domingo, 22 de janeiro de 2012
Governo
brasileiro lança sítio oficial com informações sobre Conferência Rio+20
Fonte: Ministério das Relações Exteriores
-
O
governo brasileiro lançou sítio oficial (www.rio20.gov.br) com informações
sobre a organização logística da Conferência Rio+20, a realizar-se no Rio de
Janeiro, no período de 13 a 22 de junho de 2012.
Durante
a conferência, o governo brasileiro colocará à disposição da sociedade civil
espaços para a realização de debates, encontros, seminários, exposições, entre
outros eventos paralelos relacionados à Conferência Rio+20.
As
entidades da sociedade civil que desejarem organizar evento em algum dos locais
oferecidos pelo governo brasileiro poderão pleitear espaços por meio do
Formulário de Intenção, disponível no sítio
www.rio20.gov.br/sobre_a_rio_mais_20/formulario
Os
formulários devem ser enviados até o dia 17 de fevereiro de 2012 para o correio
eletrônico rio20.sociedade@itamaraty.gov.br .
Memórias elétricas
Fotógrafo
que acompanhou o rock brasiliense na década de 1990, Patrick Grosner prepara
Geração Baré-Cola, documentário sobre o cenário musical da cidade naquele
período CORREO 22.01
-
uando
o assunto é rock de Brasília dos anos 1990, inevitável lembrar nomes como
Raimundos, Little Quail e Maskavo Roots, as três bandas que, em maior ou menor
grau, se destacaram nacionalmente. Mas a fauna roqueira que naquela década
proliferou pela cidade — melhor dizendo, por várias partes do Distrito Federal
— é muito mais numerosa e criativa do que reza o senso comum. Quem frequentou o
circuito de shows na época deve se lembrar de tantos outros grupos que ajudaram
a compor esse interessante cenário. Vinte e nove dessas bandas estão
representadas em Geração Baré-Cola, documentário que o fotógrafo brasiliense
Patrick Grosner pretende lançar até o fim do ano.
Grosner,
41 anos, é testemunha da maioria dos agitos, causos e histórias que estarão no
filme. “Morei no Canadá entre 1988 e 1990. Quando voltei para Brasília, o rock
estava bombando. Eu não tocava, mas já levava a fotografia a sério. Como sempre
gostei de música, as coisas convergiram e comecei a fotografar as bandas dos
meus amigos”, ele conta.
O
título Geração Baré-Cola reflete bem o espírito daquela época. “Ninguém usava
essa expressão”, explica Grosner. “O nome — uma antiga marca de refrigerante —
faz um contraste com a geração do rock de Brasília da década anterior, a
‘Geração Coca-Cola’. Nos anos 1980, a coisa era um pouco mais calcada nas
influências estrangeiras. A galera que veio depois, além de se preocupar mais
com a originalidade, olhava mais para o Brasil. As pessoas queriam misturar
sonoridades para fazer uma coisa nova — o que também aconteceu em outras
cidades brasileiras, mas aconteceu aqui antes de o resto do Brasil ter noção
disso”, continua o diretor.
Patrick
Grosner, o produtor Alisson Machado e as fitas VHS das quais foram tiradas
muitas das imagens do filme: "Tem coisas que ninguém viu, maravilhosamente
toscas", brinca Grosner
O
título também faz referência ao humor presente nas letras e posturas das
bandas. “Ninguém pensava em fazer sucesso ou se levava muito a sério”, lembra o
fotógrafo. “A banda podia ser de metal pesado, mas tinha letra engraçada”,
exemplifica.
O
filme começou a ser feito há menos de um ano e, originalmente, seria um
trabalho de faculdade — Patrick conclui o curso de cinema no fim do semestre.
Ele já tinha realizado quase todas as entrevistas quando formou parceria com o
produtor Alisson Machado. Pouco depois, o projeto foi contemplado com o FAC
(Fundo de Apoio à Cultura) e aguarda a liberação dos recursos para entrar em
fase de pós-produção. “O plano é estrear no festival de documentários É Tudo
Verdade, mas não sabemos se o filme fica pronto até lá. Se não conseguirmos,
vamos tentar lançar no Festival de Brasília”, conta Machado.
E
por falar no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o filme que abriu o
evento em 2011 foi justamente Rock Brasília, documentário de Vladimir Carvalho.
“Eu vi o filme do Vladimir e me emocionei”, lembra Patrick. “Mas o que me
deixou mais feliz foi perceber que o filme dele não tem nada a ver com o meu.
As histórias são outras, a minha preocupação é outra. A dele era os pais olhando
os filhos. No meu, falo dos amigos.”
