segunda-feira, 3 de maio de 2010

Desafios do Trabalho no século XXI

Professores da UnB apontam a informatização como uma das principais transformações no mundo do trabalho contemporâneo

Crescimento das mulheres empregadas, aumento da informalidade e de pessoas que trabalham em casa, queda do número de trabalhadores na indústria, informatização dos locais de trabalho e dificuldades de entrada no mercado de trabalho dos que buscam o primeiro emprego e daqueles fortemente especializados, com idade próxima aos 40 anos. Essas são as principais transformações no mundo do trabalho no século XXI, segundo professores da Universidade de Brasília.

Para o professor Mário César Ferreira, do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho, uma das mais importantes mudanças está na dificuldade dos jovens em ingressar no mercado de trabalho. “As empresas buscam pessoas com experiência e isso fecha as portas”, disse Ferreira. Por outro lado, os profissionais mais velhos, com idade próxima aos 40 anos, enfrentam dificuldades para se manterem em seus empregos quando são muito altamente especializados. “Aquele perfil de trabalhador especialsta em apenas um campo não fica no emprego. A procura agora é por profissionais que tenham muiltiqualificações, lavem, passem e cozinhem”, defende o professor.

Para Rejane Pitanga, presidente da Central Única dos Trabalhadores do Distrito Federal (CUT/DF), isso acontece em consequência dos avanços da tecnologia. “As pessoas precisam se apropriar das novas tecnologias e esse é o principal desafio para as empresas, os sindicatos e os profissionais”, afirma. Rejane dá alguns exemplos práticos. “Essa apropriação passa pelos porteiros que precisam diariamente mexer com interfones e câmeras de segurança, pelas empregadas domésticas que operam microondas, máquinas de lavar e outros aparelhos cada vez mais modernos”, completa Rejane.

A redução de trabalhadores na indústria é um dos reflexos das apuradas tecnologias do século XXI. “Máquinas tomaram postos de trabalho e os trabalhadores que sobreviveram ao corte precisam frequentemente aprender a lidar com as novidades”, explica Mário César Ferreira. Outro reflexo é o aumento de trabalhadores que produzem em casa e acabam sem uma carga horária definida. “Se você ligar para esse profissional no domingo, ele te atende. As pessoas acabam trabalhando o dia inteiro, à noite e muitos prolongam para a madrugada. O trabalho não trouxe a liberdade”, avalia Roberto Gonzalez, técnico do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

CRISE ECONÔMICA – “Esse é um 1º de maio sombrio porque toda a crise recai sobre o trabalho”, sustenta o professor Sadi Dal Rosso, do Departamento de Sociologia. Para ele, o Brasil ainda caminha para se reerguer da crise econômica de 2008. “Cerca de 2 milhões de pessoas ficaram sem emprego. O Brasil recuperou até agora 1 milhão dos postos de trabalho”, disse.

Segundo Sadi, a crise gerou uma redistribuição de tarefas e isso intensificou o trabalho daqueles que não foram demitidos. Como resultado as demandas por horas extras subiram e a cobrança pela rapidez na produção também.

O professor Mário César Ferreira acredita que essas transformações afetaram diretamente na produção com erros frequentes, retrabalho e queda na produtividade. “As pessoas acabam desmotivadas e cansadas. Muitas vezes com o corpo presente e o espírito fora do ambiente de trabalho.”

ORIGEM - O Dia do Trabalhador é uma data marcada por manifestações por melhores condições de trabalho. Em 1º de maio de 1886, as ruas de Chicago, nos Estados Unidos, foram tomadas por milhares de trabalhadores. A partir desse dia, eles iniciaram uma greve que durou um mês. Durante o ano, mais de cinco mil greves aconteceram na cidade, que era o principal pólo industrial americano. A luta dos trabalhadores naquela época consistia principalmente na redução da carga horária de 48 horas semanais para 44.

Hoje, 124 anos depois, a luta dos trabalhadores brasileiros é por uma nova diminuição da jornada de trabalho - de 44 horas para 40 - sem redução de salários. A Proposta de Emenda à Constituição (PEC 231/1995) está no Plenário da Câmara dos Deputados e não tem data prevista para votação. Fonte: UnB.br

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LUIZ FELIPE PONDÉ

Meninas fáceis

FSP 03/05


Hoje há muita mulher sozinha que se veste pra si mesma num ritual macabro de vaidade




