Nova cirurgia a laser pode corrigir vista cansada
Técnica experimental reduz necessidade de óculos de leitura; problema atinge todas as pessoas após 40 anos
Fonte: folha.uol.com.br 17/02
Procedimento não exige corte externo na córnea; operação não "cura", mas melhora o foco, dizem os médicos
Nova técnica de cirurgia a laser promete corrigir a perda da capacidade de o olho focalizar de perto, ou "vista cansada", problema que atinge a todos depois dos 40.
A cirurgia, ainda experimental, é feita com um laser chamado Femtosegundo. A técnica não exige cortes na região externa da córnea.
Novas programações de tipos de laser já usados para outros problemas de visão têm mostrado resultados promissores na correção da presbiopia (vista cansada).
Outra técnica recente para o problema combina o Femtosegundo e o laser Excimer. Já foram feitas cerca de 2.000 cirurgias desse tipo no Brasil.
Hoje, a vista cansada só é tratada em cirurgias para outros problemas de visão, como miopia e hipermetropia. "Num míope com presbiopia, deixamos um pouco de grau da miopia num olho, pelo qual ele vê melhor de perto", explica Wallace Chamon, professor de oftalmologia da Unifesp.
As novas cirurgias fazem com que a parte central da córnea fique mais curva, aumentando o grau.
"Isso não "cura" presbiopia, mas melhora a focalização para imagens de perto", explica Paulo Schor, chefe de cirurgia refrativa da Unifesp.
As novidades serão apresentadas no congresso internacional de oftalmologia do Instituto da Visão da Unifesp, que começa hoje, em São Paulo. "Os resultados serão discutidos", diz José Álvaro Pereira Gomes, oftalmologista que preside o evento.
"Esse laser é menos invasivo, entra no centro da córnea sem cortar a camada externa. A recuperação é mais rápida e há, teoricamente, menos risco de infecção. Mas o uso na presbiopia é um procedimento pouco testado", diz Wallace Chamon.
A cirurgia a laser para tratar vista cansada é feita em consultório. A recuperação leva duas semanas.
Segundo José Álvaro Pereira Gomes, a Unifesp começará a fazer cirurgias para presbiopia com os lasers Excimer e Femtosegundo nos próximos meses.
Segundo o oftalmologista Mauro Campos, os riscos são baixos. O mais comum, afirma, é a insastifação do paciente com o resultado, ainda mais em quem nunca teve problemas de visão. "A cirurgia não elimina a necessidade dos óculos", reforça.
Em 60% dos casos, é preciso usar óculos ainda no fim do dia, sob pouca luz, para ver letras muito pequenas e em leituras extensas.
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MÚSICA
Filarmônica cai no frevo
Fonte: correioweb.com.br 16/02
Nesse ano, contrariando os versos da canção País tropical, de Jorge Ben, o carnaval ficou para o mês de março. Porém, nem por isso os adeptos da festa precisam esperar até lá para colocarem seus blocos nas ruas. Hoje, às 21h, na Sala Villa Lobos do Teatro Nacional, a Orquestra Filarmônica de Brasília, em uma iniciativa inovadora, homenageia o tradicional bloco de carnaval da cidade, Galinho de Brasília.
Sob o comando da regente Michelle Fiuza, a orquestra faz o anúncio do carnaval com muito frevo tradicional e participação dos músicos locais Ellen Oléria, Sandra Dualibe, Eduardo Rangel, além do não menos especial, Galinho. “O espetáculo será dividido em duas partes. Na primeira, os músicos interpretam suas canções com a orquestra e, na segunda, o frevo será a principal atração da festa”, conta a regente.
O concerto faz parte do projeto Popularizando a sinfonia e apresenta sua quarta edição. “Como em todas as outras vezes, a ideia é inovar no formato”, fala a presidente da orquestra, Fabianne Gotelipe. Segundo ela, o repertório será composto por frevos tradicionais como Os vassourinhas, Frevo sanfonado e Frevando o Galinho.
Com duração prevista para cerca de uma hora e meia, bonecos e passistas vindos do Recife darão o toque especial à noite de homenagens. “O Galinho se sente envaidecido”, orgulha-se o atual presidente e um dos fundadores do bloco, Franklin Maciel Torres. “Em 20 anos de carnaval em Brasília podemos dizer que essa apresentação é inédita. É um privilégio ter uma filarmônica tocando o ritmo mais famoso do carnaval”, destaca Franklin.
O homenageado
Há 19 anos e 20 carnavais, o Galinho de Brasília arrasta famílias da cidade em seus dois dias de apresentação. “O bloco sai no sábado e na segunda de carnaval”, lembra o presidente do clube.
A saudade das ruas de Olinda e Recife fez com que um grupo de amigos, liderados por Romildo Carvalho, idealizador e criador do primeiro estandarte do grupo, fizessem alusão ao bloco Galo da Madrugada e, assim, ao longo dos anos, o Galinho de Brasília sustenta, segundo Franklin Maciel, o título de maior baile à fantasia a céu aberto do mundo.
Com uma orquestra composta apenas por instrumentos de metais, num total de 40 músicos, o bloco tem 15 bonecos de destaque com mais de três metros e todo ano um motivo, além da alegria para botar as caras na rua. “Ano passado o tema foi os 50 Anos de Brasília e, nesse ano, vamos sair de pierrôs e colombinas”, brinca o presidente.
Ao longo de todos esse anos, Franklin ainda destaca que os foliões mais novos começaram a participar do bloco com apenas alguns meses e os mais velhos estão com cerca de 90 anos de idade.
