sábado, 18 de dezembro de 2010

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Artista mineira ganha prêmio de US$ 100 mil na Ucrânia

Fonte: folha.uol.com.br 18/12

A mineira Cinthia Marcelle, 36, venceu 6.000 artistas do mundo inteiro e recebeu um prêmio inédito de US$ 100 mil (cerca de R$ 170 mil).
Concedido pela fundação Victor Pinchuk, um milionário colecionador ucraniano, o Future Generation Art foi realizado pela primeira vez neste ano e será bienal.
É considerado democrático por aceitar qualquer artistas abaixo de 35 anos -idade de Cinthia na inscrição.
"Nem lembrava mais que tinha me inscrito. Quando me ligaram para avisar que estava entre os finalistas, tinha acabado de ter minha filha e perguntei: "Qual prêmio?'", contou a artista.
Para a cerimônia de entrega, realizada semana passada, Cinthia enfrentou percalços por causa de voos atrasados e foi direto do aeroporto para o teatro. Ficou sabendo do resultado ali.
O júri incluía artistas e teóricos, entre eles, o chinês Ai Weiwei e Robert Storr.
"O prêmio vai me dar suporte para experimentar. O artista experimenta o tempo todo e, se errar, não pode repetir com o risco de ficar com a conta no vermelho."
A obra dela transita por diversas linguagens, como desenho, fotografia, vídeo e performance. "Não me prendo a suportes", afirma.
Na exposição dos finalistas ao prêmio, que antecedeu a escolha de seu nome, ela mostrou três vídeos: "Fonte", "Volver" e "Cruzada".
Cinthia participou da Bienal de São Paulo, encerrada domingo, com a instalação "Sobre Este Mesmo Mundo" e o vídeo "Buraco Negro".
A sua próxima exibição no país será em abril na galeria Vermelho, em SP. O tema é "a economia do gesto".
Cinthia é conterrânea de Cao Guimarães e Rivane Neuenschwander, que também se destacam no cenário internacional das artes. Possível influência?
"Eles são amigos. Minha influência é o cinema."

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"Cinema autoral não tem lugar na China"

Fonte: folha.uol.com.br 18/12



Diretor chinês mais reconhecido fora de seu país, Jia Zhang-ke critica "monopólio" das produções comerciais

Cineasta diz que filma com ou sem autorização do governo e relembra o "dinamismo" e a "capoeira" do Brasil


Em um lugar como a China, em que nem tudo o que se pensa pode ser dito, é quase um milagre que o cineasta Jia Zhang-ke, 40, tenha permissão do governo para filmar.
Sem medo de mostrar uma visão crítica do país, o diretor volta a tocar em um tema delicado em seu novo filme, "Memórias de Xangai", documentário sobre a cidade, exibido neste ano na Mostra de Cinema de São Paulo e sem previsão de estreia em circuito comercial no país.
"Tenho liberdade total sobre meus filmes", garante o diretor chinês, em entrevista concedida à Folha, em Paris, há duas semanas.
Zhang-ke foi à França para promover o longa, que contém depoimentos que ilustram a história da metrópole. Diretor de filmes como "O Mundo", Jia ficou conhecido por seu cinema poético e independente, aberto aos problemas da China moderna.



Folha - As cidades têm um papel muito importante nos seus filmes. Seriam elas as verdadeiras protagonistas? Jia Zhang-ke - Acho que você tem razão. O espaço é muito importante na minha obra. Meus filmes se centram nos indivíduos, mas eu não poderia dizer o que percebo das pessoas sem pensar também no espaço em que estão.

No filme, você inclui testemunhos de várias pessoas sobre Xangai, mas a maior parte delas está ligada ao mundo das artes. Por quê?
Antes de 1949, Xangai era o centro cultural da China. Os artistas e as pessoas relacionadas à cultura representavam uma porcentagem importante da população da cidade. Esses artistas criaram obras que trazem relevantes testemunhos sobre Xangai.

