terça-feira, 12 de junho de 2012


Brasil quer mostrar na Rio+20 que estratégias bem-sucedidas de combate à pobreza são essenciais ao desenvolvimento sustentável. www.planalto.gov.br 11.06
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Família tem peso na obesidade infantil
Correio Braziliense - 11/06/2012

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Estudo conduzido no Hospital das Clínicas de Minas Gerais mostra que, sozinhas, as crianças não conseguem emagrecer. Fatores psicossociais e a relação com os pais são fundamentais para o sucesso do tratamento

Belo Horizonte — Não basta preparar a refeição mais saudável, criar uma verdadeira revolução na lancheira e matricular os pequenos na natação, no futebol, na ginástica artística e no que mais for preciso para queimar calorias. No tratamento da obesidade infantil, é fundamental uma atuação interdisciplinar e uma perspectiva sistêmica em que a criança acima do peso seja vista como parte de um todo. Em outras palavras, o relacionamento entre pais e filhos e a história familiar são determinantes no processo de emagrecimento e devem ser articulados com as questões nutricionais e o processo de mudança de estilo de vida.

No recém-lançado livro Obesidade na infância e interações familiares: uma trama complexa (editora Coopmed), a mestre em ciência da saúde e coordenadora do Setor de Psicologia do Hospital São Camilo, em Belo Horizonte, Valéria Tassara, aborda a obesidade na infância ampliando o foco da responsabilidade da própria criança para o contexto das relações parentais e sociais. Fatores biogenéticos, familiares e psicossociais interrelacionados seriam definidores na constituição do problema.

Resultado de sua dissertação de mestrado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o estudo, realizado no Ambulatório de Nutrologia Pediátrica do Hospital das Clínicas, ressalta a importância de construir intervenções em redes cooperativas e solidárias entre as famílias, os profissionais de saúde, as instituições sociais e as políticas públicas para prevenir e tratar o excesso de peso na infância. Segundo a especialista, sozinha, seguindo um regime, a criança não consegue os efeitos necessários do tratamento.

"Os pediatras observavam que, na consulta de retorno, depois de as crianças terem passado pelo regime, as mães ficavam muito ansiosas, assim como os filhos. Mas elas costumavam jogar a questão para eles. O fato de serem responsáveis pela dieta estava deixando essas mães mais ansiosas? Era preciso compreender o papel social da mãe, que tem a função de nutrir em nossa sociedade", explica Tassara. A entrada da psicologia no processo ajudou a compreender como as crianças engordavam no contexto das relações familiares e sociais.

Na pesquisa, a psicóloga identificou que algum fenômeno na origem das mães, como um sofrimento na família, favoreceria o emaranhado da relação com a criança. "Observamos vários aspectos transmitidos entre gerações, como a obesidade e outras questões simbólicas. São valores e crenças compartilhados ao longo dos anos, uma identidade familiar sustentada no ser gordo. Não é só um padrão que se repete, mas um valor simbólico de sobrevivência do grupo familiar, do sentimento de pertencimento. Tornar-se magro e se diferenciar significaria ameaçar a existência da família em dada geração", explica.

O adolescente M.B.M.L., 13 anos, cresceu e engordou muito rápido desde os 7. Alertados pelo pediatra, os pais passaram a fazer um acompanhamento e perceberam que, apesar do crescimento, o aumento de peso não era proporcional, apresentando índices superiores. Com parentes obesos, tanto na família do pai quanto na da mãe, e a avó paterna diabética, a preocupação dos pais era ainda maior. Um endocrinologista acompanhou M. por quatro anos. "O tratamento virou uma tortura, pois, em vez de levantar seu astral, baixava sua autoestima", conta a mãe, de 50 anos.

A família procurou a ajuda de uma nutricionista e uma psicóloga, que percebeu a necessidade de fazer uma mudança, principalmente de hábitos. "A terapia foi muito produtiva, ele conseguiu elevar sua autoestima, ficou mais seguro, aprendeu que é responsável pelas suas atitudes e pelo que come. Decidiu praticar esporte, no qual está indo muito bem. Hoje, é um menino mais seguro e emagreceu 6kg. A terapia ajudou a família a rever hábitos alimentares e de relacionamento."

Segundo a mãe, todos em casa participaram do tratamento, menos o irmão mais velho, por causa de horário incompatível. "Para nossa família foi um momento de crescimento, pois percebemos  nossas falhas e erros em conjunto e pudemos trabalhar todos nós", acresenta.

Para saber mais

Excesso de açúcar e gordura na alimentação

Entre as crianças com idade entre 10 e 13 anos, 80% consomem açúcar acima do nível recomendado pelos nutricionistas. Os dados são de pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que registrou ainda consumo de gordura, pela mesma faixa etária, 89% acima dos padrões, e ingestão de fibras 82% abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Os dados foram apresentados pelo gerente de Pesquisas de Orçamento Familiares do IBGE, Edilson Nascimento Silva, no 8º Fórum Nacional de Alimentação Escolar, realizado no fim de maio em São Paulo, com o tema O comportamento entre o saber e o sabor — reflexos na obesidade durante a fase escolar.
Para a nutricionista Joana D"Arc Mura, coordenadora do comitê científico do fórum, os dados explicam o aumento da obesidade na população brasileira, especialmente entre crianças e jovens. Tal crescimento foi constatado pelo próprio IBGE em outro estudo. De acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), o excesso de peso entre meninos de 5 a 9 anos saltou de 10,9%, em 1974, para 34,8%, em 2009. Entre as meninas da mesma faixa etária, o sobrepeso subiu de 8,6%, em 1974, para 32% há três anos. "Estamos assistindo a uma verdadeira epidemia de obesidade e de sobrepeso", comentou a especialista.

Responsabilidade compartilhada

Se a obesidade infantil tem tamanha relação com a identidade familiar, vem a pergunta: é possível mudá-la? Como? Segundo a pesquisadora Valéria Tassara, a repetição pode, sim, ser contestada. Os próprios questionamentos dos familiares e das crianças permitem constituir um espaço de conversação com o profissional para a construção do processo de mudanças de hábitos alimentares e estilo de vida que se tecem às questões relacionadas à identidade familiar, valores e crenças. A profissional lembra, por exemplo, de uma mãe que perguntou: "Aprendi que cuidar bem da minha família era dar muita comida. Como, agora, isso pode fazer mal à saúde deles?"

Nesse caso, o marido tinha feito cirurgia de redução do estômago e a criança apresentou colesterol alto. A intervenção na perspectiva da psicologia sistêmica propiciou a construção de um contexto de autonomia em que os familiares e as crianças registram seus objetivos, elaboram sua proposta-projeto acordando entre eles suas responsabilidades compartilhadas para o processo de mudanças. "Nessa relação dialógica, são estabelecidas trocas recíprocas, favorecendo a criação de novas possibilidades de reflexões, ações, emoções, comportamentos e identificações entre os familiares e as crianças e com o mundo, promovendo saúde ao convívio familiar e social."

Nessa perspectiva, a participação da famíla no processo de diferenciação da identidade da criança é vivenciada como uma mudança que faz parte do ciclo de vida familiar, e não como extinção da sobrevivência do grupo.
O melhor caminho é o da luta das famílias ao lado das crianças. "Não para as crianças e sim com elas. Que seja uma luta saudável no sentido de haver uma mudança de hábitos e identidades, e isso ser colocado como um projeto a ser construído pelo grupo familiar. Para isso, é fundamental que os familiares e os profissionais vejam que o problema é deles também, e não só da criança", acrescenta Valéria.
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Colégio Pedro II inova e oferece mestrado
O Globo - 11/06/2012
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A instituição, que comemora 175 anos, tem ainda residência para docentes de escolas estaduais e municipais


Professores das redes municipais e estadual durante oficina do Programa de Residência Docente, no Colégio Pedro II, em São Cristóvão: eles deverão compartilhar o conteúdo com seus colegas nas unidades de origem

Fundado em 1837, no período regencial brasileiro, o Colégio Pedro II foi criado para ser um modelo para a educação pública na época do Império. Desde então, a escola se consolidou como uma das poucas ilhas de excelência na rede pública. Agora, quando a instituição completa 175 anos, a diretoria busca reafirmar seu papel de indutor de melhorias no ensino básico do Rio por meio de dois projetos: o Programa de Residência Docente (PRD), já em andamento, e o Mestrado Profissional em Práticas Educativas da Educação Básica, cujo edital será publicado em breve. O objetivo é romper os muros e grades das 14 unidades do Pedro II e disseminar as experiências de ensino do colégio.

A ideia é fazer do PRD um projeto-piloto. Se funcionar bem, a iniciativa se espalhará por outras instituições públicas de excelência. As duas iniciativas têm por meta principal a formação continuada de professores das escolas municipais e estaduais. Os programas nasceram de um desafio lançado pelo Ministério da Educação (MEC): o que o Colégio Pedro II pode fazer para melhorar a educação pública?

- São 940 professores no colégio, sendo que cerca de cem deles têm doutorado, e 500 têm mestrado. Os outros têm, em sua grande maioria, pelo menos uma especialização. Por esse motivo, o então ministro Fernando Haddad ficou interessado no nosso potencial. Foi pedido à direção que apresentasse projetos, e surgiram o mestrado profissional e o programa de residência docente - explica a diretora de pós-graduação e pesquisa do Pedro II, Neide Parracho Sant"Anna.

O Mestrado Profissional em Práticas Educativas da Educação Básica começou a ser gestado em 2010 e recebeu autorização definitiva da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no início deste ano. O edital está sendo finalizado. O objetivo desse programa - que tem como público-alvo professores atuantes na educação básica - é melhorar os resultados obtidos pelos futuros mestres em sala de aula.

O mestrado terá duração de dois anos, e os alunos defenderão uma dissertação ao final do curso. A carga horária será de 360 horas divididas em três disciplinas obrigatórias, três eletivas, uma específica para área de atuação, oficinas e seminários de orientação. Segundo o professor Francisco Roberto Mattos, que participou da elaboração do curso, o foco será no trabalho dos professores:

- Pesquisamos sobre os programas que já existiam e pensamos no que poderíamos oferecer de diferente. Há vários mestrados nas universidades que se preocupam com teorias da educação. Aqui, vamos dialogar com a teoria, mas nos concentraremos na prática docente.

Já as atividades do Programa de Residência Docente começaram em maio. Cerca de 60 professores da rede estadual e de municípios do Estado do Rio passarão nove meses nas unidades do Pedro II, supervisionados por um orientador. Durante este período, eles participarão de oficinas com professores e coordenadores da escola e reuniões de planejamento. Além disso, os "alunos" do PRD também darão aulas junto com os docentes. A carga horária é de 360 horas na escola. Outras 140 horas deverão ser utilizadas na unidade de origem do participante. Os professores atuarão como multiplicadores, compartilhando o que aprenderem com seus colegas.

- No programa, o professor não será um estagiário. Ele vai observar e participar dos nossos projetos e terá oficinas com os coordenadores de cada área. Eles não levarão o Pedro II para as suas salas de aula. A partir do que viverem aqui, eles refletirão sobre melhorias em seu trabalho - explica a professora Flávia Amparo, também envolvida no projeto.

A experiência dos professores do Pedro II que comandam o PRD é exaltada pelos participantes de outras escolas.

- Eles estão no programa, mas também estão em sala de aula. Temos o mesmo ponto de vista prático. Já ouvi muita coisa sobre o que precisa ser feito para melhorar, mas não via como aplicar isso na realidade da minha escola - conta o professor de história Roberto Carlos Ferraz, do Colégio Estadual Conselheiro Macedo Soares, em Niterói.

Marcus Vinicius Peres, que dá aula no Colégio Estadual Antônio Prado Júnior, na Tijuca, exalta o aprendizado:

- É um privilégio estar com professores qualificados, numa instituição de excelência. Cabe a nós absorver as experiências e levar para nossa sala de aula.

Iniciativa poderá ser estendida a outros estados

Carmem Moreira de Castro Neves, diretora de Formação de Professores da Educação Básica da Capes, diz que a iniciativa pode ser ampliada para outros estados.

- O princípio é o mesmo da residência médica: aprender e inovar com quem está fazendo. Dando certo no Pedro II, poderemos lançar um edital nacional chamando outros colégios públicos de referência. Compartilhar experiências é uma responsabilidade das escolas que têm um bom desempenho.

Superintendente de Desenvolvimento de Pessoas da Secretaria estadual de Educação, Antoine Lousao defende a ampliação do projeto.

- Essa experiência cria uma ponte que nos permite disseminar essas experiências. Queremos que a parceria cresça.


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'Lei da Improbidade tem de atingir agente político'
O Estado de S. Paulo - 11/06/2012
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Pioneiro em investigações do tipo, Elias Rosa anuncia parceria com Receita e diz que legislação de 1992 "veio para punir todos"


O Ministério Público de São Paulo e a Receita Federal estão desenvolvendo um programa que vai permitir a promotores e procuradores acesso em tempo real à evolução patrimonial e rendimentos auferidos por agentes políticos e servidores públicos sob suspeita de improbidade e corrupção.

O novo aliado da promotoria põe fim a um obstáculo histórico: o marasmo na análise de documentos fiscais sobre bens e valores declarados por investigados. A parceria com a Receita, antiga meta da Procuradoria-Geral de Justiça, seguirá o padrão Simba - Sistema de Investigação de Movimentações Bancárias -, diz o procurador-geral, Márcio Elias Rosa. Por meio do Simba, adotado em 2011, autoridades têm acesso online a informações repassadas por instituições financeiras.

Para Elias Rosa, a parceria com o Fisco dará eficácia à Lei 8.429/92, a Lei de Improbidade Administrativa, que faz 20 anos.

Qual a importância da parceria com a Receita?

O programa vai permitir um cruzamento imediato de informações e a identificação da evolução patrimonial dos agentes públicos e de todo e qualquer investigado. Será um grande avanço para comprovação da improbidade e de crimes de lavagem de dinheiro. Esse tipo de investigação depende sobretudo de prova documental e da análise de contas. A exemplo do Simba, a apuração será online e vai ser possível cotejar dados patrimoniais com rendimentos auferidos e evitar dilapidação de bens.

O ingresso ao banco de dados da Receita será direto?

Não, ele será realizado exclusivamente mediante ordem e autorização da Justiça.

A Lei de Improbidade fez 20 anos. Ela deu certo?

Mostrou-se eficaz. Transformou-se no principal instrumento de controle da administração, sob o aspecto da moralidade, também porque vieram a Lei de Responsabilidade Fiscal, a lei de combate a delitos econômicos e a lei de combate à lavagem de dinheiro. Com a Lei de Improbidade surgiram mecanismos que levaram ao combate ao nepotismo e deram transparência às coisas públicas.

O Brasil reclama por condenação dos desonestos. Por que isso não ocorre?

A etapa processual da Lei de Improbidade não favorece a rapidez de eventual sanção a agentes públicos e políticos. O réu precisa ser notificado para se manifestar, só depois o juiz decide se recebe ou não a ação. Há um grande número de ações, mas tarda demais a conclusão, a condenação definitiva ou a absolvição.

Os tribunais decidem reiteradamente que réus por improbidade têm direito ao foro privilegiado. O que o sr. acha?

A Lei de Improbidade veio para punir todos. Temos dois graves problemas. Primeiro, saber se agentes políticos respondem ou não por improbidade. Segundo, se o foro por prerrogativa de função se aplica ou não para casos de improbidade. Não tenho dúvida de que agentes políticos devem responder por improbidade. Quanto mais elevado for o escalão, mais significativo e danoso é o ato de corrupção. O servidor público também tem de ser punido, mas sobretudo o agente político. É absolutamente equivocado o entendimento do Supremo Tribunal Federal que exclui os agentes políticos da aplicação da lei.

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Nas asas da galinha.    Apesar das expectativas do governo, analistas avaliam que o Brasil está condenado a um voo de reduzido alcance, caso não promova reformas estruturais e continue emperrado na burocracia do Estado.  CORREIO BSB 11.06

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UNB » Técnicos aderem ao movimento grevista A partir de hoje, servidores que cumpremjornada de trabalho na biblioteca e nohospital universitário se juntam a alunose professores em paralisação nacional. CORREIO BSB 11.06.12

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Manifestação na Esplanada dos Ministérios: reivindicação em nome da reestruturação da carreira


Além dos professores e dos alunos da Universidade de Brasília (UnB), os servidores técnico-administrativos da instituição de ensino superior decidiram aderir ao movimento grevista por melhores condições na carreira. A partir de hoje, médicos, vigilantes, veterinários, bibliotecários e arquivologistas cruzarão os braços por tempo indeterminado. A paralisação atingirá aqueles que recorrem aos serviços de diversos setores, como os da Biblioteca Central, do Restaurante Universitário (RU) e do Hospital Universitário de Brasília (HUB). Os educadores da UnB estão em greve desde 21 de maio.


Os técnico-administrativos reivindicam piso de três salários mínimos, estepe de 5% (acréscimo de progressão de carreira), reposicionamento dos aposentados que não atingiram o nível máximo da carreira, realização de concursos públicos e equiparação do tíquete-alimentação, cujo valor atual é de R$ 304, com o Executivo federal. Amanhã, está marcado um protesto em frente ao HUB, a partir das 11h, na L2 Norte. Decidida durante assembleia em 31 de maio, a paralisação faz parte de um movimento nacional conduzido pela Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra).


Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), 30% dos concursados atenderão à população durante o ato, o que respeita o limite estabelecido legalmente. O presidente da entidade, Mauro Mendes, garante que o movimento não prejudicará a população. “Não podemos de forma alguma fazer uma greve que venha a lesar as pessoas que necessitam de atendimento. Temos experimentos na universidade que não podem parar, por exemplo”, explica.
Segundo Mendes, os servidores tiveram o último aumento salarial em 2007. “O vencimento dos servidores de nível superior não chega a R$ 3 mil, enquanto que, para o médio, chega a R$ 1,8 mil”, detalhou Mauro. Para ele, o baixo salário é o fator determinante para que muitos dos aprovados em concursos da instituição abandonem os cargos. “Os convocados chegam até a tomar posse, mas não ficam porque a remuneração não é atrativa”, acredita. Há, atualmente 2.758 servidores ativos e cerca de 850 aposentados.


Representantes do Sintfub participaram de várias reuniões nos ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Educação neste ano para tratar do assunto. O prazo estabelecido pelas pastas para apresentar propostas foi 31 de junho. No entanto, 20 dias antes, o governo federal instituiu a Medida Provisória nº 568, assinada pela presidente Dilma Rousseff. O texto reduz os salários dos médicos, uma das categorias que faz parte do sindicato, e o valor da insalubridade. “Depois desse anúncio, que limita o benefício para R$ 220 (antes, chegava a R$ 600), colocamos mais gasolina para a mobilização, prevista para ocorrer somente em junho, e foi antecipado”, ressaltou. Representantes dos dois ministérios foram procurados ontem pela reportagem, mas, até o fechamento da edição, ninguém atendeu os telefonemas.

Paralisação

Até o fim de maio, do total de 59 universidades federais, 48 haviam aderido à paralisação no país. Na UnB, cerca de 80% dos departamentos estavam com as atividades paradas, segundo estimativa do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub) apresentada à época.


Para saber mais

Falta de investimento público

Em fevereiro, o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) propôs ao governo federal uma nova estrutura de progressão da carreira, com 13 níveis de cargo e acréscimo salarial de 5%, conforme o avanço na profissão. Mas os docentes conseguiram só um reajuste real de 4% garantido por meio da MP nº 568. Assim, a greve nacional das universidades federais começou no último dia 17. Em 28 de maio, os funcionários da UnB se juntaram aos demais servidores públicos federais em manifestação realizada na Esplanada dos Ministérios. O ato chamou a atenção do governo para aos problemas da falta de investimento no serviço público. Desde então, a maioria dos departamentos da UnB, como a Faculdade de Estudos Socias (foto), paralisaram as atividades.

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Aula financeira na escola eleva poupança
Projeto do Banco Mundial em 900 instituições de ensino aponta benefícios de facilitar aprendizado econômico de jovens. FOLHA  SP  11.06.12
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Análise mostra que alunos que receberam orientações poupam mais e têm uma melhor base financeira teórica
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Promover a educação financeira pode aumentar em 24% a parcela da renda poupada por uma família e agregar R$ 4 bilhões ao PIB nacional, aponta estudo feito pelo Bird (Banco Mundial).

O trabalho analisou um projeto-piloto do Enef (Estratégia Nacional de Educação Financeira) desenvolvido em cerca de 900 escolas brasileiras (um total de 26 mil alunos), entre 2010 e 2011, em seis Estados brasileiros.

Em metade dessas escolas, foram introduzidas situações didáticas de educação financeira nas disciplinas curriculares com participação não obrigatória. Também foram organizados workshops e atividades com os pais dos alunos envolvidos.

Na outra metade, houve um acompanhamento dos alunos que não tiveram nenhuma orientação específica sobre educação financeira, um grupo "controle".

Para medir a evolução dos alunos, foi criado um teste para avaliar a capacidade dos alunos de programar suas finanças, calcular juros e outras competências.

A pesquisa concluiu que, no grupo que foi orientado, os conhecimentos financeiros tiveram um aumento de 24% (de 50 para 62 pontos), enquanto o grupo de controle teve uma melhora de 16% (de 50 para 59 pontos).

Para medir a autonomia financeira, o estudo perguntou aos estudantes se concordavam com algumas proposições, como "Gosto de pensar com cuidado antes de me decidir por comprar algo" e "Acredito que consigo poupar um pouco todo mês".

No grupo orientado, a melhora nesse item foi mais próxima à do grupo de controle, (3% e 6%, respectivamente).

POUPANÇA

A parcela dos que poupam parte de suas rendas também apresentou modificações.

Enquanto no começo do projeto 58% dos alunos que participaram das atividades pretendiam poupar, após a orientação esse percentual passou para 59%. No grupo sem orientação, houve uma queda no índice.

Os alunos orientados passaram a se dedicar mais a fazer listas de gastos e despesas. O percentual dos que fazem algum tipo de programação passou de 11% para 17% no grupo orientado.

AVALIAÇÃO

Segundo Arianna Legovini, diretora do setor de pesquisas do Bird encarregado do estudo, o objetivo foi medir, de forma independente, o efeito das intervenções realizadas para calcular a viabilidade de implementar o projeto como política pública.

"A escolha da população com menor renda e menor educação foi lógica, já que o impacto da educação financeira na vida dessas pessoas é mais urgente."

Além disso, nas escolas públicas há um maior número de pessoas que já trabalham e, portanto, participam de forma mais ativa das decisões sobre o orçamento doméstico.

Legovini diz que não se trata apenas de um condicionamento dos alunos a poupar mais. "Consideramos importante disponibilizar a essas pessoas as informações para que decidam no que realmente é importante investir."

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No meio da Floresta da Tijuca, favela faz festival de música
Vale Encantado promove shows nos próximos dias 16 e 17. FOLHA  SP  11.06.12

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No meio da floresta da Tijuca, a pequena favela do Vale Encantado sobrevive há mais de um século das riquezas naturais do Alto da Boa Vista, bairro nobre do Rio conhecido por suas mansões e pela vegetação exuberante.

O lugar já foi tomado por cafezais, chegou a ser devastado pela extração de granito, mas conseguiu se recuperar. Hoje, as vielas e ladeiras serpenteiam pela densa mata local. O projeto dos 140 moradores das 40 casas do Vale é explorar a área verde, dessa vez, como ponto turístico.

Em tempos de Rio +20, eles planejam fazer barulho com shows de Seu Jorge e do francês Mattieu Chedid na área de lazer do clube da favela. São as principais atrações do Festival Encantado, nos próximos dias 16 e 17.

Organizado por produtores da casa noturna europeia Favela Chic, o evento está sendo patrocinado por ONGs internacionais. O ingresso vai custar R$ 140 por dia.

Os moradores também criaram um restaurante comunitário com cardápio baseado na produção das hortas da favela, algumas instaladas nas lajes das casas.

"Por enquanto, os almoços precisam ser agendados porque não temos movimento para mantê-lo funcionando direto", diz Otávio Alves Barros, 42, presidente da associação de moradores, que organiza visitas pelas trilhas.

Os primeiros habitantes do Vale chegaram antes mesmo da floresta da Tijuca. Nos séculos 17 e 18 a área concentrava plantações de café.

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