segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O reencontro

Artistas e plateia se emocionam com o show de 10 horas em homenagem ao projeto Cabeças, no Parque da Cidade

correioweb.com.br 20/09

eio Lúcio acabara de anunciar uma das primeiras atrações do Encontros Cabeças quando alguém da plateia atacou de gaiato: “Concerto cabeças brancas!”. Quem estava próximo sorriu ao ouvir o comentário bem-humorado do homem de aparentes 50 e poucos anos que, claramente, se sentia à vontade em meio a pessoas de sua faixa etária, num evento com características de celebração.

O show com ar de revival, que começou às 15h10 de sábado e terminou à 1h, na Praça das Fontes do Parque da Cidade, rememorou o projeto que é tido como a gênese da cultura candanga. Entre os artistas que subiram ao palco e os espectadores que foram ali para assisti-los estabeleceu-se total interação. Tanto de uma parte quanto da outra, não faltaram recordações dos velhos e bons tempos.

Tempos — entre os anos 1978 e 1979 — em que uma geração de músicos, cantores, compositores, atores, poetas e artistas plásticos se reunia no último domingo de cada mês para mostrar o que estava criando, em concerto ao ar livre, no gramado da 311 Sul, em tardes memoráveis. Muitos deles — hoje, com cabelos embranquecidos e abdome proeminente — marcaram presença no reencontro. Faltaram alguns, que tiveram destacada participação no Cabeças, como o poeta Nicolas Behr, ausente da cidade.

Para recepcionar o público, foi instalada uma exposição no local com alguns painéis de fotos, e outros com a transcrição de poemas, tendo como referência, é claro, o movimento que revelou importantes nomes para as artes brasilienses. Chamava a atenção um texto assinado por Lucio Costa, autor do plano urbanístico da capital, evocando o Cabeças: “Enquanto os maiorais, confinados nas suas monumentais redomas, brincam de administração e política, no ar livre das quadras e das áreas de vizinhança, estes bons samaritanos ensinam os usuários da cidade a vivê-la”.

Numa das fotos expostas, via-se Beto Escalante, aos 16 anos, sentado à grama da 311 Sul. Acompanhado pela filha adolescente, o baterista do Mel da Terra, que se apresentaria na parte final do show de sábado, emocionou-se com a imagem. “Éramos todos muito jovens e estávamos dando os primeiros passos com o Mel, que viria a ser a primeira banda pop da cidade. Estarmos aqui reunidos novamente, 30 anos depois, é motivo de grande felicidade”.

Integração
O primeiro momento de integração entre os participantes do encontro foi durante a performance do Esquadrão da Vida, grupo de teatro de rua criado por Ary Para-Raios. “Isso me faz viajar no túnel do tempo e lembrar de como a cultura em Brasília começou a se esboçar”, comentou a estilista Lydia Garcia, que tinha ao seu lado a filha Mali e a neta Aisha. “Queria que elas estivessem comigo para nos emocionarmos juntas.”

Poetas da geração mimeógrafo ganharam estande para expor e vender seus livros. Uma delas foi Noélia Ribeiro, cantada por Nicolas Behr e Nonato Veras em Travessia do Eixão, clássico do Liga Tripa — que também subiu ao palco — regravado pela Legião Urbana. Noélia lançou recentemente (pela editora Verbis) Atarantada, um livro de poemas românticos. “Só de rever tantos amigos do tempo do Cabeças, que não via há anos, já valeu a pena participar desse encontro”, disse.

O encontro (melhor seria dizer reencontro) ocorria também nos bastidores, com direito a fotos e mais fotos. Quem mais fazia esse tipo de registro era o cantor e compositor Tonicesa Badu, o segundo a subir ao palco, depois de Jaime Ernest Dias. Numa roda, o papo rolou solto entre Renato Matos (ícone do Cabeças), Sérgio Duboc (Liga Tripa), Toninho Maia (Artimanha), Jaime Ernest Dias e Rodolfo Cardoso. “Com tantos músicos talentosos, companheiros de uma geração que fez história nas artes da cidade, fui tomado por uma onda maravilhosa, por um prazer indescritível”, afirmou o autor de Um telefone é muito pouco.

