inquérito independente será aberto para investigar se britânicos tomaram parte nas sessões de tortura ou se foram cúmplices. Os trabalhos começam no fim deste ano e devem ser concluídos em um ano.
A diferença é que neste inquérito os papéis serão analisados e as pessoas ouvidas a portas fechadas, sem acesso do público ou da mídia.
O acordo de indenização pode servir de precedente, uma vez que há mais processos de pessoas que acusam membros dos serviços de inteligência do Reino Unido por prisões ilegais e práticas de tortura durante interrogatórios em países como Paquistão, Afeganistão, Etiópia, Síria, Egito e Bangladesh.

GOVERNO PASSADO
A negociação para as indenizações começou em julho, quando a Justiça britânica mandou que fossem analisados 500 mil documentos secretos sobre as prisões.
Na época, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que era o momento de resolver essa questão de uma vez.
Era uma referência a acusações de cumplicidade com a tortura feitas contra o governo britânico durante a administração do Partido Trabalhista, que já estava no poder em 2001 e continuou até maio deste ano.
Alguns documentos que vazaram indicam que o ex-premiê Tony Blair e o ex-ministro das Relações Exteriores Jack Straw tinham conhecimento de prisões ilegais e das torturas.
Segundo os mesmos documentos, eles teriam também participado das decisões para a entrega de alguns prisioneiros para os soldados americanos. Os dois negam.

FECHAMENTO
A prisão de Guantánamo virou um pesadelo para os governos britânico e norte-americano devido às acusações de tortura e à prisão de inocentes.
O presidente dos EUA, Barack Obama, chegou a anunciar que fecharia a prisão um ano após sua posse. Mas ainda não cumpriu a promessa. Continuam lá 174 detentos.

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ANTONIO DELFIM NETTO

Fonte: folha.uol.com.br 17/11


Amarrem os cintos!

O encontro do G20 em Seul, na Coreia do Sul, foi uma reunião lítero-musical de qualidade duvidosa. O seu resultado, pífio. A "solução prática" foi a cínica entrega da questão aos cuidados do FMI.
No ano que vem, ele deve apresentar um programa factível que distribua equanimente os custos do ajuste. Em poucas palavras e sem nhe-nhe-nhem: cada um que volte para casa, trate de cuidar dos seus interesses e ponha as barbas de molho.
Há uma grande dificuldade em dar peso adequado ao problema dos EUA e às malfeitorias da China, o que provoca ataques cruzados.
Os EUA meteram-se numa grave crise e, desde 2007, destruíram 10 milhões de empregos. Para retornar à taxa de desemprego aceitável de 5%, precisam reconstruí-los. Devido ao crescimento da população, para manter apenas o inaceitável nível atual de desemprego, de 9,6%, precisam criar 1,5 milhão de empregos por ano, ou seja, 125 mil por mês.
Mesmo que haja uma rápida recuperação e a economia possa absorver 600 mil empregos por mês (que é o dobro da média dos anos 90!), serão precisos dois anos antes que se volte ao nível de 2007.
Não se trata de um problema de liquidez, mas de confiança: as empresas não financeiras têm em caixa US$ 3 trilhões e não investem a não ser em tecnologias poupadoras de mão de obra. As instituições financeiras têm excesso de reserva de US$ 1 trilhão e não emprestam porque não há tomadores (o nível de endividamento das famílias é da ordem de 100% do PIB).
O único tomador de recursos é o próprio Tesouro dos EUA, cujo endividamento só poderá ser sustentado com a volta ao crescimento, que, por sua vez, depende do investimento do setor privado e do consumo das famílias.
Os EUA pagam agora o preço de sua miopia. Aumentaram o emprego nas finanças e na habitação enquanto transferiam alegremente (graças à valorização do dólar) para a China suas fábricas e seus empregos industriais e para a Índia os do setor de serviços.
Com a explosão das duas "bolhas", no setor financeiro e no imobiliário, o emprego no primeiro talvez nunca se recupere, e o do segundo demorará muito tempo. Uma coisa é certa. Se a demanda interna nos EUA não se recuperou, porque o governo foi incapaz de restabelecer a confiança no circuito econômico interno, só lhe resta a saída das exportações e a substituição do petróleo importado por biocombustíveis. Ele vai persegui-la com a desvalorização do dólar.
Devemos "amarrar os cintos" e aguentar a competição que vem por aí! Parece que com a taxa de câmbio de R$ 1,60 já podemos importar o etanol de milho dos EUA...