E AÍ, leitor de 15 anos? Diga-me cá uma coisa: é verdade que as meninas hoje transam muito? Quantas já deram em cima de você, fazendo você se sentir um frouxo se "não comparecer" quando ela quiser?
Atenção terapeutas de plantão: não me venham dizer que as meninas hoje em dia "evoluíram" e que querem meninos sensíveis, porque, para elas, meninos sensíveis só são bons para tirar sarro. E que fiquem fora da cama delas. Ou seria fora do carro delas? E aí, leitora de 40 anos, você acha esse papo muito vulgar?
Sinto muito, as meninas "evoluíram" e agora são senhoras dos seus desejos e isso basicamente quer dizer: são fáceis. Quer saber? Acho uma hipocrisia ficar lamentando que as meninas estejam transando por aí. Todo esse estardalhaço com relação "as pulseiras do sexo" é puro blá-blá-blá. Se as meninas estão transando por aí, é porque dissemos a elas que isso é legal, não?
Vejamos. Mas, antes, um reparo.
Repito o que já disse: não acredito que se faça melhor sexo hoje em dia, acho sim que hoje existe muito marketing, muito papo furado, muita mulher sozinha que se veste pra si mesma num ritual macabro de vaidade e... muita gente brocha.
A chamada "revolução do desejo" serve para ganhar dinheiro com publicidade, livros de sexo chique e para aumentar a sensação, em seres humanos reais, de que todo mundo está transando menos você.
Mães de 50 anos se deliciam em vender a imagem de si mesmas como máquinas de sexo. Na realidade, no silêncio de seu quarto escuro, são umas invejosas, que queriam ser como suas filhas: mulheres fáceis.
Professoras inseguras com seus corpos cansados, atônitas com a inutilidade última de toda sua inteligência diante da chacina que é a vida cotidiana, invejam as suas alunas deliciosas que desfilam pernas e seios por aí, dançando a dança do acasalamento. Sim, deveriam tê-las avisado que a vida se repete exatamente naquilo em que ela é miserável: medo, inveja, baixa autoestima e abandono.
Cursos chiques trabalham o corpo para que ele seja fácil de manipular na cama, no carro, no banheiro.
Teorias psicológicas e filosóficas empacotam a vontade de ser fácil em papel de presente fingindo que existe mesmo uma coisa chamada "sexo revolucionário". E aí, quando os padres fazem sexo com meninos, os revolucionários de meia pataca põem o rabo entre as pernas e se escondem porque não têm coragem de enfrentar o horror do sexo "livre".
Não existe sexo livre, existe apenas sexo sem amor.
Comédias de TV idealizam mulheres urbanas que transam assim como quem corre em esteiras aeróbicas (ou seriam "anaeróbicas"?), calculando o "tamanho" de seus homens, se gabando, assim como homens boçais, da quantidade de vezes que gozam.
Músicas nas festas das escolas e nos aniversários de crianças cantam a banalidade dos gestos sexuais, fixando os olhos vazados das meninas no desejo de crescer o bastante para serem fáceis. Programas infantis ensinam a vulgaridade como forma de liberdade corporal na frente das câmeras. Programas "teens" de TV elevam ao grau de guru quem transa aos dez anos, contanto que use camisinha. Pedagogas, sob o signo de preparar para a vida, barateiam os corpos das meninas ensinando sexo fácil como se fosse sexo seguro.
Salvem as baleias, as focas, o verde, o planeta, os "baby monkeys", mas transem fácil.
A forma como o aborto é tratado (todo mundo é a favor, menos os "tolinhos") é prova de como o sexo e as meninas são artigo vendido às dúzias nas feiras de periferia. É isso aí: mulher fácil é mulher barata. Tem mais mulher do que homem no mundo (não estou seguro dessa informação, mas todo mundo diz que sim, principalmente as mulheres solitárias) e, com a liberação delas, o preço ainda caiu mais. A melhor coisa que existe para um cara que quer uma mulher barata é que ela pague suas contas.
Alguém precisa parar de mentir e avisar para essas meninas que a vida é uma chacina cotidiana. Que o envelhecimento chega sem que você espere, que o mundo fica repetitivo com o tempo, que as pessoas ficam previsíveis e que sexo fácil é sempre sexo sem amor. Avisem a elas que o amor é raro, difícil, caro, duro de encontrar, morre fácil, porque é sempre mal-adaptado num ambiente mais afeito a baratas do que a seres humanos.
Enfim, que uma das lutas contínuas da civilização é contra a indiferença porque homens e mulheres não são especiais e existem às dúzias por aí, a gargalhadas, como bonecos de cera sem graça.

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Novos Estados

FS 03/05

O CONGRESSO parece em vias de autorizar a realização de plebiscitos que podem aprovar a criação de mais dois Estados, Carajás e Tapajós, a serem desmembrados do território do Pará. Os projetos passaram no Senado e, desde o dia 14, tramitam em regime de urgência na Câmara dos Deputados.
Se aprovados, podem estimular outras demandas separatistas. Há dois projetos prontos para serem votados no Congresso: o do Maranhão do Sul e o da Gurgueia, no sul do Piauí.
O roteiro das propostas é conhecido. Políticos de regiões periféricas manipulam a insatisfação dos eleitores. A alegada indiferença de governadores pelas demandas locais é usada para defender a criação dos Estados.
Por trás de tais mobilizações, há também o óbvio interesse pelos milhares de cargos a serem criados com o novo ente federativo. Boa parte de seus custos teria de ser bancada pela União.
Uma das novidades em debate é o Estado do Rio Negro (hoje parte do Amazonas), com 87 mil habitantes. Municípios com tal população só teriam direito a 17 vereadores. Careceriam mesmo de três senadores, oito deputados federais e 24 estaduais?
O país já cometeu esse erro antes. A Constituição de 1988 permitiu a multiplicação desenfreada de municípios -foram criados mais de mil. Tantos se revelaram inviáveis que o próprio Congresso foi obrigado a limitar a instituição de novas municipalidades, em 1996.

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