Raridade
em VHS
Para
o documentário, Patrick Grosner entrevistou, ao longo de 2011, 34 músicos.
“Será um filme bem musical, com imagens de arquivo e fotos — as minhas e as
feitas por Zé Maria Palmieri e Paola Antony — intercaladas com depoimentos das
pessoas sobre aquele universo, as influências, o que era viver em Brasília no
começo dos anos 1990”, ele adianta. A única entrevista feita fora de Brasília,
em São Paulo, foi a de Rodolfo Abrantes, ex-vocalista dos Raimundos. “O
depoimento dele é a cereja do bolo.
É
o Rodolfo de sempre, em nenhum momento você vai achar que ele virou um cara
super-religioso — só quando ele aparece tocando com a nova banda dele.”
Entre
as imagens recuperadas de velhas fitas VHS, o diretor aponta alguns destaques,
como os democlipes das bandas (“Coisas que ninguém viu, maravilhosamente
toscas!”), filmagens de ensaios, shows, e gravações de fitas demo (que, aliás,
vão compor a trilha sonora do documentário). Em uma delas, o produtor Tom
Capone (1966-2004) aparece operando uma mesa de som. “Tem muito material raro.
Um dos que mais gosto é um vídeo experimental feito por Cleon Omar, estrelado
pelo falecido Fejão, um dos grandes guitarristas de rock que a cidade teve. É
um vídeo que chegou a ser premiado e aparece no documentário como uma grande
homenagem ao Fejão.”
Geração
Baré-Cola cobre um período que vai até 1994, ano que marca o lançamento do
primeiro disco dos Raimundos — banda que, assim como os colegas brasilienses
Little Quail, Maskavo Roots e Pravda, teve sua estreia lançada pelo selo
Banguela, parceria dos Titãs com o produtor Carlos Eduardo Miranda e a
gravadora Warner Music. “O filme conta o começo dessa história, como foi chegar
até lá”, ressalta Patrick. “Se você procurar na internet, vai encontrar toda a
trajetória dos Raimundos depois de 1994, mas pouca coisa sobre antes disso. O
meu filme surgiu justamente da vontade de deixar um registro audiovisual dessa
história.”
»
As bandas
1
Animais dos Espelhos
2
Akneton
3
BSB-H
4
Câmbio Negro
5 Deja
Vu
6 DFC
7
Divina Tragédia
8
Dungeon
9 El
Kabong
10 Feijon’s Band
11 Filhos de Menguele
12 Flammea
13 Kratz
14 Little Quail and the Mad Birds
15 Low Dream
16 Maskavo Roots
17 Os Alices
18 Os Cabeloduro
19 Os Cachorros das Cachorras
20 Os Wallaces
21 Oz
22 Pravda
23 PUS
24 Raimundos
25 Restless
26 Roque & Os Biles
27 Royal Street Flash
28 Vernon Walters
29 Zona
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Affonso Romano de Sant,Anna
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www.affonsoromano.com.br
Ler
a cidade
O
Instituto de Arquitetos do Brasil (Rio) resolveu fazer uma série de debates
para entender melhor as transformações por que está passando o Rio de Janeiro. CORREO 22.01
-
Para
o sexto painel mediado por Sidney Rezende, estive ao lado do artista Vik Muniz
e da historiadora Maria Alice Carvalho. Atualmente, 40 escritórios de
arquitetura do país estão fazendo projetos para acabar de vez com a ideia de
“favelas” e incorporar as “comunidades” à vida normal da cidade. É um modelo
que pode interessar a outras cidades brasileiras.
Não
sou arquiteto nem urbanista. Sou um poeta pasmo diante dos enigmas. Por isso,
achei curioso e desafiante que me convidassem para essa discussão. Mesmo porque
Platão, quando imaginou a República ideal, expulsou delas os poetas, pois, para
aquele filósofo, eles não produziam nada de prático e ainda tumultuavam a
cabeça das pessoas com suas metáforas.
Ler
a cidade. Levei isso como tema, seja porque publiquei recentemente o livro Ler
o mundo, seja porque vivemos uma situação curiosa. Volta e meia se fala da
“selva das cidades” — uma imagem forte e verdadeira. Ou seja, somos índios que
não deciframos a nossa selva, enquanto o índio autêntico sabe perfeitamente
andar e viver na sua selva. O desafio, portanto, é domesticar a selva urbana.
