sábado, 11 de dezembro de 2010

LITERATURA

Fonte: correioweb.com.br 11/12

Fragmentos de nossa cidade

A paixão pelas letras e palavras surgiu, como na maioria dos casos, da admiração de filho para o pai. Fernando Marques ainda residia no Rio de Janeiro, onde nasceu e viveu até os 15 anos, quando, ao lado do irmão Umberto, consumiu 17 volumes infantis de Monteiro Lobato. “Meu pai, engenheiro, devorava jornais e valorizava as letras, embora não lhe passasse pela cabeça que alguém quisesse viver delas ou para elas”, relata.

Por motivos profissionais do patriarca, a família mudou-se para Brasília em 1974 e acabou criando raízes na capital do país. Hoje jornalista e escritor, o carioca de 51 anos acumula quatro publicações literárias, incluindo a última, Contos canhotos, distribuída pela editora LGE.

O livro reúne 27 contos que retratam situações cotidianas que o inspiraram. Entre os textos contemplados, estão os favoritos do autor: “Pizzarelli na danceteria”, “No hospital” e “Na delegacia”.

E diferentemente dos trabalhos anteriores, esse traz uma maior ligação

com a cidade que o acolheu. “Não se trata da Brasília paisagem ou da Brasília monumento. Estou à procura da Brasília essencial. Não há

camelos na literatura árabe”, exemplifica.

Aficionado também por teatro e música, Fernando procura mesclar as três vertentes da arte no dia a dia. Tudo começou ao ouvir, em uma vitrolinha, o compacto com You’ve got a friend, de James Taylor. “Pensei que gostaria de poder compor, um dia, letras e melodias como aquelas”, confessa. Já o lado teatral encontra-se explícito até na vida profissional.

Além dos ofícios já mencionados, o jornalista atua como professor universitário há 18 anos em disciplinas como literatura brasileira, dramaturgia e história do teatro. “Todas essas formas de expressão se relacionam, sem dúvida, e nem

poderia ser diferente. Um ator que não lê, um músico que só sabe música parecem estar trapaceando, por melhores que sejam como ator e músico. Falta algo”, defende.

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