Enquanto isso, no palco, Ivan Sérgio via o público cantar Vagabundo sagrado, a música que deu nome à banda liderada por ele. As atrações seguintes — Miquéias Paz, Suzana Mares, Eduardo Rangel, Rênio Quintas e Célia Porto, Oficina Blues, Toninho Maia, Maurício e Ticho Lavenere, Mel da Terra, Renato Matos e Beirão — também mexeram com a plateia. Entusiasmado com o que via e ouvia, Bachir Gemayel, estudante de biologia da UnB, elogiava a iniciativa de “quem proporcionou o retorno do projeto que foi o marco inicial da cultura na cidade”: “Espero que outros encontros como esse venham ocorrer”.

Idealizador do Cabeças, Neio Lúcio buscava deixar claro que aquele momento era “o ponto de partida para a criação da história da vivência artística das décadas de 1970 e 1980”. Segundo ele, o projeto maior é a criação do Cabeças — Centro Brasiliense de Arte e Cultura, “organizando esse dispersado patrimônio” para dar começo aos trabalhos de construção de um possível museu. “Afinal, museus são espaços que guardam e apresentam sonhos, sentimentos, pensamentos que ganham corpo através de imagens, cores, sons e formas.”

Estamos todos bem

Cabeças marca mais pela sensação de “pertencimento” do que pela nostagia

Bidô Galvão viu o próprio rosto num dos painéis espalhados pela Praça das Fontes e quis logo tirar uma foto ali, diante dela mesma. A imagem representava bem o sentimento mais forte daquele revival do Cabeças: o de “pertencimento”. Havia nostalgia no ar, mas não era só isso. O show no Parque da Cidade foi o encontro, hoje, de pessoas que viveram aquela época. E, sim, estamos todos bem. “Encontrei muita gente e muitas memórias”, contou a atriz, que era vizinha do Cabeças, na 311 Sul, e vivia lá. “Mas o melhor de tudo é ver as homenagens aos que já morreram e aos vivos, e a perspectiva de não perder essa memória — que não pode ser nostálgica, que precisa dialogar com o futuro.”

Passava das 16h, o sol ainda forte, e os tapetes estendidos na grama seca estavam cheios de crianças, filhos e netos dos que chegaram cedo para lembrar os velhos tempos. (Gente, é a Maria Coeli ali.) No palco, Tonicesa Badu falava do início da carreira, nos anos 1970, e apresentava-se, bem-humorado, à plateia: “Sou um tiranossauro rex”. Neio Lúcio, organizador do evento, 57 anos, apontava para os amigos aqui e ali: “Essa garotada aqui é a minha infância”. (Gente, essa voz embargada ao microfone é da Maria do Rosário!)

Perto das 17h, o Esquadrão da Vida veio brincar com a plateia, ali no chão mesmo: “Como pode o Para-Raios não brincar mais em Brasília? Como poderei viver sem a sua companhia?”. “Eu era muito pequena (na época do Cabeças), mas estou emocionada de estar aqui e ver aqueles rostos conhecidos da minha infância”, dizia Maíra Oliveira, filha de Ary Para-Raios, o criador do grupo, lembrado com foto no cenário, ao lado de outros que já se foram, como Marcão Adrenalina e Cássia Eller. Paulo Tovar também estava lá, no painel no fundo do palco, e na homenagem do Liga Tripa, anunciada por Aldo Justo lá pelas 20h, antes de o grupo tocar Juriti. “Por mais que os anos passem, a gente sempre vai ser Cabeças”, garantia o mímico Miquéias Paz. (Gente, olha o Fred Brasiliense ali.)

Às 22h, num dos momentos mais bonitos da noite, Toninho Maia tocou Suíte Brasília, de Renato Vasconcelos (que estava escalado para o show, mas não pôde ir). Depois dele, o guitarrista Maurício Lavenere fez discurso emocionado: “Tenho 40 anos, cinco filhos e já chorei demais aqui. Encontrei 128 pessoas que não via há muito tempo”. (Gente, o J. Pingo!)