E
eu dizia que o Rio está vivendo uma experiência histórica: a incorporação de
600 territórios antes ilhados, ocultos e malsinados, à cidade. As próximas
Olimpíadas, a Copa do Mundo e uma administração mais eficiente propiciaram
“ler” a questão das favelas de modo diferente. Tudo é “leitura”. Toda mudança
de conhecimento vem de um novo modo de “ ler” o real. E nesta cidade todo mundo
está aprendendo a “ler” a vida. Os policiais, os traficantes, os turistas, o
cidadão comum, todos estão “relendo” as favelas e a cidade de outro modo.
Moro
neste prédio, ao lado de uma favela, em Ipanema, há 40 anos. Já vi de tudo.
Tiroteios noite e dia, cadáveres envoltos em lençol e até estive ao lado da
princesa Anne, da Inglaterra, quando ela subiu o morro para ver coisas que ela
só lia em livros. Quando vinha visitas à minha casa, temia que chegassem ao
terraço e levassem uma bala perdida. Meu apartamento estava desvalorizado em
dois terços do valor. Agora, nem eu o poderia comprar.
Hoje,
mostro com orgulho as duas torres de 15 andares, o elevador que leva os
ex-favelados às suas casas. Os tiroteios acabaram. A boca da favela deixou de
ser aquela cena que Aluisio Azevedo havia descrito em O cortiço no século 19.
É
o ideal? Não. Há problemas graves por todo lado. Mas algo fundamental
aconteceu. Em vez de incursões policiais punitivas, no lugar de inaugurar uma
bica ou uma escola, passou-se para uma ação sistêmica, integrada. Passou-se a
incorporar um “território” antes ao deus-dará.
Então,
penso. O projeto de incorporação dessas 600 favelas se dá no momento em que 30
milhões de pessoas no país entram na sociedade de consumo. É a emergência da
classe C. Essa classe está aprendendo a “ler” o mundo, está tendo acesso a
outros códigos. Está recebendo benefícios, mas aprendendo que tem que parar de
fazer “gatos” na rede elétrica e começar a pagar impostos. Os criminosos estão
sendo obrigados a sair da barbárie. Eles sempre existirão. Mas deixarão de
ostentar fuzis AR-15 ou de erguer cabeças de inimigos cortadas em cima de caixa
d’água.
Quando,
há uns 50 anos, removeram as favelas da Zona Sul do Rio para a Cidade de Deus,
os administradores se surpreenderam, porque os favelados continuaram a criar
galinhas e cabritos em seus novos apartamentos, alguns até fizeram horta nos
banheiros. Foram transplantados apenas. Faltava uma ação sistêmica, uma outra
leitura do mundo.
Se
o Brasil quer ingressar no chamado Primeiro Mundo, que aprenda a ler, a
interpretar seu papel interna e externamente. Parece que há uma semelhança
entre a incorporação dessas 600 favelas à cidadania e a passagem do Brasil para
o rol dos países de ponta. Estamos todos em transformação: o Brasil está
deixando de ser um país marginal. E isso exige nova leitura.
"O
Rio está vivendo uma experiência histórica: a incorporação de 600 territórios
antes ilhados, ocultos e malsinados,
à
cidade"
>>>>>>
BRASíLIA COLONIAL »
Três séculos de história e tradição
Existem
ao menos 390 edificações centenárias localizadas no Distrito Federal e em cinco
cidades goianas do Entorno. São obras ainda frequentadas e habitadas por
descendentes das famílias que viviam no Planalto Central antes da construção da
nova capital CORREO 22.01
-
Como
os antepassados, os irmãos Palmira e Luís vivem da extração na margem do Rio
das Almas, em Pirenópolis
Esqueça
os candangos e os grandes empreiteiros dos anos 1950. Muito antes dos caminhões
cruzarem a poeirenta Brasília em construção, portugueses se apoderavam das
terras hoje ocupadas pelo Distrito Federal e pelos municípios goianos do
Entorno. Seus escravos africanos erguiam casas, lojas e igrejas. Eles eram a
base de uma sociedade que tinha no topo os ricos donos de imensas fazendas e
suas submissas mulheres. As propriedades rurais, tomadas por gado e
cana-de-açúcar, alimentavam pequenas cidades e vilas, habitadas por padres,
militares, comerciantes, artesãos e funcionários públicos. Os núcleos
populacionais estavam ligados por trilhas e raras estradas de terra,
percorridas por tropeiros em lombo de burro e carros de boi. Muitos viajavam em
busca de ouro.
