Quando o samba é mais samba. Wilson Moreira e Nei Lopes comemoram uma parceria de 37 anos com muita música e reverência dos artistas brasileiros Fonte: correioweb 03/09
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Do encontro entre um agente penitenciário e um advogado, em 1974, no centro do Rio de Janeiro, seria possível esperar várias coisas; menos que dali surgisse uma das mais profícuas e afinadas parcerias da música brasileira. Ao ser apresentado por Délcio Carvalho a Nei Lopes, Wilson Moreira já sabia que acabara de conhecer um exímio letrista.
Nei sorriu quando Délcio (parceiro mais frequente de Dona Ivone Lara) disse que Wilson “colocava melodia até em bula de remédio”. Apresentação feita, imediatamente os dois começaram a compor juntos, e não demorou nada para terem as primeiras músicas gravadas: Leonel, Leonor, por Roberto Ribeiro; e Te segura, na voz de Beth Carvalho.
À época agente lotado no Complexo de Bangu — aposentou-se no começo da década de 1990 —, Wilson compunha com outro nome legendário do samba carioca, o portelense Candeia. Já Nei, além do ofício na área jurídica, atuava como publicitário e fazia música com Reginaldo Bessa. “Embora Leonel, Leonor tenha tocado bastante no rádio, o primeiro grande sucesso da minha parceria com o Nei foi Gostoso veneno, para o qual contribuiu a interpretação de Alcione”, lembra Wilson.
Por pertencerem a sociedades autorais diferentes, inicialmente houve uma complicação para que assinassem juntos as composições, como explica Nei, que se valeu de artifício: “As primeiras músicas que compomos juntos, eu assinei como Neizinho, em respeito a ele, que era mais antigo no meio”. Logo depois, isso foi resolvido e os dois entraram para a história da MPB com os nomes com os quais foram batizados.
De tão famosa, a parceria desses dois mestres chegou mesmo a bagunçar a cabeça de Neizinho, filho de Nei e que atualmente integra o grupo DNA do Samba. Certa vez, na escola, ao ser perguntado por uma professora quem eram seus pais, o garoto, de pronto, respondeu: “Sou filho de Wilson Moreira e Nei Lopes”, levando a mestra e os colegas às gargalhadas.
Nem mesmo os dois têm uma noção exata de quantos sambas fizeram. Wilson acredita que ultrapassa fácil a marca de 100; enquanto Nei afirma que “gravadas” são 57, embora haja um grande número de inéditas, registradas em fita cassete e CD demo. Poderia ter bem mais, se a parceria não tivesse sido interrompida, por causa do problema de saúde — um AVC — pelo qual o melodista foi acometido em 1997.
“Há muito tempo a gente não escreve nada juntos, mas a amizade, a consideração e o respeito mútuo permanecem inabalados. Wilson me emociona muito, e acho que a recíproca é verdadeira”, afirma Nei. “Quando compúnhamos, todos os métodos eram possíveis. Eu colocava letra nas melodias dele; ele colocava melodia em minhas letras; Wilson iniciava e eu concluía”, acrescenta.
Senhora liberdade
Cantores de diferentes gerações têm gravado Wilson Moreira e Nei Lopes. Além dos citados Roberto Ribeiro, Beth Carvalho e Alcione, fazem parte da lista Clara Nunes, Zezé Mota, Jair Rodrigues, Zeca Pagodinho, Dudu Nobre, Moiséis Marques e até o francês Paul Mauriat. “Um dos maiores sucessos da dupla, Senhora liberdade, gravada por Zezé Mota, tem uma história.
“Originalmente essa música chamava-se Violenta emoção. Ao mostrá-la numa roda de samba na casa do jornalista Sérgio Cabral (pai), o samba foi ouvido por Zezé Mota, que estava escolhendo repertório para um disco. Ela gostou muito e acabou gravando. Mas aí pediu para mudar o título e colocou Senhora liberdade. Resultado, a música se transformou no hino das Diretas Já, cantado nas ruas e nas praças do Brasil”, recorda-se Wilson, orgulhoso.
