domingo, 15 de janeiro de 2012
Morre, aos 91 anos, Seu Teodoro, um dos mestres da cultura
popular do DF. CORREIO 15/01
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Seu Teodoro Freire, mestre da cultura popular e o principal
idealizador do Bumba-meu-boi no Distrito Federal, morreu na madrugada deste
domingo (15/01) no Hospital Santa Helena, em Brasília. Ele estava com 91 anos e
sofria de enfisema pulmonar e há alguns dias resistia aos revezes das saúde
debilitada. Ele conseguiu, ainda em vida, a honra e o merecido reconhecimento
de receber das mãos do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do também
então Ministro da Cultura Gilberto Gil, a Ordem do Mérito Cultural tornando-se
uma grande referência de cultura popular na cidade e sendo reconhecido o
trabalho dele como patrimônio imaterial do Distrito Federal.
O velório acontece hoje, a partir das 12h, no Centro de
Tradições Populares, em Sobradinho, e está sendo organizado pela família,
afirmou Guarapiranga Freire, um dos filhos do artista e que nos últimos anos
tem assumido a responsabilidade em continuar com o trabalho cultural do
Bumba-meu-boi e do Tambor-de-Crioula de Seu Teodoro.
No último dia 10 foi aberto o período de festejos de São
Sebastião, que iria até o próximo dia 20. “Com o falecimento de meu pai,
teremos que cancelar toda nossa programação deste mês. Não há o menor clima de
continuarmos com as festividades agora. Ficou um vazio muito grande”, explicou
Guarapiranga Freire no site oficial de seu pai.
Seu Teodoro Freire
O maranhense Teodoro Feire, conhecido como Seu Teodoro,
nasceu na pequena cidade de São Vicente Ferrer, localizada a 280 km de São Luís
(MS), em 1920. Desde os oito anos era apaixonado pelo cultura popular e
dedica-se à tradição de sua região: o Bumba meu boi e outras paixões como o
time de futebol Flamengo e sua escola de Samba, a Mangueira.
Seu Teodoro chegou à cidade em 1962, trabalhou na UnB e
criou o Centro de Tradições Populares, em Sobradinho, onde seguiu mantendo viva
a cultura do Bumba meu boi na cidade.
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Hélio Rocha. Saudade do líder Ulysses
Em recesso depois de um ano legislativo pouco produtivo, o
Congresso Nacional retoma os trabalhos no início de fevereiro, depois virão o
carnaval e a Semana Santa e a seguir os parlamentares se dispersarão muito por
conta da campanha para as eleições municipais. OPOPULAR 13.01.12
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As deliberações sobre reforma política não devem avançar
neste ano. Não se prevê nada de relevante e, sendo assim, metade da Legislatura
estará praticamente desperdiçada.
Os mais pessimistas e incrédulos acham que não tem jeito não
com o Congresso, mas é preciso colocar a leve esperança de que futuras eleições
melhorem o perfil parlamentar brasileiro. Há 26 anos, quando o eleitorado
escolheu os integrantes da Assembleia Nacional Constituinte, o Congresso teve
um saudoso desempenho. Senadores e deputados, num total de 549 parlamentares,
aos quais as eleições de 1986 conferiram a função de constituinte, assumiram em
1º de abril de 1987, iniciando uma jornada que se encerrou no dia 5 de outubro
de1988, a histórica data na qual Ulysses Guimarães proclamou a Constituição - a
qual ele chamou de Constituição Cidadã.
Esta Constituição em vigor não operou milagres, como também
nenhuma outra, mas a ela, fundamentalmente, devemos a conversão do Brasil em um
país democrático, com desigualdades e injustiças ainda, as quais essa própria
democracia irá paulatina e pacientemente removendo. Note-se que essa conversão
se deu três anos apenas depois do processo de redemocratização e do
restabelecimento do primado do poder civil.