Cenário
comum a Minas Gerais, Bahia, São Paulo, Pernambuco e ao Rio de Janeiro dos
séculos 18 e 19. Porém, no quase isolado Planalto Central, a vida era mais
difícil, principalmente para quem tinha poucas posses. Realidade pouco alterada
até o começo da construção de Brasília, mas ainda desconhecida da maioria dos
brasilienses e dos demais brasileiros. Para recuperar essa parte da história do
país, uma equipe do Correio passou uma semana visitando cidades e fazendas
centenárias dos arredores da capital. Percorreu mais de 1 mil km em estradas de
asfalto, de terra e em trilhas. No caminho, encontrou os originais de
documentos datados de até 300 anos,
casarões centenários intactos e em ruínas, povoados e fazendas que parecem ter
parado no tempo, descendentes de poderosos latifundiários e de escravos,
pesquisadores e moradores que lutam para preservar a memória da região.
O
resultado dessa apuração o leitor confere a partir de hoje, na série “Brasília
colonial”. As reportagens vão revelar a riqueza secular dessas terras e o que
ainda resta delas. Tesouro pouco explorado turisticamente pela maioria dos
atuais donos e ainda nem mapeado completamente pelo governo ou pela comunidade
científica. Em seu levantamento, o Correio contou ao menos 390 edificações com
mais de 100 anos e em estilo colonial, em um raio de até 200km de Brasília. São
igrejas, casarões, presídios desativados e antigos armazéns. No DF, os prédios
ficam em Planaltina e no Park Way. Em Goiás, eles estão nas áreas rurais e
urbanas de Cidade Ocidental, Corumbá, Formosa, Luziânia e Pirenópolis.
Em
busca de ouro
Os
primeiros povoamentos ao redor do atual Distrito Federal surgiram em função da
colonização das terras dos índios da etnia Goyá (grafia antiga) e da corrida ao
ouro no Brasil. Mais antigo dos núcleos urbanos da região, Pirenópolis,
distante quase 140km de onde seria erguida a nova capital do país, começou a
ser ocupado em 1727, quando um grupo de bandeirantes portugueses, vindo de São
Paulo, ali fundou as Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte.
Os
desbravadores já sabiam da existência do ouro, tanto que, logo após montar
acampamento, se lançaram à cata do precioso metal no leito do Rio das Almas.
Eles passavam o dia revirando e lavando o cascalho das margens até poder apurar
o ouro com bateia, em um dos mais antigos métodos de garimpagem. Oriundos do
norte de Portugal, região do Porto, e da Galícia, em sua maioria, os
portugueses logo trataram de construir casas e igrejas, formando um arraial. A
ainda imponente Igreja Matriz, cartão-postal do município, eles construíram por
volta de 1728 a 1731.
No
mesmo período, bandeirantes rumavam para o que viria a ser Corumbá, a vizinha
mais próxima de Pirenópolis. Também atraídos pelo ouro, fixaram acampamento na
margem esquerda do Rio Corumbá e, em 8 de setembro de 1730, fundaram o arraial
de Nossa Senhora da Penha do Corumbá. Ergueram ranchos de pau a pique, com chão
de terra batida e cobertura de palhas de buriti. Um deles virou capela. Os
outros serviam de moradia aos bandeirantes e a seus escravos. Coube aos negros
plantar roças de cereais para abastecer o arraial. Acima dessas plantações,
havia uma clareira na mata ciliar, onde hoje está a Praça da Matriz, que servia
de pasto aos cavalos dos pioneiros de Corumbá.
Igrejas
separadas
Uma
década depois, à procura de novas minas de ouro, o bandeirante Antônio Bueno de
Azevedo partiu de Paracatu (MG), acompanhado de amigos e escravos, em direção a
Goiás. Mas não tinha direção certa. Em 13 de dezembro de 1746, enquanto
descansava às margens de um córrego, viu pepitas de ouro. No dia seguinte,
ergueu um cruzeiro e dedicou as minas e o povoado à Santa Luzia, futura
Luziânia. A notícia logo se espalhou. Em menos de um ano, o arraial tinha mais
de 10 mil habitantes. Uma enormidade para a época.
Como
em Pirenópolis, a primeira grande edificação de Luziânia foi a Matriz, que
começou a ser erguida em 1765, sendo inaugurada em 1767. Mas só a população
branca podia frequentá-la. Com isso, os negros começaram a erguer, em 2 de
junho de 1769, a Igreja do Rosário. Os dois templos continuam de pé, mas apenas
o dos negros mantém a estrutura original. Após um ano de trabalho, o prédio foi
reaberto, completamente restaurado, em setembro do ano passado. Ele fica no
ponto mais alto da Rua do Rosário, onde se concentram os prédios históricos da
cidade, hoje com mais de 160 mil habitantes.