O longa evoca Antonioni e Hou Hsiao-hsien, que dirigiram filmes em que Xangai tem destaque. Você acha que seu cinema se parece mais com o de qual dos dois?
Do ponto de vista do que o cinema representa para mim, é mais parecido com o de Antonioni, sobretudo em como observa o espaço. Mas, no sentido de captar os sentimentos das pessoas, aí estou mais próximo de Hou. Mas, se ambos aparecem no meu filme, não é tanto por eu querer mostrar que meu cinema se aproxima do deles, é mesmo porque fizeram obras que refletem de forma muito justa a vida em Xangai.

Quem são os grandes cineastas da atualidade, a seu ver?
Na China, Hou Hsiao-hsien, Tsai Ming-liang e Liu Ye. Admiro também [o japonês] Hirokazu Kore-eda, [o sul-coreano] Lee Chang-dong, [o tailandês] Apichatpong Weerasethakul e [o português] Pedro Costa.

O seu filme passou pela censura chinesa. O que foi dito sobre ele?
Tive liberdade total de mostrar o que quisesse neste filme. Passou pela censura, mas tive que passar dois meses esperando a liberação.

Você tem permissão de filmar na China, mas vários cineastas trabalham na clandestinidade. Por que o seu cinema é aceito?
Não se esqueça de que eu também passei vários anos proibido de filmar. Só tive permissão mesmo em 2004 [com "O Mundo"]. As autoridades sabem que, de um modo ou de outro, vou acabar fazendo o meu filme, elas permitindo ou não.

O cinema americano tem conseguido cada vez mais penetrar no país. Você crê que Hollywood poderá dominar em breve o mercado chinês?
Não sou tão pessimista assim [risos]. Mas o que é um problema real não é Hollywood chegar à China, mas os filmes independentes, autorais, não encontrarem uma fatia no mercado devido às produções comerciais, que monopolizam as salas.

Em "Memórias de Xangai", vê-se lugares miseráveis ao lado de prédios modernos e luxuosos, o que faz pensar nas cidades brasileiras...
Passei alguns dias em São Paulo quando Yu Lik-wai rodou um filme na cidade ["Plastic City", de 2008]. Vi que a diferença entre ricos e pobres é enorme. Mas gostei do Brasil, sobretudo do seu dinamismo. E da capoeira! Assim que cheguei ao hotel, vi dois rapazes jogando capoeira na rua. Pensei: "Realmente, eu estou no Brasil".

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Livro expõe êxito de Dumont com balões

Fonte: folha.uol.com.br 18/12


Obra contém fotos de voos de dirigíveis construídos pelo inventor e reproduz artigos seus em defesa do veículo

Construção de 14 balões conferiu prestígio ao aviador; Thomas Edison e Theodore Roosevelt quiseram conhecê-lo


