quinta-feira, 26 de abril de 2012
Como preparar uma crise institucional. Blog:
www.luisnassif.com.br
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No dia 1o de setembro de 2008, os Ministros Gilmar
Mendes, Cezar Peluso e Carlos Ayres Britto saíram da sede do STF (Supremo
Tribunal Federal) atravessaram a Esplanada dos Ministérios e entraram no
Palácio do Planalto para uma reunião com o presidente da República, Luiz
Ignácio Lula da Silva.
Foi
uma reunião tensa, a respeito da suposta conversa grampeada entre Gilmar e o
senador Demóstenes Torres. Os três Ministros chegaram sem nenhuma prova
concreta sobre a autoria ou mesmo a existência do tal grampo. Mas atribuíam-no
irresponsavelmente à ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) e exigiam de
Lula providências concretas.
No
auge da reunião, Gilmar blasonou: “Não queremos apenas apuração, mas punição”.
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Bastaria
Lula ter perdido a paciência e endurecido o jogo para criar uma crise
institucional sem precedentes, entre o Supremo e o Executivo. Sua habilidade
afastou o risco concreto de uma crise institucional, à custa do sacrifício do
diretor-geral da ABIN, delegado Paulo Lacerda, afastado enquanto durassem as
investigações.
Tanto
no Palácio como na Polícia Federal e no Ministério Público Federal sabia-se que
o grampo, se existiu, não havia partido da ABIN nem da Operação Satiagraha, já
que nenhum dos dois – Demóstenes e Gilmar – eram alvo de investigação.
Foi
aberto um inquérito na PF que concluiu pela não existência de qualquer indício,
por mínimo que fosse, de que o grampo tivesse existido.
***
O
país esteve à beira da mais grave crise institucional pós-redemocratização devido a uma conspiração envolvendo
Demóstenes Torres-Carlinhos Cachoeira, a revista Veja e, direta ou
indiretamente, o Ministro Gilmar Mendes.
***
Pouco
antes do episódio, o assessor da presidência, Gilberto Carvalho, foi procurado
por repórteres da revista com a informação de que ele também havia sido
grampeado. Descreviam diálogos que teria tido com interlocutores.
A
intenção era criar um clima de terror, passar ao governo a impressão de que a ABIN
e a Satiagraha haviam saído de controle e estavam espionando as próprias
autoridades. E, com isso, obter a anulação da operação que ameaçava o banqueiro
Daniel Dantas.
É
bem possível que os tais diálogos de Gilberto tenham sido gravados pelo mesmo esquema
Veja-Cachoeira que forjou um sem-número de dossiês, muitos deles obtidos de
forma criminosa e destinados ou a vender revista, impor o medo nos adversários,
ou a consolidar o império do crime do bicheiro.
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COMPORTAMENTO ANIMAL. Pássaros
'cultivam' plantas para atrair fêmeas
http://planetasustentavel.abril.com.br/
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Em
estudo que será publicado nesta terça-feira na revista Current Biology, um
grupo de cientistas mostrou que os pássaros-caramancheiros machos, ainda que
sem intenção, cultivam plantas em torno de seus ninhos para atrair fêmeas.
Embora não seja proposital, é a única espécie a 'cultivar' plantas com outra
intenção que não seja a alimentação além dos seres humanos.
Na
região onde o estudo foi realizado, os pesquisadores perceberam que o número de
plantas Solanum ellipticum, que têm flores lilás e frutos verdes, era muito
maior em torno dos ninhos dos caramancheiros do que em outros locais. Após
observações, os autores do estudo concluíram que os pássaros não selecionavam
regiões com maior incidência dessas plantas, mas que elas são cultivadas ao
redor dos ninhos. Para os pesquisadores, o plantio não é feito
intencionalmente, mas as plantas são originadas dos frutos trazidos pelos
machos para enfeitar o ninho.
A
descoberta foi feita por pesquisadores das universidades de Exeter
(Grã-Bretanha), Postdam (Alemanha), Deakin e Queensland (Austrália) em estudo
realizado com pássaros-caramancheiros do Parque Nacional Taunton, localizado em
Queensland, na Austrália. Esses animais, nativos da Austrália e da Papua-Nova
Guiné, são famosos por enfeitarem seus ninhos para atrair fêmeas. O nome
caramancheiro tem origem na estrutura que esses animais constroem seus ninhos,
os caramanchões.
