quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Batalha de Maratona faz 2.500 anos

Fonte: folha.uol.com.br 28/10

Segundo lenda, em 490 a.C um soldado correu 40 km até Atenas, para falar da vitória de gregos sobre o invasor

Domingo, cidade fará a maior maratona de sua história, celebrando o aniversário da batalha que deu origem à prova

Atenas realiza no próximo domingo, 31 de outubro, a maior maratona de sua história. Mais que um evento esportivo, é uma celebração dos 2.500 anos da batalha que marcou o início da derrocada do até então imbatível e conquistador Exército persa.
Em 490 antes de Cristo, na baía de Maratona, os gregos enfrentaram e derrotaram o invasor. Reza a lenda que um soldado foi designado para levar a boa-nova a Atenas. Correu os 40 km até a cidade, disse "Vencemos" e morreu.
Mais de 2.000 anos depois, os organizadores dos primeiros Jogos Olímpicos de nossa era resolveram criar uma prova homenageando o feito do mensageiro-mártir.
Por ideia do historiador e linguista francês Michel Bréal, a lenda de Fidípides (o nome do soldado, supostamente) seria lembrada com uma corrida de longa distância. Nascia a maratona, que integrou o programa da primeira Olimpíada moderna, em 1896, em Atenas.
Ela entrava também no imaginário esportivo, como prova de resistência, valor, heroísmo. Hoje, reúne multidões em todo o mundo -a maratona de Chicago, realizada no último dia 10, teve mais de 38 mil concluintes. Há um circuito internacional de grande maratonas, o World Marathon Majors (worldmarathonmajors.com), que funciona como um campeonato mundial e premia os vencedores com US$ 500 mil.
Acima de tudo, esse tipo de corrida se espalhou pelo mundo e, além de prática esportiva, virou motivo para milhares de viagens, com agências especializadas em levar corredores para provas em destinos turísticos, históricos ou aventureiros, da Grande Muralha da China às pirâmides do Egito ou à encosta do Kilimanjaro.
A maratona de Atenas (www.athensclassicmarathon.gr), no dia 31, atrai pelo seu peso histórico. O circuito supostamente reproduz o caminho que teria sido percorrido pelo lendário Fidípedes.
A prova de 42.195 metros começa em Maratona e passa por pontos históricos, como a Tumba de Maratona, onde estão restos dos 192 guerreiros de Atenas que morreram naquela batalha.
A chegada é no estádio Panathinaikos, construído em mármore sobre as ruínas da arena onde foram disputados os Jogos na Grécia Antiga. Ele foi o palco da primeira Olimpíada da era moderna e também ponto final da maratona de 2004, quando o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima conquistou o bronze depois de ser parado por um padre irlandês quando liderava a corrida com boa folga sobre o segundo colocado.
Nos próximos dias, Atenas vai respirar maratona. Além da corrida, que vai reunir mais de 20 mil pessoas (há 12.500 inscritos na maratona, e o evento inclui provas de 10 km e 5 km), está programado um show multimídia sobre a história da corrida e da batalha da maratona.
A cidade de Maratona, por sua vez, também vem aproveitando o aniversário. Ela é sede, desde 2004, do Museu da Maratona, que tem uma exposição permanente dedicada à maratona olímpica (www.marathon.gr/en/article.php?aid=80&catid=36&subid=0).
Também se orgulha do Museu Arqueológico da Maratona, este dedicado à batalha, que fica nos arredores da cidade (www.marathon.gr/en/article.php?aid=107&catid=58&subid=79).
Maratona compartilha a comemoração com cidades-irmãs. Levou a Tocha da Maratona para Xiamen, na China, que participa das homenagens aos 2.500 anos da batalha. No mesmo dia da prova de Atenas, a tocha estará também em Washington, nas cerimônias da Marine Corps Marathon, uma das mais concorridas e festivas provas do gênero no planeta (www.marinemarathon.com).
No mês passado, a festa foi na belíssima maratona de Toronto (www.torontowaterfront marathon.com/en/mara thonflame.htm).
Quem quiser comemorar a efeméride participando de uma prova que faça parte do circuito, ainda há tempo.
O site Marathon 2010 (www.marathon2010.org) lista uma série de eventos especialmente envolvidos na celebração; a maioria deles já foi realizada, mas há pelo menos duas provas que podem interessar ao corredor sedento por história e turismo: a da ponte de Penang (www.penangmarathon.gov.my/portal), na Malásia, que será realizada no mês que vem, e a de Xiamen (www.xmim.org/en), que está marcada para o início de janeiro.