A liderança de Ulysses Guimarães, o herói da resistência à
ditadura, produziu o espírito da então nova Constituição, tornando-a
emblematicamente a alma da democracia brasileira. Pode ser que alguns
dispositivos ainda não sejam bem observados, mas este encontro entre
Constituição e cidadania incorporou-se à alma da democracia para fazê-la
funcionar. Temos persistentes imperfeições ainda, mas os direitos civis e os
direitos humanos são incomparavelmente muito mais respeitados do que nos tempos
amargos da ditadura. As mulheres conquistaram maior espaço político - e tanto é
assim que uma delas está na Presidência da República. Minorias encontraram
lugar mais confortável e, embora ainda tenha inimigos, a liberdade de
expressão, de opinião e de imprensa está plenamente em vigor.
Como afirmou Winston Churchill em relação à resistência
inglesa na Segunda Guerra Mundial, "nunca tantos ficaram devendo tanto a
tão poucos", podemos dizer o mesmo aos que, corajosamente, se juntaram a
Ulysses Guimarães para resistir. No pior dos momentos, este líder proclamou,
recorrendo às frase do almirante romano Pompeu, a qual o poeta Fernando Pessoa
levou para um poema: "Navegar é preciso, viver não é preciso."
Aquela corajosa navegação conclamada por Ulysses tornou-se
uma vitoriosa odisseia e encontrou o porto da liberdade. A Constituição Cidadã
foi como o farol que clareou suficientemente o caminho para o restabelecimento
do respeito ao povo e para a consolidação da\da soberania nacional.
Quatro anos depois de ter proclamado a Constituição Cidadã,
também em um outubro, Ulysses Guimarães morreu em um acidente de helicóptero,
no litoral paulista. Não se encontrou o seu corpo. Disse um almirante holandês
que o mar é o único digno de um almirante bátavo. Talvez se possa dizer o mesmo
em relação a Ulysses, que repousa em seu sepulcro marinho.
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Religião. Obediência sem personalismo
Padres famosos enfatizam que suas celebrações diferenciadas
e a grande exposição pública que têm não ameaçam os preceitos e a rígida
hierarquia da Igreja Católica. O
POPULAR 15.01
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Padre César: religiosos precisam tomar cuidado com o excesso
de personalismo
Os padres pop têm, todos, o maior cuidado em enfatizar que
são obedientes à hierarquia da Igreja e que não se consideram estrelas.
"Há o padre mais acolhedor, sensível e é perfeitamente normal que ele caia
na preferência de algumas pessoas. Isso não quer dizer que o padre seja o
centro da celebração", diz o padre César Garcia, da Paróquia Nossa Senhora
das Graças.
Outro perigo que ronda o fenômeno dos padres pop é o excesso
de personalismo e até mesmo o despertar da vaidade dos sacerdotes famosos.
"Essa fama não pode fazer parte de um projeto pessoal do padre e sim de um
projeto maior da Igreja. Cristo é o centro de tudo, não o sacerdote", diz
padre César. Ele admite que já precisou esclarecer alguns seguidores de que não
deveriam idolatrá-lo. "Esse tipo de confusão pode acontecer e dever ser
evitada."
O padre sertanejo Alessandro Campos, de Brasília, conta que
refuta tal perigo com sua postura. "Eu não dou abertura para qualquer tipo
de insinuação nesse sentido." Segundo ele, as calças mais apertadas de
peão e sua juventude - ainda não completou 30 anos - nunca suscitaram
aproximações inadequadas para um sacerdote. "Nunca recebi cantada porque
meu comportamento é o de um homem casado. Se alguém, por acaso, tem alguma
intenção nesse sentido, é desestimulado pela minha postura."
Ele reconhece, porém, que sua figura e seus métodos exercem
certa atração por conta da animação das celebrações e de seu carisma pessoal.
"É até bom porque as pessoas vão à Igreja. Chegando lá, elas percebem que
minha única missão é anunciar a palavra de Deus. A palavra que anuncio é a
mesma das missas tradicionais. Minha pedagogia é que é diferente."