Como
as fêmeas do caramancheiro são especialmente atraídas por machos cujos ninhos
têm bastantes frutos, eles coletam esses frutos e os espalham ao redor de seus
lares. Quando os frutos murcham, são espalhados pela região dos ninhos e dão
origem a novas plantas. Além de enfeitarem, os caramancheiros também limpam a
região onde vivem removendo ervas-daninhas e gramas dos arredores dos seus
ninhos, hábito que também favorece o florescimento de novas plantas.
Os
autores investigaram também os benefícios que essa relação pode gerar também
para as plantas. Como os machos caramancheiros mantém um ninho no mesmo local
por mais de dez anos, isso pode favorecer que plantas de longa duração se
estabeleçam no local.
Outra
característica dos caramancheiros que pode beneficiar as plantas é a capacidade
de seleção desses animais. Com base nos testes, os autores do estudo concluíram
que os frutos de plantas próximas dos caramanchões são levemente mais verdes do
que os encontrados em outros locais. Isso é provocado pela preferência que os
machos têm por frutos de tom mais verdes.
"Até
agora, os humanos eram a única espécie conhecida por cultivar plantas para
outros usos além de alimento. Nós plantamos por vários motivos: para produzir
drogas, roupas e inclusive para criar adereços usados para atração sexual, como
as rosas, mas parece que nós não somos os únicos nesse aspecto", afirma
Joah Madden, autor principal do artigo.
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Programa Mais Alimentos terá estande na Agrishow
2012 para ampliar inclusão de
agricultores familiares www.planalto.gov.br 25/04/2012
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O
Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) pretende ampliar a inclusão de
agricultores familiares do programa Mais Alimentos, por meio da participação em
grandes feiras tecnológicas no país, como a Agrishow 2012, que acontece entre
30 de abril e 4 de maio, em Ribeirão Preto (SP).
O
Mais Alimentos, que é uma linha de crédito do Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), cria condições para os
agricultores adquirirem caminhões e aumentarem a produção, com a vantagem de
pagar juros abaixo do mercado.
“A
inclusão dos agricultores é de extrema importância, pois insere tecnologia ao
meio rural, proporcionando um aumento na competitividade no mercado e trazendo
melhoria na qualidade dos alimentos”, disse o coordenador-geral do programa
Mais Alimentos, Marco Antônio Viana. A
expectativa dele é conseguir gerar R$ 40 milhões de negócios na Agrishow deste
ano.
Viana
destaca a importância do setor, já que “os produtos dos agricultores familiares
representam mais de 50% da alimentação dos brasileiros e mais de um terço do
PIB agropecuário”.
Durante
a feira, o MDA montará um estande a fim de divulgar o Mais Alimentos. Para os
técnicos do ministério, será uma oportunidade para conseguir captar mais
beneficiários e mostrar que pequenos agricultores familiares também podem
aderir ao programa, e não apenas os de grande porte.
Como
funciona o Mais Alimentos
Os
agricultores podem financiar projetos
individuais de até R$ 130 mil e coletivos de até R$ 500 mil, com carência de
três anos e até dez anos para pagar. Empréstimos de até R$ 10 mil têm juros de
1% ao ano e, acima de desse valor, os juros são de 2% ao ano.
De
acordo com o MDA, desde que foi lançado em 2008, o Mais Alimentos já financiou
mais de 44 mil tratores, 4 mil veículos de transporte de cargas, 300
colheitadeiras, beneficiando mais de 150 mil famílias em todo Brasil. O governo
federal já investiu aproximadamente R$ 6,5 bilhões em máquinas e equipamentos
agrícolas.
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Aprovada isenção de impostos a produtos destinados
a portadores de deficiência
Projeto
de Lei de Conversão 7/2012 foi aprovado nesta quarta no Plenário. Entre os
produtos estão impressoras em braile, teclados adaptados para deficientes,
partes e acessórios para cadeiras de roda e próteses. WWW.SENADO.GOV.BR 26/06
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Cota racial tem primeiro voto no STF. Relator
defende cota racial para universidades. Correio
Braziliense - 26/04/2012
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Relator
do processo que questiona a reserva de vagas para negros e pardos na UnB, o
ministro Ricardo Lewandowski votou favoravelmente à manutenção do sistema. O
julgamento será retomado hoje
Ministro
Ricardo Lewandowski destaca a importância da iniciativa na redução das
desigualdades sociais.Julgamento no Supremo será retomado hoje e firmará
jurisprudência para outras instituições de ensino
O
Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou ontem o julgamento sobre a legalidade
das cotas raciais da Universidade de Brasília (UnB). Único a votar, o relator
da ação protocolada pelo DEM, ministro Ricardo Lewandowski, manifestou-se pela
validade integral do sistema da UnB, que reserva 20% das vagas de cada
vestibular para candidatos afrodescendentes (negros e pardos). A decisão
firmará jurisprudência para as demais instituições de ensino superior.