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Cível: Tese é usada para permitir o ressarcimento de quem foi prejudicado por terceiros

Fonte: valoronline.com.br 17/11

Judiciário concede indenização a pessoas que perderam uma chance

Uma estagiária, com chances de ser efetivada, recebeu uma proposta da empresa concorrente. Aceitou o convite, mas ficou sem os dois empregos. A contratante cancelou a admissão e o esperado salto na carreira, deu lugar aos atrasos nas mensalidades da faculdade. A mesma frustração experimentou um candidato a vereador em uma cidade de Minas Gerais. Ele deixou de ser eleito por oito votos, após a divulgação equivocada por uma rádio, no dia da eleição, de que sua candidatura teria sido cassada. Já o participante de um programa de perguntas e respostas quase alcançou o prêmio de R$ 1 milhão, mas a chance de ganhar foi prejudicada pela imprecisão da última questão.

Casos como esses foram parar na Justiça brasileira, que vem construindo uma jurisprudência favorável à indenização pelo que se chama de "perda de uma chance". A tese não está em nenhuma lei, mas presente em uma doutrina que se baseia nos princípios do Código Civil. O argumento, porém, só é aceito se a parte demonstra, de forma objetiva, a grande probabilidade de ocorrência do evento que acabou por não se concretizar.

Diante das comprovações, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 4ª Região condenou uma empresa a indenizar em R$ 6 mil a estagiária que deixou de ser contratada. O candidato a vereador do município de Carangola (MG) também deve receber cerca de R$ 40 mil de uma rádio local, valor equivalente à metade do tempo de mandato, segundo determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Já o participante do programa de TV, em um caso emblemático já solucionado pelo STJ, deverá ser ressarcido em R$ 125 mil. Como a questão tinha quatro alternativas possíveis, os ministros entenderam que ele teria 25% de chance de ter acertado a questão que valia R$ 500 mil.

A teoria da perda de uma chance começou a ser aplicada nos anos 60 na França e, décadas depois, foi trazida para a realidade brasileira. De início, houve uma certa resistência dos juízes em aplicá-la, segundo o professor de direito civil da Universidade Federal da Paraíba, o advogado Adriano Godinho. "Os juízes entendiam que não se poderia afirmar com absoluta convicção que a parte teria atingido seus objetivos, se não tivesse sido impedida por algum motivo", diz. Segundo ele, a jurisprudência foi evoluindo e agora não se exige a certeza, mas a comprovação da perda de uma chance. Esse entendimento vem sendo aplicado nas mais diversas situações.

O Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, por exemplo, condenou uma empresa que atua na área de coleta e armazenamento de células-tronco a indenizar um casal por não ter recolhido as células do cordão umbilical do bebê no momento do nascimento. De acordo com a decisão, "considerando que as células-tronco são o grande trunfo da medicina moderna no tratamento de inúmeras patologias consideradas incuráveis, não se pode dizer que a ausência da ré no momento do parto, com a perda da única chance existente para a coleta desse material, trata-se de um simples inadimplemento contratual".

Godinho afirma que, como o sucesso do evento perdido não é garantido, foi desenvolvida uma lógica relativa a essas indenizações, que em geral, não representam o valor total da oportunidade que não deu certo. Segundo ele, fica a critério do juiz em cada caso arbitrar a indenização, mas em muitos deles opta-se por uma porcentagem que equivaleria ao acerto, caso fosse obtido.

Um caso clássico na Justiça brasileira, com diversas decisões, é do advogado que perde o prazo para recorrer de uma decisão. Há julgamentos nos quais os magistrados determinaram que o cliente seja indenizado pela chance que tinha de ganhar o processo. "O valor da indenização, no entanto, fica a critério do juiz, que pode até entrar no mérito da ação que o cliente perdeu para analisar quais seriam suas chances de ganhar", afirma Godinho.

A tese tem sido aplicada com mais frequência pela Justiça do Trabalho, afirma o advogado Túlio de Oliveira Massoni, do Mascaro & Nascimento Advogados. Em um caso assessorado por Massoni, o escritório tenta rebater a argumentação de uma funcionária que pede indenização - baseada na tese da "perda de uma chance" - por deixar de ter a oportunidade de ganhar um Palio, oferecido a quem batesse o recorde de vendas, ao ter sido demitida. De acordo com a meta estabelecida pela empresa, o funcionário que mais vendesse durante o ano ganharia o automóvel. A empregada afirma ter sido a primeira nas vendas nos primeiros oito meses, até ser demitida. O advogado afirma que não há como garantir que ela continuaria a ser a melhor vendedora no período restante do ano.

