País dobrará extração com o pré-sal da capitalização
Fonte: folha.uol.com.br 22/09
Áreas incluídas na operação vão produzir 2,126 mi de barris por dia
Volume é semelhante ao produzido atualmente; início da extração exige 14 novas plataformas, e mais de US$ 18 bilhões
CIRILO JUNIOR
DO RIO
As áreas do pré-sal incluídas na capitalização da Petrobras terão capacidade de produção de 2,126 milhões de barris por dia, volume semelhante ao produzido atualmente no país, em torno de 2 milhões de barris por dia.
Mas, para que comecem a produzir, será necessária a construção de pelo menos 14 novas plataformas, que seriam conectadas a 184 poços.
Os dados constam do relatório da Gaffney, Cline & Associates, consultoria contratada pela ANP para fazer a avaliação das reservas para a capitalização da Petrobras.
Em valores correntes, para a construção dessas plataformas seriam necessários US$ 18,5 bilhões (R$ 31,8 bi).
Franco, o maior prospecto incluído no processo, necessitaria, por exemplo, de seis unidades com capacidade de produzir, cada uma, 150 mil barris por dia, para a exploração dos 5 bilhões de barris em reservas estimadas. As plataformas seriam conectadas a 62 poços de produção.
A conta considera o volume total das reservas identificadas. O governo, no entanto, contabilizou apenas parte delas na cessão à Petrobras. Para o prospecto de Franco, por exemplo, foram incluídos pouco mais de 3 bilhões de barris.
O governo estipulou o custo médio de US$ 8,51 por barril nas reservas avaliadas. A consultoria da ANP indicou preço médio de US$ 9,52 para as seis áreas incluídas na cessão onerosa.
Ao todo, a Gaffney, Cline & Associates estudou dez áreas e estipulou US$ 8,54 médios por barril. Para o prospecto de Franco, a consultoria da ANP avaliou cada barril a US$ 10,44. A capitalização levou em conta o barril da área por US$ 9,04.
ESTUDOS
Além do relatório da Gaffney, foi consultada também uma avaliação da consultoria DeGolyer & MacNaughton, que foi contratada pela Petrobras.
Esse estudo teria estipulado valores menores para o preço do barril da capitalização. O governo determinou os valores baseado nas duas interpretações.
O relatório confirma que o prospecto de Libra é o maior identificado nas pesquisas recentemente feitas.
As reservas são estimadas em 7,88 bilhões de barris. O prospecto ficou de fora da cessão onerosa.
Na semana passada, o governo confirmou que pretende incluir Libra no primeiro leilão sob o sistema de partilha, que ainda precisa ser aprovado na Câmara.
O prospecto, com 727 quilômetros quadrados de área, vai exigir a construção de nove plataformas, com produção de até 150 mil barris por dia para cada unidade, total de 1,3 milhão de barris por dia. Isso implicaria, somente em plataformas, um investimento de US$ 13,5 bilhões.
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CAPITALIZAÇÃO
DA PETROBRAS
2,126 milhões
de barris de petróleo É a capacidade de produção diária das áreas do pré-sal incluídas na capitalização da Petrobras
US$ 18,5 bi
em investimentos - Valor é necessário para a construção de 14 plataformas que serão usadas na exploração de poços na camada pré-sal
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Privatização da Vale
Fonte: valoronline.com.br 22/09
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu o andamento de dezenas de ações que visam anular o processo de privatização da Vale, ocorrido em 1997. A decisão do ministro será mantida até que a Corte analise recurso em que a empresa contesta a existência de decisões judiciais conflitantes sobre o leilão de desestatização. Nesse recurso, a Vale aponta a relevância jurídica, econômica e política do tema em debate. De acordo com a empresa, o STF terá de decidir "sobre a possibilidade de haver decisões judiciais conflitantes acerca da privatização da Vale, causadoras de absoluta insegurança jurídica e danos irreversíveis aos seus milhares de acionistas, investidores e também à própria economia nacional". O ministro Gilmar Mendes concordou com o pedido da Vale no sentido de suspender o andamento das ações. "Na espécie, entendo demonstrados os requisitos para a concessão do pedido liminar", afirmou. O que se discute é o juízo competente para julgar dezenas de ações populares, ajuizadas em diferentes locais do país, que contestam o leilão de desestatização do controle acionário da Vale. O leilão foi realizado no dia 7 de maio de 1997.
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Reforma na USP
Fonte: folha.uol.com.br 22/09
É louvável a iniciativa do Conselho Universitário da USP de revisar todos os seus cursos de graduação, processo que poderá acarretar a mudança de currículos e o eventual fechamento de algumas carreiras.
Nos últimos cinco anos, graças à elevação das receitas do Estado, a USP viu seu Orçamento aumentar em cerca de 40%. Essa elevação, contudo, não se refletiu em aumento na produção científica da universidade.
Em relação à qualidade dos cursos, a medição se torna difícil porque a USP se nega a participar do Enade, exame do Ministério da Educação que poderia compará-la a outras instituições brasileiras. Recente ranking internacional, no entanto, mostrou que a universidade paulista ainda é a melhor entre as brasileiras, mas fica longe dos grandes centros mundiais -é somente a 232ª mais bem avaliada do mundo.
Por necessário que seja, o processo de reavaliação dos cursos não deveria se render a uma visão meramente utilitarista, que leve em conta apenas a demanda dos vestibulandos e as necessidades do mercado. Como universidade pública, a USP não pode abdicar da função de cultivar e difundir um tipo de conhecimento que não encontra espaço nos bancos das faculdades privadas.
Além da revisão das carreiras, o reitor da instituição, João Grandino Rodas, anunciou a intenção de frear o aumento do número de vagas de graduação, que subiu 50% nos últimos oito anos.
Rodas considera que uma excessiva abertura de vagas pode prejudicar a qualidade do ensino. O reitor acerta ao considerar que, "sem uma revisão dos cursos que já existem e uma melhora da infraestrutura disponível, a busca da excelência da USP não será possível".
Resta saber se o diagnóstico se refletirá numa atuação que impulsione a universidade para padrões acadêmicos mais elevados.
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