sábado, 12 de fevereiro de 2011

No mercado, Brasil é Meirelles e Salles

Fonte: folha.uol.com.br 12/02


Antes de vir a Berlim, "Tropa de Elite 2" passou, em janeiro, pelo festival de Sundance (EUA). E José Padilha diz ter saído de lá com vários distribuidores interessados em lançar o filme nos EUA.
Agora, é hora de abrir as portas europeias. "Tenho distribuidores na Alemanha e na França, mas tudo depende da reação do público."
O diretor brasileiro fica em Berlim até o dia 14 e retorna aos EUA, onde pretende fechar datas e parceiros para o lançamento internacional.
Apesar de ter esperanças de que "Tropa 2" consiga melhor distribuição que o primeiro, Padilha sabe que seu potencial, fora de casa, é reduzido. "Distribuir um filme brasileiro é distribuir um filme com legendas, que é limitado, que é tratado como uma categoria à parte. Nunca vai fazer sucesso", diz.
Para Catherine Buresi, codiretora do mercado de filmes do Festival de Berlim, os filmes latinos sofrem, também pela falta de agentes internacionais de vendas.
"Os grandes agentes não estão em países como Brasil e Argentina", diz. "Às vezes, os produtores não sabem bem como se posicionar."
Buresi diz que, no caso do Brasil, dois nomes tendem a atrair compradores: Fernando Meirelles e Walter Salles. "Mesmo que eles tenham só produzido o filme, são uma referência."

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Cinema

"Não quero conquistar nada", diz Hopkins

Fonte: folha.uol.com.br 11/02



Protagonista do thriller "O Ritual", que estreia hoje, afirma não planejar mais a carreira, pois "já fez tudo na vida'

Ganhador do Oscar interpreta um padre exorcista e contracena com a atriz brasileira Alice Braga no filme

Anthony Hopkins já fez um canibal, um lobisomem e será um deus no cinema. Hoje, estreia no Brasil como padre exorcista em "O Ritual". Em entrevista à Folha, o ator galês, 73, falou que já não procura conquistar mais nada na vida e apenas segue sugestões de seu agente para escolher novos trabalhos. Hopkins volta aos cinemas em maio com "Thor", no qual interpreta o deus Odin. Leia a seguir trechos da entrevista.


Folha - O senhor é católico?
Anthony Hopkins - Não.

É religioso?
Não sou ateu, seja lá o que isso quer dizer. Às vezes sou, às vezes não. Sou aberto.

Por que escolheu esse papel?
Quando li o roteiro, não estava muito certo, porque achei que seria um filme sobre coisas sobrenaturais. Mas meu agente disse para eu ler. É um dos filmes mais fascinantes que fiz em anos.

Por quê?
É um bom roteiro. O personagem que eu faço tem um grande conflito interior. Mas, apesar das dificuldades, ele mantém a fé a todo custo. Um jovem padre vem trabalhar com ele em Roma e tem suas próprias dúvidas. Há uma batalha entre os dois. É provocativo, complexo. Abriu meus olhos para ler mais sobre a história da Igreja Católica e a crise atual. Foi uma experiência profunda.

Como se preparou para fazer o personagem?
Aprendi latim e estudei italiano.

Visitou a escola de exorcismo do Vaticano?
Colin [O'Donoghue] foi. Ele conheceu alguns exorcistas. Havia um exorcista no set, enquanto filmávamos.

Como escolhe seus papéis?
Não planejo nem procuro mais nada. Meu agente me liga e nós conversamos. Não quero mais nada, não preciso conquistar coisa nenhuma. Já fiz tudo na vida.

Como foi trabalhar com Alice Braga?
Ela é adorável. Fizemos uma cena grande juntos. Fiquei preocupado com ela porque é muito intensa. E a cena precisava de energia. Eu tinha meio que agarrá-la, e ela foi ficando vermelha, roxa. Eu disse: "Você não deve fazer isso demais, pode se machucar".
Se você está atuando muito e passando por muita tensão, pode sofrer fisicamente. Então, eu sempre acreditei em fazer [uma cena] e depois relaxar. Mas, às vezes, os diretores insistem, pegam pesado, e isso não funciona.

O sr. se lembra de algum conselho que ouviu durante a carreira e que ainda carrega?
Apenas divirta-se o quanto conseguir. Tenha senso de humor. O mundo está tão politicamente correto, não há mais humor. É triste.

Já pensou em escrever livros?
Não. Quem vai querer ler sobre mais um ator? Tentei uma vez, me pagaram adiantado, mas devolvi o dinheiro. Não tenho interesse.

Voltaria ao teatro?
Não. Ralph Fiennes disse que eu precisava voltar, e respondi que preferiria qualquer outra coisa, qualquer emprego terrível. Felicidade para mim é não ter que ir ao teatro todas as noites interpretar o rei Lear.

Nem para ver peças?
Não. Chato demais.


O RITUAL
DIREÇÃO Mikael Hafström
PRODUÇÃO EUA, 2011
COM Colin O'Donoghue, Anthony Hopkins e Alice Braga
ONDE nos cines Bristol, Unibanco Pompeia, Marabá e circuito
CLASSIFICAÇÃO 14 anos
AVALIAÇÃO regular

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