Mas,
muito antes de atingir essa população, Luziânia viveu uma fuga em massa, devido
ao declínio dos garimpos. A população caiu de 10 mil habitantes, no pico da
mineração, para pouco de mais de 2 mil, ao fim da exploração do ouro. A minoria
branca ficou nas poucas casas do vilarejo e nas sedes das fazendas, que viviam
da produção de cana-de-açúcar e da criação de gado. Os escravos que não
trabalhavam nas propriedades rurais formaram comunidades em volta delas. A mais
famosa, a do Mesquita, fica na área rural da Cidade Ocidental, a cerca de 50km
de Brasília e a 25km de Luziânia, onde descendentes dos senhores de engenho e
dos escravos conservam a cultura dos ancestrais.
Fogão
a lenha
Em
pequenas chácaras e ainda grandes fazendas, brancos e negros criam galinhas e
porcos soltos, fazem doces e todo tipo de comida em fogões a lenha. “Não gosto
da cidade, gosto das coisas antigas”, afirma Benedito Gonçalves Soares, 78
anos, herdeiro de uma das mais tradicionais famílias da região. Ele e dois dos
seus irmãos mantêm duas fazendas com características originais. Em ambas, os
casarões, com mais de 200 e 300 anos, foram recentemente restaurados. As
propriedades ficam no limítrofe de Goiás com o DF, ao lado de onde surge um dos
mais modernos e caros condomínios da capital.
A
fim de satisfazer o marido, Benedito, Zilda Rodrigues Gonçalves, 76 anos,
acorda cedo para fazer, diariamente, bolos e biscoitos, sempre no fogão
alimentado a lenha. “Gostaria de morar na cidade, mas meu marido não sai daqui
por nada”, pondera ela, descendente de uma das mais poderosas famílias de
Luziânia. “Meus bisavós tinham uma fazenda grande, com um casarão de 300 anos e
uma senzala, mas depois venderam e acabaram com tudo”, lembra.
Zilda,
Benedito e os filhos contam com a ajuda de descendentes de escravos para manter
a casa e toda a propriedade em ordem. Os negros, em sua maioria, moram no
povoado Mesquita, reconhecido recentemente como área remanescente de quilombo.
Apuração
Instrumento
semelhante a uma bacia com o fundo afunilado usado por garimpeiros para separar
o ouro dos outros materiais, já que o ouro, por ser mais pesado, se concentra
no fundo da bateia, e o que não interessa vai caindo na água.
Fênix
goiana
Mesmo
sem a exatidão da data, a Igreja Matriz de Pirenópolis é certamente o mais
antigo templo católico da Região Centro-Oeste. Mas ela acabou quase
completamente destruída por um incêndio em setembro de 2003, que queimou
altares, sinos e imagens originais.
O
Iphan reconstruiu o templo.
Emancipação
O
núcleo residencial surgiu em 1974, quando uma fazenda foi vendida à Construtora
Ocidental — daí a origem do nome —, que ergueu um empreendimento com milhares
de casas. Na época, ele fazia parte do município de Luziânia, do qual se
emancipou apenas em 9 de dezembro de 1990.
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Folha lança coleção de fotos antigas do Brasil
Publicação
com 20 volumes traz fotografias que contam parte da história do Brasil entre os
anos de 1840 e 1960
No
próximo domingo, chegam às bancas os dois primeiros títulos da coleção Folha
Fotos Antigas do Brasil. FOLHA 22.01
-
Os
20 volumes da coleção trazem uma seleção das mais importantes fotografias
feitas no país desde a chegada da técnica fotográfica, em 1840, até a
inauguração da cidade de Brasília, em 1960.
O
primeiro volume se dedica a mostrar o processo de transformação urbana de São
Paulo, que passou de uma pequena vila de 30 mil habitantes a uma metrópole.
A
coleção inédita de imagens antigas, organizada de forma temática, procura
mostrar grandes acontecimentos e cenas do cotidiano do país.
Trata-se,
portanto, de uma história ilustrada -uma história da sociedade, do cotidiano,
da economia e da política do país contada por intermédio da fotografia.
As
cenas foram captadas com maestria pelas lentes de fotógrafos renomados e
anônimos que, pelo pioneirismo, entraram para a história como testemunhas
oculares.
Entre
eles estão Marc Ferrez (1843-1923), Thomas Farkas (1924-2011) e Pierre Verger
(1902-1996), que protagonizaram o processo de difusão e consolidação da
fotografia como arte no Brasil.
As
cerca de 900 imagens que compõem a coleção fazem parte dos principais acervos
públicos e privados do país, como o Instituto Moreira Salles (Rio de Janeiro),
o Arquivo do Estado de São Paulo (São Paulo), a Fundação Pierre Verger (Bahia),
a Biblioteca Nacional e o Arquivo Nacional (Rio de Janeiro).
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