Reverenciados pelos sambistas da nova geração, que contribuíram para a revitalização do bairro da Lapa, os dois têm recebido várias homenagens nos últimos tempos. A EMI Music relançou o álbum — versão CD — A arte negra de Wilson Moreira e Nei Lopes, gravado em 1980. Para comemorar o evento, em 19 de outubro do ano passado, o Instituto Moreira Salles (IMS) promoveu o reencontro dos parceiros, em show na sede da instituição, no Rio de Janeiro, numa noite memorável. O outro disco lançado pela dupla é O partido muito alto de Moreira e Nei Lopes (1985).
Wilson recentemente teve sua arte celebrada na Academia Brasileira de Letras (ABL), durante show do grupo Samba de Fato. Outra homenagem ele recebeu no Clube Democráticos (Lapa), em meio a uma festa, comandada pelo cantor e compositor Pedro Miranda. O sambista de 74 anos comemora também o lançamento do CD com músicas que gravou com o grupo Baticum, há 20 anos, produzido por Beto e Henrique Cazes.
No último sábado houve a inauguração do Centro Cultural Solar Wilson Moreira, na Praça da Bandeira, criado pela mulher, a pesquisadora Ângela Nenzy. “Estou preparando um outro disco com sambas de terreiro e de enredo, que fiz na Mocidade Independente de Padre Miguel, na Portela e na Quilombo, escolas pelas quais passei”, anuncia Wilson, com entusiasmo.
Como escritor, Nei Lopes, de 69 anos, tem 26 títulos publicados, entre dicionários, romances e livro de contos. “Estou preparando mais um dicionário de história da África, outro romance, escrevendo artigos, dando palestras, fazendo shows, cuidando dos meus orixás e dos meus irmãos mais velhos, paparicando o filho, os netos e minha mulher, tocando a vida, enfim”, celebra o intelectual do samba.
Cinco sucessos da parceria
» Gostoso veneno
» Senhora Liberdade
» Goiabada cascão
» Coisas da antiga
» Gotas de veneno
O que eles disseram
“A parceria de Wilson Moreira e Nei Lopes é tão perfeita que não consigo enxergar onde começam a letra e a melodia. A impressão é que foram criadas juntas, no mesmo instante, se completando. Wilson tem uma linha melódica única e Nei é um letrista perfeito. Quando exaltam a cultura negra no Brasil, é especial, não existem trabalhos semelhantes”
Teresa Cristina, cantora e compositora
“Melodista original, Wilson Moreira forma com o grande letrista Nei Lopes uma parceria maravilhosa. Eles criaram alguns clássicos que entraram para a história do samba, na interpretação de Alcione, Zeca Pagodinho, entre outros cantores. Tenho muita admiração pelos dois”
Paulão Sete Cordas, violonista, arranjador e produtor
“Wilson Moreira e Nei Lopes formam uma dupla clássica, entre os compositores de samba. O trabalho deles é consistente, forte e tem identidade. Morrendo de saudade, parceria dos dois, é de cortar os pulsos”
Nilse Carvalho, cavaquinista e vocalista do grupo Sururu na Roda
“Conheço bem os dois e me interesso pela obra deles. Wilson Moreira, com belas e difíceis melodias e harmonias inusitadas, e Nei, com letras fortes, se completam. Ultimamente, tive oportunidade de homenagear Wilson. Com o Samba de Fato, na ABL; e numa festa no Clube Democráticos”
Pedro Miranda, cantor, compositor e pandeirista
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BRASíLIA » Festival anuncia mostras paralelas
A organização do 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro anunciou ontem os nomes dos longas e curtas selecionados para as quatro mostras paralelas do evento, criadas este ano: Panorama Brasil, Primeiros Filmes, Diretoras Premiadas e Festivalzinho Animado. Fonte: correioweb 03/09
Os destaques são as projeções de Mãe e filha, de Petrus Cariry, vencedor do 21º Cine Ceará; de Léo e Bia, de Oswaldo Montenegro; e dos brasilienses A cidade é uma só?, de Adirley Queirós, Cru, de Jimi Figueiredo, e Periférico 304, de Paulo Z.