O
julgamento foi suspenso à noite e será retomado às 14h de hoje. Nove ministros
ainda devem votar, com exceção de Dias Toffoli, impedido por ter atuado no caso
na época em que era o advogado-geral da União. Outras duas ações que tratam de
cotas raciais e sociais estão na pauta da sessão desta quinta-feira (veja
quadro).
Em
um plenário lotado, com direito à presença do diretor americano Spike Lee — que
ficou pouco tempo no STF porque não havia tradutores —, Lewandowski destacou
que aqueles que hoje são discriminados têm potencial para contribuir para o
avanço cultural da sociedade. Para o ministro, o sistema de cotas da UnB deve
ser mantido em atenção aos princípios constitucionais da razoabilidade e da
proporcionalidade.
"Justiça
social, mais que simplesmente distribuir riquezas, significa distinguir,
reconhecer e incorporar valores. Esse modelo de pensar revela a insuficiência
da utilização exclusiva dos critérios sociais ou de baixa renda para promover
inclusão, mostrando a necessidade de incorporar critérios étnicos",
afirmou o relator do caso.
Adotada
em 2004, a política de cotas da UnB tem validade de 10 anos. Atualmente, 57
instituições federais utilizam alguma forma de ação semelhante. Os sistemas,
segundo Lewandowski, devem funcionar com prazos limitados. "O modelo que o
STF tenta estabelecer, se meu voto for prevalente, não é uma benesse permanente
que se concede para um grupo social, mas uma ação estatal que visa superar uma
desigualdade histórica enquanto ela perdurar."
Único
negro entre os integrantes do STF, Joaquim Barbosa fez uma série de comentários
ao longo do voto do relator. Ele citou o presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama, como um grande expoente das ações afirmativas, uma vez que ele viveu uma
época em que aquele país adotou políticas para reverter o racismo que imperava
entre os norte-americanos. Já indicando o seu entendimento em relação ao tema,
Barbosa criticou todos os que combatem as cotas. "Basta ver o caráter
marginal daqueles que se opõem ferozmente a essas políticas", argumentou.
Advogada
do DEM, Roberta Kaufmann alertou que a imensa miscigenação que temos no Brasil
desde o início da colonização impossibilita distinguir quem é ou não afrodescendente.
"Não se discute nessa ação a existência de racismo, preconceito e
discriminação em relação aos negros em nossa sociedade. O que se discute é a
melhor forma de integrar os negros no país", frisou. Além da representante
do DEM, 11 advogados falaram em plenário, representando entidades interessadas
no processo. Em nome do governo federal, o advogado-geral da União, Luís Inácio
Adams, defendeu as cotas, sob a justificativa de que existe uma realidade
social que ainda reproduz discriminação.Esse modelo de pensar revela a
insuficiência da utilização exclusiva dos critérios sociais ou de baixa renda
para promover inclusão, mostrando a necessidade de incorporar critérios
étnicos"
Ricardo
Lewandowski, ministro do Supremo
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LITERATURA »
Poesia do movimento. Maranhense e paulista que vivem no DF lançam livros
de poemas influenciados por deslocamentos e distâncias. CORREIO BSB 26.04
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Lília
Diniz se inspirou no cordel para escrever Sertanejares
Sérgio
Avancine investe em poemas econômicos
Quando
os e-books parecem cada vez mais atraentes e baratos (apesar do preço ainda
assustador dos leitores digitais), a maranhense Lília Diniz investe no bom e
velho título de papel. Mas Sertanejares, quarto livro da poetisa, não é um
produto tradicional: os poemas foram impressos em papel kraft, mais escuro que
o comum, em formato parecido com bandeirinhas de festa junina, e o acabamento é
caseiro, com fragmentos de chita e embalagem feita da palha do babaçu. A edição
é independente, e Lília já vendeu 500 das mil unidades da primeira tiragem.
Para facilitar a entrada nas livrarias, ela criou um selo, Edições Lamparina.