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O passado de roupa nova

Livros que retratam a formação do Brasil em uma narrativa dinâmica atraem milhares de leitores e despontam na lista dos mais vendidos

Fonte: correioweb.com.br 28/10

Foi-se o tempo em que para se fazer sucesso no mercado editorial brasileiro tinha que se escrever necessariamente sobre autoajuda, espiritismo ou algo de forte apelo popular. O mais novo filão descoberto pelos autores nacionais é história do Brasil. As publicações que tratam do assunto têm figurado constantemente no rol dos livros mais vendidos do país.

Pelo menos cinco em cada 10 obras de não ficção comercializadas por aqui tratam de Cabral, Dom Pedro I, Carlota Joaquina, Princesa Isabel e outras figuras ilustres (ou não) de nossa história. Conhecer o passado para compreender o presente e planejar o futuro. Esse velho clichê serviu de mote para muitos escritores, boa parte deles jornalistas, como o paranaense Laurentino Gomes, autor do best-seller 1808, sobre a chegada da família real ao Brasil (Editora Planeta), 600 livros vendidos.

“Há uma busca por explicações para o Brasil de hoje. As pessoas estão olhando para o passado na tentativa de entender por que somos um país tão complicado de construir, de organizar, e de pactuar soluções rumo ao futuro. Ninguém estuda história só para ter informações sobre personagens e acontecimentos pitorescos do passado. O objetivo é outro: é entender as nossas raízes, de onde viemos, como é que chegamos até aqui e para onde vamos. Uma sociedade que não estuda história não consegue compreender a si própria”, comenta Laurentino, que lança hoje à noite, em Brasília, a sua mais recente publicação, 1822 (Nova Fronteira), que trata do processo de independência brasileiro.

Um dos precursores desse interesse pela história do país é o jornalista gaúcho Eduardo Bueno, autor de mais de 25 livros, sendo a grande maioria sobre esse tema. Ele sentia que havia uma demanda reprimida por livros de história do Brasil escritos em linguagem jornalística, ou seja, livros de divulgação desvinculados de “certas peias acadêmicas”. Quando se aproximaram os 500 anos do Brasil, no ano 2000, percebeu que ali seria o seu gancho. “O crescente interesse pela história é um fenômeno mundial; não está restrito ao Brasil. E não se trata apenas da história propriamente dita, mas de diversos gêneros que dialogam com o passado, como biografias, textos memorialistas, romances de época. Pode soar contraditório, mas as pessoas parecem desejar cada vez mais a presença do passado. Elas não querem mais datas para decorar, nomes para lembrar. Querem sentir esse passado, encontrar os personagens, sentir o sabor e o cheiro dos tempos que já se foram, nem que seja para entender os tempos que virão — ou, quem sabe, para escapar deles”, destaca Bueno.

Datas importantes
Alguns fatores foram determinantes para o crescente interesse por esse tipo de literatura, especialmente, os eventos históricos que se tornaram verdadeiras armas midiáticas nos últimos anos como os bicentenários da chegada da corte portuguesa e o da imprensa, em 2008. “Esses eventos receberam cadernos especiais em jornais, documentários na TV, exposições. E tudo isso estimula o interesse das pessoas em comprar livros sobre os temas. Pode-se dizer também que o contexto dos leitores, muitas vezes embebidos pela imprensa, os leva a comprar livros sobre este contexto. Por exemplo, durante a Copa, houve um significativo aumento de vendas de obras sobre futebol. Em 2008, com o bicentenário da chegada da corte no Brasil, aumentou as vendas de livros de história. Com o lançamento do filme Nosso lar, provavelmente houve um aumento de vendas de livros de caráter espiritualista. Isso me leva a crer que o crescimento dos índices de leitura tem uma ligação íntima com o consumismo impulsionado pelas mídias”, acredita o historiador da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e blogueiro, André Raboni.

