segunda-feira, 30 de abril de 2012
Denunciação caluniosa, vingança que sai caro
Enfrentar um processo por causa
de acusação falsa gera enormes transtornos para a pessoa, mas a mentira,
motivada geralmente por vingança, acaba saindo caro também para quem a
proferiu. www.stj.jus.br
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Código de Processo Civil. Relatórios parciais do novo CPC serão apresentados no dia 9. www.senado.gov.br
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Mulher ainda é maior vítima de violência física no país, segundo balanço trimestral da Central de Atendimento – Ligue 180. www.planalto.gov.br
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Prêmio para quem preservar. Correio Braziliense - 30/04/2012
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Programa desenvolvido pela
Agência Nacional de Águas vai remunerar produtores dos núcleos rurais de
Planaltina que ajudam a reduzir o impacto da ação humana na Bacia do Ribeirão
Pipiripau. Serão investidos R$ 40 milhões na ação
Diz o ditado popular que só se dá
valor a algo que não se tem mais. A Bacia do Ribeirão Pipiripau, fonte da água
que dá de beber a homens e irriga plantações nos núcleos rurais de Planaltina,
ilustra notavelmente o significado desse dito. Já faz algumas décadas que a
lâmina de água que nasce em Goiás e se ramifica pelo nordeste do Distrito
Federal não é suficiente para suprir todos que dela dependem. Como o Correio
mostrou na edição de ontem, a história das pessoas que disputam esse recurso já
chegou a ser escrita com sangue. Justamente pela importância da bacia, ela será
a primeira a ser recuperada por meio do Programa Produtor de Água, desenvolvido
pela Agência Nacional de Águas (Ana) em parceria com
13 instituições públicas e
privadas. O projeto já tem R$ 40 milhões e vai remunerar quem ajudar a recompor
ou a preservar o meio ambiente.O Produtor de Água é parte da política de
Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que transfere recursos financeiros
como recompensa àqueles que tiveram iniciativas para reduzir o impacto da ação
humana na natureza tanto no meio rural quanto no urbano. Além de pagar os
produtores, os recursos servirão para a recuperação do Canal Santos Dumont, que
abastece a comunidade agrícola de mesmo nome, e principal foco de conflito na
região.
No Pipiripau, os agricultores são
o público-alvo da ação. É deles a missão de recuperar a área degradada da bacia
visando o aumento de produção e a qualidade da água. O programa também
privilegia quem já cumpre a lei. "Precisamos deixar de pensar que o
produtor é vilão e começar a entender que ele pode contribuir, e muito, para o
meio ambiente, como alguns já fazem. Ele compra uma área para exploração
econômica, mas acaba prestando um serviço que afeta toda a sociedade",
acredita Devanir dos Santos, gerente de Uso Sustentável da Água e do Solo da
Ana (leia Para saber mais).
No início de abril, foi aberto o
edital da licitação da ação e, agora, o processo está em fase de cadastramento
dos agricultores interessados, já que a adesão é voluntária. Cada propriedade
catalogada passará pela análise de um técnico da Empresa de Assistência e
Extensão Rural (Emater). Esse estudo prévio levantará as possibilidades de
serviços ambientais que podem ser executados no local. Depois disso, o produtor
decidirá o que pode fazer na propriedade. O agricultor que oferecer mais
serviços ganha o contrato, mas o pagamento só é feito após um ano, depois de
comprovada a execução do serviço combinado. Cada modalidade tem um valor máximo
(Veja quadro). Inicialmente, o programa vai pagar produtores durante cinco
anos, prorrogáveis por mais cinco.
40 mil mudas
Os produtores receberão mudas e
ferramentas necessárias para executar as ações. Depois de um ano, se houver
resultados satisfatórios, os recursos são liberados. O dinheiro usado no
programa vem de passivos ambientais da Companhia de Saneamento Ambiental e de
doações das fundações parceiras. A meta é plantar 40 mil mudas até o fim do
ano.
Para Devanir, a vantagem dessa
iniciativa sobre ações semelhantes é que ela dá condições para que o agricultor
cumpra a lei, o que, às vezes, pode custar mais caro do que o dono da terra
pode pagar. "Toda a vida, achamos que resolveríamos os problemas
ambientais criando regras para alguns cumprirem. E isso não deu certo. A
sociedade precisa mudar e entender que, se ela se beneficia dessas ações, tem
que pagar por elas", opina.
Geraldo Magela Gontijo, coordenador
do escritório da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF) no
Pipiripau, explica que manter uma área de reserva custa caro, mas é ainda mais
dispendioso reflorestar a vegetação que se perdeu por desmatamento. "A
implantação de uma muda custa, em média, R$ 10. Para refazer 1 hectare, são
necessárias mil mudas. Os lucros da produção não cobrem R$ 10 mil por ano para
manter essa área. Por isso, é importante fazer esse repasse", diz.
O grupo gestor do programa
acompanhará os impactos da ação na bacia comparando os dados coletados
diariamente nos cinco pontos de medição de água com o histórico levantado por
estudos hidrográficos da região. "Em questão de qualidade e quantidade da
água, os benefícios são facilmente quantificáveis. E é melhor para a
concessionária do serviço investir na melhora do recurso in natura do que
gastar em estações de tratamento", aposta Devanir dos Santos.
Parceria
Integram o programa: a Agência
Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do DF; Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Agrícola; Companhia de Saneamento Ambiental; Instituto
Brasília Ambiental; Ministério da Integração; Universidade de Brasília;
Fundação Banco do Brasil; Banco do Brasil; Serviço Social da Indústria;
Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste; e as ONGs WWF e The Nature
Conservancy.
180 mil
População abastecida pela Bacia
do Ribeirão Pipiripau
PARA SABER MAIS
Polo agrícola
As águas do Pipiripau abastecem
180 mil habitantes de Planaltina. Na região existem cerca de 260 usuários
cadastrados nos bancos de dados da Ana e da Adasa, sendo que 78% deles fazem
uso da água para irrigação, principalmente de hortaliças, em especial por conta
do canal de irrigação Santos Dumont. Outros usos expressivos são a
dessedentação de animais e a aquicultura. As regiões agrícolas dessa bacia
hidrográfica ocupam cerca de 70% de sua área total. Portanto, é perceptível a
importância dessa rede de drenagem natural para o abastecimento humano e
produção socioeconômica local, bem como o conflito pelo uso da água existente
na bacia.
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