Para Massoni, no entanto, a tese "não pode ser banalizada", como ocorreu em determinada época com os casos relativos a dano moral. "Não se pode dar indenização quando se trata de situações hipotéticas ou meras expectativas. Tem que haver chances concretas, para que não haja enriquecimento sem causa", afirma. Na opinião do advogado Angelo Caldeira Ribeiro, do Levy e Salomão Advogados, tem que haver uma relação direta entre a perda e a causa que levou à perda. Caso contrário, segundo ele, isso será caracterizado como danos indiretos, no qual não caberia indenização.

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Kinect aponta para o futuro da computação, dizem especialistas

Fonte: folha.uol.com.br 17/11

Acessório da Microsoft para Xbox 360 deve inspirar novas formas de interação com eletrônicos

Movimentos corporais simples e comandos de voz podem suplantar botões e interfaces sensíveis ao toque


Imagine que você queira ver na televisão as fotos que tirou no celular. É só fazer um simples gesto: mover sua mão da telinha do telefone em direção à telona da sala de estar. Pronto.
Para passar de uma foto para outra, basta mexer a mão no ar da direita para a esquerda e vice-versa (você também pode usar o pé ou a cabeça, se preferir).
Para dar um zoom em um detalhe de uma fotografia, é só afastar uma mão da outra.
Assim, sem cabos, sem configurações difíceis e sem encostar em botões ou telas.
Depois do Kinect, esses tipos de interação com dispositivos eletrônicos devem se tornar comuns nos próximos anos, afirmam especialistas.
Isso significa, entre outras coisas, que está cada vez mais próxima a realização do sonho nerd de usar interfaces futurísticas como as vistas em "Minority Report - A Nova Lei" (2002), filme de Steven Spielberg baseado na obra de Philip K. Dick e estrelado por Tom Cruise.
"O Kinect é para as interfaces multitoque o que o mouse foi para o DOS", diz James McQuivey, analista de estratégia de produtos de consumo da Forrester, referindo-se ao sistema baseado em linhas de comando, suplantado pelas interfaces gráficas.
Segundo McQuivey, o Kinect representa "uma forma nova e dramaticamente natural de interagir não apenas com a TV e com computadores, mas com toda máquina que conceberemos no futuro". Ele aposta que, em dez anos, 70% dos lares terão esse tipo de tecnologia (leia em bit.ly/kinforr).

COMANDOS DE VOZ
A possibilidade de jogar sem controles, usando o corpo inteiro, acabou por ofuscar um pouco outro recurso importante do Kinect: o de comandar o videogame usando a voz.
A funcionalidade, que já se encontra em celulares com Android, por exemplo, deve se expandir ainda mais para outros tipos de dispositivo.
"A experiência do Kinect é tão cativante que eu me pego olhando para meus outros eletrônicos com desprezo", escreveu Seth Schiesel, crítico de videogame do "New York Times" (nyti.ms/kinnyt). "Não quero ter que decorar os números dos canais. Por que não posso apenas dizer "DirecTV, CNN" ou "DirecTV, Fox'? Por que não posso dizer "aparelho de som, rádio" ou "aparelho de som, iPod'?".

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Compras coletivas, a nova febre

Fonte: correioweb.com.br 17/11

Desde março no Brasil, os sites já atingiram 7 milhões de usuários com descontos de até 90%

Uma escova progressiva em um instituto de beleza localizado em endereço nobre de R$ 200 por R$ 80. Dois chopes e uma porção de pastéis de R$ 19 por R$ 7,60. Criação de site de R$ 1,8 mil por R$ 490. Almoço executivo em um badalado restaurante japonês de R$ 32,90 por R$ 15,80. Essas eram algumas ofertas que os goianienses tinham à disposição na semana passada, nos chamados sites de compra coletiva, a nova febre da internet.