No princípio do século 20, duas correntes distintas avançavam de forma paralela para o desenvolvimento do transporte aéreo.
Em uma ponta, estavam os inventores que acreditavam no sucesso de aparelhos mais leves que o ar, como os balões. Do outro, os que trabalhavam para o desenvolvimento de modelos mais pesados, os aeroplanos.
O brasileiro Alberto Santos-Dumont (1873-1932) foi um dos únicos que transitou bem nas duas vertentes. Embora a invenção do 14 Bis, e posteriormente do Demoiselle, máquinas mais pesadas que o ar, tenha lhe garantido a posteridade, suas primeiras conquistas aconteceram na seara dos balões.
Entre 1898 e 1905, ele construiu 14 balões que lhe renderam popularidade mundial, com prêmios internacionais e manchetes nos jornais da época. Santos-Dumont contribuiu de forma decisiva para o desenvolvimento desses veículos aéreos, sendo o primeiro a utilizar neles, com sucesso, um motor a gasolina e também sendo o primeiro a provar que era possível dirigi-los.
Um livro que está sendo lançado nesta semana, "Santos-Dumont e os Balões", de Rodrigo Moura Visoni, resgata esse aspecto do inventor, até hoje ofuscado pelos rumos que sua carreira e que o próprio desenvolvimento da aviação acabaram tomando.
O livro tem 300 fotografias, algumas inéditas, que registram seus feitos na área e o sucesso que fizeram na sociedade da época.
Uma das descobertas é um álbum com 70 imagens de seus voos, produzido em 1901 para comemorar a conquista do Prêmio Deutsch, quando o brasileiro conseguiu circundar de balão a torre Eiffel em 30 minutos. A façanha aumentou consideravelmente sua popularidade: gente como o inventor Thomas Edison (1847-1931) e o presidente americano Theodore Roosevelt (1858-1919) fizeram questão de conhecê-lo pessoalmente.
O livro também reúne dez artigos do inventor publicados em jornais dos Estados Unidos, França e Inglaterra e que não haviam sido traduzidos para o português. Nesses textos, escritos entre 1898 e 1905, Santos Dumont defende de forma fervorosa a utilização dos balões. "Ele fala de aspectos técnicos, mas se assemelha um pouco a Júlio Verne, apostando no avanço tecnológico", diz Visoni.
Em 1902, no periódico americano "The Inter Ocean", o brasileiro escreveu: "Acredito na viabilidade do dirigível. Não somente para fins esportivos ou de lazer, mas também para fins comerciais. Em dez anos, espero realmente que haja uma linha de aeronaves cruzando o oceano Atlântico".
Isso só aconteceu comercialmente na década de 1930. Então, Santos Dumont já havia voltado seus esforços para a produção dos aeroplanos, que se mostrariam mais rápidos e econômicos.
"Ele abandonou os balões quando já havia esgotado todas as possibilidades desse tipo de veículo. Mas suas conquistas nesta área foram muito importantes para a época", diz seu biógrafo, Henrique Lins de Barros.

SANTOS-DUMONT E OS BALÕES

AUTOR Rodrigo Moura Visoni
EDITORA Capivara
QUANTO R$ 160 (252 págs.)

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DIREITO

OAB contra-ataca para manter exame

Fonte: correioweb.com.br 18/12

A Ordem vai entrar com dois recursos para reverter liminar de desembargador do TRF que liberou dois bacharéis a exercer a advocacia mesmo sem passarem na prova. Segundo a entidade, filho do magistrado autor da decisão foi reprovado quatro vezes

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) prepara uma dupla ofensiva à decisão concedida no Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), que considerou o Exame de Ordem inconstitucional e possibilitou a dois bacharéis a atuação na advocacia sem aprovação no teste. Apesar de a decisão liminar do desembargador Vladimir Souza Carvalho atender a uma ação individual e beneficiar apenas duas pessoas, ela cria jurisprudência para a análise de outros casos no país. Para reverter a decisão o quanto antes, a OAB entrará com dois recursos: um no próprio TRF-5 e outro no Superior Tribunal de Justiça (STJ). A previsão é de que as defesas pelo exame — uma das atuais exigências para se ingressar no quadro da OAB — sejam encaminhadas na próxima segunda-feira, uma semana após a decisão da Justiça.

O recurso que será enviado ao tribunal da 5ª região será um agravo regimental, instrumento que solicita a análise da ação ao conjunto de magistrados da corte, já que a decisão liminar (provisória) foi proferida por um único desembargador. Para acelerar uma nova decisão relacionada ao caso, a OAB vai acionar ainda o presidente do STJ: a ele, será encaminhado um recurso de suspensão de segurança, requisitando a urgente suspensão da medida liminar, antes mesmo do julgamento da ação pelo colegiado do TRF-5. Os recursos serão enviados pela OAB-CE, em conjunto com a OAB nacional.

O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, alega que a decisão do desembargador não reflete o posicionamento da grande maioria das jurisprudências sobre o caso. “A decisão é um entendimento pessoal. Nós iremos ressaltar que a Ordem está preocupada com o ensino jurídico de qualidade, nossa preocupação não é com a quantidade”, disse. Segundo Ophir, não seria viável permitir a atuação automática dos egressos das 250 mil vagas em faculdades de direito ofertadas anualmente, em função da baixa qualidade das instituições de ensino.


