terça-feira, 12 de junho de 2012
Brasil quer mostrar na Rio+20 que estratégias
bem-sucedidas de combate à pobreza são essenciais ao desenvolvimento
sustentável. www.planalto.gov.br 11.06
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Família tem peso na obesidade
infantil
Correio Braziliense - 11/06/2012
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Estudo conduzido no Hospital das Clínicas de Minas
Gerais mostra que, sozinhas, as crianças não conseguem emagrecer. Fatores
psicossociais e a relação com os pais são fundamentais para o sucesso do
tratamento
Belo Horizonte — Não basta preparar a refeição mais
saudável, criar uma verdadeira revolução na lancheira e matricular os pequenos
na natação, no futebol, na ginástica artística e no que mais for preciso para
queimar calorias. No tratamento da obesidade infantil, é fundamental uma
atuação interdisciplinar e uma perspectiva sistêmica em que a criança acima do
peso seja vista como parte de um todo. Em outras palavras, o relacionamento
entre pais e filhos e a história familiar são determinantes no processo de
emagrecimento e devem ser articulados com as questões nutricionais e o processo
de mudança de estilo de vida.
No recém-lançado livro Obesidade na infância e
interações familiares: uma trama complexa (editora Coopmed), a mestre em
ciência da saúde e coordenadora do Setor de Psicologia do Hospital São Camilo,
em Belo Horizonte, Valéria Tassara, aborda a obesidade na infância ampliando o
foco da responsabilidade da própria criança para o contexto das relações
parentais e sociais. Fatores biogenéticos, familiares e psicossociais
interrelacionados seriam definidores na constituição do problema.
Resultado de sua dissertação de mestrado pela
Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o estudo,
realizado no Ambulatório de Nutrologia Pediátrica do Hospital das Clínicas,
ressalta a importância de construir intervenções em redes cooperativas e
solidárias entre as famílias, os profissionais de saúde, as instituições
sociais e as políticas públicas para prevenir e tratar o excesso de peso na
infância. Segundo a especialista, sozinha, seguindo um regime, a criança não
consegue os efeitos necessários do tratamento.
"Os pediatras observavam que, na consulta de
retorno, depois de as crianças terem passado pelo regime, as mães ficavam muito
ansiosas, assim como os filhos. Mas elas costumavam jogar a questão para eles.
O fato de serem responsáveis pela dieta estava deixando essas mães mais
ansiosas? Era preciso compreender o papel social da mãe, que tem a função de
nutrir em nossa sociedade", explica Tassara. A entrada da psicologia no
processo ajudou a compreender como as crianças engordavam no contexto das
relações familiares e sociais.
Na pesquisa, a psicóloga identificou que algum
fenômeno na origem das mães, como um sofrimento na família, favoreceria o
emaranhado da relação com a criança. "Observamos vários aspectos
transmitidos entre gerações, como a obesidade e outras questões simbólicas. São
valores e crenças compartilhados ao longo dos anos, uma identidade familiar
sustentada no ser gordo. Não é só um padrão que se repete, mas um valor
simbólico de sobrevivência do grupo familiar, do sentimento de pertencimento.
Tornar-se magro e se diferenciar significaria ameaçar a existência da família
em dada geração", explica.
O adolescente M.B.M.L., 13 anos, cresceu e engordou
muito rápido desde os 7. Alertados pelo pediatra, os pais passaram a fazer um
acompanhamento e perceberam que, apesar do crescimento, o aumento de peso não
era proporcional, apresentando índices superiores. Com parentes obesos, tanto
na família do pai quanto na da mãe, e a avó paterna diabética, a preocupação
dos pais era ainda maior. Um endocrinologista acompanhou M. por quatro anos.
"O tratamento virou uma tortura, pois, em vez de levantar seu astral,
baixava sua autoestima", conta a mãe, de 50 anos.
A família procurou a ajuda de uma nutricionista e
uma psicóloga, que percebeu a necessidade de fazer uma mudança, principalmente
de hábitos. "A terapia foi muito produtiva, ele conseguiu elevar sua
autoestima, ficou mais seguro, aprendeu que é responsável pelas suas atitudes e
pelo que come. Decidiu praticar esporte, no qual está indo muito bem. Hoje, é
um menino mais seguro e emagreceu 6kg. A terapia ajudou a família a rever
hábitos alimentares e de relacionamento."
Segundo a mãe, todos em casa participaram do
tratamento, menos o irmão mais velho, por causa de horário incompatível.
"Para nossa família foi um momento de crescimento, pois percebemos nossas falhas e erros em conjunto e pudemos
trabalhar todos nós", acresenta.
Para saber mais
Excesso de açúcar e gordura na alimentação
Entre as crianças com idade entre 10 e 13 anos, 80%
consomem açúcar acima do nível recomendado pelos nutricionistas. Os dados são
de pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que
registrou ainda consumo de gordura, pela mesma faixa etária, 89% acima dos
padrões, e ingestão de fibras 82% abaixo do recomendado pela Organização
Mundial da Saúde (OMS). Os dados foram apresentados pelo gerente de Pesquisas
de Orçamento Familiares do IBGE, Edilson Nascimento Silva, no 8º Fórum Nacional
de Alimentação Escolar, realizado no fim de maio em São Paulo, com o tema O
comportamento entre o saber e o sabor — reflexos na obesidade durante a fase
escolar.
Para a nutricionista Joana D"Arc Mura,
coordenadora do comitê científico do fórum, os dados explicam o aumento da
obesidade na população brasileira, especialmente entre crianças e jovens. Tal
crescimento foi constatado pelo próprio IBGE em outro estudo. De acordo com a
Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), o excesso de peso entre meninos de 5 a
9 anos saltou de 10,9%, em 1974, para 34,8%, em 2009. Entre as meninas da mesma
faixa etária, o sobrepeso subiu de 8,6%, em 1974, para 32% há três anos.
"Estamos assistindo a uma verdadeira epidemia de obesidade e de
sobrepeso", comentou a especialista.
Responsabilidade compartilhada
Se a obesidade infantil tem tamanha relação com a
identidade familiar, vem a pergunta: é possível mudá-la? Como? Segundo a
pesquisadora Valéria Tassara, a repetição pode, sim, ser contestada. Os
próprios questionamentos dos familiares e das crianças permitem constituir um
espaço de conversação com o profissional para a construção do processo de
mudanças de hábitos alimentares e estilo de vida que se tecem às questões
relacionadas à identidade familiar, valores e crenças. A profissional lembra,
por exemplo, de uma mãe que perguntou: "Aprendi que cuidar bem da minha
família era dar muita comida. Como, agora, isso pode fazer mal à saúde
deles?"
Nesse caso, o marido tinha feito cirurgia de
redução do estômago e a criança apresentou colesterol alto. A intervenção na
perspectiva da psicologia sistêmica propiciou a construção de um contexto de
autonomia em que os familiares e as crianças registram seus objetivos, elaboram
sua proposta-projeto acordando entre eles suas responsabilidades compartilhadas
para o processo de mudanças. "Nessa relação dialógica, são estabelecidas
trocas recíprocas, favorecendo a criação de novas possibilidades de reflexões,
ações, emoções, comportamentos e identificações entre os familiares e as
crianças e com o mundo, promovendo saúde ao convívio familiar e social."
Nessa perspectiva, a participação da famíla no
processo de diferenciação da identidade da criança é vivenciada como uma
mudança que faz parte do ciclo de vida familiar, e não como extinção da
sobrevivência do grupo.
O melhor caminho é o da luta das
famílias ao lado das crianças. "Não para as crianças e sim com elas. Que
seja uma luta saudável no sentido de haver uma mudança de hábitos e
identidades, e isso ser colocado como um projeto a ser construído pelo grupo
familiar. Para isso, é fundamental que os familiares e os profissionais vejam
que o problema é deles também, e não só da criança", acrescenta Valéria.
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Colégio Pedro II inova e oferece
mestrado
O Globo - 11/06/2012
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A instituição, que comemora 175 anos, tem ainda
residência para docentes de escolas estaduais e municipais
Professores das redes municipais e estadual durante
oficina do Programa de Residência Docente, no Colégio Pedro II, em São
Cristóvão: eles deverão compartilhar o conteúdo com seus colegas nas unidades
de origem
Fundado em 1837, no período regencial brasileiro, o
Colégio Pedro II foi criado para ser um modelo para a educação pública na época
do Império. Desde então, a escola se consolidou como uma das poucas ilhas de
excelência na rede pública. Agora, quando a instituição completa 175 anos, a
diretoria busca reafirmar seu papel de indutor de melhorias no ensino básico do
Rio por meio de dois projetos: o Programa de Residência Docente (PRD), já em
andamento, e o Mestrado Profissional em Práticas Educativas da Educação Básica,
cujo edital será publicado em breve. O objetivo é romper os muros e grades das
14 unidades do Pedro II e disseminar as experiências de ensino do colégio.
A ideia é fazer do PRD um projeto-piloto. Se
funcionar bem, a iniciativa se espalhará por outras instituições públicas de
excelência. As duas iniciativas têm por meta principal a formação continuada de
professores das escolas municipais e estaduais. Os programas nasceram de um
desafio lançado pelo Ministério da Educação (MEC): o que o Colégio Pedro II
pode fazer para melhorar a educação pública?
- São 940 professores no colégio, sendo que cerca
de cem deles têm doutorado, e 500 têm mestrado. Os outros têm, em sua grande
maioria, pelo menos uma especialização. Por esse motivo, o então ministro
Fernando Haddad ficou interessado no nosso potencial. Foi pedido à direção que
apresentasse projetos, e surgiram o mestrado profissional e o programa de
residência docente - explica a diretora de pós-graduação e pesquisa do Pedro
II, Neide Parracho Sant"Anna.
O Mestrado Profissional em Práticas Educativas da
Educação Básica começou a ser gestado em 2010 e recebeu autorização definitiva
da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no
início deste ano. O edital está sendo finalizado. O objetivo desse programa -
que tem como público-alvo professores atuantes na educação básica - é melhorar
os resultados obtidos pelos futuros mestres em sala de aula.
O mestrado terá duração de dois anos, e os alunos
defenderão uma dissertação ao final do curso. A carga horária será de 360 horas
divididas em três disciplinas obrigatórias, três eletivas, uma específica para
área de atuação, oficinas e seminários de orientação. Segundo o professor
Francisco Roberto Mattos, que participou da elaboração do curso, o foco será no
trabalho dos professores:
- Pesquisamos sobre os programas que já existiam e
pensamos no que poderíamos oferecer de diferente. Há vários mestrados nas
universidades que se preocupam com teorias da educação. Aqui, vamos dialogar
com a teoria, mas nos concentraremos na prática docente.
Já as atividades do Programa de Residência Docente
começaram em maio. Cerca de 60 professores da rede estadual e de municípios do
Estado do Rio passarão nove meses nas unidades do Pedro II, supervisionados por
um orientador. Durante este período, eles participarão de oficinas com
professores e coordenadores da escola e reuniões de planejamento. Além disso,
os "alunos" do PRD também darão aulas junto com os docentes. A carga
horária é de 360 horas na escola. Outras 140 horas deverão ser utilizadas na
unidade de origem do participante. Os professores atuarão como multiplicadores,
compartilhando o que aprenderem com seus colegas.
- No programa, o professor não será um estagiário.
Ele vai observar e participar dos nossos projetos e terá oficinas com os
coordenadores de cada área. Eles não levarão o Pedro II para as suas salas de
aula. A partir do que viverem aqui, eles refletirão sobre melhorias em seu
trabalho - explica a professora Flávia Amparo, também envolvida no projeto.
A experiência dos professores do Pedro II que
comandam o PRD é exaltada pelos participantes de outras escolas.
- Eles estão no programa, mas também estão em sala
de aula. Temos o mesmo ponto de vista prático. Já ouvi muita coisa sobre o que
precisa ser feito para melhorar, mas não via como aplicar isso na realidade da
minha escola - conta o professor de história Roberto Carlos Ferraz, do Colégio
Estadual Conselheiro Macedo Soares, em Niterói.
Marcus Vinicius Peres, que dá aula no Colégio
Estadual Antônio Prado Júnior, na Tijuca, exalta o aprendizado:
- É um privilégio estar com professores
qualificados, numa instituição de excelência. Cabe a nós absorver as
experiências e levar para nossa sala de aula.
Iniciativa poderá ser estendida a outros estados
Carmem Moreira de Castro Neves, diretora de
Formação de Professores da Educação Básica da Capes, diz que a iniciativa pode
ser ampliada para outros estados.
- O princípio é o mesmo da residência médica:
aprender e inovar com quem está fazendo. Dando certo no Pedro II, poderemos
lançar um edital nacional chamando outros colégios públicos de referência.
Compartilhar experiências é uma responsabilidade das escolas que têm um bom
desempenho.
Superintendente de Desenvolvimento de Pessoas da
Secretaria estadual de Educação, Antoine Lousao defende a ampliação do projeto.
- Essa experiência cria uma ponte que nos permite disseminar
essas experiências. Queremos que a parceria cresça.
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'Lei da Improbidade tem de
atingir agente político'
O Estado de S. Paulo - 11/06/2012
-
Pioneiro em investigações do tipo, Elias Rosa
anuncia parceria com Receita e diz que legislação de 1992 "veio para punir
todos"
O Ministério Público de São Paulo e a Receita
Federal estão desenvolvendo um programa que vai permitir a promotores e
procuradores acesso em tempo real à evolução patrimonial e rendimentos
auferidos por agentes políticos e servidores públicos sob suspeita de
improbidade e corrupção.
O novo aliado da promotoria põe fim a um obstáculo
histórico: o marasmo na análise de documentos fiscais sobre bens e valores
declarados por investigados. A parceria com a Receita, antiga meta da
Procuradoria-Geral de Justiça, seguirá o padrão Simba - Sistema de Investigação
de Movimentações Bancárias -, diz o procurador-geral, Márcio Elias Rosa. Por
meio do Simba, adotado em 2011, autoridades têm acesso online a informações
repassadas por instituições financeiras.
Para Elias Rosa, a parceria com o Fisco dará
eficácia à Lei 8.429/92, a Lei de Improbidade Administrativa, que faz 20 anos.
Qual a importância da parceria com a Receita?
O programa vai permitir um cruzamento imediato de
informações e a identificação da evolução patrimonial dos agentes públicos e de
todo e qualquer investigado. Será um grande avanço para comprovação da
improbidade e de crimes de lavagem de dinheiro. Esse tipo de investigação
depende sobretudo de prova documental e da análise de contas. A exemplo do
Simba, a apuração será online e vai ser possível cotejar dados patrimoniais com
rendimentos auferidos e evitar dilapidação de bens.
O ingresso ao banco de dados da Receita será
direto?
Não, ele será realizado exclusivamente mediante
ordem e autorização da Justiça.
A Lei de Improbidade fez 20 anos. Ela deu certo?
Mostrou-se eficaz. Transformou-se no principal
instrumento de controle da administração, sob o aspecto da moralidade, também
porque vieram a Lei de Responsabilidade Fiscal, a lei de combate a delitos
econômicos e a lei de combate à lavagem de dinheiro. Com a Lei de Improbidade
surgiram mecanismos que levaram ao combate ao nepotismo e deram transparência às
coisas públicas.
O Brasil reclama por condenação dos desonestos. Por
que isso não ocorre?
A etapa processual da Lei de Improbidade não
favorece a rapidez de eventual sanção a agentes públicos e políticos. O réu
precisa ser notificado para se manifestar, só depois o juiz decide se recebe ou
não a ação. Há um grande número de ações, mas tarda demais a conclusão, a
condenação definitiva ou a absolvição.
Os tribunais decidem reiteradamente que réus por
improbidade têm direito ao foro privilegiado. O que o sr. acha?
A Lei de Improbidade veio para punir todos. Temos
dois graves problemas. Primeiro, saber se agentes políticos respondem ou não
por improbidade. Segundo, se o foro por prerrogativa de função se aplica ou não
para casos de improbidade. Não tenho dúvida de que agentes políticos devem
responder por improbidade. Quanto mais elevado for o escalão, mais
significativo e danoso é o ato de corrupção. O servidor público também tem de
ser punido, mas sobretudo o agente político. É absolutamente equivocado o
entendimento do Supremo Tribunal Federal que exclui os agentes políticos da
aplicação da lei.
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Nas asas da galinha. Apesar das expectativas do governo,
analistas avaliam que o Brasil está condenado a um voo de reduzido alcance,
caso não promova reformas estruturais e continue emperrado na burocracia do
Estado. CORREIO BSB 11.06
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UNB » Técnicos aderem ao
movimento grevista A partir de hoje, servidores que cumpremjornada de trabalho na
biblioteca e nohospital universitário se juntam a alunose professores em
paralisação nacional. CORREIO BSB 11.06.12
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Manifestação na Esplanada dos Ministérios:
reivindicação em nome da reestruturação da carreira
Além dos professores e dos alunos da Universidade
de Brasília (UnB), os servidores técnico-administrativos da instituição de
ensino superior decidiram aderir ao movimento grevista por melhores condições
na carreira. A partir de hoje, médicos, vigilantes, veterinários,
bibliotecários e arquivologistas cruzarão os braços por tempo indeterminado. A
paralisação atingirá aqueles que recorrem aos serviços de diversos setores,
como os da Biblioteca Central, do Restaurante Universitário (RU) e do Hospital
Universitário de Brasília (HUB). Os educadores da UnB estão em greve desde 21
de maio.
Os técnico-administrativos reivindicam piso de três
salários mínimos, estepe de 5% (acréscimo de progressão de carreira),
reposicionamento dos aposentados que não atingiram o nível máximo da carreira,
realização de concursos públicos e equiparação do tíquete-alimentação, cujo
valor atual é de R$ 304, com o Executivo federal. Amanhã, está marcado um
protesto em frente ao HUB, a partir das 11h, na L2 Norte. Decidida durante assembleia
em 31 de maio, a paralisação faz parte de um movimento nacional conduzido pela
Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas
Brasileiras (Fasubra).
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação
Universidade de Brasília (Sintfub), 30% dos concursados atenderão à população
durante o ato, o que respeita o limite estabelecido legalmente. O presidente da
entidade, Mauro Mendes, garante que o movimento não prejudicará a população.
“Não podemos de forma alguma fazer uma greve que venha a lesar as pessoas que
necessitam de atendimento. Temos experimentos na universidade que não podem
parar, por exemplo”, explica.
Segundo Mendes, os servidores tiveram o último
aumento salarial em 2007. “O vencimento dos servidores de nível superior não
chega a R$ 3 mil, enquanto que, para o médio, chega a R$ 1,8 mil”, detalhou
Mauro. Para ele, o baixo salário é o fator determinante para que muitos dos
aprovados em concursos da instituição abandonem os cargos. “Os convocados
chegam até a tomar posse, mas não ficam porque a remuneração não é atrativa”,
acredita. Há, atualmente 2.758 servidores ativos e cerca de 850 aposentados.
Representantes do Sintfub participaram de várias
reuniões nos ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Educação neste
ano para tratar do assunto. O prazo estabelecido pelas pastas para apresentar
propostas foi 31 de junho. No entanto, 20 dias antes, o governo federal
instituiu a Medida Provisória nº 568, assinada pela presidente Dilma Rousseff.
O texto reduz os salários dos médicos, uma das categorias que faz parte do
sindicato, e o valor da insalubridade. “Depois desse anúncio, que limita o
benefício para R$ 220 (antes, chegava a R$ 600), colocamos mais gasolina para a
mobilização, prevista para ocorrer somente em junho, e foi antecipado”,
ressaltou. Representantes dos dois ministérios foram procurados ontem pela
reportagem, mas, até o fechamento da edição, ninguém atendeu os telefonemas.
Paralisação
Até o fim de maio, do total de 59 universidades
federais, 48 haviam aderido à paralisação no país. Na UnB, cerca de 80% dos
departamentos estavam com as atividades paradas, segundo estimativa do
Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub)
apresentada à época.
Para saber mais
Falta de investimento público
Em fevereiro, o Sindicato Nacional dos Docentes das
Instituições de Ensino Superior (Andes) propôs ao governo federal uma nova
estrutura de progressão da carreira, com 13 níveis de cargo e acréscimo
salarial de 5%, conforme o avanço na profissão. Mas os docentes conseguiram só
um reajuste real de 4% garantido por meio da MP nº 568. Assim, a greve nacional
das universidades federais começou no último dia 17. Em 28 de maio, os
funcionários da UnB se juntaram aos demais servidores públicos federais em
manifestação realizada na Esplanada dos Ministérios. O ato chamou a atenção do
governo para aos problemas da falta de investimento no serviço público. Desde
então, a maioria dos departamentos da UnB, como a Faculdade de Estudos Socias
(foto), paralisaram as atividades.
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Aula financeira na escola eleva
poupança
Projeto do Banco Mundial em 900 instituições de
ensino aponta benefícios de facilitar aprendizado econômico de jovens. FOLHA SP
11.06.12
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Análise mostra que alunos que receberam orientações
poupam mais e têm uma melhor base financeira teórica
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Promover a educação financeira pode aumentar em 24%
a parcela da renda poupada por uma família e agregar R$ 4 bilhões ao PIB
nacional, aponta estudo feito pelo Bird (Banco Mundial).
O trabalho analisou um projeto-piloto do Enef
(Estratégia Nacional de Educação Financeira) desenvolvido em cerca de 900
escolas brasileiras (um total de 26 mil alunos), entre 2010 e 2011, em seis
Estados brasileiros.
Em metade dessas escolas, foram introduzidas
situações didáticas de educação financeira nas disciplinas curriculares com
participação não obrigatória. Também foram organizados workshops e atividades
com os pais dos alunos envolvidos.
Na outra metade, houve um acompanhamento dos alunos
que não tiveram nenhuma orientação específica sobre educação financeira, um
grupo "controle".
Para medir a evolução dos alunos, foi criado um
teste para avaliar a capacidade dos alunos de programar suas finanças, calcular
juros e outras competências.
A pesquisa concluiu que, no grupo que foi
orientado, os conhecimentos financeiros tiveram um aumento de 24% (de 50 para
62 pontos), enquanto o grupo de controle teve uma melhora de 16% (de 50 para 59
pontos).
Para medir a autonomia financeira, o estudo
perguntou aos estudantes se concordavam com algumas proposições, como
"Gosto de pensar com cuidado antes de me decidir por comprar algo" e
"Acredito que consigo poupar um pouco todo mês".
No grupo orientado, a melhora nesse item foi mais
próxima à do grupo de controle, (3% e 6%, respectivamente).
POUPANÇA
A parcela dos que poupam parte de suas rendas
também apresentou modificações.
Enquanto no começo do projeto 58% dos alunos que
participaram das atividades pretendiam poupar, após a orientação esse
percentual passou para 59%. No grupo sem orientação, houve uma queda no índice.
Os alunos orientados passaram a se dedicar mais a
fazer listas de gastos e despesas. O percentual dos que fazem algum tipo de
programação passou de 11% para 17% no grupo orientado.
AVALIAÇÃO
Segundo Arianna Legovini, diretora do setor de
pesquisas do Bird encarregado do estudo, o objetivo foi medir, de forma
independente, o efeito das intervenções realizadas para calcular a viabilidade
de implementar o projeto como política pública.
"A escolha da população com menor renda e
menor educação foi lógica, já que o impacto da educação financeira na vida
dessas pessoas é mais urgente."
Além disso, nas escolas públicas há um maior número
de pessoas que já trabalham e, portanto, participam de forma mais ativa das
decisões sobre o orçamento doméstico.
Legovini diz que não se trata apenas de um
condicionamento dos alunos a poupar mais. "Consideramos importante
disponibilizar a essas pessoas as informações para que decidam no que realmente
é importante investir."
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No meio da Floresta da Tijuca,
favela faz festival de música
Vale Encantado promove shows nos próximos dias 16 e
17. FOLHA SP 11.06.12
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No meio da floresta da Tijuca, a pequena favela do
Vale Encantado sobrevive há mais de um século das riquezas naturais do Alto da
Boa Vista, bairro nobre do Rio conhecido por suas mansões e pela vegetação
exuberante.
O lugar já foi tomado por cafezais, chegou a ser
devastado pela extração de granito, mas conseguiu se recuperar. Hoje, as vielas
e ladeiras serpenteiam pela densa mata local. O projeto dos 140 moradores das
40 casas do Vale é explorar a área verde, dessa vez, como ponto turístico.
Em tempos de Rio +20, eles planejam fazer barulho
com shows de Seu Jorge e do francês Mattieu Chedid na área de lazer do clube da
favela. São as principais atrações do Festival Encantado, nos próximos dias 16
e 17.
Organizado por produtores da casa noturna europeia
Favela Chic, o evento está sendo patrocinado por ONGs internacionais. O
ingresso vai custar R$ 140 por dia.
Os moradores também criaram um restaurante
comunitário com cardápio baseado na produção das hortas da favela, algumas
instaladas nas lajes das casas.
"Por enquanto, os almoços precisam ser
agendados porque não temos movimento para mantê-lo funcionando direto",
diz Otávio Alves Barros, 42, presidente da associação de moradores, que
organiza visitas pelas trilhas.
Os primeiros habitantes do Vale chegaram antes
mesmo da floresta da Tijuca. Nos séculos 17 e 18 a área concentrava plantações
de café.
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