Apoio de superiores
Padre Robson de Oliveira, do Santuário Basílica do Divino
Pai Eterno, diz que seu trabalho sempre contou com o apoio de seus superiores,
seguindo suas orientações. "Acredito que os bispos são referência porque
foram escolhidos pelo papa como pastores do povo de Deus e dos padres. Mesmo
assim, sempre que senti necessidade, questionei, discuti e fui firme em minhas
opiniões e posições. Em tudo cabe o bom senso e, mais que tudo, a
unidade."
Ele conta que já recebeu cartas de bispos de todo o País
incentivando seu trabalho. "Estou sempre em comunhão com a Igreja, bispos
e sacerdotes, respeitando as orientações que devem ser seguidas. Quando há
qualquer dúvida, busco o caminho do esclarecimento e do diálogo." O
sacerdote também assegura que evita personalismos. "Vejo que não são os
meus interesses e sim os de toda a Igreja que estão em primeiro lugar."
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Secretário da
Justiça propõe pena de demissão para juízes
Flávio Caetano defende mudança na legislação para punir
magistrados
Novo titular da Secretaria de Reforma do Judiciário diz que
aposentadoria compulsória, prevista hoje, 'não é punição' FOLHA SP 15/01
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O novo secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da
Justiça, Flávio Caetano, 41, defende mudanças na lei para possibilitar a
demissão de magistrados que tiverem cometido irregularidades.
Hoje, a maior pena prevista na Lei Orgânica da Magistratura,
de 1979, é a aposentadoria compulsória.
"Este é um ponto que realmente tem que ser discutido. A
aposentadoria não é tida juridicamente como punição. Pelo contrário, é um
direito", disse Caetano à Folha na sexta-feira, dia em que assumiu o cargo
no ministério.
Antes, ele ocupava a chefia do gabinete do ministro José
Eduardo Cardozo.
"Punição é demissão. É a forma como alguém pode ser
retirado do serviço público. Para os servidores públicos existe a demissão, não
existe a aposentadoria", afirmou.
Criada em 2003, a Secretaria de Reforma do Judiciário foi
protagonista na criação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e exerce hoje a
função de articular os interesses do Judiciário e do governo.
No caso da lei da magistratura, é o STF (Supremo Tribunal
Federal) quem tem competência para propor mudanças, mas nada impede que o
governo participe do debate.
Atualmente, o presidente do Supremo, ministro Cezar Peluso,
esboça um projeto de lei para modificar a legislação, considerada ultrapassada
até por setores da magistratura. A expectativa é que ele envie o texto ao
Congresso até o final de abril.
'MEXER NO BOLSO'
Ao defender a discussão sobre como efetivamente punir juízes
envolvidos em irregularidades, Caetano engrossa o coro pela modernização da
lei. No ano passado, a corregedora do CNJ, ministra Eliana Calmon, defendeu que
as penas "têm de mexer no bolso" dos magistrados.
Segundo ela, as punições devem também incluir multas e a
devolução dos valores obtidos com a venda de sentenças ou outros atos ilegais.
Quando defendeu isso, em novembro, ela também chegou a
criticar a demora do Supremo em preparar a nova lei.
MUDANÇA
Com a posse do novo titular, a secretaria vai ter seu nome
alterado. Passará de Reforma do Judiciário para Assuntos Judiciários.
Caetano contou que pretende focar projetos que possibilitem
uma maior celeridade da Justiça.
"Aquele velho ditado de que a Justiça tarda, mas não
falha não tem razão de ser. Só por tardar ela está falhando", disse ele.
Umas das primeiras medidas da nova gestão será lançar uma
linha de financiamento em parceria o BNDES de R$ 300 milhões, ainda neste mês,
para as defensorias públicas dos Estados.
A ideia é que o defensor monitore por meio de sistema
informatizado a execução de penas, desde a prisão até a condenação, para evitar
que uma pessoa fique presa além da sentença.
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