quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
EXECUTIVO » Verba
para investir em museus
Governo
federal garante R$ 2,8 milhões, recursos que serão aplicados em sete espaços
culturais no Distrito Federal. A medida tem o objetivo de melhorar e até
recuperar as unidades a fim de receber os turistas na Copa do Mundo, em 2014. CORREIO 03/12
-
Catetinho
é um dos espaços que serão beneficiados com os recursos: reforma em andamento
Os
museus do Distrito Federal vão ganhar um relevante aporte. O Ministério da
Cultura (MinC) repassará R$ 2,8 milhões ao governo local a fim de garantir a
modernização dos espaços. O objetivo é melhorar a infraestrutura dos prédios,
construídos na época da inauguração da capital da República. A fiscalização da
aplicação do montante será feita pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram),
órgão técnico vinculado ao MinC responsável por garantir os recursos federais.
“Existe um conjunto de investimentos que há muito tempo não se fazia em
Brasília e que agora o Ibram quer ajudar a melhorar”, afirma o presidente do
órgão, José do Nascimento Júnior.
Sete
espaços serão beneficiados com os recursos: Museu do Catetinho, da Cidade,
Memorial dos Povos Indígenas, Museu de Arte de Brasília, Nacional da República,
Vivo da Memória Candanga e Espaço Cultural 508 Sul. A modernização incluirá a
compra de novos equipamentos multimídia e audiovisuais. Também estão previstos
investimentos em segurança e na qualificação dos funcionários e renovação das
exposições.
Segundo
Nascimento Júnior, o repasse é resultado de uma série de discussões para a
realização de ações comuns entre o governo federal e o Executivo local. Entre
outras medidas, estão a criação de uma rede distrital de museus e a adaptação
das unidades para o Estatuto dos Museus. “Tem todo um conjunto de ações e
discussões feitas ao longo dos últimos anos que precisavam ter início prático”,
diz o presidente do Ibram.
Motivos
Um
dos principais motivos para o investimento no setor é o fato de Brasília ser
uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. A intenção é oferecer boas opções ao
turista que visitará a capital. Além disso, a própria cultura museológica tem
se ampliado no Brasil. De acordo com o Ibram, são 3.117 museus no país e a
média anual de visitação está em 25 mil pessoas por unidade. Isso significa que
78 milhões de pessoas têm ido a esses espaços. “O crescimento da economia tem
dado condições para as pessoas colocarem essas visitas na cesta básica”,
explica Nascimento Júnior.
Em
novembro, o GDF e o Ministério da Cultura se reuniram para discutir o projeto
Esplanada dos Museus. A proposta é construir cinco unidades até o campeonato
mundial de futebol: dos Esportes, de Arte das Américas, da Democracia, da
Biodiversidade e da Diversidade Cultural. O governo local estuda os locais
possíveis para instalar os novos espaços, enquanto o MinC está responsável por
captar recursos e estabelecer as parcerias. Além disso, o governador, Agnelo
Queiroz, deseja implantar uma gestão compartilhada do Museu da República com o
governo federal .
>>>
URBANISMO »
Centro histórico modificado
Mesmo
após 150 anos desde a fundação de Planaltina, algumas edificações do Setor
Tradicional resistem ao tempo. Outras, como o antigo Hotel Ouro . CORREIO
03/12
-
O
casarão da Dona Nigrinha, localizado na Rua 13 de Maio de Planaltina, acabou
colocado à venda: deterioração
A
paisagem bucólica de Planaltina se transformou com o passar do tempo. A
transferência da capital para o Planalto Central trouxe o desenvolvimento à
região, mas modificou a cidade antiga com ar interiorano. Carregadas de
histórias, as casas de adobe saíram de cena e deram lugar a construções
modernas e vultosas. As fotos guardam a única lembrança dos casarões coloniais
que abrigaram os primeiros moradores de Planaltina. Mais de 150 anos depois,
porém, algumas edificações ainda resistem à ação do tempo e do descaso.
