segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Cespe inova com métodos diferenciados para a seleção de profissionais

Fonte: UnB.br 20/02

Análise profissiográfica e o mapeamento de competências, usados pela Polícia Federal, apontam aptidões necessárias para um melhor desempenho no trabalho



Nem só de concursos e avaliações vive o Centro de Promoção e Seleção de Eventos (Cespe) da Universidade de Brasília. A inovação em áreas como a produção científica e tecnológica é outra marca na trajetória da maior central de concursos do Brasil. Marca que acaba de ser reforçada com a entrada do Cespe em dois novos segmentos da seleção de profissionais no país: a análise profissiográfica e o mapeamento de competências.

O coordenador de Provas Práticas do Cespe, professor Luiz Mário Marques Couto, explica que as ferramentas são oferecidas para empresas ou órgãos públicos interessados em conhecer e aprimorar o perfil do profissional mais adequado à determinada função. “É possível fazer um levantamento detalhado das características desejadas para a melhor execução de tarefas específicas e usá-las no processo de seleção”, conta.

A análise profissiográfica é a primeira etapa do processo (veja arte). Por meio de entrevistas com profissionais que exercem a mesma função, uma equipe de especialistas levanta quais as atividades que, de fato, correspondem ao cargo. “Nem sempre as funções são compatíveis com as descritas na teoria”, observa Luiz Mário. “Um auxiliar administrativo de uma empresa X pode realizar tarefas diferentes de um auxiliar administrativo de um órgão Y”, completa o engenheiro civil.

Levantadas as tarefas do cargo, começa o mapeamento de competências. Nesta etapa, são apontadas as características desejadas para a melhor execução do trabalho, como, por exemplo, capacidade de concentração, agilidade corporal, memória apurada ou capacidade empreendedora. “Com essas informações em mãos é possível melhorar o desempenho profissional de acordo com as necessidades específicas da empresa ou órgão público”.

Segundo Luiz Mário, a aplicação das ferramentas, amplamente usadas em países europeus, mas ainda pioneira no Brasil, deve ser feita periodicamente. “O perfil de determinada função está em constante transformação”, afirma. O professor usa como exemplo a comparação entre a atividade de um policial militar no Rio de Janeiro hoje e na década de 1970. “Hoje os riscos são maiores, o que exige outras aptidões dos profissionais”.

POLÍCIA FEDERAL – A demanda para o desenvolvimento e a aplicação da metodologia, feita por um grupo de 10 psicólogos do Cespe, veio da Polícia Federal. Durante os últimos dois anos, especialistas trabalharam na avaliação psicológica – por envolver porte de arma – e no levantamento do perfil da atividade e das características adequadas ao exercício da função.

“Essa foi nossa primeira experiência, mas já estamos em negociação com outros órgãos do governo federal e com a Polícia Militar do Rio de Janeiro”, conta Luiz Mário. O coordenador ressalta a capacidade do Cespe de inovar diante das demandas da sociedade ou do mercado de trabalho. “A liderança do Cespe vem por aceitarmos os desafios que surgem e buscarmos oferecer uma solução diferenciada”.

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