Esses sites, que surgiram em março no Brasil e já atingiram a marca de mais de 7 milhões de usuários cadastrados, oferecem produtos e serviços com descontos que podem chegar a 90%. As ofertas duram entre 24 e 72 horas e, em alguns casos, o número de cupons é limitado. Um tratamento estético em uma clínica badalada, ou um dia de mimos em um Spa - que custariam mais de R$ 250, podem sair por módicos R$ 70 ou menos. O segredo para tanto desconto é o volume de vendas. Para que a oferta seja ativada, é preciso que um número mínimo de cupons seja emitido - que varia de site para site. Caso a meta não seja emitida, o dinheiro é devolvido ao cliente.

Só em Goiânia, já há seis sites em operação (veja quadro). Segundo o Ibope Nielsen Online, em setembro, os 18 principais sites de compras coletivas em atuação no Brasil tinham recebido visitas de 5,6 milhões de internautas únicos - o que correspondia a 14% da audiência on-line.

Em outubro, o número total de visitantes subiu para 7,4 milhões, um crescimento de 32% em relação ao mês anterior.

Anúncios no Facebook, site de relacionamento que tem conquistado cada vez mais adeptos, são responsáveis por cerca de 20% do total das visitas. Ainda segundo o Ibope Nielsen Online, a maior parte dos usuários dos sites de compras coletivas tem entre 25 e 34 anos (37%). Nos Estados Unidos - onde surgiu a febre que se irradiou para o resto do mundo -- os primeiros sites de desconto surgiram no final de 2008. Conquistaram rápido a confiança e a cobiça dos consumidores oferecendo refeições em restaurantes balados e serviços considerados caros por precinhos bem em conta.

No Brasil, os primeiros sites surgiram em março deste ano, no Rio de Janeiro, e rapidamente foram conquistando o público das capitais e cidades maiores. Goiânia, além de receber sites nacionais - e até o pioneiro GroupOn - também tem despertado o interesse de empresários locais. Na última semana, o Guia Curta Mais, que divulga bares, restaurantes e hotéis de Goiânia, e já concedia descontos nesses locais por meio de cupons, lançou seu site de compras.

Para os próximos dias, o jornalista e empresário Marcelo Albuquerque promete promoções bastante interessantes, como tratamentos estéticos e refeições com descontos tentadores. "Fui procurado por empresas de fora, mas vi que havia mercado e que já tínhamos bons parceiros para começar o negócio."

Segundo Marcelo, um dos segredos para o sucesso do negócio é buscar parceria com empresários que estejam lançando novos produtos ou que tenham capacidade ociosa. "Um prestador de serviço que já esteja com a agenda lotada não deve entrar nesse negócio, sob pena de deixar os clientes insatisfeitos."

Segundo Marcelo, todos têm a ganhar com esse modelo de negócio. "É bom para o site que realiza as vendas e ganha comissão. É bom para o empresário que divulga o seu produto e tem a chance de fidelizar o cliente, e é melhor ainda para o consumidor final", teoriza.

Cuidados

Comprar supérfluos pagando bem pouco pode parecer o paraíso, mas é preciso tomar alguns cuidados para não provocar estragos no orçamento, ou pagar por produtos e serviços que você não terá tempo de usar. É preciso ler com cuidado as condições de cada oferta antes de comprar, e depois anotá-las, para não esquecer ou se decepcionar.

Os cupons têm validade limitada e, em alguns casos, há restrições de horários e dias da semana para utilização. Os sites estabelecem um número mínimo de vouchers que precisam ser adquiridos para validar a oferta, e caso esse total não seja atingido, o dinheiro será devolvido.

Consumidores se dizem satisfeitos

O servidor público e web designer Fagner Araújo Borges, 26 anos, começou a visitar sites de compras coletivas há pouco mais de um mês. De lá para cá, fez várias compras em pelo menos três desses sites e diz não ter se arrependido. "Fiquei sabendo desses sites pelos amigos. Já comprei ingresso para cinema, vouchers para restaurantes e para jogo de paint ball, tratamento estético e até serviços para o meu carro", conta.

Satisfeito, Fagner já indicou amigos e com os créditos recebidos pela indicação comprou mais produtos. Segundo o webdesigner, até o momento os cupons adquiridos não resultaram em dor de cabeça. "Fui bem atendido onde fui. Na clínica de estética, consegui marcar o tratamento rapidamente, e no paint-ball também", conta.

Acostumado com o ambiente virtual, Fagner destaca a segurança para essa modalidade de compras. "Geralmente esses sites usam plataformas de pagamento que são muito seguras. Faço compras na internet com frequência, e prefiro usá-los. Eles garantem que seus dados não caiam nas mãos de pessoas mal intencionadas, e caso o produto não seja entregue, você pode conseguir o seu dinheiro de volta." Segundo ele, o ideal, inclusive, seria que todas as pessoas dessem preferência para essas plataformas para realizar compras on-line, em geral.