Os longas de Brasília e Léo e Bia integram a mostra Primeiros Filmes, que terão sessões às 15h no Cine Brasília. Já a Panorama Brasil (às 17h30, também na sala da 106/107 Sul) programa, além do filme de Cariry, o carioca Uma professora muito maluquinha, de André Alves Pinto e César Rodrigues; e os documentários Iván — De volta para o passado, do ucraniano-brasileiro Guto Pasko, e Rock Brasília — Era de ouro, de Vladimir Carvalho — esse último também será exibido na abertura do festival.
O Festivalzinho Animado apresentará 32 curtas, com sessões em 16 pontos da cidade. Com calendário mais flexível, a mostra Diretoras Premiadas começará em 14 de setembro, na Ceilândia (em frente à Escola Classe 66), e segue até 16 de outubro, exibindo 13 títulos. Entre eles, A hora da estrela, de Suzana Amaral, e Bicho de 7 cabeças, de Laís Bodanzky. A seleção ainda vai passar por Taguatinga (Praça do Berimbau), Planaltina (Praça São Sebastião), Sobradinho (Vila Basevi) e Gama (Praça Ponto de Encontro). O 44º Festival de Brasília ocorrerá entre 26 de setembro e 3 de outubro.
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livros. Frei Betto garimpa a alma mineira
Romance que levou 13 anos para ser escrito perpassa cinco séculos de história do Estado onde nasceu o escritor
Em tom satírico e linguagem barroca, 54ë livro do religioso revisa conceitos e figuras da historiografia oficial Pedro Miranda, cantor, compositor e pandeirista Fonte: FSP 03/09
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Mineiro de Belo Horizonte que vive há quase 50 anos distante da terra natal, Frei Betto enfim acertou as contas com as suas origens.
Dos 53 livros que já publicara, um, "Aquário Negro", tinha todos os contos ambientados em Minas Gerais.
Mas agora Carlos Alberto Libânio Christo, 67, mergulhou fundo em busca da alma mineira.
"Minas do Ouro", lançado pela Rocco, repassa 500 anos de história do Estado com ênfase do ciclo do ouro, que teve seu apogeu no século 18.
Descreve a saga da família Arienim ("mineira" de trás para frente) e é narrado por um de seus integrantes.
Os olhos do autor brilham quando ele fala no seu garimpo imaterial.
"É um retrato da alma do Estado que, durante dois séculos [17 e 18], concentrou a história do Brasil. É um mergulho nas minhas raízes, na minha mineirice, mas também na história do país", disse à Folha, num escritório do convento em que vive no bairro paulistano de Perdizes.
A feitura do romance histórico é em si uma pequena saga. Remonta aos anos 80, quando Frei Betto teve a ideia de um livro sobre a mina do Morro Velho, em Nova Lima, por anos tida como a maior e mais profunda do mundo.
Durante as pesquisas, orientadas por dois faróis -o pai, o jornalista Antônio Carlos Vieira Christo, de cuja biblioteca diz ter lido 120 livros sobre história mineira; e o historiador Tarquínio Barbosa de Oliveira, estudioso do tema-, ampliou o enfoque.
A redação, ou o "bordado", como ele define a fase de que mais gosta, começou em 97. Os 13 anos de trabalho numa obra (entregue à editora em 2010) são o recorde do autor, cujo livro mais conhecido, "Batismo de Sangue", levou oito anos para ficar pronto.
A linguagem, barroca e repleta de neologismos, como "desescritos" e "geografiava-se", por vezes recende a Guimarães Rosa, mas Frei Betto conta que sua influência maior vem dos "Sermões" do padre Antônio Vieira.
A sátira é outro traço da obra. Desfilam pelas páginas fidalgos grotescos, padres gananciosos, celebridades (entre tantos diamantes que Richard Burton deu a Liz Taylor, o maior deles foi, na versão fantasiosa do livro, garimpado em Minas).
Segundo o autor, a leitura do escritor britânico G.K. Chesterton ajudou, mas ele atribui a veia satírica ao pai, cronista de jornais mineiros.
