Festival exibe filmes restaurados em SP
Fonte: folha.uol.com.br 01/02
"A Imagem Reencontrada" homenageia os 25 anos de mostra italiana dedicada a preservar obras clássicas
Evento começa hoje com os longas "Maciste no Inferno" e "A Caixa de Pandora"; Fellini também é destaque
Não haverá, é verdade, as magníficas exibições para 4.000 espectadores na Piazza Maggiore de Bolonha.
Nem um grande diretor homenageado.
Nem os debates com os grandes historiadores, restauradores ou críticos.
Mas, apesar disso, a primeira edição de "A Imagem Reencontrada" (Il Cinema Ritrovato) promete desde já tornar-se um dos grandes eventos cinematográficos de São Paulo.
O evento é uma tradição na Itália há 25 anos e sua essência consiste na exibição de filmes restaurados (a maior parte deles pela Cinemateca de Bolonha), sejam eles sonoros ou mudos, branco e preto ou coloridos.
É algo diferente, por exemplo, das Jornadas do Cinema Silencioso, que se realizam em São Paulo há alguns anos.
Em termos de apelo ao público, talvez a principal atração da mostra seja a exibição de "A Trapaça" (1955), um ótimo filme do italiano Federico Fellini (1920-1993), restaurado em 2001.
Ou ainda "Quando Explode a Vingança", de 1971, o último faroeste de Sergio Leone (1929-1989).
LOUISE BROOKS
Os cinéfilos que procurarão as projeções do Centro Cultural São Paulo, além de torcerem para que estejam com boa qualidade, não se conformarão em perder certos títulos propostos pelo curador da mostra, Guy Borlée.
A começar pelo mudo "A Caixa de Pandora" (1928), ponto alto da carreira do diretor alemão G.W. Pabst (1885-1967) e da estrela norte-americana Louise Brooks (1906-1985).
Mas convém não esquecer o longa "Maciste no Inferno" (1926), do italiano Guido Brignone (1886-1959), por vários motivos.
Primeiro, trata-se de um restauro recentíssimo, de 2009. Depois, de um dos heróis mais persistentes do cinema mundial.
Ele já marca presença no célebre "Cabiria" (1914) e suas aventuras mitológicas prosseguem até pelo menos 1973. Aqui, Maciste será levado ao inferno e enfrentará um enxame de demônios.
Não menos relevantes são as "Notas para Filmar Orestes na África" (1970), de Pier Paolo Pasolini (1922-1975) ou "O Posto" (1961), de outro importante diretor italiano, Ermanno Olmi.
GUY BORLÉE
"Redes" (1936), feito por Fred Zinnemann (1907-1997) no México, será pelo menos uma formidável curiosidade, assim como "De Volta à África", documentário de Daniel Rogosin (1960) sobre o apartheid na África do Sul.
Central nessa mostra será a mesa com o curador Guy Borlée, em que se poderá abordar as variedades, urgências, encantos e dificuldades do restauro, instituição quase desconhecida que impede o desaparecimento das imagens filmadas.
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Fãs fazem apelo a Benjor para levar LP de 1974 ao palco
Fonte: folha.uol.com.br 01/02
Campanha com vídeos postados no Facebook pede que artista resgate o álbum "A Tábua de Esmeralda"
Nomes da nova geração da MPB dão depoimento pedindo show do disco; por enquanto, Benjor só agradece pelo carinho
Se depender da voz do povo, um artista brasileiro que pode aderir ao "disco ao vivo" é Jorge Benjor. E ele nem estava pensando nisso.
Em outubro do ano passado, o jornalista carioca Bruno Natal criou no Facebook a conta "Queremos "A Tábua de Esmeralda" ao Vivo", disparando campanha para que Benjor leve ao palco, na íntegra, seu álbum de 1974.
O disco é o último que o artista gravou tocando violão. Depois disso, ele assumiu a guitarra e abriu uma nova fase em sua carreira.
É o disco favorito de Bruno, que é um dos integrantes do Queremos, coletivo que desde o ano passado traz shows internacionais ao Rio.
Foi um dos parceiros no grupo, Felipe Continentino, que sugeriu a inclusão de depoimentos em vídeo de pessoas falando sobre o disco.
"Não quero fazer nenhuma pressão no Jorge. Quem somos nós para dizer o que ele deve fazer, né?", explica Bruno, que pede nos depoimentos que as pessoas respondam apenas qual a importância do disco e por que desejam escutá-lo ao vivo.
O jornalista buscou depoimentos de gente de sua geração, fãs que, com menos de 30 anos, não viram Benjor tocar violão. Artistas como Nina Becker, Tulipa Ruiz, Emicida e Pitty postaram declarações apaixonadas.
Nina e Pitty destacam um lado místico do disco, uma "aura mágica". Lucas Santtana fala sobre a influência de Jorge em seu estilo de tocar guitarra e destaca a faixa que encerra o álbum, "5 Minutos", como "uma das mais belas e inspiradas gravações da história da MPB, perfeita".
O músico Curumin anexou ao depoimento um trecho do show no qual faz cover de "Os Alquimistas Estão Chegando", sucesso do álbum.
"Esses jovens nunca viram Jorge tocando violão. Seria importante ter essa experiência, eu nunca tive", conta Bruno, que compara o músico a Pelé. "Também não o vi jogar, mas para ele não adianta pedir, o físico não permitiria voltar ao futebol."
Benjor já postou duas vezes em seu Twitter agradecimentos à campanha, mas foi lacônico, sem dar esperanças de que o show saia.
Bruno espera que pelo menos mil pessoas tenham aderido ao movimento para, talvez, procurar Benjor pessoalmente. Sem pressionar, ele repete. Até ontem, 694 pessoas embarcaram na ideia.
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