O Mel da Terra só entrou às 23h10, com um tema instrumental (Dança do homem) que o tecladista Remy Portilho compôs no próprio Cabeças, mais de duas décadas atrás. Às 23h40, quando a banda tocou Estrela cadente, vieram as mãos para o alto, o coro forte. E ainda faltavam Renato Matos e Beirão. Renato, que marcou a história do Cabeças com seu Um telefone é muito pouco, levou a cantora Vanja para uma participação especial. E Beirão encerrou a noite, à 1h, com uma grande roda, as pessoas de mãos dadas. Quanta gente foi, Neio? “Tenho dificuldade para calcular. Talvez umas 2 mil, na hora mais cheia. Mas fosse qual fosse o número de pessoas, havia em todas elas algo muito forte: a sensação de pertencimento.”

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Artista plástico é tema de retrospectiva na Noruega

folha.uol.com.br 18/09

DO ENVIADO A OSLO

Pela primeira vez, Ernesto Neto exibe uma série de trabalhos já produzidos, em vez de criar uma nova instalação para o museu, como ocorre no MAM-SP, a partir de hoje.
Inaugurada no último dia 7 de setembro, no Museu Astrup Fearnley, em Oslo (Noruega), "Intimacy" [intimidade] apresenta 15 obras, que traçam um percurso das distintas vertentes da carreira do artista plástico nos últimos dez anos.
"É a primeira vez que apresentamos um brasileiro em nosso museu e ele é o único que está em nossa coleção; creio que ele inventou uma nova linguagem, que se utiliza de materiais orgânicos", diz o curador da mostra e diretor do Astrup Fearnley, Gunnar Kvaran, que no próximo ano traz parte da coleção do museu para a exposição comemorativa dos 60 anos da Bienal de São Paulo.
Segundo Kvaran, Neto também foi escolhido porque representa um tipo de produção na arte contemporânea que ele denomina de "novos modernistas".
"Artistas como o Neto e o Olafur Eliasson estão revisitando o projeto moderno, com suas propostas utópicas, mas com o uso de novos materiais. Enquanto Olafur trabalha com a luz, Neto usa os cheiros", diz ele.
A retrospectiva coloca em cheque a afirmação de que Neto seria artista de um só trabalho.
"A ideia dessa exposição foi mostrar a complexidade e diversidade da obra dele. Há trabalhos que lidam com arquitetura, outros construídos com especiarias, obras de parede, outras no chão. Nos últimos dez anos ele passou por uma explosão criativa e aqui se percebe todo seu desenvolvimento", diz Kvaran. (FCY)

O jornalista FABIO CYPRIANO viajou a convite do Museu Astrup Fearnley

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A batalha pela diversidade

correioweb.com.br 18/09

De passagem por Brasília, o historiador francês Jean-Noël Jeanneney defende a convivência saudável do livro com a internet, explica os motivos que o levaram a enfrentar o Google e reafirma a importância das livrarias como lugares culturais


Já se foi o tempo de lamentar as desvantagens da internet. O historiador francês Jean-Noël Jeanneney, 68 anos, prefere deixar isso para os melancólicos. Há urgências nessa área e elas não incluem os lamentos. Hoje, os fatos pedem um contra-ataque e a percepção de que não há como negar o progresso proporcionado pela internet. Por isso Jeanneney passou diretamente à ação quando a Google anunciou, em 2004, o início de um projeto de digitalização de 15 milhões de livros impressos.

Na época diretor da Bibliothèque Nacionale François Miterrand (BNF), a maior da França, o historiador investiu em um plano de digitalização dos livros europeus comandado pelos governos do Velho Mundo. O objetivo não era alimentar uma postura anti-americana, mas cuidar para não deixar nas mãos de uma empresa privada o monopólio do conhecimento, já que a Google seria dona dos arquivos digitalizados para eventuais comercializações. Além disso, Jeanneney percebeu que a hierarquização do processo era feita de acordo com o mercado. Livros mais conhecidos ou mais vendidos ganhavam destaque, o que prejudicava a diversidade e, mais grave, no caso dos europeus, era a significativa ausência da literatura produzida em outras línguas que não o inglês. Nasceu assim a Europeana, projeto em andamento que conta com a colaboração de diversos países e reúne acervos de 108 instituições espalhadas pelos 27 países que formam a União Europeia.

