segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Site sobre cultura africana será lançado hoje na Bienal de SP

Fonte: folha.uol.com.br 04/10

Buala.org reúne artigos sobre literatura, música e artes visuais


De olho na mais nova geração de artistas africanos, um site que será lançado hoje na Bienal de São Paulo tenta mapear a produção cada vez mais forte dessa região.
Batizado de Buala, termo no dialeto quimbundo que significa casa ou aldeia, o novo portal deve cobrir todos os tipos de manifestação cultural na África, de literatura e música às artes, com foco em países de língua portuguesa.
"Existe uma nova geração de artistas que nasceu no pós-independência e começou a criar um discurso próprio", diz a portuguesa Marta Lança, editora do
Buala.org. "Estão mais conscientes de seu lugar no mundo, buscando uma nova africanidade."
Já de pé, em fase de testes desde maio, o site registra por volta de 10 mil acessos por mês e tem cerca de 50 colaboradores espalhados pelo mundo, em especial em Angola, Moçambique, Cabo Verde, Portugal e Brasil.
Para além da esfera lusófona, também há colaboradores no norte africano, no Senegal e na África do Sul.
"Para nós, interessa a situação atual, aquilo que é produzido hoje nesses países", diz Lança. "Não é uma África cristalizada no tempo. Interessam as grandes transformações das metrópoles."
Toda a reformulação urbanística de Luanda, por exemplo, é assunto para um amplo ensaio publicado no site.
Também há contribuições de escritores angolanos como Mia Couto e José Eduardo Agualusa, além da cobertura de fenômenos da cultura pop, como o estilo kuduro.
"É criar esse canal de informação entre o continente e a diáspora, usar a cultura digital para conhecer o continente", diz Lança. "Muitos dos próprios africanos não têm acesso ao discurso que está sendo produzido sobre eles."

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Regiões ricas do país registram mais bebês de baixo peso

Aumento de cesáreas é causa possível da maior proporção de crianças nascidas com menos 2,5 kg no Sudeste

Pesquisa mostra que peso dos recém-nascidos é menor quando o índice de partos cirúrgicos ultrapassa 35%

Fonte: folha.uol.com.br 04/10


O baixo peso ao nascer é um indicador de más condições socioeconômicas. Mas, no Brasil, há um paradoxo: as regiões mais ricas registram mais bebês nascidos com menos de 2,5 quilos do que as regiões mais pobres.
O dado é de um estudo que avaliou números do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos entre 1995 e 2007. A pesquisa, feita pela Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, Universidade Federal do Maranhão e Federal do Rio Grande do Sul, acaba de ser publicada na "Revista de Saúde Pública".
"O que motivou nosso trabalho foram dados de estudos comparando Riberão Preto e São Luís, no Maranhão. Embora a cidade paulista seja muito rica, apresentou maiores índices de baixo peso ao nascer", conta Heloísa Bettiol, uma das autoras, da USP de Ribeirão Preto.
Os autores se debruçaram sobre os números nacionais e constataram a mesma contradição. A taxa de baixo peso ao nascer foi maior nas regiões mais desenvolvidas.
O resultado também foi associado a fatores como maior escolaridade, maior número de leitos de UTI neonatal e menor mortalidade infantil.

CESÁREAS
Uma das explicações para o resultado é que o maior acesso à assistência em saúde pode salvar bebês que, sem cuidados, morreriam ainda no útero. Nesses casos, muitos nascem prematuros e com peso baixo.
Outra explicação para o fenômeno é o elevado número de cesáreas eletivas. A pesquisa constatou que as taxas de baixo peso sobem quando o índice de cesáreas passa de 35% -em muitos lugares, ele bate nos 90%.
"Muitos desses bebês [de cesáreas eletivas] nascem um pouco prematuros e deixam de ganhar o peso das últimas semanas de gestação", diz a médica.
O aumento de partos de múltiplos, ligado ao crescimento da reprodução assistida, é outra hipótese levantada pelos pesquisadores.
"Muitas mães têm filhos mais tarde e isso está relacionado a problemas como hipertensão ou retardo do crescimento intrauterino", acrescenta Edinéia Vaciloto Lima, chefe da UTI neonatal da Pró-Matre Paulista.
São consideradas de baixo peso as crianças nascidas com menos de 2,5 kg.
"Com os dados do estudo, vemos que esse valor deixou de ser um indicador das condições socioeconômicas", afirma Bettiol.
Ainda assim, esses bebês morrem mais e estão mais sujeitos a doenças e infecções.

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