Na
Rua Coronel João Quirino, no Setor Tradicional de Planaltina, a modernidade
venceu a preservação da história. O casarão onde funcionava o antigo hotel Ouro
Fino foi derrubado no fim de 2009 para a construção de um outro prédio. Os
moradores mais resistentes à transformação denunciaram o caso. “Os
proprietários destroem as casas aos poucos, longe dos olhos de todo mundo e
quando a gente vê não sobrou mais nada”, lamentou a presidente da Associação
dos Amigos do Centro Histórico de Planaltina, Simone dos Santos Macedo.
Já
o casarão da dona Nigrinha, localizado na Rua 13 de Maio, resiste em pé à ação
do tempo. Ele pertencia ao madeireiro Zé Baiano e à esposa, que deu nome à
construção. Após a morte do casal, o imóvel ficou para uma filha de criação,
que tenta vendê-lo. Para evitar uma nova destruição, Simone Macedo procura um
comprador interessado em preservá-lo. “Ele fica num ponto estratégico, entre
duas praças, mas está bastante deteriorado. Há um projeto de restauro feito por
um ex-aluno da Universidade de Brasília (UnB) e já sugerimos que a própria
instituição compre a casa”, adiantou.
Cuidado
A
preservação dos casarões depende da vontade dos donos. A antiga casa do avô
paterno da professora aposentada Marilda Guimarães, 68 anos, chama a atenção de
quem passa na esquina da ruas Hugo Lobo e 13 de Maio. Em 2007, o imóvel passou
por uma reforma e Marilda optou por manter a estrutura original. “Nossa família
é muito ligada à preservação, senti que tinha a obrigação de fazer isso”,
disse. O local serviu de moradia para o delegado e avô da professora na
primeira metade do século 20, Antônio Gonçalves Guimarães, e depois como
coletoria federal, onde os impostos eram cobrados. “No início, enfrentamos
resistência dos trabalhadores, que queriam usar materiais novos, mas precisei
mostrar a eles o valor da restauração”, contou Marilda.
E
foi esse cuidado que despertou a atenção da professora Maria Dalva Trivellato,
54 anos. Ela se mudou para Brasília há três meses e, desde dezembro, vive no
imóvel que já foi do delegado da cidade. “Me encantei com a fachada e vi que
estava para alugar. Pensei em morar aqui na hora”, lembrou. Um detalhe na
parede da garagem desperta a curiosidade de quem a visita. Marilda preservou um
pedaço da parede, feita de barro, e colocou uma identificação ao lado. “Achei
muito interessante esse cuidado, gosto muito desse trabalho. Quando morava em
Minas Gerais, meu passeio era visitar a cidade histórica de Ouro Preto”, contou
Maria Dalva.
A
dona do hotel O Casarão, Geralda Maria Vieira, 81 anos, também resistiu à ação
do tempo. Ela se mudou para Planaltina há 51 anos, comprou o imóvel e o mantém
até hoje. “A cidade cresceu muito, gosto do progresso, mas também de proteger
essa área que nos traz muitas lembranças”, defendeu. A casa fica na praça
Coronel Salviano Monteiro, no Setor Tradicional, próximo a outras edificações
que ainda estão de pé como os casarões da dona Morena e da dona Nilda, a antiga
Prefeitura e a Casa de Câmara e Cadeia. Até um pé de jenipapo está na lista de
tombamento da associação. “A gente ouve falar que ele serviu como a primeira
cadeia pública da região, queremos tombá-lo e recuperar a praça também”,
explicou Simone.
Dificuldades
Segundo
o superintende do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no
Distrito Federal (Iphan-DF), Alfredo Gastal, a grande dificuldade do governo é
proteger o patrimônio da destruição que ocorre atrás dos muros. “A maioria
desses prédios é particular, o que dificulta o processo de preservação”,
explicou. Ele desaprova o descaso com o Setor Tradicional, mas justifica que o
Iphan-DF também não tem estrutura para resolver o problema da região. “Isso é
complicado porque exige uma estrutura que não temos, mas estamos abertos a
discussões. Esse patrimônio merece ser preservado e o GDF pode fazer isso”,
sugeriu.