Apoio à medida

O Movimento Nacional dos Bacharéis em Direito (MNBD) manifestou apoio ao atual posicionamento da Justiça — para o movimento, a manutenção do exame fere a Constituição Federal, que prevê “o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”.

Por meio de nota, o movimento afirmou: “O Dr. Ophir tem pleno conhecimento que o Exame de Ordem é inconstitucional (…), mas a OAB tem imensurável interesse em manter o exame como reserva de mercado e pelos lucros que são gerados a cada exame”. O MNBD afirmou ainda que o último exame, aplicado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), teve a geração de R$ 20 milhões, em função do elevado valor da inscrição (R$ 200). “A OAB não presta conta de seus recursos para ninguém, nem para o Tribunal de Contas da União como fazem os demais conselhos federais, como Crea, CFM, CFC, etc”, acusou o movimento.

Além do debate relacionado à “reserva de mercado” e a prestação de contas, o Exame da Ordem traz um histórico de complicações. Um exemplo é o fato de que, no último dia 8, a FGV anunciou uma nova correção das provas do último teste, em função de equívocos ocorridos na divulgação dos espelhos de correção. Dos mais de 100 mil inscritos na última prova, apenas 12% foram aprovados. (LL)


Decisão suspeita

Além de pedir a revisão da decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) vai alegar a “suspeição” do magistrado Vladimir Souza Carvalho no julgamento da ação, pedindo assim o impedimento da atuação do desembargador no caso. O instrumento chamado “arguição de suspeição” deve ser encaminhado com o recurso da decisão. A motivação é o fato de Carvalho já ter manifestado, em artigo, posição contrária ao Exame de Ordem. Além disso, a OAB alega que o filho do desembargador, Helder Carvalho, teria sido reprovado quatro vezes na prova, entre 2008 e 2009. “Com esses fatos, o desembargador fica com um comprometimento de ordem ética impediente. Ele tem um entendimento pessoal, sendo que o mínimo que se espera em um julgamento é isonomia”, criticou Ophir Cavalcante, presidente da OAB.

Uma decisão sobre o exame, independentemente das motivações a seu respeito, afeta a vida de bacharéis em direito — e ainda estudantes — como Robson da Penha Alves, 24 anos. Formado há um ano e meio, Robson estuda para a quarta prova da OAB, ao mesmo tempo em que ainda aguarda um recurso de prova anterior. Para Robson, a existência da prova do exame é interessante. No entanto, ele diz ter sido injustiçado na avaliação do exame. “Eu não sou contra o exame, sou contra a forma como é aplicado.”

Robson conta que entrou com dois recursos para análise da prova, realizada no ano passado, mas até agora não teve um retorno.

Para o estudante de direito Arthur Nobre, 22 anos, apesar dos problemas a prova do exame é positiva. “Infelizmente, nem todos saem preparados da faculdade. E nós iremos lidar com causas relacionadas ao ser humano. Eu concordo com a existência de um filtro.” (LL)

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Impotência é queixa de 44% dos homens

Fonte: folha.uol.com.br 18/12


Levantamento é da caravana da Sociedade Brasileira de Urologia, que atendeu 10 mil homens em 22 Estados

Disfunção erétil pode ser consequência de entupimento de vasos, diabetes e hipertensão, segundo especialistas


Quase a metade dos homens que procuram atendimento em saúde tem queixas de impotência sexual, segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia.
A entidade acaba de divulgar dados de uma caravana que fez por 22 cidades, em 13 Estados. Foram atendidos 9.982 homens, sendo que mais de 80% tinham mais de 46 anos. Do total, 44% disseram já ter tido o problema.
Os atendimentos aconteceram entre março e setembro deste ano. A unidade tinha médicos e psicólogos que faziam uma consulta clínica tradicional e, se necessário, testes urológicos.
De acordo com Modesto Jacobino, presidente da sociedade, a incidência de impotência surpreendeu.
"É um dado preocupante. O problema ainda é visto como algo secundário, de origem psicológica. Mas há outras doenças relacionadas."
Para acontecer a ereção, além do fator psicológico, são necessárias atividades neurológica, hormonal e vascular. A dificuldade de ereção pode ser consequência de problemas vasculares e metabólicos.
Do total de atendidos, 56% tinham hipertensão e 19%, diabetes. Dos que se queixaram de impotência, metade tinha mais de 60 anos.
"O envelhecimento é a principal causa. Há perda progressiva das funções fisiológicas do organismo e, além disso, o aparecimento conjunto dessas doenças", diz João Schiavini, urologista e professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Muitas consequências de hipertensão e diabetes são irreversíveis e progressivas. Quando a dificuldade de ereção surge, pode ser que a aterosclerose (entupimento de artérias) já esteja avançada.
Para Jacobino, a impotência pode ser um jeito de atrair os homens para o médico. "Muitas vezes, ao tratar pressão alta e diabetes, já melhoramos a função sexual", diz.