A experiência, contada no livro Quando o Google desafia a Europa, é uma das batalhas de Jeanneney, que está no Brasil para uma série de conferências e conversou com estudantes da Universidade Católica e da Aliança Francesa na última segunda-feira. Ex-presidente da Radio France e autor de 29 livros, alguns sobre a história da mídia, Jeanneney também foi secretário de estado para a comunicação durante o governo de François Miterrand. A relação com a rádio é mantida pelo programa de história Concordance des temps, no qual entrevista personalidades da área para a Radio France. As décadas de trabalho no rádio fizeram o historiador perceber que novas tecnologias de comunicação raramente derrubam as antigas, mas acabam por modificá-las. Para ele, o livro não vai acabar com a chegada dos tablets, embora a maneira de ler das gerações nascidas com a internet seja diferente da leitura praticada em tempos sem rede. A seguir, Jeanneney fala sobre internet, eleições e novos modelos para a imprensa.

Qual o futuro da leitura e do livro na sua opinião? Vamos todos ler em plataformas portáteis?
Há uma visão apocalíptica que consiste em dizer que isso matará aquilo. Não compartilho esse ponto de vista. Acredito que haverá fortes mutações, mas que não vão levar à morte do livro. Claro, há um certo tipo de livro que já está morto, como as publicações do tipo Quid, que são refeitas a cada ano. Mas existe um bom número de características próprias do livro-papel que vão se manter por muito tempo. Primeiro pelo conforto de leitura, depois pelo tipo de comércio que mantemos com um livro. Talvez leremos menos. O livro escrito saberá se adaptar a essa nova situação e isso supõe um certo número de condições. Supõe que o livro não seja tentado por atitudes como pesquisas para saber o que as pessoas querem ler, porque isso não funcionará. As livrarias precisam ser mantidas como outra coisa que apenas um comércio, mas como um lugar cultural, onde as pessoas se encontrem, discutam. O livreiro se torna mais do que nunca um mediador. E, frente à enorme quantidade de coisas propostas, a condição de mediador se torna extremamente importante. Desde que passei pela BNF, o número de pessoas que vêm trabalhar na sala de leitura não diminuiu.

As livrarias de bairro não desapareceram na França com a chegada das grandes redes. Como isso aconteceu?
Há umas 30 livrarias na França que são hoje lugares magníficos, lugares culturais mesmo. E há umas 200 ou 300 que são muito boas. Por enquanto, elas estão segurando muito bem. É preciso que o estado intervenha e não confie na mão invisível do mercado para organizar o “melhor os mundos possíveis”. A Lei Lang (que tabela o preço do livro) nos ajudou a nos mantermos contra a tentativa de Bruxelas de nos inclinar em reverência à deusa da concorrência. É realmente uma proteção em relação aos outros países para a manutenção das livrarias. Mas ainda é frágil, porque as pessoas podem resolver comprar na Amazon.

O que o senhor pensa de iniciativas como o Google de colocar na internet milhões de livros, inclusive os que estão protegidos por direitos autorais?
Essa é toda a minha batalha. Isso me interessa como representativo de uma filosofia política, que não é a minha. O mercado abandonado a ele mesmo não resulta no melhor dos mundos. Primeiro dizemos “ótimo”. Uma biblioteca que continha todos os livros seria uma felicidade extravagante. Mas em seguida nos demos conta e nos perguntamos se isso não representava o risco de um monopólio. E com o monopólio vêm a arrogância e os efeitos perversos. O page ranking é feito pela publicidade ligada ao livro. Não quero que tenha, ao lado de Proust, uma publicidade de Madeleine, ou ao lado de O pequeno príncipe, um vendedor de baobás. Em vez de servir à diferença, à diversidade, e é isso que é a cultura, vamos em direção aos pequenos denominadores do gosto do público e isso é perigoso. E tem a arrogância, que todo mundo tem quando detém um monopólio. Isso é traduzido, no caso de Google, pela digitalização de livros para os quais não tinham autorização. Uma verdadeira bandidagem.