A interligação com as redes sociais é outro ponto positivo citado por Fagner. "Da mesma foram que as redes servem para a divulgação das promoções, elas também servem para multiplicar comentários negativos. Se alguma empresa não agir com seriedade, poderemos descobrir isso rapidamente", afirmou.

O engenheiro civil João Guilherme de Faria, de 26 anos, também afirma que não tem do que reclamar. "Nos lugares onde fui sempre fui atendido como se estivesse pagando em dinheiro." Ele admite, porém, que a primeira compra foi mais tranquila porque ele já estava habituado a fazer negócios pela internet. "Além do mais, já tinha lido matérias a respeito desses sites e até ouvido comentários positivos na rádio CBN. Então, comprei com confiança", recorda-se.

Hoje, sempre que fica sabendo de uma promoção legal - especialmente de restaurante - ele avisa aos amigos. "Assim, podemos nos divertir juntos."

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Brasil espera investir US$ 36 bilhões na Copa e Olimpíada

Fonte: valoronline.com.br 17/11

GENEBRA - O Brasil foi o país que previu o maior volume de investimentos em infraestrutura para os próximos anos entre as 20 maiores economias desenvolvidas e emergentes, no compromisso por um crescimento global "sólido, sustentável e equilibrado" no médio prazo.

O país estimou investimentos totais no setor necessários de US$ 906,5 bilhões (R$ 1,577 trilhão), sendo US$ 545,7 bilhões no período 2011-2014, no mandato de Dilma Rousseff, e US$ 360,8 bilhões depois de 2014, ao listar sua estratégia para reformas estruturais.

Nada menos de US$ 36,5 bilhões são previstos para preparar a Copa das Confederações, torneio de futebol promovido pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), em 2013, e a Copa do Mundo de futebol em 2014, além dos Jogos Olímpicos em 2016, no Rio de Janeiro, segundo o documento que a Coreia do Sul divulgou ontem.

Outros países do G-20, incluindo China, Estados Unidos e Índia, informaram seus planos de maneira mais geral, mas foram econômicos em cifras e detalhes, o que não quer dizer que investirão menos, inclusive pela necessidade de suas economias.

O Brasil explicou a seus parceiros do G-20 que sua estratégia de desenvolvimento é baseada na ideia de integrar crescimento econômico com redução da desigualdade social. E focando em investimentos em infraestrutura, o país procura superar gargalos em logística, redução de custos de produção, além de melhorar a competitividade da indústria nacional.

Na área fiscal, o Brasil assumiu o compromisso, no G-20, de fazer um superávit primário de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) de 2011 a 2013. O país argumentou que esse saldo, nos próximos três anos, é consistente com a redução do endividamento líquido público para 30,8% em 2013. Sobre câmbio, o Brasil reitera que usará instrumentos macroprudenciais, ou seja, o controle de capital, quando for necessário para evitar apreciação artificial da moeda.

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Londres indenizará presos de Guantánamo

Fonte: folha.uol.com.br 17/11

Acordo é com 16 ex-detentos que processam o Estado por sessões de tortura que afirmam ter sofrido na prisão

As cifras a serem pagas não foram informadas, mas especula-se que sejam cerca de R$ 2,7 milhões para cada um
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ANTONIO DELFIM NETTO

Fonte: folha.uol.com.br 17/11


Amarrem os cintos!

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Cível: Tese é usada para permitir o ressarcimento de quem foi prejudicado por terceiros

Fonte: valoronline.com.br 17/11

Judiciário concede indenização a pessoas que perderam uma chance

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Kinect aponta para o futuro da computação, dizem especialistas

Fonte: folha.uol.com.br 17/11

Acessório da Microsoft para Xbox 360 deve inspirar novas formas de interação com eletrônicos

Movimentos corporais simples e comandos de voz podem suplantar botões e interfaces sensíveis ao toque


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Compras coletivas, a nova febre

Fonte: correioweb.com.br 17/11

Desde março no Brasil, os sites já atingiram 7 milhões de usuários com descontos de até 90%

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Brasil espera investir US$ 36 bilhões na Copa e Olimpíada

Fonte: valoronline.com.br 17/11

GENEBRA - O Brasil foi o país que previu o maior volume de investimentos em infraestrutura para os próximos anos entre as 20 maiores economias desenvolvidas e emergentes, no compromisso por um crescimento global "sólido, sustentável e equilibrado" no médio prazo.

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Ministério da Ciência e Tecnologia garante manutenção de investimentos em C&T

Fonte: UnB.br 16/11

Luiz Elias afirmou durante encontro do conselho pleno da Andifes que orçamento de R$ 360 milhões será mantido no ano que vem

O ministro em exercício do Ministério de Ciência e Tecnologia, Luiz Antonio Rodrigues Elias, assegurou aos reitores das universidades federais brasileiras que o investimento em pesquisas científicas será mantido no governo da presidente eleita Dilma Rousseff. Em 2010, o montante destinado à atividade foi de R$ 360 milhões. O ministro em exercício garantiu que está em discussão o aumento dos recursos, mas descartou qualquer possibilidade de redução deste valor. O orçamento da União está em discussão no Congresso Nacional.

Durante a reunião da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), em Niterói, no Rio de Janeiro, os reitores reivindicaram maior participação das universidades federais na elaboração das políticas públicas para ciência e tecnologia. “A reunião serviu para uma aproximação entre as instituições de ensino superior e o ministério”, comentou o presidente da Andifes, Edward Madureira. “Nosso objetivo é atuar como protagonistas durante o próximo governo”, completou. Ele adiantou que um documento com propostas de parcerias, como a elaboração dos planos de fomento às pesquisas científicas, deve ser entregue ao MCT na próxima semana.

O reitor da UnB, José Geraldo de Sousa Junior, lembrou que o encontro coincide com o término da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Há uma expectativa entre os reitores de identificar quais os itens da agenda discutida durante o ano que ainda restam para ser implementados, notadamente a que configura a chamada pauta da autonomia universitária”, disse. “Refinaremos estes itens para ver o que pode ser encaminhado”, acrescentou.

Ao tratar do orçamento, o ministro em exercício apresentou resultados das principais ações do ministério durante o ano de 2010. Luiz Elias pediu também aos reitores apoio para a realização da consulta pública sobre as recomendações propostas na 4ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável do País, realizada em maio deste ano. Conferencistas, participantes e integrantes das áreas de educação devem opinar sobre as recomendações. A consulta, que termina no próximo dia 22, vai gerar o documento com metas para o desenvolvimento científico e tecnológico.

ENEM – O encontro continua nesta quarta-feira, 17 de novembro. A secretária da Educação Superior, Maria Paula Dallari, vai falar sobre as ações do Ministério da Educação. A expectativa é que ela trate também do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem. O exame chegou a ser suspenso porque algumas provas foram impressas com folhas repetidas e houve identificação incorreta no cabeçalho da folha de resposta das questões de ciências da natureza recebida por todos os alunos. A Andifes divulgou, no último dia 10, nota dos reitores em apoio à continuidade do Enem. De acordo com a nota, o exame deve continuar se aperfeiçoando para que se afirme como instrumento de acesso às instituições de ensino superior.

Outro tema que será discutido pelos reitores é o projeto de lei que reestrutura a carreira docente. A minuta do projeto de lei já foi apresentada pelo Executivo, mas as entidades sindicais que representam a categoria rejeitaram alguns pontos. O mais polêmico é um indicador que leva em conta o número de horas em sala de aula. Para as entidades, ele interfere na autonomia universitária. Os reitores discutirão ainda a criação de cargos nas universidades e uma suplementação orçamentária ainda este ano.

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HAITI

Protestos contra "lentidão" da ONU deixam feridos

Fonte: folha.uol.com.br 16/11

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS - Várias pessoas ficaram feridas ontem no Haiti em meio a violentos protestos contra o governo e a Minustah (a missão da ONU) pela "lentidão" em lidar com a epidemia de cólera que já deixou mais de 900 pessoas mortas em todo o país.
Segundo relatos, "milhares de pessoas saíram às ruas" na cidade de Cap Haitien (cerca de 274 km ao norte de Porto Príncipe), onde ao menos cem pessoas morreram de cólera.
"Os capacetes azuis [da ONU] dispararam gás lacrimogêneo, e sabemos que há feridos, porém não quantos", disse um porta-voz da Minustah.
A ONU investiga se a bactéria que gerou a epidemia, proveniente da Ásia, foi levada ao país por membros da missão.

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