sexta-feira, 17 de setembro de 2010

De passagem pelo Brasil, ator Benício Del Toro visita MST

folha.uol.com.br 17/09

A agenda do astro hollywoodiano inclui ainda encontros com Lula e Dilma Roussef

O ator Benício Del Toro, 43, trocou a boina de Ernesto Che Guevara (1928-67), personagem que vivera no filme "Che" (2008), de Steven Soderbergh, pelo boné do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra).
Em visita ao Brasil, Del Toro colocou, como primeiro compromisso na agenda, anteontem, uma visita à Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema, a 70 quilômetros de São Paulo.
Construída entre os anos 2000 e 2005 por trabalhadores sem terra e simpatizantes, a escola, pela ideologia que traz em si, vai ao encontro daquilo que o ator anda buscando desde que participou de "Che".
Aqui e acolá, o astro hollywoodiano tem declarado que, depois do papel, ganhou novas inspirações para a própria vida.
"O MST traz oportunidade e esperança ao ser humano. Oportunidade de educação, de mudança", disse, em entrevista ao site do movimento. "Tem os mesmos princípios que defendia Che Guevara. É, portanto, um movimento guevarista."
Na escola, ele conversou com estudantes e militantes dos movimentos sociais latino-americanos e encontrou-se com o escritor Fernando Morais ("Olga", "A Ilha").
A agenda política do ator, que fica no país até amanhã, deve incluir um encontro com o presidente Lula e outro com a candidata do PT à presidência, Dilma Roussef.

Latino
De São Paulo, Del Toro seguiu para o Rio, onde, ontem à noite, participaria de um jantar organizado pelo produtor Luiz Carlos Barreto.
Especula-se que, a exemplo do cineasta Oliver Stone, ele teria o desejo de envolver-se em alguma produção que tratasse das questões da América Latina.
Nascido em Porto Rico, Del Toro, não raro, teve reservado para si, em Hollywood, o papel do "latino". Entre seus principais filmes, estão "Os Suspeitos", "Traffic", "21 Gramas" e "Sin City" .

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Bienal terá Glauber Rocha e José Celso

folha.uol.com.br 17/09

Programação dos primeiros quinze dias de exposição incluirá cinema e performances, além de ciclo de debates

Obra de Lygia Pape e encenação de "Bailado do Deus Morto" pelo grupo Teatro Oficina são destaques do evento


Glauber Rocha, José Celso Martinez Corrêa, Agnés Varda e Maurício Ianês são alguns dos nomes que passam a integrar a seleção de artistas da 29ª Bienal de SP.
Eles fazem parte da programação dos terreiros da mostra, que a Folha obteve.
Anteontem, foi definido o programa de eventos dos 15 primeiros dias da mostra, que irá se desenvolver basicamente em três terreiros, espaços de convivência organizados pela curadoria: "A Pele do Invisível", dedicado à exibição de filmes, "O Outro, o Mesmo", para performances, e "Eu Sou a Rua", para práticas discursivas.
"Em cada um desses espaços buscamos ultrapassar as divisões tradicionais, tanto faz se o filme é mais próximo do cinema ou das artes plásticas, ou se é dança ou performance", diz Pedro França, coordenador do programa dos terreiros.

OFICINA
No primeiro fim de semana, o destaque fica por conta da reencenação de "Divisor", de Lygia Pape (1927-2004), embaixo da marquise do Ibirapuera, da palestra com Joseph Kosuth, um dos pioneiros da arte conceitual, no terreiro "Eu Sou a Rua", ambas no sábado, e a encenação do "Bailado do Deus Morto", de Flávio de Carvalho (1899-1973), com o Teatro Oficina e direção de José Celso Martinez Corrêa, no domingo.
No terreiro "A Pele do Invisível", serão exibidos dez programas de filmes que irão se revezar, um por dia, até 12 de dezembro.
Entre eles, estão desde produções históricas como "Pátio" (1959), primeiro filme de Glauber Rocha (1939-1981), até recentes sucessos no exterior, como "Uma Carta para Tio Boonmee" (2009), do cineasta tailandês Apichatpong Weerasethakul.
A filósofa Marilena Chauí irá coordenar um ciclo de debates e a cada sábado abordará uma obra da Bienal.
Já Maurício Ianês, que causou sensação na Bienal passada, ao entrar nu no pavilhão e lá permanecer 13 dias, dessa vez ficará ouvindo histórias por 20 dias para, numa data a ser anunciada, organizar uma leitura simultânea com cem deles no prédio.
Ao longo da mostra, a programação de eventos será atualizada.

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