Amanhã,
às 20h, na Casa do Cantador (Ceilândia), dentro do projeto Sexta do Repente, a
escritora lança o livro, em cujas páginas resgata tradições orais e um
vocabulário tipicamente sertanejo. No fim da coletânea das “poesias rimadas”, o
leitor encontra a seção “Palavreado”, com uma porção de expressões regionais:
de termos mais fáceis de decifrar, como passim (passo) e juêi (joelho), a
outros mais complicados, como encambitar (prender no cambito, feito de pedaços
de paus finos).
Nada
disso é por acaso. Lília Diniz nasceu no povoado de Creoli do Bina, próximo à
cidade de Imperatriz, para a qual se mudou aos 7 anos. O cordel foi a sua porta
de entrada para a leitura. “Fui alfabetizada lendo cordel. Chamo o que faço
mais de arremedo de cordel do que de cordel”, brinca. “A sonoridade, a liga, a
rima do cordel são muito fortes na minha vida. E adoro uma cantoria”, explica.
Sertanejares
é parte de um projeto que extrapola a poesia. Lília faz trabalho social com
comunidades do sul do Maranhão — uma biblioteca comunitária é mantida na
comunidade Vila São Luiz, em Davinópolis. Ela acredita que os versos podem
ajudar a resgatar a cultura oral e a riqueza vocabular que só as cidades do
interior têm. “Se você coloca isso no livro, fica plasmado. Esses falares ainda
são muito utilizados no interior. São ricos na poética dessas pessoas e cheios
de significados. Essas palavras fazem parte da nossa história e da língua
portuguesa. Algumas eu até ouço meus pais falarem, não sei o significado, mas
termino utilizando em várias situações”, diz a autora.
Entre
São Paulo e Brasília
Outro
poeta que leva para os versos uma sensibilidade geográfica é o paulistano
Sérgio Avancine. Boa parte do segundo livro de poemas, Lua e meia (Arte
Paubrasil), que ele lança hoje, às 17h30, na livraria Dom Quixote (CCBB), não
foi feita em Brasília. Avancine veio de
São Paulo para cá há dois anos, quando passou em um concurso público. “De
qualquer maneira, a cidade é impactante. O modo de vida de uma das maiores
metrópoles do mundo é diferente do modo de vida de uma cidade planejada. Essa
diferença de espaços tem me motivado a fazer coisas que certamente não faria se
ainda estivesse em São Paulo”, ele conta.
Avancine
gosta de andar. Se a distância exige caminhadas desumanas, ele adere ao
transporte público. “Esse caminhar permite que o olho vá fotografando uma série
de instantâneos da cidade”, diz. Às vezes, cenas inteiras ou palavras se
intrometem na rotina imóvel do concreto. A esses motivos, ele acrescenta o céu
e a lua. Quando se senta para escrever, o poeta tenta concentrar um grande
volume de impressões em poemas econômicos. “Eu falo pouco e procuro dizer o
essencial. No papel, também procedo dessa maneira”, explica. Como diz Avancine
em Virgulíneas, “se na vírgula respiro/ entre vírgulas cochilo”. A palavra é o
cotidiano em repouso.
SERTANEJARES
De
Lília Diniz. Edição independente, 102 páginas.
R$ 30. Lançamento amanhã, às 20h, na Casa do Cantador (Ceilândia, QNN
23, área especial G). Informações: 3378-4891.
LUA
E MEIA
De
Sérgio Avancine. Arte Paubrasil, 64 páginas. R$ 18. Lançamento hoje, às 17h30,
na livraria Dom Quixote (no CCBB; SCES, Tc. 2).
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MÚSICA. Sesc lança um portal de partituras com 300 obras de brasileiros. FOLHA SP 26.04
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DE SÃO PAULO - Está no ar a
biblioteca virtual do portal Sesc Partituras (www.sesc.com.br/sescpartituras),
que reúne cerca de 300 obras de artistas brasileiros contemporâneos e do
período colonial.
É possível fazer
"downloads" gratuitos de composições consagradas de Francisco Mignone
(1897-1986), Glauco Velásquez (1884-1914) e Guerra-Peixe (1914-1993), entre
outros.
A música popular é representada
por Adelmo Arcoverde, Fernando Cerqueira e João Rodrigues de Jesus. Novos
compositores, como Alexandre Schubert e José Orlando, também têm espaço.
O portal faz ainda a mediação com
os representantes das obras para os interessados em gravar as composições.
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