CONJURAÇÃO
E, se história é revisão, Frei Betto conta a de Minas a seu modo, no qual a Inconfidência Mineira vira Conjuração ("inconfidente é quem não merece ou não guarda confiança; o termo é pejorativo, criado pela Coroa portuguesa para desmoralizar os conjurados, e adotado pelos livros didáticos") e figuras como Aleijadinho, Tiradentes e Fernão Dias são menos heroicas do que a historiografia oficial costuma contar.
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Escritor português elabora ficção com formas geométricas
Gonçalo M. Tavares lança no Brasil nova obra de sua série 'O Bairro' e participa amanhã da Bienal do Rio Fonte: FSP 03/09
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"O Senhor Swedenborg e as Investigações Geométricas" traz mistura de matemática com linguagem literária
-É possível escrever literatura utilizando formas geométricas -triângulos, quadrados, círculos?
Gonçalo M. Tavares, um dos principais escritores portugueses da atualidade, crê que sim, e tenta prová-lo com "O Senhor Swedenborg e as Investigações Geométricas", obra que ele lança agora no Brasil.
Ele participa amanhã, às 14h, da Bienal do Livro do Rio.
"Minha ideia era ver se um quadrado pode emocionar. As formas geométricas do livro são quase como um alfabeto", diz o autor à Folha em um encontro após sua palestra na Casa do Saber do Rio.
"A certa altura, espero eu, as pessoas começam a ler os desenhos como se fossem frases. E isso me agrada, porque é uma recuperação da origem comum de tudo, que é o traço. Ele dá origem ao desenho, à letra e ao número."
Para aqueles que têm horror às ciências exatas, cabe dizer que não se trata de um livro de geometria como os escolares, mas sim de uma obra literária: as frases geométricas que Tavares cria (desenhando retas, curvas, polígonos) se ligam ao texto de forma lógica.
"O mundo da matemática e o da linguagem estão naturalmente juntos, e eu tento não separá-los", disse o autor, que afirma quase ter escolhido a carreira de matemático aos 18 anos.
HABITANTE DO BAIRRO
"O Senhor Swedenborg" faz parte da série "O Bairro", uma das que deram fama a Tavares -a outra é a tetralogia "O Reino", já lançada no Brasil e que teve um de seus volumes, "Jerusalém", premiado com o Portugal Telecom de Literatura em 2007.
"O Bairro" já tem dez livros publicados em Portugal e agora soma oito lançados no Brasil (dentre eles "O Senhor Valéry e a Lógica" e "O Senhor Brecht").
É um projeto ainda em aberto; no desenho que ilustra o bairro, e que aparece no início de cada um dos livros da série, há 39 habitantes, gente como os senhores Pessoa, Pirandello, Warhol, Orwell e Cortázar.
Apesar de terem os nomes de pessoas que realmente existiram -Emanuel Swedenborg (1688-1772), a propósito, foi um cientista e teólogo sueco-, os "senhores" de Tavares são "personagens de ficção", ele diz.
"Os nomes das personagens são homenagens aos escritores, mas é como dar o nome de um escritor a uma rua. Não temos a expectativa de que a rua se pareça com o escritor", acrescenta. (MARCO AURÉLIO CANÔNICO)
O SENHOR SWEDENBORG E AS INVESTIGAÇÕES GEOMÉTRICAS
AUTOR Gonçalo M. Tavares
EDITORA Casa da Palavra
QUANTO R$ 21 (112 págs.)
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Pasto ocupa 60% da área desmatada da região amazônica
Pecuária na região é pouco intensiva e desperdiça terra; agricultura responde por apenas 5% do total, diz Inpe
Em segundo lugar vem a vegetação regenerada, formada em áreas que perderam a floresta e foram abandonadas Fonte: FSP 03/09
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A pecuária é a maior responsável pelo desmatamento da região amazônica -pouco mais de 60% da área que perdeu a cobertura natural foi substituída por pasto.
O dado faz parte de estudo do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) em parceria com a Embrapa, e considera o total desmatado até 2008 (720 mil km2) nos nove Estados amazônicos.