VIAGRA SEM PRESCRIÇÃO
No levantamento, 22% dos homens já tomaram remédios contra impotência, mais da metade sem prescrição.
Apesar serem vendidos sem receita, esses remédios têm efeitos colaterais e não são eficazes em todos os casos. Podem causar dores de cabeça, vermelhidão na face e visão dupla.
"Pessoas com doenças cardíacas graves não podem tomar o remédio. Para diabéticos, a eficácia é de 30% a 40%", afirma Carlos Márcio Nóbrega de Jesus que é urologista e também professor da Universidade Estadual Paulista.

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Cineasta Blake Edwards morre aos 88 anos

Diretor realizou filmes como "A Pantera Cor-de-Rosa", "Um Convidado Bem Trapalhão" e "Bonequinha de Luxo'

FSP 17/12


Não bastava Mario Monicelli. O mundo da comédia ainda tinha de perder, neste ano, Blake Edwards. Não só da comédia, mas do cinema em geral.
Ele morreu ontem, aos 88 anos, de complicações provocadas por pneumonia, na Califórnia.
Embora a comédia tenha sido o território que mais fixou Edwards como diretor, havia em seus trabalhos, sempre, mesmo burlescos, um quê de amargura.
Como não se comover, por exemplo, com a injustiça que, filme após filme, se abatia sobre o pobre inspetor Dreyfus de "A Pantera Cor-de-Rosa" (1963)?
Um dos pontos fortes de Edwards era este: permitir que, em plena efusão cômica, o drama se infiltrasse -ou vice-versa, como no terrível "Vício Maldito" (1962), filme em que Jack Lemmon, alcoólatra, induz a mulher a também beber, de modo a terem isso em comum.
No drama, como se sabe, obtém-se mais respeito do que em comédias como "Anáguas a Bordo" (1959) ou "A Corrida do Século" (1965).
Mas se o auge do prestígio Edwards alcançou ao dirigir a notável comédia dramática "Bonequinha de Luxo", em 1961, a imortalidade cinematográfica se deu, de fato, com a série de Pantera Cor-de-Rosa, talvez o ponto alto da carreira de Peter Sellers.
É verdade que explorou a série até um pouco demais: depois da morte de Sellers, juntou sobras de velhos filmes para fazer "A Trilha da Pantera Cor-de-Rosa" (1982). Não pegou bem.
E, na verdade, Edwards parece por um tempo ter perdido a veia cômica que ostentava desde os tempos em que escrevia roteiros (em especial para filmes dirigidos por Richard Quine).
O encanto ele reencontrou quando optou por explorar os dotes de atriz de sua mulher, Julie Andrews, com o memorável musical "Victor ou Victoria" (1982), outra demonstração de sua capacidade de juntar o grave e o cômico (que lhe valeu, de resto, a indicação ao Oscar por roteiro adaptado).
Não foi, por certo, seu último suspiro: houve os momentos deploráveis ao lado de um comediante fraco como Dudley Moore, aventuras cheias de humor como "Encontro às Escuras" (1987) e alguns filmes para televisão até a aposentadoria em 1995.
Depois, um Oscar honorário ganho em 2004.
É o famoso Oscar pé na cova: quem ganha costuma morrer logo em seguida. Blake ainda duraria seis anos. Riu por último.

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