Qual foi o objetivo ao criar a Europeana?
Lancei uma contraofensiva que consistia em dizer que precisávamos fazer uma outra biblioteca digital na Europa, não contra o Google, mas para servir à diversidade cultural que, naquele momento, a Unesco estava promovendo em uma convenção. Eu disse que era urgente que organizássemos uma digitalização diferente, com uma organização diferente e com um financiamento diferente. E dissemos aos outros que não íamos fazer sozinhos, mas com eles. Estive no Japão e eles decidiram fazer isso pelas mesmas razões.

Como foi feita a escolha dos títulos digitalizados?
Eu havia previsto 200 mil livros por ano. Escolhemos tudo que serviu ao desenvolvimento do pensamento da civilização europeia, do humanismo até hoje. Escolhemos também todos os livros de direito, lembrando que o direito é uma matéria onde o fundo e a forma estão intimamente ligados, mais que em outras disciplinas. Se digitalizássemos todos os livros de direito continental teríamos mais chance de preservar a influência da perpetuação ao lado do direito anglo-saxão. Outra coisa são as línguas, que não são apenas instrumentos de comunicação mas estão intimamente ligadas à cultura. Isso é fundamental na ambivalência da internet, para fazê-la ir em direção à diversidade e não à globalização, que apaga todas as diferenças. Eu saí em 2007, mas isso ainda está acontecendo. Isso vai pesar no futuro e não podemos perder tempo. Essa realidade aconteceu graças à intervenção do estado para não deixar a memória a serviço de efeitos conjugados dos interesses privados das empresas e da indústria, achando que há ali uma química esquisita que vai fazer disso o melhor dos mundos

No Brasil, estamos fazendo a primeira campanha eleitoral com uso maciço da internet, especialmente nas redes de relacionamento social, onde os candidatos se relacionam diretamente com os eleitores. Quais os pontos positivos e negativos?
É um tema apaixonante especialmente quando nos interessamos pela vida da democracia e pensamos no funcionamento de uma república. Primeiro, é essencial que isso seja guardado, arquivado. E não acho que as empresas privadas tenham vocação para isso, é obviamente uma função pública. É preciso arquivar as telas como arquivamos os jornais, porque senão, no futuro, não entenderemos nada do que acontecerá nas eleições futuras. No fundo, o aporte dessa novidade na campanha eleitoral me parece positivo. O perigo é, evidentemente, a circulação das ignomínias, da sujeira, das fofocas, coisas que sempre existiram nas campanhas eleitorais.

Vamos ler de outra maneira com as novas tecnologias?
Esse é um grande desafio e pode também ser um grande retrocesso em relação à cultura da retórica, no sentido do sofismo, da organização do pensamento. Tudo está em desordem e precisa ser classificado. Wikipedia é simpática, louvável. O problema não são os erros, todo mundo erra, o problema é que eles oferecem tudo desordenado. Eles não hierarquizam. E o grande risco que vejo para os estudantes é que eles justapõem em vez de coordenar. Isso faz um rebaixamento da reflexão. É um grande perigo. E tudo isso por causa do famoso “copiar, colar”. Minha geração é inacreditavelmente favorecida porque fomos formados na boa vida retórica. Temos todas as vantagens do fácil acesso ao conhecimento e todas as vantagens de saber organizar isso tudo. É perfeito. A questão é a geração seguinte. Eles não classificam nada, colocam tudo lado a lado. E aí? Isso nos faz olhar para uma coisa muito simples: a educação. Não se pode ser ingênuo, sabemos que (internet) é um perigo, mas se valorizarmos a inacreditável riqueza e tentarmos organizá-la e classificá-la, será um proveito. É fundamental na educação.

Lugar cultural
“As livrarias precisam ser mantidas como outra coisa que apenas um comércio, mas como um lugar cultural, onde as pessoas se encontram e discutem.”

Internet e educação
“Não se pode ser ingênuo, sabemos que (internet) é um perigo, mas se valorizarmos a inacreditável riqueza e tentarmos organizá-la e classificá-la, será um proveito. É fundamental na educação”

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