"O uso que nós fizemos da floresta não foi nobre. A agropecuária precisa de políticas públicas para usar melhor a terra", afirmou Gilberto Câmara, diretor do instituto.
Segundo o estudo, somente 34,9 mil km2 (5%) são destinados à agricultura. A maior parte dessas terras está concentrada em Mato Grosso, grande produtor de soja.
APROVEITAMENTO
"Temos uma área já desmatada que pode impulsionar a pecuária com mais produtividade, com mais eficiência, e aumentar a produção de alimentos", disse o ministro Aloizio Mercadante (Ciência, Tecnologia e Inovação).
Para a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o potencial da região, ainda inexplorado, desencoraja o discurso dos que defendem a redução da reserva legal no texto do Código Florestal, em tramitação no Congresso.
"Nós não precisamos desmatar para desenvolver a Amazônia. Não precisamos desmatar bioma nenhum para desenvolver a agricultura", afirmou a ministra.
"Vamos pesquisar cada vez mais para fundamentar políticas com dados sólidos e acabar com aquilo que eu chamo de 'achismo ambiental'. Nós não vamos admitir crime em relação ao desmatamento no Brasil, e na Amazônia em particular", resumiu a ministra.
Depois da pecuária, a vegetação secundária ocupa a maior área desmatada. Ao todo, 150,8 mil km2 estão nessa categoria.
"É o local onde houve investimento no desmate e, depois, completo abandono. Não identifica nenhuma atividade, nem agropecuária pouco produtiva", explicou o diretor do Inpe.
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SÓ ARROZ. Queda no consumo de feijão aumenta risco de diabetes
DA REUTERS - Um estudo com 2.000 pessoas na Costa Rica mostra que a proporção ideal de feijão com arroz é meio a meio. O consumo regular de um prato dividido assim reduz em 35% o risco de aparecerem os sintomas do diabetes. Fonte: FSP 03/09
"O arroz é convertido facilmente em açúcar no corpo. O feijão contém muito mais fibra e proteína e tem um índice glicêmico menor, induzindo a uma resposta de insulina menor", diz Frank Hu, professor de nutrição da Escola de Saúde Pública de Harvard (EUA).
O estudo observou a população entre 1994 e 2004, período em que a Costa Rica se tornou mais urbanizada. O consumo de arroz subiu e o de feijão, caiu. Durante esse mesmo período, os índices de diabetes na população dispararam.
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Alimentação seleciona tipo de flora intestinal
Pessoas que comem mais carne ou mais carboidratos abrigam bactérias diferentes Fonte: FSP 03/09
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Pesquisa publicada ontem na revista "Science" encontrou uma ligação entre padrões alimentares e as bactérias presentes no intestino.
O grupo de cientistas da Universidade da Pensilvânia observou as bactérias presentes em 98 voluntários.
Eles foram separados em dois grupos, de acordo com o tipo de micróbio encontrado em seu intestino.
Cada grupo consumia um tipo de dieta. Um era adepto da alimentação típica ocidental, rica em carne e gordura. O outro comia mais vegetais.
Depois, a dieta de dez voluntários foi alterada por dez dias. Isso alterou o número de bactérias, mas o tipo prevalente continuou o mesmo, sugerindo uma ligação com a alimentação a longo prazo.
O trabalho pode esclarecer como o tipo de alimentação influencia a saúde.
Uma das aplicações possíveis é o tratamento para doença de Crohn, que causa inflamações em todo o trato gastrointestinal.
O professor de gastroenterologia James Lewis, um dos autores do estudo, afirma que crianças que têm doença de Crohn podem apresentar melhora dos sintomas (dores abdominais, diarreia e sangramentos) com dietas especiais.
"A doença é causada, em parte, pela maneira como nosso corpo reage aos micróbios do intestino. Uma hipótese é que as terapias baseadas em dieta mudem o tipo de organismo que vive no intestino", afirmou Lewis, em comunicado.
O médico disse ainda que é preciso descobrir se há ligação entre o tipo de flora intestinal e um risco maior de doenças em geral.
Isso pode levar a novos tratamentos para doenças cardíacas e diabetes.
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