Desde agosto do ano passado, a Orquestra Filarmônica de Brasília vem escolhendo datas comemorativas para apresentar seus novos arranjos em peças singulares. O primeiro foi a gravação do DVD Choro sinfônico, com a participação do músico Hamilton de Holanda, seguido pelo concerto em homenagem ao Dia da Consciência Negra. Na sequência, em dezembro, promoveu show natalino com o Coral Nota 10 .
A preços populares, a renda arrecada nos espetáculos é destinada ao projeto Viva arte viva que oferece oficinas gratuitas de música, teatro e dança para crianças carentes de Brasília e do Entorno. Os cursos infantis são realizados em convênio com escolas do DF e espaços públicos e privados. “Nós conseguimos juntar a alegria do carnaval com a iniciativa solidária”, completa a presidente da Orquestra.
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Economia criativa
Fonte: folha.uol.com.br 16/02
Ao criar a Secretaria de Economia Criativa, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, dá sinais de que sua pasta pretende replicar no Brasil iniciativas de países que investiram nessa área e incentivaram o desenvolvimento das chamadas "cidades criativas".
A economia criativa envolve atividades que produzem riqueza por meio da propriedade intelectual. No Reino Unido, o Departamento de Cultura, Mídia e Esporte (DCMS) considera que arquitetura, publicidade, artes, artesanato, design, moda, cinema, software, música, televisão e rádio fazem parte desse universo.
A Austrália foi o primeiro país a promover políticas voltadas para o setor, mas o termo só obteve projeção no fim da década de 1990, quando o primeiro-ministro britânico Tony Blair lançou a Força-Tarefa das Indústrias Criativas. No Brasil, estima-se que tais indústrias representem diretamente 2,6% do PIB -e que seus efeitos multiplicadores alcancem 16%.
O Ministério da Cultura (MinC) parece interessado sobretudo nas experiências das chamadas cidades criativas. Manchester, Liverpool e Barcelona são exemplos de centros urbanos que investiram em novas soluções arquitetônicas e urbanísticas, renovaram suas economias e emergiram da decadência para o patamar de polos de turismo com atrativos culturais.
Segundo a responsável pela nova secretaria do MinC, a ideia inicial é ocupar prédios históricos com atividades que gerem riqueza e inclusão social. Diga-se que já há no país iniciativas desse tipo, como a recuperação do centro antigo de Recife, que passou por mudanças para abrigar indústrias na área de software e games.
Resta saber o que a nova secretaria poderá acrescentar -considerando os limites da atuação do ministério. Desde já, ações nesse terreno exigiriam articulações, nem sempre fáceis, com outras pastas e instâncias de poder.
Não é demais lembrar, também, que a economia criativa é intensiva em mão de obra qualificada. Quem de fato gera valor nessa cadeia são os inovadores, pessoas cujo talento torna-se produtivo quando há investimento sistemático em educação e pesquisa. E nisso, como se sabe, o Brasil ainda tem muito o que avançar.
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Retina artificial pode ajudar alguns cegos a enxergar
DA ASSOCIATED PRESS
Por duas décadas, Eric Selby não enxergava e dependia de um cão-guia para se locomover. Mas depois de receber o implante de uma retina artificial em seu olho direito, ele pode detectar coisas normais, como o meio-fio e a calçada enquanto caminha pela rua.
"Basicamente, são flashes de luz que você tem que traduzir em seu cérebro, mas é incrível que eu possa ver alguma coisa", disse Selby, um engenheiro aposentado de Coventry, na região central da Inglaterra.
Há mais de um ano, o homem de 68 anos recebeu um implante artificial chamado de Argus 2, feito pela empresa norte-americana Second Sight, inserido cirurgicamente em seu olho direito. Reguladores holandeses são esperados nas próximas semanas para decidir sobre o pedido da empresa para comercializar o aparelho na União Europeia. Se a reposta for positiva, o implante será a primeira retina artificial disponível para venda.
Ele funciona com uma câmera de vídeo minúscula e um transmissor, instalados em um par de óculos e um pequeno computador wireless.
O computador processa as cenas captadas pela câmera e as converte em informações visuais na forma de um sinal eletrônico que é enviado ao implante. O dispositivo estimula as células sadias que restam na retina, fazendo com que elas retransmitam os dados para o nervo óptico.
Em seguida, a informação visual move-se para o cérebro, onde é traduzida em padrões de luz que podem se transformar na forma do contorno de um objeto. Os pacientes precisam aprender a interpretar os flashes de luz. Por exemplo, eles podem decodificar três pontos brilhantes como os três pontos de um triângulo.
O implante é indicado apenas para pessoas com um tipo específico de problema de retina, hereditário, quando as pessoas ainda têm algumas células funcionais. Elas devem ter sido capazes de enxergar no passado e seus nervos ópticos devem estar a funcionando. Cerca de uma em 3.000 pessoas são cegas devido a um deste grupo de doenças hereditárias, chamada retinite pigmentosa, e podem se tornar potenciais beneficiárias pela retina artificial.
O dispositivo custa um preço muito alto --cerca de US$ 100.000. Na Inglaterra, o serviço nacional de saúde, por vezes, paga caro por novas tecnologias para um pequeno número de pacientes, segundo Lyndon da Cruz, um dos médicos que testou a retina artificial, do Moorfields Eye Hospital, em Londres.
Ele disse que se a retina artificial permite que os pacientes sejam mais auto-suficientes, o implante pode sair mais barato do que os gastos com saúde dos governos.
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