Já o professor de história contemporânea da Universidade de Brasília (UnB) Estevão Martins lembra que datas comemorativas recentes como os 100 anos da abolição da escravatura, em 1988, e os da proclamação da república, em 1989, não tiveram o mesmo espaço que episódios como o bicentenário da chegada da família real, devido ao momento em que o país vivia, e, por isso, não tiveram tanto espaço na mídia e nas livrarias. “Vivíamos uma época complicada no final dos anos 80. Em 1988, estávamos no meio da elaboração da nova constituição. Em 1989, o Brasil realizava sua primeira eleição pós-ditadura. Não tiveram o mesmo impacto como agora, em 2008, com a comemoração da chegada da corte”, diz.

Compreensão
A linguagem mais acessível e direta utilizada pelos profissionais de imprensa tem sido apontada como um dos principais motivos pelo aumento da leitura desse tipo de obra. “Acho que esse é o grande desafio do jornalista: atingir um público mais amplo sem banalizar o conteúdo. Como tornar o relevante atraente? O que faço nos meus livros é aplicar o que aprendi nos meus 30 anos como repórter e editor de jornal e revista. E ser muito acessível na linguagem, facilita a vida do leitor em favor de uma compreensão maior”, ressalta o jornalista Laurentino Gomes.

Já o historiador André Raboni afirma que a facilitação da linguagem não pode ser mais importante do que o conhecimento sobre determinados acontecimentos históricos, apesar de reconhecer que jornalistas convivem com uma prática mais cotidiana de escrita que pode ajudar bastante. “São treinados e se deixam treinar para realizarem uma escrita que busca o entendimento do maior número de pessoas. Isso pode ser bom, porque muita gente reclama da linguagem dos historiadores. Mas, muitas vezes, pode ocorrer de o barato sair caro. Como dizia o dramaturgo e jornalista sem diploma Nelson Rodrigues: ‘Não se pode deixar uma pequena verdade estragar uma grande estória.’ Quem faz história academicamente, não faz ficção, não faz estória. Por isso, não há nos historiadores a preocupação acerca da linguagem acessível que há nos jornalistas. Mas acho interessante que historiadores comecem a se preocupar com isso”, reconhece.

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LIngua Portuguesa

Fonte: opopular.com.br 27/10

Projeto ajuda crianças no acordo ortográfico

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Minissaia, tranquilo, mandachuva, contrarregra e micro-ondas. Todas essas palavras estão escritas conforme o novo acordo ortográfico, em vigor desde o ano passado, mas muita gente ainda adota a norma ortográfica antiga - permitida até 2012. Para estimular uma adaptação mais rápida ao novo acordo entre crianças e adolescentes, está sendo realizado em Goiânia um projeto para entender as mudanças.

Na Ponta da Língua é o nome do projeto que está sendo levado a crianças de várias escolas goianas com 110 apresentações até o dia 30 de novembro e a estimativa de 25 mil alunos participando.

Goiás é o segundo Estado para onde o projeto foi levado pelos organizadores, patrocinados pelo Serviço Social da Indústria (Sesi). O primeiro foi Minas Gerais, mas a programação não contava com teatro como um dos elementos didáticos.

"A intenção é quebrar o tabu sobre o novo acordo ortográfico usando instrumentos criativos como teatro e música", destaca a idealizadora, a publicitária Lina Rosa Vieira. Até mesmo o brinquedo língua de sogra foi incorporado ao material que é entregue às crianças. Quando assoprado, cai dele um papel com uma dúvida qualquer sobre o novo acordo e a provocação: "Na dúvida, consulte a nossa cartilha". Ela está disponível no www.issuu.com/apontecom/docs/cartilha_napontadalingua_goias.

Além das peças teatrais no local onde estão os alunos, está prevista a distribuição de 300 mil cartilhas para os estudantes e 10 mil DVDs para as escolas darem continuidade ao trabalho. Faz parte da divulgação a veiculação de dez filmes em emissoras de TV aberta e em salas de cinema.

Em Goiás, quem receberá o evento são escolas das redes estadual e municipais da Região Metropolitana de Goiânia selecionadas para as apresentações. Hoje, alunos do Colégio Pedro Gomes, em Campinas, assistirão às apresentações, em três turnos.

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