O
diretor de preservação da Secretaria de Cultura, Jonatas Barreto, explicou que
somente o Museu Histórico de Planaltina e a Igreja de São Sebastião são
tombadas pelo Governo do Distrito Federal, e o órgão não pode intervir nas
edificações que não são protegidas. “Precisamos começar um processo de
tombamento que é longo, precisa de muitos estudos e aprovações. Sabemos da
descaracterização, mas estamos de mãos atadas pela lei. Só podemos agir nas
imediações se houver interferência das edificações tombadas”, explicou. Ele
defende a educação patrimônio entre a população para evitar mais destruições.
Conservação
O
grupo surgiu em 2007 após uma parte da estrutura da igreja de São Sebastião ser
destruída. O episódio despertou em alguns moradores a necessidade de preservar
a cidade que guarda muitas histórias da ocupação do Planalto Central. Desde a
fundação,
os membros da associação trabalham para defender a
preservação e o tombamento do patrimônio histórico.
>>>>
Luiz
Carlos Prestes. Família doa acervo ao
Arquivo Nacional. O POPULAR 04.01
-
Rio
- Um documento clandestino de fevereiro de 1976 acusando 233 integrantes do
regime militar de serem torturadores integra o acervo do líder comunista Luiz
Carlos Prestes (1898-1990), doado ontem por sua família ao Arquivo Nacional.
Entregue
a Prestes, então exilado em Moscou, na segunda metade dos anos 70, por
emissários do Partido Comunista Brasileiro (PCB), o Relatório da 4ª Reunião
Anual do organismo revela algumas surpresas. Uma delas: denúncias de tortura
foram repassadas por militares dissidentes, que continuavam nas Forças Armadas,
mas discordavam da ditadura de 1964. As 32 páginas datilografadas são apenas
parte da documentação que era mantida por Prestes, catalogada pela família em
sete pastas e cujo conteúdo será digitalizado e colocado na internet, à
disposição de pesquisadores.
"Eu
já vinha acumulando este acervo, havia alguns anos. Depois da morte do Prestes,
doei a maioria dos documentos para a Unicamp. E tem também um museu em
Tocantins, aonde eu mesmo levei a escultura e montamos um museu. Fiquei três
meses lá, pesquisando as cidades onde a Coluna (Prestes, movimento
revolucionário da segunda metade dos anos 20) passou e ainda recolhendo muitos
materiais de 1924, manifestos, jornalzinho, panfletos de quando a coluna
passou. Isso está tudo lá no museu", relatou Maria do Carmo Ribeiro, viúva
do líder comunista.
A
lista com os supostos torturadores foi divulgada na segunda metade dos anos 70,
pela imprensa alternativa, de oposição.
>>>>
CRÍTICA INSTRUMENTAL. Álbuns
reeditados recuperam dois momentos distintos de Gismonti. Dois
clássicos de Egberto Gismonti editados pelo selo alemão ECM retornam às
prateleiras nacionais: "Dança das Cabeças" e "Infância". FOLHA
SP 04.01
-
Representando
alguns dos momentos mais expressivos da carreira de Gismonti, 64, os discos
trazem formações e propostas distintas.
Gravado
em 1976, "Dança das Cabeças" é um duo com o percussionista Naná
Vasconcelos. Com temas sugestivos como "Tango" e
"Bambuzal", o trabalho de enorme repercussão e abriu o mundo aos dois
instrumentistas.
Gismonti
tem no piano e no violão seus veículos de expressão mais significativos. Entre
o popular e o erudito, ele desenvolveu uma obra refinada e de grande impacto
internacional.
"Infância",
que também está sendo editado em vinil, retrata um universo diferente. Registro
de 1990, o álbum é marcado pelo diálogo entre teclas e cordas, tendo o
acompanhamento de Nando Carneiro (sintetizadores), Zeca Assumpção (baixo) e
Jacques Morelenbaum (violoncelo).
Os
relançamentos fazem parte de uma nova parceria entre o ECM e a gravadora
paulista Borandá. Nos próximos meses, mais títulos do instrumentista voltarão
às lojas, ao lado de outras preciosidades do ECM.
DANÇA
DAS CABEÇAS /INFÂNCIA
ARTISTA
Egberto Gismonti
GRAVADORA
ECM/Borandá
QUANTO
R$ 44,90 (cada um)
AVALIAÇÃO ótimo ("Dança das Cabeças") e
bom ("Infância")
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário