quinta-feira, 14 de junho de 2012
Ação de sojicultores gaúchos
contra royalties da Monsanto tem alcance nacional. www.stj.jus.br
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ONU sugere que o Brasil acabe
com a Polícia Militar
O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas
(ONU) recomendou que o Brasil acabe com
a Polícia Militar, em função das inúmeras acusações de execuções sumárias e
violações. A indicação foi feita pela
Dinamarca e faz parte dos 170 sugestões apresentadas pelo Conselho
dos Direitos Humanos da ONU, na
semana passada, durante avaliação da situação dos direitos humanos no
país. Correio Brasiliense 31/05
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Filosofia do direito passa a ser
cobrada pela OAB. Correio Brasiliense 31/05
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Impunidade de números
Brasil arquiva 80% das investigações de homicídios
De quase 135 mil inquéritos que investigam
homicídios dolosos no Brasil, instaurados até o final de 2007, apenas 43 mil
foram concluídos. Destes, 34 mil foram arquivados, aponta
levantamento.www.conjur.com.br
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Brasil desenvolve vacina inédita
O Globo - 13/06/2012
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Produto da Fiocruz previne esquistossomose e abre
caminho para erradicar doença
O Brasil acaba de conquistar lugar de destaque
entre os países capazes de desenvolver vacinas com grande impacto na saúde
pública. Cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) criaram a primeira
vacina capaz de evitar a esquistossomose, doença também chamada de barriga
d"água e que atinge 200 milhões de pessoas no mundo. O IOC anunciou ontem
no Rio a aprovação do imunizante, na primeira fase de testes com seres humanos,
que garantem sua segurança e capacidade de induzir proteção. Agora, os
cientistas partem para os testes em crianças e esperam oferecer o produto à
população em até quatro anos. O feito traz esperança de erradicar a segunda
doença parasitária mais devastadora do mundo, atrás apenas da malária, na
classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A vacina - primeira completamente desenvolvida e
patenteada por brasileiros - é também pioneira no combate a helmintos,
parasitas ontra os quais acreditava-se não ser possível produzir imunizantes,
pois as substâncias que os afetam também costumam atacar tecidos humanos.
Normalmente, os imunizantes disponíveis no mercado têm como alvo vírus e
bactérias. As doenças provocadas por esse tipo de verme infectam mais da metade
da população do planeta, de acordo com a pesquisadora que coordenou o projeto,
Miriam Tendler. A vacina se mostrou eficaz contra fasciolose, uma verminose que
afeta gado, e pode ser usada como base para criar vacinas para outras doenças
humanas causadas por helmintos.
O estudo, iniciado há 30 anos, isolou nos anos 90 a
proteína-base da vacina, a Sm14, responsável por transportar lipídios do
hospedeiro para o parasita, o que lhe garante energia para viver. Essa proteína
estimula a produção de anticorpos que atacam o parasita. Sem energia, ele morre
sem produzir novas larvas que contaminariam o meio ambiente por meio das fezes
do caramujo hospedeiro.
- A maior crueldade da esquistossomose, que é
considerada uma doença negligenciada, é a magnitude: 200 milhões de infectados
no mundo, 800 milhões expostos a riscos, a maioria em áreas pobres, e o Brasil
é o maior país endêmico. As populações das regiões endêmicas têm que conviver a
vida toda com a ela. Existem tratamentos, mas eles não melhoram este panorama.
As pessoas são tratadas e se reinfectam - explicou Miriam, que destacou a
importância de interromper o ciclo de vida do parasita. - A única doença
erradicada até hoje foi a varíola e o que permitiu isso foi uma vacina.
Ela acredita que, no máximo em cinco anos, seja
possível imunizar a população dos locais onde ocorre a endemia. A vacina é
produto da engenharia genética. Os testes clínicos de fase 1, que acabaram de
ser concluídos, são os primeiros de uma vacina a serem realizados no Brasil e
envolveram 20 voluntários adultos saudáveis. Eles incluíram três doses. A
próxima etapa começa até o início de 2013 e será feita com 226 crianças não
infectadas em áreas endêmicas no Brasil e na África.
- O processo de aprovação na Anvisa foi muito
longo, levou um ano e meio. O lote vacinal de testes foi feito nos EUA, numa
tecnologia de alta qualidade e cara. O tempo que levamos para conseguir
aprovação fez até perdermos o prazo de validade de algumas doses e não
poderemos mais usá-las. Mas, em termos gerais, não houve grandes dificuldades -
contou a pesquisadora.
Apesar de ter sido todo coordenado por
pesquisadores brasileiros, o desenvolvimento da vacina envolveu parceiros
internacionais. Marcou também a primeira parceria público-privada da Fiocruz,
que contou com financiamento da empresa Ourofino Agronegócios, interessada no
desenvolvimento da vacina destinada ao gado. Miriam Tendler estima que, durante
os 30 anos de pesquisas, foram investidos R$ 23 milhões. O presidente da
Fiocruz, Paulo Gadelha, acredita que a instituição aplicou mais R$ 20 milhões
desde o início do estudo, que contou ainda com financiamento do CNPq e da
Finep.
A esquistossomose atinge cerca de 2,5 milhões de
brasileiros em 18 estados, principalmente no Nordeste e em Minas Gerais. A
doença pode matar, mas o nível de letalidade é baixo. Ela pode se manifestar
nas fases aguda e crônica. Na primeira, mais comum, o paciente pode ter
coceiras, dermatites, fraqueza, febre, dor de cabeça, diarreia, enjoos e
vômito. Na crônica, o quadro pode ficar mais grave, com aumento da fibrose do
fígado, aumento do baço, o que pode levar a hemorragias provocadas por
rompimento de veias do esôfago e dilatação do abdômen.
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Famílias se mantêm otimistas,
avalia Ipea
Valor Econômico - 13/06/2012
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O otimismo das famílias brasileiras permaneceu
estável, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea). O Índice de Expectativas das Famílias (IEF) ficou em 67 pontos na comparação
entre abril e maio, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira. Em relação a
maio de 2011, houve aumento de otimismo. À época, o índice registrado foi de
62,9 pontos.
O indicador varia de zero a cem pontos. Valores
entre 60 e 80 pontos representam otimismo. Acima disso apontam grande otimismo
e abaixo de 60 pontos, a pesquisa indica moderação, pessimismo ou grande
pessimismo.
No que diz respeito ao endividamento da população,
houve piora entre os dois meses. Mais famílias afirmaram ter dívidas. Em abril,
54,6% diziam não ter dívidas. Agora, em maio, foram 53,5%. Também houve piora
na expectativa das famílias sobre a situação econômica brasileira. O componente
que mede o otimismo em relação à economia do país nos próximos 12 meses caiu de
68,3% em abril para 66,8% em maio.
Para apurar o IEF, o Ipea leva em consideração a
expectativa da população sobre a situação econômica nacional, condição
financeira da família, decisões de consumo, endividamento e mercado de
trabalho. Entre abril e maio, o componente que mede a expectativa de consumo de
bens duráveis avançou 0,3 ponto, segundo a pesquisa. Com isso, 60,6% das
famílias informaram que "agora é um bom momento para adquiri-los".
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36% dos brasileiros sem conta em
banco
Correio Braziliense - 13/06/2012
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Pesquisa mostra que 38% da alta renda preferem
pagar compras em dinheiro, percentual que chega a 88% na baixa renda
Apesar da melhora nos níveis de emprego e de renda,
a população brasileira ainda não tem conta em banco, pouca ou nenhuma reserva
financeira para eventuais necessidades e boa parte está endividada. De acordo
com a Pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira: Inclusão Financeira, feita
pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o Ibope, 78% das
pessoas, de todas as classes, preferem pagar as contas de produtos, alimentos
ou serviço com dinheiro vivo. Essa atitude é mais comum entre as pessoas de
baixo poder aquisitivo e de escolarização (88% dos com renda familiar até um
salário mínimo e 38%, com mais de 10 salários). Mais de um terço dos
brasileiros (36%) não tem conta em banco. Dos que poupam, 68% optaram pela
caderneta de poupança. Comparando com os padrões internacionais, o economista
Danilo Garcia, da CNI, afirmou que o percentual de poupadores é baixo e é um
claro sinal de que "o crédito está sendo tomado para o consumo",
afirmou.
Além do dinheiro, 13% usam cartão de crédito, 6%,
cartão de débito, 1%, vale-alimentação ou refeição, e 1% emite cheques. Entre
os que usaram serviços financeiros, no últimos 12 meses, o pagamento em espécie
continua na frente (76%), seguido do dinheiro de plástico (27%). O investimento
no futuro é baixo. Apenas 5% dos entrevistados têm seguro, capitalização,
previdência privada ou consórcio. Apesar da criação de sistemas mais amigáveis
para atrair correntistas, os bancos não conseguiram conquistar parcela
significativa dos clientes potenciais. Muitos dos não bancarizados (60%)
apontam a falta de condições financeiras como principal motivo para iniciar o
relacionamento. Mas 11% reclamam do alto custo bancário (tarifas) e 5% culpam a
burocracia.
Escolaridade
A pesquisa mostra, também, que 93% dos clientes
bancários
usam o atendimento pessoal e 68%, o
auto-atendimento. O correspondente bancário — lotéricas, agências dos Correios
e supermercados — é o serviço mais usado por 84% dos que têm conta em banco.
Apenas 16% usam o caixa eletrônico.
Por escolaridade, 67% com ensino até a 4ª série não
têm conta em banco ou poupança, contra 35% com ensino superior. De acordo com a
pesquisa, mais de um terço da população brasileira (37%) tem dívidas. Sendo que
16% de todos guardam dinheiro em conta-corrente e o mesmo percentual deixam o
dinheiro em casa. Os homens poupam mais (35%) que as mulheres (28%). Por outro
lado, quase 40% dos entrevistados tem algum tipo de dívida. Os mais abastados
são os que mais estouram o orçamento (53% com renda acima de 10 salários
mínimos ante 6% com até um salário mínimo).
» O vilão das dívidas
No levantamento, feito entre 16 e 19 de março, com 2.002 pessoas em 142
municípios, o cartão de crédito é o responsável por 32% do processo de
endividamento. Porém, 25% da população devem diretamente às lojas (prestações,
cadernetas ou boletos) e 17% se enredaram no empréstimo consignado. O limite do
cheque especial representa apenas 5% do endividamento. O economista , Danilo
Garcia explica que as opções oferecidas pelos bancos permitiram uma migração do
cheque especial, de juros elevados e de curtíssimo prazo, para dívidas de
prazos maiores e juros menores. "Houve troca de dívidas", completou,
que é justamente o que o governo pretendia com as medidas de estímulo ao
crédito.
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Siderurgia, um setor que desmata
e escraviza
O Globo - 13/06/2012
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Seis de cada dez quilos de carvão usados para
produzir aço no Brasil vêm de irregularidades
SÃO PAULO. A siderurgia, um dos setores da economia
que mais crescem - no ano passado o país produziu 48 milhões de toneladas
brutas de aço - ainda tem práticas que o deixam numa situação oposta àquela que
tem sido o mote das discussões sobre sustentabilidade na esteira da Rio+20.
Divulgado ontem na Conferência Internacional do Instituto Ethos, um estudo
apontou que ainda existem elos fortes entre o carvão vegetal usado para
produzir aço, o trabalho escravo e a devastação ambiental.
Em 2004, a pesquisa "Escravos do Aço" já
mostrava a ligação entre siderúrgicas e o trabalho escravo. Naquela época, o
foco estava em Carajás, no bioma amazônico. Hoje, o problema se espalhou para
Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga e Pantanal. Seis em cada dez quilos do carvão
vegetal produzido no Brasil, segundo dados de 2010, colhidos pelo Ethos,
Fundação Avina, WWF, Rede Nossa São Paulo e a ONG Repórter Brasil, vêm da
destruição de florestas nativas e, muitas vezes, sua produção acontece com mão
de obra escrava ou degradante.
- Se uma entidade pequena como a nossa, com 20
pessoas, consegue fazer este estudo, por que uma corporação poderosa tem que
esperar nossa iniciativa para dar soluções ao problema? --- criticou Leonardo
Sakamoto, fundador e coordenador da ONG. - Também é trabalho escravo aquele sob
condições degradantes, por exemplo quando pessoas são obrigadas a trabalhar sem
água e alimentação suficientes, sofrendo maus-tratos, com alojamentos precários
e sem o mínimo de higiene.
Outra questão séria apontada pelo estudo é que,
embora as florestas naturais possam ser manejadas de forma sustentável -
fazendo monocultura em terras degradadas, por exemplo - a esmagadora maioria da
madeira retirada para fazer carvão vem de florestas nativas.
Na atualização feita em dezembro de 2010 da lista
suja do trabalho escravo, 53 dos 220 empregadores relacionados estavam ligados
à produção de carvão vegetal.
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